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sábado, 23 de abril de 2016

Magnólia Blues Band - Capítulo 4 - Um Final que Pode Ser Modificado - Por Luiz Domingues

A Magnólia Blues Band foi uma ideia que nasceu da parte do tecladista, Alexandre Rioli, que além de ser proprietário da casa, Magnólia Villa Bar, era (é) um grande aficionado de Blues e Rock'n' Roll. 

Como ele sempre atuou com participações ao vivo, a tocar o seu piano em apresentações que Os Kurandeiros faziam ali naquela casa há anos (mesmo antes da minha entrada naquela banda, em 2011), eis que ele vislumbrou a possibilidade para nos tornarmos uma "outra" banda em paralelo, com a intenção específica de nos apresentarmos toda quarta-feira na casa e a cada semana, anunciarmos um convidado da cena do Blues, para o acompanharmos, a serem executados clássicos do gênero.

O logotipo da "Magnólia Blues Band", criado por Kim Kehl

Aceitamos a ideia, pois não atrapalharia em nada os nossos planos para manter a agenda d'Os Kurandeiros sob plena atividade, além de nos colocarmos também a atuarmos como o "Nu Descendo a Escada", a banda de apoio de Ciro Pessoa, ou para trocar em miúdos, eu (Luiz Domingues); Kim Kehl e Carlinhos Machado, fomos o "núcleo duro" dessas três bandas citadas, com trabalhos distintos.  

E assim, logo no início de janeiro de 2014, essa história começou a ser contada, e a cada semana, muitas personalidades importantes da cena do Blues foram convidadas e se apresentarem conosco, em noites que entraram para a história.

As guitarras de Kim Kehl ao fundo e o bumbo da bateria de Carlinhos Machado em destaque. Uma das noitadas que tivemos em quartas regadas a blues! Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Nós logo percebemos que não seriam noitadas puristas, focadas no Blues, tão somente, mas sim a se desdobrarem em muitos outros gêneros. O Rock'n' Roll incluso, logicamente, mas também a Soul Music, R'n'B, Gospel, Funk, Jazz, Country, Folk e houveram até passeios por gêneros distantes dos princípios iniciais, como os ritmos latinos, música Pop, Trilhas de cinema, Hard-Rock, Glitter-Rock, Rock Progressivo, MPB... enfim, a Quarta Blues foi eclética e generosa para quem a vivenciou.  

E assim atravessamos o ano de 2014, com muitos convidados e fica a lembrança registrada em nossa memória, mas igualmente disponível em fotos e vídeos, desses grandes momentos que tivemos ao recepcionarmos tantos artistas sensacionais.  

A maioria deles, foram guitarristas, mas também apareceram os baixistas, tecladistas, muitos gaitistas e cantores estiveram conosco, além de aparições surpreendentes, como o caso de um saxofonista saído da plateia que veio participar, certa vez. 

Ao final de 2014, a estratégia mudou paulatinamente e uma tentativa de se convidar bandas inteiras para dividir a noitada, foi feita e com sucesso em algumas ocasiões, a se estender até o começo de 2015. 

Eu, Luiz Domingues, a atuar em uma noitada de inverno com a Magnólia Blues Band. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Um problema de saúde, justamente ocorrido comigo (Luiz), fez com que a banda sofresse por um período, quando eu estive impedido de atuar, a enfrentar internação hospitalar e cirurgias. E para agravar o panorama, foi um período em que a casa sofreu sanções da parte do poder público, pelo motivo do excesso de ruído ali produzido, e assim, quando a banda voltou à ativa, uma nova fase sobreveio, com a obrigatoriedade de nos apresentarmos sob o formato acústico.

Da esquerda para a direita: Alexandre Rioli aos teclados, Kim Kehl ao violão, Bruno Mello a cantar e eu, Luiz ao fundo. Sentado na frente com um violão, o convidado, Gulherme Ramazotti. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap  

Por sorte, logo um convidado mudaria tal perspectiva. Ao se tornar um membro fixo da banda, o cantor, Bruno Mello, chegou ao palco do Magnólia Villa Bar com a proposta de imprimir o elemento Pop à "Quarta Blues" e assim, tal direcionamento fez com que a adequação do formato acústico se encontrasse com tal repertório ao sabor do Soft-Rock, e assim, uma nova fase adveio para a banda.  

No entanto, o Bruno era do Rio de Janeiro, e quando o seu trabalho corporativo se encerrou em São Paulo, a sua partida também significou a sua saída da nossa banda, infelizmente. 

Seguimos em 2015, a mesclar o repertório tradicional do Blues com o cancioneiro Pop da "Era" Bruno Mello, mas sem convidados doravante, a não ser quando alguém do meio veio nos visitar e subira ao palco para uma participação informal. 

A formação como quarteto da Magnólia Blues Band: da esquerda para a direita: Kim Kehl. Alexandre Rioli, Luiz Domingues e Carlinhos Machado. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Ao entrarmos no ano de 2016, mantivemos essa mesma toada, todavia sabíamos que a situação da casa não estava alheia às intempéries da turbulência econômica generalizada, portanto, conduzimos o projeto na mais pura força de vontade, mas a pressentir que ele estava a ser minado pelas circunstâncias alheias à nossa vontade. 

No meu caso em particular, eu enfrentei de novo problemas de saúde, se bem que desta feita mais amenos e quando voltei às atividades, o Alexandre Rioli, sem outra alternativa, anunciou modificações na estrutura da sua casa e a "Quarta Blues" foi cancelada e consequentemente, a banda desfeita. 

Fica a ressalva que esta banda poderá voltar em ocasiões sazonais e talvez possa haver uma reativação de suas atividades no futuro e se isso ocorrer, novos capítulos poderão ser escritos no porvir. 

Fica aqui o agradecimento pelos dois anos e quatro meses de atividade que atingimos, e que muita alegria nos proporcionou em tantas noites de quartas-feiras. 

A Magnólia Blues Band a receber o gaitista e cantor, Edu Dias. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Com calor, frio, chuva ou céu estrelado, estivemos ali firmes e fortes a tocar, para recepcionar grandes artistas, produzir momentos com brilhantismo musical para nos orgulharmos, a gerarmos improvisos, cometermos erros para darmos risada, e provocar aplausos e suspiros da plateia, muitas vezes. 

Fica a lembrança das quartas regadas a futebol no telão (quanto está o jogo? Quem fez o gol?), mas sobretudo, com muita música e conversas agradáveis em meio a tantos amigos presentes. 

No meu caso em específico, foi um aprendizado e tanto, pois eu jamais me preparei para ser "músico da noite" e assim, toda a minha carreira fora focada no trabalho autoral. Portanto, após quase quarenta anos a tocar apenas o que eu mesmo criava, fui impelido a aprender a acompanhar, tocar muitas músicas que nem conhecia e aprender assim a dinâmica do improviso sob outro viés que não o autoral. 

Respaldado pelos amigos Kim, Carlinhos e Alexandre, só posso agradecer pela paciência que tiveram comigo nesse sentido, por tolerarem as minhas falhas e sempre a me incentivar para que eu me adaptasse a essa realidade musical. 

E assim foi a Magnólia Blues Band, uma banda que nasceu para tocar clássicos do Blues, mas que no desenrolar dos fatos, se mostrou muito eclética, a tocar diversos outros gêneros. Sou muito grato a essa banda pelo aprendizado e pelas noitadas com dezenas de quartas, muito felizes, vividas nos anos de 2014, 2015 e 2016.

Falo sobre as pessoas que gravitaram na órbita dessa banda, a seguir:

1) Equipe do Magnólia Villa Bar:

Por ter sido uma banda criada para atuar exclusivamente em uma casa noturna, naturalmente que não dispôs de uma equipe de produção própria para auxiliá-la. Portanto, nomeio apenas três profissionais que foram funcionários do Magnólia Villa Bar, que estiveram conosco nesses anos todos.

A) Dona Terezinha, a cozinheira da casa, a quem agradecemos pelos lanches, os clássicos "X-Músico", que ela preparava com carinho para serem consumidos no intervalo das apresentações.

B) Edson da Silva - Técnico de som que operava o PA da casa, e muitas vezes se esmerou para consertar situações de emergência, com panes aqui ou acolá, portanto, fica o meu muito obrigado por tudo.

C) Lídia Forjaz - A gerente da casa, que sempre nos tratou com extrema simpatia e costumava nos aplaudir, mesmo lá de longe, no a trabalhar no caixa do estabelecimento.

2) Os músicos convidados:

Um super agradecimento à todos os músicos que aceitaram o convite formulado, e lá no Magnólia Villa Bar foram nos brindar com o seu talento e simpatia. Gostei de tocar com todos e muitos deles, já eram ou se tornaram meus amigos, doravante.

Meu muito obrigado a: Chico Suman, Carlinhos "Jimi" Junior, Ivan Marcio, Wagner Andrade, Duca Belintani, Lincoln Mugarte, Rui Bueno, Rodrigo Batello, Marceleza Bottleneck, Adriano Segal, Xando Zupo, Fabio Brum, Anette Santa Lucia, Adriano Deep, Baby Labarba, Big Chico, Thomas T. Love Jensen, Ricardo Corte Real, Marcelo (saxofonista da plateia), Alex Dupas, Edu Dias, Ciro Pessoa, Isabela Johansen, Marcião Pignatari, Paulo Toth, Amleto Barboni, Maria Arruda Alvim, Claudio "Casão" Veiga, Dino Linardi, Guilherme Spilack, Fernando Ceah, Binho "Batera", Rodrigo Hid, Dino Linardi, Ryu Dias, Ayrton Mugnaini Junior, Marcos Mamuth, Rubens Gióia, Nelson Ferraresso, Maria Christina Magliocca, Paulo Morgado, Wilson Ricoy, Roger Baccelli, Cris Stuani, Fulvio Siciliano, Milton Medusa, Carlos Frederico Bomeisel, Norba Zamboni, Paulo Sá, Michael Navarro, Fernando Vinhas, Ed Cruz Junior, Banda Electric Pepper, Elizabeth "Tibet" Queiroz, Fernando Rapolli, Lili Mallagolli, Frank Hoernen, Banda Four Ol' Bones, Claudio "Moco" Costa, Rico Bass, Marco "Pepito" Soledad, Rey Bass, Kalil Bentes, Rodolfo Braga, Fernando Alge, Paulo Krüeger, Alê Bass, Sérgio Luongo, Guilherme Ramazotti, Joe Roberts, Willie de Oliveira, Marcelo (gaitista da plateia), Marco "Bacalhau" Aurélio e Sérgio Cândido dos Anjos.

Um destaque especial para Fulvio Siciliano e Cris Stuani que chegaram a substituir Kim Kehl, quando este não pode comparecer em duas ocasiões, Binho "Batera" que substituiu Carlinhos Machado também sob uma circunstância emergencial e Sérgio Luongo, Rey Bass e Alê Bass, baixistas que cobriram a minha ausência, quando eu fiquei doente.

3) Membros da Magnólia Blues Band:

Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Bruno Mello, Carlinhos Machado & eu (Luiz Domingues). Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
 
A) Bruno Mello - Expresso o meu agradecimento a este grande cantor, que veio ao palco do Magnólia Villa Bar inicialmente para ser mais um convidado de honra de uma edição da "Quarta Blues", mas que mediante reiteradas atuações, chegou ao ponto de o considerarmos o quinto membro dessa banda, mesmo não que ele não tenha percorrido toda a sua trajetória.  

Por sua atuação como cantor e pelo poder de suas sugestões, Bruno desempenhou uma colaboração muito grande, a proporcionar uma nova fase à banda, através de um repertório alternativo sob forte apelo Pop, e que veio a calhar pelas necessidades sonoras que se desenhou naquele momento, em termos da obrigatoriedade da banda para coibir volume e ímpeto, ao se apresentar de maneira acústica. 

A sua participação foi entre junho e outubro de 2015, mas a amizade se solidificou ad aeternum, tenho certeza. 

                    Alexandre Rioli, em foto de Lincoln Baraccat

B) Alexandre Rioli - Tecladista de formação Blues/Rock'n' Roll e bom de "Boogie-Woogie", ele muito acrescentou à banda com seu piano sempre pleno de nuances coloridas. 

Proprietário do Magnólia Villa Bar, foi o idealizador da banda e do Projeto "Quarta Blues". Sou-lhe grato pela oportunidade, acolhida em sua casa, a estender ao usufruto de sua infraestrutura, mas sobretudo ao seu piano enriquecedor, nas centenas de músicas que tocamos juntos ali naquelas quartas.

Carlinhos Machado, baterista superb & gentleman. Foto: Lara Pap

C) Carlinhos Machado - O nosso baterista é um dos maiores gentleman que já conheci. Um sujeito solícito, super humano, amigo de todas as horas. Sou-lhe grato pelas noitadas todas que fizemos juntos nessa banda, e aproveito para lhe agradecer pela solidariedade nos momentos difíceis que eu tive em 2015 e 2016, por conta de meus problemas de saúde e ocasião pela qual ele gentilmente me ofertou suporte, ao me ajudar em uma fase na qual a proibição médica para que eu carregasse peso se fez premente e assim, Carlinhos foi um altruísta ao me dar essa força braçal nas horas difíceis. 

O lado bom desta parte do relato é que não estou a escrever em tom de despedida, visto que encerrada as atividades da Magnólia Blues Band, estou em pleno vapor com ele em outra banda ("Os Kurandeiros), sendo assim, a minha parceria com Carlinhos seguirá por muito tempo, assim espero. 

                        Kim Kehl, em foto de Lincoln Baraccat

D) Kim Kehl - O nosso guitarrista, por ter forte conhecimento na área do Blues, naturalmente se tornou o nosso pilar para esse projeto dar certo. Com o Kim na banda, foi mais do que certo que tudo correria bem, independente dos convidados em cada semana, pois tocávamos seguros com ele no leme da embarcação. 

Tudo o que eu disse sobre o Carlinhos, serve ipsis litteris para o Kim, e acrescento que graças aos seus esforços pessoais e de sua esposa, Lara Pap, a Magnólia Blues Band teve uma carreira amplamente documentada, a contar com um acervo de fotos e vídeos de toda a sua carreira. 

Tudo está disponível no seu canal pessoal do YouTube e muitos (não todos, tem muito mais), eu reproduzi nos capítulos da história da banda.

E mesmo caso, espero prosseguir em sua companhia por muito tempo, na outra banda pela qual tocamos na atualidade ("Os Kurandeiros").

Bem, como já enfatizei, está banda pode voltar e gerar mais histórias. Se acontecer, serão registradas devidamente nesta autobiografia. 

Uma particularidade não musical, esta banda (assim como Os Kurandeiros enquanto trio - eu, Luiz, Carlinhos & Kim), é uma banda inteiramente formada por palmeirenses. A Magnólia Blues Band é uma banda alviverde em 100%, fato raro na minha carreira, pois eu sempre atuei em bandas bem misturadas em termos de paixões clubísticas e tal fato só foi parcialmente interrompido com a presença do Bruno, torcedor do Fluminense, mas a porção verde de seu time foi bem-vinda, logicamente.

Está encerrada a história da Magnólia Blues Band, mais uma banda pela qual eu tive orgulho de ser componente, e que enriquece a minha trajetória geral. Fica em aberto a história d'Os Kurandeiros.

Aqui se encerra o relato da minha autobiografia, centrada no período entre abril de 1976 e abril de 2016, a perfazer quarenta anos de carreira e que justifica o título do meu livro: "Quatro Décadas de Rock". 

Na próxima postagem, o leitor encontra uma explicação sobre os passos adiante que ofertarei para este Blog, com material adicional e adendos da carreira em pleno andamento.

A Magnólia Blues Band em sua formação de quarteto. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Alexandre Rioli, eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Grato por ler, meu amigo!

Até logo...

sábado, 16 de abril de 2016

Magnólia Blues Band - Capítulo 3 - Susto, Ausência & Perda da Eletricidade - Por Luiz Domingues

Eu quase fui morar em outra dimensão, mas após doze dias de internação no Hospital São Paulo e duas cirurgias delicadas. Tive alta parcial, no dia 18 de abril de 2015. Por quase quarenta dias, fiquei muito debilitado, a demorar até para andar dentro de casa, quiçá pensar em voltar a atuar com as bandas pelas quais tocava. 

Uma oportunidade ao final de maio, impulsionou a minha repentina volta, mas especificamente para uma apresentação d'Os Kurandeiros (já comentada no seu devido capítulo). 

Nessa altura dos acontecimentos, eu estava ainda muito fraco e mesmo que tenha sido uma apresentação sob curta duração, foi difícil realizá-la nesse estado precário em que me encontrava. 

Entretanto, com a Magnólia Blues Band, a minha volta só ocorreu no início de junho. No período em que estive ausente, os colegas mantiveram o projeto em pé, com exceção das duas primeiras semanas, quando houve um cancelamento puro e simples. Mas com as notícias sobre a gravidade do meu caso a chegarem para eles, resolveram então convocar músicos substitutos a estabelecer um revezamento, casos de Sérgio Luongo, Rey Bass e Alê Bass, além de alguns convidados regulares que se apresentarem, caso do excelente guitarrista, Claudio "Moco", por exemplo. 

Pensei em consultar os amigos e lhes pedir dados concretos sobre datas e nomes dos convidados para anotar aqui, mas ao refletir bem, creio que por ser a minha autobiografia, e o meu ponto de vista na história toda, isso não faria muito sentido. Creio ser suficiente o que já disse sobre os amigos que gentilmente me substituíram nesses dias difíceis e a determinação dos colegas: Kim, Carlinhos e Alexandre, em manter o projeto em plena atividade, apesar da minha ausência por motivo de saúde. 

Todavia, nesse ínterim, apesar da boa medida da parte dos colegas em prosseguirem, o projeto sofreu um duro golpe de uma outra monta. Denunciado por um vizinho encrenqueiro (a se tratar do mesmo indivíduo que reclamava acintosamente do "barulho" que as "Quartas Blues" produziam e que deviam atrapalhar sua atenção às novelas e partidas de futebol na TV), eis que a casa sofreu uma sanção. 

Curiosamente, este vizinho não se queixava das noites de samba e gafieira que varavam as madrugadas do mesmo estabelecimento às quintas, sextas e sábados, com orquestras a tocarem ao vivo, com muita percussão e instrumentos de sopro, bem estridentes.  

Então, a dedução foi: esse cidadão não gostava de Blues e Rock'n' Roll? O problema seria a guitarra? Ou teria sido o fato de que às quartas, ele desejava assistir o seu futebol sem solos de guitarra a lhe atrapalhar e assim poder torcer e ouvir os locutores e comentaristas esportivos da TV? Talvez um misto das três hipóteses... 
O fato foi que desta vez o vizinho incomodado pegou pesado e fiscais do "Psiu", o órgão da Prefeitura de São Paulo que fiscaliza o nível de ruído nos estabelecimentos noturnos da cidade, apareceu e lavrou uma multa pesada, a lacrar a casa por tempo indeterminado. Fui informado dessa situação ainda internado no hospital, enquanto me recuperava e lastimei, é claro. Quando voltei para a casa, a situação se manteve em prol do cancelamento sumário, a grosso modo, mas logo uma ideia a conter uma solução alternativa, surgiu no horizonte. 

A casa voltou a funcionar, mas sob severo controle da emissão de decibéis, por que o Alexandre Rioli lançara a ideia do projeto voltar sob forma acústica, a minimizar o incômodo com o vizinho, mas a mostrar resistência, a evitar assim, que na visão da parte de terceiros alheios ao que fora ali construído, se destruísse pura e simplesmente. 

Nesses termos, sabedores de que nós três, os membros d'Os Kurandeiros e da Magnólia Blues Band, já havíamos feito apresentações "acústicas" antes, sob outras circunstâncias, ninguém se surpreendeu ou receou pelo resultado sonoro que obteríamos em uma ação dessa característica.

Na primeira experiência que tivemos nesse sentido, em 3 de junho de 2015, fizemos uma apresentação tranquila e até exagerada no sentido da precaução, pois o Carlinhos não levou a sua bateria e assim se apresentou a tocar um "cajon". A se tratar de um instrumento bastante limitado de percussão, este faz uma simulação de bateria, de forma bem rudimentar, mas quase nenhum baterista gosta de tocá-lo, pela óbvia limitação que ele possui.

A Magnólia Blues Band em ação na minha primeira apresentação após a minha internação hospitalar e a demarcar a fase  acústica do projeto, para minimizar problemas com a vizinhança. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 3 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Por outro lado, eu estava ainda muito debilitado fisicamente, mas feliz por estar a voltar a fazer parte da "Quarta Blues" e contente pela recepção calorosa dos amigos e funcionários da casa, que certamente souberam do meu problema de saúde. 

Feliz também por que sobrevivi e estava a voltar a tocar e dessa forma, a colocar a minha vida virtual em dia, igualmente, incluso no avançar com a finalização desta autobiografia e acredite, amigo leitor, temi pela sua não conclusão e isso me aborreceu bastante no período em que fiquei em suspensão pessoal pela doença e pelo desfecho, com as possibilidades concretas a oscilar entre um colapso final ou mediante uma reabilitação muito difícil. 

Portanto, mesmo por ter sido uma versão bem diferente das mais de sessenta noitadas que havíamos feito anteriormente, ali naquele palco, eu estive feliz. E de fato, alheio ao meu problema pessoal, o projeto inaugurou também uma nova fase de sua história. 

Foto da primeira apresentação da Magnólia Blues Band, em sua nova fase acústica e com minha volta à banda, ainda a enfrentar a lenta recuperação da minha convalescença e por tal longo período, a me apresentar sentado. Kim Kehl ao violão, Carlinhos Machado no "cajon" e eu (Luiz Domingues) no baixo ligado diretamente na linha. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 3 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

O formato "acústico", para se adequar às necessidades sonoras da casa, tornar-se-ia a nova rotina e a dinâmica de um convidado por semana não existiria mais, formalmente, mas muita gente boa participaria, certamente, no futuro próximo. E de minha parte, a longa convalescença que passou a determinar que eu tocasse sentado doravante, para me desgastar menos. 

Então foi assim a minha retomada às atividades com a Magnólia Blues Band, com um bom público presente e o formato "acústico" a significar na prática um combo a apresentar um violão, cajon e o meu baixo plugado direto na mesa do PA, a se evitar o uso de um amplificador. 

No meu caso fora horroroso tocar na linha, entretanto, melhor assim que não tocar, não é mesmo? Voltamos com essa nova dinâmica, portanto, na tradicional "Quarta Blues" e a boa nova, além da minha participação, foi que os fiscais do "Psiu" não aparecerem mais e o formato acústico assegurara um nível de decibéis que não haveria como incomodar a vizinhança.

Mais uma edição sem convidado especial. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 10 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap

Em 10 de junho de 2015, tocamos novamente nas mesmas condições e chegamos à conclusão de que o cajon limitava demais a sonoridade e que não haveria problema se o Carlinhos usasse uma bateria normal, desde que reduzida, com poucas peças e a usar vassourinhas e não baquetas tradicionais.

Flagrantes da apresentação e na terceira foto, a presença do jovem Guilherme Ramazotti, a atuar com a banda. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 17 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap

Já no dia 17 de junho de 2015, tivemos as primeiras visitas, ainda que não como convidados oficiais, como antigamente. Um deles foi o amigo, Fulvio Siciliano, que nem precisava de convite, naturalmente. 

O outro convidado foi surpreendente sob uma primeira instância, mas logo descobrimos a sua razão de ser. Um rapaz apareceu com uma guitarra na mão, e ninguém o conhecia até então. Ele ficou ali sentado e parecia esperar a ser chamado para atuar conosco de uma forma fortuita. Seu nome era: Guilherme Ramazotti.  

Com o jovem, Guilherme Ramazotti a atuar conosco. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 17 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap

Só depois soubemos pelo Alexandre, que uma promoção houvera sido feito pelo site da casa e tal garoto fora o contemplado a assistir e participar da Jam, mas tal informação chegou confusa para nós e daí a nossa surpresa e também para ele, pelo visto, já que estávamos nessa fase acústica, e ele ali com uma guitarra elétrica em mãos, portanto, não haveria como participar. Mesmo assim, Fulvio Siciliano foi gentil e lhe emprestou a sua guitarra semi-acústica, e o rapaz tocou enfim conosco.

A confraternização final no momento pós-show. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, o jovem Guilherme Ramazotti, Alexandre Rioli, Fulvio Siciliano, eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 17 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Na semana seguinte, uma nova fase do projeto começaria, mas desta vez, por um fato espontâneo e que marcaria uma etapa bastante prazerosa para nós.

Cartaz a anunciar a participação do cantor, Bruno Mello, em 24 de junho de 2015

Teríamos uma participação especial na semana seguinte e desta feita tratar-se-ia de um artista convidado pelo Alexandre Rioli, a quebrar o padrão anterior, no qual geralmente o Kim tomava a dianteira para formular o convite inicial, e sob uma segunda instância, eu e Carlinhos também tivemos a oportunidade para fazermos alguns convites, em 2014. 

Tal cantor se chamava: Bruno Mello. Tratava-se de um artista carioca que também trabalhava no mercado corporativo e estava em São Paulo a realizar um trabalho por tal empresa, e assim, por ser amigo do Alexandre Rioli, aceitou de pronto o convite para vir cantar conosco.

Ótimo cantor e pessoa gentil demais, Bruno Mello ao microfone na foto acima, logo se tornou nosso amigo. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 24 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Acostumado a cantar pela noite carioca com a sua banda, Bruno Mello pareceu em princípio, ser apenas mais um convidado a entrar na lista dos que atuaram no andamento do projeto, mas não foi assim o que ocorreu e mal sabíamos, mas seria o início de uma parceria das mais profícuas.

A Magnólia Blues Band a receber o cantor, Bruno Mello. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 24 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

No dia 24 de junho de 2015, Bruno atuou e se adaptou rapidamente ao nosso esquema sob improviso total e apenas pediu para cantar duas canções fora dos nossos planos, que o Kim preparou. 

Uma delas, foi uma canção de uma banda Pop e relativamente moderna, chamada: "Keane" ("Everybody's Changing"), e a outra canção, se tratou de uma balada igualmente Pop com vocação radiofônica, mas esta dos anos oitenta, do repertório do "Whitesnake" ("Is This Love").

Bruno Mello foi o nosso convidado especial e o garoto, Guilherme Ramazotti novamente compareceu e atuou conosco. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 24 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Ambas as canções se mostravam bem fora do nosso esquadro, naturalmente, mas não haveria nada de mal em incluí-las e por outro lado, claro que o nosso convidado revelara apreço por ambas e as interpretou com entusiasmo.

Everybody's Changing" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=63XiguoaluE

"Is This Love" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=bUVw82oQxG0 

A noite foi ótima e lembrou bastante o espírito das noitadas de 2014, embora estivéssemos sob um formato acústico bastante comedido doravante e eu, particularmente, naquela situação à mercê da debilidade física, infelizmente. 

Simpático, comunicativo e muito brincalhão, Bruno Mello estabeleceu sinergia instantânea conosco. Mas até então, quando a noite acabou, não suspeitávamos que essa parceria seria estabelecida de uma forma contínua e não por apenas uma apresentação sazonal.  

Nessa mesma noite, o garoto Guilherme Ramazotti apareceu novamente, e desta vez munido de um violão, sabedor que a "Quarta Blues" agora não poderia ser mais elétrica. O rapaz tocou algumas canções conosco, naturalmente e eu apreciei ver a sua persistência e coragem de querer tocar, ao não se inibir para voltar ao Magnólia Villa Bar, para uma segunda oportunidade, mas sobretudo por não se envergonhar em tocar com músicos experientes como nós, cinquentões a caminhar para a idade sexagenária.

Confraternização final de mais uma edição da "Quarta Blues". Da esquerda para a direita: Kim Kehl, eu (Luiz Domingues), Alexandre Rioli, Bruno Mello, Guilherme Ramazotti e Carlinhos Machado. 24 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

"Feelings", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/watch?v=StavBpU1AzU

"Rock'n Roll Lullaby", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=HWSWCZm8dhk

"Everybody is Talking", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
htpps://www.youtube.com/watch?v=nGZgpLFeTHg

Quando chegou a quarta seguinte, fomos informados que Bruno Mello participaria de novo, em uma nova edição. Ele estava a viver uma rotina em sua empresa, ao passar a semana em São Paulo e só voltar ao Rio de Janeiro para rever a sua família nos finais de semana, portanto, a estar toda quarta-feira disponível ou quase em todas, pois vez por outra ele teve que viajar para cidades interioranas a trabalho, a nos desfalcar.

Com Bruno Mello a se efetivar como cantor, nos tornamos um quinteto doravante. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 1º de julho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Mas foi assim então, meio sob improviso e sem alarde, que percebemos que Bruno Mello havia se efetivado como membro da Magnólia Blues Band e isso foi ótimo para a nossa banda.

"Still You Turn me On", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=cufa_KP9dVQ 

"If", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=KPEk6xt35LO

E além do mais, Bruno se revelou um grande amigo, ao estabelecer um entrosamento total para conosco.

O Trio Kurandeito a servir a MBB. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 8 de julho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Sob o ponto de vista musical, a sua entrada foi responsável por algumas mudanças em nossa linha de atuação.

Em 8 de julho, tivemos uma edição sem a presença de Bruno Mello e também sem a presença do tecladista, Alexandre Rioli.  

"Smile" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=mzrygMwCG3k

"Lay Down Sally", com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qqZcqAAST-g

"Eu ando tão Down" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=AzNvoy3Jw6U

"Guitar Man" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=13HNuQP23uw

Claro que ele gostava de cantar e com desenvoltura, os clássicos do Blues e do Rock'n' Roll, as molas mestras do nosso projeto, mas o Bruno também propôs a inclusão de temas diferentes (e o Kim apreciou essa abertura), pois assim passamos a tocar certas canções absolutamente inusitadas e que inclusive se incorporaram ao repertório d'Os Kurandeiros, igualmente.

Uma boa edição da MBB, com o quinteto em ação. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 15 de julho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Peças musicais tais como: "Rock'n Roll Lullaby", Guitar Man, "Year of the Cat", "Just the Way You Are", "I Never Cry", "The First Cut is the Deepest", "If", "Without You", "Sylvia, "Eu Ando tão Down" e até o sucesso popularesco: "Feelings", entraram na base do puro improviso no repertório e foi muito surpreendente verificar como agradaram em cheio ao público.

Em 22 de julho de 2021, atuamos novamente sem as presenças de Bruno Mello e Alexandre Rioli, portanto como um trio.

Apenas o Power-Trio em ação para essa edição. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 22 de junho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Aliás, "surpreendente" não é a melhor palavra sobre tal repertório tão diferenciado, pois embora o evento fosse calcado no Blues, o público normal ali presente, nunca foi formado por aficionados radicais, mas a se mostrar eclético, aberto a ouvir música oriunda de outras vertentes.

A Magnólia Blues Band, em 29 de julho de 2015. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Alexandre Rioli, Bruno Mello, eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 29 de julho de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap  

Portanto, essa incorporação de tantas canções oriundas de um cancioneiro não necessariamente da raiz do Blues, foi um achado e esse mérito o Bruno teve, ao proporcionar-nos tais inserções.

Foto posada da banda, mas desta feita desfalcada do tecladista, Alexandre Rioli. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". Sem data definida Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

E claro, naturalmente que ele, Bruno, as apreciava e elas se moldavam bem ao seu alcance vocal e timbre. E até Rock Progressivo setentista foi anexado, pois eu jamais poderia imaginar que tocaria uma canção do quilate de: "Still, You Turn me On", do "Emerson/Lake & Palmer", em uma Quarta Blues!

Magnólia Blues Band em ação como trio momentaneamente, enquanto o cantor Bruno Mello aguardava a sua vez de adentrar o palco. Magnólia Blues Band. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 5 de agosto de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Muitas canções do Eric Clapton ("Bell Bottom Blues", "Wonderful Tonight", "Change the World", "Layla", "Lay Down Sally"), também anexaram-se, mas nesse caso, tratava-se de um típico material que o Kim tinha na ponta da língua, por também conhecer bem a carreira do grande guitarrista inglês etc. e tal.

Flagrantes de mais uma apresentação. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 5 de agosto de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap

Bem, e assim nossas apresentações ficaram cada vez mais ecléticas. Tocamos nos dias 1º, 8, 15, 22 e 29 de julho de 2015.

Foto posada da Magnólia Blues Band como quinteto. Sem data definida. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Com Bruno já a se mostrar muito nosso amigo, apesar do curto tempo decorrido, estávamos muito entrosados e toda quarta era um prazer contar com a sua voz, mas também com a sua companhia, sempre animada. Foram ótimas as conversas, as risadas que demos juntos, os "causos" contados etc. Dessa forma, seguimos firmes em agosto, nos dias 5, 12, 19 e 26.

Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 12 de agosto de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Mais músicas inusitadas entraram em nosso set list. Uma versão de "Smile", do Charlie Chaplin, tocada em versão ao estilo Soul Music, foi muito agradável de ser executada. Tal predisposição abriu caminho para que tocássemos outras trilhas de filmes ("Arthur, o Milionário" e "Everybody is Talking", do filme, "Midnight Cowboy", por exemplo), e claro que isso foi estimulante.

"Just the Way You Are" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=EebOL_S0ryk

"I Never Cry" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=hQeLD18BQMw

"Sylvia" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube: 
https://www.youtube.com/watch?v=1RLeR0ugvQw

Eu, Luiz Domingues & Osvaldo Vicino: metade do "Boca do Céu" reunido em 2015, trinta e nove anos depois de sua fundação! Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 19 de agosto de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

  Ainda em agosto, tive uma visita maravilhosa em uma dessas "Quarta Blues": Osvaldo Vicino, o meu velho amigo, guitarrista da minha primeira banda, o "Boca do Céu", havia me contado que gostaria de me rever, para colocarmos a conversa em dia (poxa, e tirante as redes sociais, pelas quais nós conversávamos desde 2012, aproximadamente, não nos encontrávamos pessoalmente desde 1978, portanto, havia muita conversa para se colocar em dia!). 

Fiquei muito feliz quando o avistei a adentrar o recinto do Magnólia Villa Bar e mesmo não tendo sido possível conversarmos muito, foi um grande momento que eu passei, sem dúvida alguma. 

Como eu já salientei no capítulo sobre o Boca do Céu, o primeiro desta autobiografia, o Osvaldo foi o iniciador de tudo para eu pudesse vir a me tornar músico, pois até então, tudo era vago, observado apenas como um devaneio, um sonho etéreo que eu alimentara desde 1974, 1975, portanto, graças a ele, em abril de 1976, quando me convidou para formar uma banda verdadeira, foi a porta que se abriu para que eu fosse de fato concretizar tal desejo irresistível em torno de um chamado interno. 

Osvaldo Vicino & Luiz Domingues, em 2015, a representar o Boca do Céu de 1976! Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 19 de agosto de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Que prazer, portanto, foi revê-lo nessa noite e eu só fiquei chateado por estar em estado sob debilidade física, a me recuperar das cirurgias que fizera recentemente e portanto, a tocar sentado, de forma comedida. 

Seguimos em setembro nessa rotina, a tocar nos dias 2, 16, 23 e 30. Somente no dia 9, não contamos com a presença do Bruno Mello, devido às suas idas esporádicas para cidades interioranas. 

Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 2 de setembro de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Bruno nos falava sempre que o trabalho na empresa era massacrante, com a devida pressão por resultados, que é típica do mundo corporativo. E nesses termos, nos dizia abertamente que o final de semana no Rio, com sua esposa e filha, e as quartas a cantar com nossa banda, se constituíam da sua válvula de escape para administrar o cansaço mental adquirido. Imaginávamos o quanto fora salutar para ele participar e de nossa parte, foi sempre um prazer contar com a sua presença

"Georgia on my Mind" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=hYDiCWDN8KQ

"The First Cut is the Deepest" com a Magnólia Blues Band + Bruno Mello:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fO-UJrIvTsQ

De certa forma, a sua presença e também a sua situação pessoal, me fizeram recordar do Paulo Eugênio Lima, vocalista do "Terra no Asfalto", banda na qual eu toquei no longínquo período de 1979-1982. Bruno me lembrava muito o Paulo Eugênio, pelo fator de ser um bom cantor, comunicativo, extrovertido e também por ter uma vida dividida entre a música e o trabalho no mundo corporativo. 

Em outubro, tocamos juntos nos dias 7, 14 e 21. No dia 21, além do Bruno Mello, tivemos a presença ilustre do vocalista, Willie de Oliveira, ex-backing vocalista das bandas "Tutti-Frutti" e "Cães & Gatos", da Rita Lee, nos anos setenta, e posteriormente, vocalista do "Rádio Táxi", nos anos oitenta. Claro que ele cantou conosco, também.

Confraternização final, com a foto clássica de recordação final da noitada. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Willie de Oliveira, Alexandre Rioli, Bruno Mello, Carlinhos Machado e Luiz Domingues. Última apresentação de Bruno Mello como vocalista da Magnólia Blues Band, nessa noite de 21 de outubro de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Mas infelizmente, o dia 21 de outubro, marcou a última apresentação de Bruno Mello conosco, em 2015. Terminado o seu trabalho em São Paulo, com a empresa, Bruno voltaria a dar expediente no Rio de Janeiro, e doravante, salvo um novo deslocamento, ou viagem pessoal, ele não teria mais que estar presente em São Paulo por tempo indeterminado. 

Perdermos o nosso "crooner" e todos ficamos chateados com a sua partida, mas foi algo inevitável. Dali em diante, Bruno manteve a amizade via mundo virtual e sempre postou comentários de apoio às novas apresentações, fora as brincadeiras etc. 

Terminou uma "Era", na verdade mais uma para a Magnólia Blues Band e hoje eu posso afirmar que essa fase nos dera fôlego para firmar a ideia das apresentações acústicas, portanto foi providencial o Bruno ter ingressado na banda dessa forma inesperada, pois graças à sua presença e influência, um repertório Pop construído com baladas e até algumas bem inusitadas, formatou um novo rumo para a banda, a assegurar a transição que fomos obrigados a fazer pelo fato de estarmos proibidos de usarmos a eletricidade de outrora. 

E na minha situação pessoal naquele momento, tocar Soft-Rock em meu estado de saúde claudicante, a me apresentar sentado e sem nenhuma volúpia Rocker, veio a calhar, com tal repertório de FM ao cair da noite a comandar a Quarta Blues!

Fotos posadas da Magnólia Blues Band, como componente da banda. Na primeira, sem a presença de Alexandre Rioli e na segunda, com o quinteto completo. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap

Claro que ficamos chateados com a partida do amigo, Bruno Mello.
Acostumamo-nos com a sua presença no palco, sua boa voz e sobretudo a amizade que estabelecemos diante de sua camaradagem e companheirismo total. 

Mas a vida teve que seguir e o projeto nos aguardavas toda quarta no palco do Magnólia Villa Bar. Então, no dia 28 de outubro, voltamos a nos apresentarmos em trio. Nem o Alexandre Rioli pode comparecer para reforçar o som com os seus teclados.

A atuarmos como trio, eis que um rapaz (chamado: Marcelo), surgiu da plateia e pediu para participar a tocar gaita. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 11 de novembro de 2015. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Passado o feriado de finados, no dia 11 de novembro, uma participação inusitada ocorreu. Não foi a primeira vez que isso nos aconteceu, mas o fato foi que um rapaz da plateia saiu da sua mesa em dado instante da nossa apresentação e com uma gaita em mãos, subiu ao palco e deu o seu recado. 

Não parecia ser músico profissional, mas foi boa a sua iniciativa e certamente que deve ter atingido o seu objetivo que fora impressionar a sua bela namorada, que ficou na mesa, toda orgulhosa. Não anotei seu nome, inteiro, só me recordo dele ter dito que se chamava: Marcelo. 

Mais duas noites em formação como trio se sucederam nos dias 18 e 25 de novembro de 2015. Em 2 de dezembro de 2015, recebemos a visita do casal Ciro Pessoa & Isabela Johansen. Ciro não quis cantar, Mas Isa veio para o palco e cantou: "Light my Fire" do The Doors, conosco.  

Lastimavelmente, foi a última interação musical que tivemos com a nossa amiga, pois algumas semanas depois o casal concretizou a sua separação e a culminar com a consequente saída dela, de nossa outra banda, o "Nudes". Mas claro, essa história em particular está esclarecida no capítulo da minha trajetória com Ciro Pessoa & Nudes, todavia, obviamente sem entrar no mérito da separação do casal. 

Voltamos a tocar na Quarta Blues como trio, nos dias 9, 16 e 20 e no dia 23 de dezembro, fizemos a última edição de 2015, a conter o Alexandre Rioli, conosco e assim revivemos ali o nosso repertório clássico dos primeiros tempos, com o Blues como pilar máximo, mas a passear pelo Rock'n' Roll e outros gêneros, também, naturalmente.

A banda a posar como quarteto, depois que Bruno Mello saiu da formação. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

O ano de 2015 se findou e o projeto seguiu, apesar das intempéries. A minha ausência pela doença que me acometera no início do ano e os problemas que a casa (Magnólia Villa Bar) teve com fiscalização dos ruídos noturnos ali emitidos, nos obrigou a mudar as suas características iniciais, construídas em 2014. Mas foi motivo de orgulho, como todos os envolvidos no projeto não se deixaram abater e a Quarta Blues prosseguiu.

Deixo aqui também o meu agradecimento pessoal pela paciência e extremo companheirismo de Kim Kehl, Carlinhos Machado e Alexandre Rioli e Bruno Mello, os membros do Magnólia Blues Band e mais Lara Pap, a nossa produtora, além de Lídia Forjaz (gerente), Edson Silva (técnico de som), a cozinheira, Dona Terezinha e demais funcionários da casa, que me apoiaram e torceram pela minha recuperação.

Uma foto de confraternização a conter a presença da Magnólia Blues Band + amigos + músicos amigos. 13 de janeiro de 2016. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Edson Silva

Em 13 de janeiro de 2016, fizemos a primeira apresentação do novo ano e tivemos as visitas de Cris Stuani e Ciro Pessoa, que naturalmente cantaram conosco.

Como Power-Trio a atuar. Magnólia Blues Band no projeto "Quarta Blues". 13 de janeiro de 2016. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Mais apresentações ocorreram nos dias 20 e 28 de janeiro de 2016, e em tais ocasiões, novamente como Power-Trio e sem nem a presença de Alexandre Rioli aos teclados. 

Abrimos o mês de fevereiro de 2016, nessa mesma dinâmica tradicional, mas na semana do carnaval, descansamos como bons Rockers & bluesman que não tem nada a ver com a farra do Rei Momo. 

Em 17 de fevereiro, Ciro Pessoa compareceu e fez uma entrada inteira conosco, a tocar o repertório dos "Nudes". Recebemos também a visita do baterista do "Ultraje a Rigor", Marco "Bacalhau" Aurélio, que tocou uma música conosco.

Edição animada! Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Ciro Pessoa, Marco "Bacalhau" Aurélio, Carlinhos Machado e Luiz Domingues. Acervo e cortesia: Magnólia Blues Band no Projeto "Quarta Blues". 17 de fevereiro de 2016. Kim Kehl. Click: Lara Pap 

David Bowie havia desencarnado há poucos dias e Ciro Pessoa cantou: "Moonage Daydream", conosco. Bem, adoro essa canção e o Bowie, portanto, foi bem emocionante passar essa energia ao universo, onde sei que tal emoção chegou ao nosso mestre camaleão. 

Na semana seguinte, o Kim teve um compromisso inadiável. Ele foi participar de uma liturgia sagrada, a louvar São Keith Richards, ou seja, por azar nosso (mas sorte dele), o ingresso que ele detinha para assistir o show dos Rolling Stones, foi para a quarta-feira, e não para o sábado, portanto, fizemos uma Quarta-Blues sem a sua presença (aliás, foi a segunda vez nesse sentido).

Com Fulvio Siciliano a comandar a guitarra, enquanto Kim Kehl estava no estádio a assistir Keith Richards & Cia no estádio do Morumbi, tivemos também a presença de um cantor da pesada e ultra simpático, na figura de Sérgio Cândido dos Anjos. Magnólia Blues Band no Projeto "Quarta Blues". 24 de fevereiro de 2016. Kim Kehl. Click: Lara Pap 

Apesar disso, foi ótimo fazer a noitada com o Fulvio Siciliano na pilotagem do violão e que no caso foi uma guitarra com volume bem baixo para não ferir o pacto de silêncio que estabelecemos para não colocar a casa em risco com os fiscais do "Psiu". E ele tomou a liberdade para convidar um amigo seu, chamado: Sergio Cândido dos Anjos.

"Crossroads" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos:

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=_jtupNSi9jY 

"Mary Have a Little Lamb" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos:

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=zxRHj3ZjG94 

"Nothing but a Woman" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos:

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=qky2U_sGhQc
 
O nosso baterista, Carlinhos Machado, mais Fulvio Siciliano e Sérgio Cândido dos Anjos, haviam sido companheiros em uma banda chamada: "Blue Trip", que rodara pela noite paulistana no início dos anos noventa, portanto, foi muito agradável verificar como ficaram animados em reencontrar-se e tocar juntos, depois de tantos anos.  


"Wonderful Tonight" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos:

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=aOUJx-j74GM
 
Sergio Cândido dos Anjos se revelou um cantor sensacional e uma figura extremamente simpática, a tornar a noite ótima, apesar da ausência do Kim e do Alexandre. Na semana seguinte, nosso amigo Kim, esteve conosco de novo. Empolgado por ter visto os Rolling Stones em ação, ele nos contou as suas impressões sobre o show que assistira e foi um prazer ouvi-lo a nos contar.


Com o Kim a tocar o violão "Dobro". Magnólia Blues Band no Projeto "Quarta Blues". 2 de março de 2016. Kim Kehl. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap  

Com um violão dobro em mãos, a noitada de 2 de março de 2016 não poderia ter sido melhor, pois foi uma apresentação centrada no Blues em essência e assim honrou a tradição pela qual essa banda fora fundada. 

E assim se sucedeu também nos dias 9 e 16 de março de 2016. No dia 16, foi a última apresentação de março com a minha presença, pois no dia 17, eu precisei me internar novamente com o objetivo de realizar uma nova cirurgia abdominal. A decorrência das duas cirurgias que eu fizera em 2015, abriu a possibilidade de uma hérnia crescer na parede interna do meu aparelho digestivo-intestinal, e nesses termos, desde o final de 2015, eu vinha a sentir um incômodo, e quase sempre a tocar sentado nas três bandas pelas quais eu estava a atuar. 

Recuperei-me de uma forma bem mais amena desta feita, ao perder apenas duas edições da "Quarta Blues". Em uma delas, o amigo, Sérgio Luongo, foi gentil em me substituir, mas na segunda ocasião, ele mesmo não podia atuar, por também ter que parar para também se submeter a uma cirurgia, ao estabelecer uma ironia do destino. Nesse caso, Kim e Carlinhos se apresentaram em formato duo, também sem o Alexandre aos teclados. 

Edição com o quarteto novamente reunido! Magnólia Blues Band no Projeto "Quarta Blues". 6 de abril de 2015. Kim Kehl. Click: Lara Pap 

Voltei no dia 6 de abril de 2016 e com alegria, o quarteto clássico da Magnólia Blues Band se apresentou. Particularmente, eu me senti feliz com uma volta muito mais rápida que a de 2015 e assim a noite foi marcada sob o simbolismo forte nesse sentido.

No dia 13 de abril de 2016, fizemos mais uma apresentação tradicional, e com a presença do Alexandre. 

Penúltima edição do projeto. A bateria sem a presença de Carlinhos Machado simbolizou bem o final da história dessa banda, que se aproximava. Magnólia Blues Band no Projeto "Quarta Blues". 13 de abril de 2015. Kim Kehl. Click: Lara Pap 

Mas os ventos que já sopravam de forma tenebrosa nesses meses de março e abril de 2016, se intensificaram para a nossa banda, muito em decorrência do mau momento financeiro que a casa ostentava ao se tornarem mesmo uivantes, digamos assim, e assim, foi inevitável que se decretasse o fim do projeto, com o pesar de todos. 

Ao mudar radicalmente o perfil do Magnólia Villa Bar, a casa doravante esteve a modificar o seu foco para trabalhar apenas como restaurante e não como casa de espetáculos musicais e assim se encerrou a saga do Projeto "Quarta Blues" e consequentemente, a formação da Magnólia Blues Band. 

Alexandre Rioli, no entanto, deixou uma porta aberta para que no futuro a banda se apresentasse em ocasiões sazonais ou mesmo que voltasse à ativa, se a casa um pudesse voltar a manter perfil musical acentuado e a se prevenir contra a expansão do ruído, ao não ter mais problemas com a vizinhança e fiscalização da Prefeitura.  

Todos torcemos para que isso ocorresse e assim, novas histórias da Magnólia Blues Band poderiam serem escritas. Por enquanto, a apresentação do dia 27 de abril de 2016, entrou para a história como a última da banda.

Flagrantes da última apresentação da Magnólia Blues Band, em 27 de abril de 2016. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Jani Santana Morales

Portanto, encerro aqui, a história da minha trajetória com a Magnólia Blues Band. Fica a ressalva de que essa banda pode hipoteticamente voltar a se reunir para cumprir apresentações sazonais ou regulares, a qualquer momento.

Para efeito de continuidade da autobiografia como um todo, adendos dos capítulos de Kim Kehl & Os Kurandeiros, a minha banda na ativa neste momento de abril de 2016, serão escritos no futuro, conforme já deixei estabelecido nos capítulos finais dessa banda. 

Agradeço aos leitores pela atenção até aqui, e espero contar com todos, quando eu lançar as atualizações devidas de outras histórias que serão construídas doravante.

O quarteto base da Magnólia Blues Band em foto posada. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

No próximo e derradeiro capítulo, será o momento para falar dos personagens dessa história da Magnólia Blues Band!

Continua...