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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Patrulha do Espaço - Capítulo 19 - Reencontro, Tesouros Resgatados & Pérolas Novas Encomendadas - Por Luiz Domingues

Após a minha participação como convidado de um show da Patrulha do Espaço, na condição de ex-componente, em junho de 2014, uma nova ocorrência com a minha ex-banda apresentou-se no decorrer de 2016. Através de uma mensagem via "inbox", pela Rede Social Facebook, o Rolando Castello Junior, disse-me que planejava lançar uma nova coletânea da banda e que nesse novo álbum, haveria a presença de mais algumas músicas da formação da qual fiz parte, algumas extraídas dos álbuns oficiais de estúdio que gravamos e outras decorrentes ainda daquele material que graváramos ao vivo em uma temporada realizada no Centro Cultural São Paulo, em julho de 2004. 

De fato, da gravação de três shows dessa mini temporada no CCSP, em 2004, lançamos o disco "Capturados ao Vivo no CCSP em 2004", mas lançado em 2007. é bom salientar), e anos mais tarde o Junior lançou mais uma canção ao vivo dessa gravação/formação, em um álbum híbrido, com material inédito e proveniente de uma formação mais moderna (em 2012, através do CD "Dormindo em Cama de Pregos"), na condição de "Bonus Track", no caso, a canção: "Rock com Roll". 

Agora, a meta seria uma coletânea a apresentar material da banda, tanto em faixas de estúdio, quanto ao vivo, produzidas no período pós ano 2000, como uma espécie de continuação da tetralogia "Dossiê Volumes 1, 2, 3 & 4, que fez um apanhado de toda a carreira da banda, entre 1980 a 2000, com exceção dos dois anos iniciais das suas atividades (1977/1979), a conter os dois primeiros discos da fase com Arnaldo Baptista, suprimidos por conta de direitos autorais presos a uma gravadora/editora, irredutível em ceder tal material, uma pena.

Fiquei contente com a novidade, é claro, e mantive-me na expectativa de tal lançamento. Esse contato ocorreu por volta de abril de 2016. Mais ou menos em agosto do mesmo ano, o Junior abordou-me novamente, ao dizer-me estar com o disco pronto e que gostaria de entregar-me um lote de CD's da minha cota pessoal de recordação e a pedir-me para ficar também com o lote de Rodrigo Hid, com o qual marquei um café posteriormente, para entregar-lhe o seu material. Pois foi assim então, na noite de 28 de agosto de 2016, encontrei-me com o Junior e sua atual esposa e vocalista da Patrulha, Marta Benévolo, no saguão do hotel onde estavam hospedados, no bairro do Paraíso, zona sul de São Paulo. Ali, conversamos sobre os velhos tempos de nossa formação e mais detidamente sobre o lançamento dessa nova coletânea, em questão.

Denominada, "Aventuras Rockeiras no Século XXI", apresenta uma boa retrospectiva do que a Patrulha do Espaço produziu no novo século, a englobar logicamente a formação "Chrophágica", da qual fiz parte e com espaço generoso na concepção desse álbum, eu diria. Ao extrair algumas canções de cada álbum, do CD "Chronophagia", para frente, incluso mais duas inéditas do mesmo bojo de canções gravadas para o disco ao vivo de 2004, a nossa formação ocupa mais da metade dessa coletânea. Sobre o critério de escolha do material, o Junior disse-me ter decidido-se a priorizar mais os Rocks tradicionais e o Hard-Rock, já a projetar para o futuro o lançamento de uma segunda parte dessa coletânea, desta feita centrada no material progressivo e psicodélico que a banda produziu e certamente, se confirmar tal lançamento, tende a ser mais um disco baseado em nossa formação, pois as formações que sucederam-nos, levaram a banda para um trabalho mais pesado, quase ao limite do Heavy-Metal, doravante.

Sobre o nosso material, então, as escolhas foram as seguintes:
1) CD Chronophagia - "Ser", "Tudo Vai Mudar" e "Retomada"
2) CD ".ComPacto" - "São Paulo City", "Louco um Pouco Zen" e "Homem Carbono"
3) CD "Missão na Área 13" - "Universo Conspirante", "One Nighter", "Rock com Roll", "Vou Rolar", "For Loonies Only" e "Trampolim"
4) CD "Capturados ao Vivo no CCSP em 2004" - "Sai Dessa Vida" e "Vampiros".

A respeito do material extraído dos álbuns de estúdio não há muito a acrescentar, pois já foram amplamente comentadas em capítulos anteriores. Falo então sobre as duas canções que não entraram no álbum ao vivo, gravado em 2004. Trata-se de duas músicas clássicas do repertório antigo da banda, oriundas da fase do trio dos anos 1980, composto por Junior/Serginho/ Dudu. 

Nota-se em ambas uma pegada setentista acentuada, ainda ao sabor do Rock brasileiro daquela década e mesmo tendo sido gravadas no início dos anos oitenta, pelo trio clássico citado, a intenção da banda ainda rezava por tal cartilha tradicionalista e portanto, quando gravadas ao vivo pela nossa formação "Chronophágica", evidentemente que tiveram em nossa interpretação, a mesma intenção, naturalmente.

Em "Sai Dessa Vida", impressiona o som de baixo nessa captura. O Fender Precision ronca forte ao extremo. O riff inicial em 7/4 fica naquele limiar entre o Hard e o Prog-Rock. Solos muito vigorosos e uma interpretação vocal solo de Rodrigo com muita força. Junior arrebenta com a levada e as viradas.

Sobre "Vampiros", essa canção que é uma composição do saudoso, Ivo Rodrigues (sei que não consta do crédito oficial, mas o baixista, Carlão Gaertner, garantiu-me que essa canção tem a participação na autoria, de todos os componentes d'A Chave, e não somente o Ivo, como ficou marcado), ex-guitarrista e vocalista das lendárias bandas paranaenses, "A Chave" e "Blindagem". Nessa versão, Rodrigo Hid mais uma vez brilha no vocal solo. 

É bem verdade que o andamento está bem mais acelerado do que a gravação original de estúdio feita pela Patrulha, mas creio que tal entusiasmo soa bem nessa versão ao vivo. Marcello e Rodrigo brilham nas guitarras e o meu baixo, Fender Precision, segue o padrão da faixa anterior, com uma timbragem aguda, ardida, alguns graus a mais do que eu normalmente equalizo no amplificador para shows ao vivo, mas certamente fruto da masterização do CD que deve ter realçado os agudos, sobremaneira. 

A parte do solo principal que foi feita desdobrada, tem um belo arranjo, gosto muito da sincronia de guitarras e baixo. O Junior arrebenta, impressionante como até em uma levada aparentemente tranquila, ele dá um jeito de torná-la sofisticada, e com uma empolgação Rocker que só quem viveu os anos 1960/1970, sabe o que realmente isso significa. 

Os backing vocals são simples, mas aparecem com força. Ao ouvir no headphone, o leitor/ouvinte, encontrará a minha voz ao lado direito e a do Marcello, no esquerdo.

Para falar da concepção geral do CD, a masterização foi feita no estúdio Rocklab, em Goiânia-GO, sob a batuta do amigo, Gustavo Vasquez. Toda a parte de ilustrações ficou a cargo de Marta Benévolo e "Cerrado Goiano" e nesse caso, sinceramente não sei se este último trata-se de uma brincadeira, uma pessoa ou um espaço/estúdio onde foi feito o trabalho. As ilustrações aludem ao espaço sideral/astronautas e motivações análogas. Na capa principal, vê-se um foguete de concepção "futurista" ao sabor dos anos cinquenta do século passado, encravado no solo de um planeta/asteroide e três astronautas do lado de fora, a carregar baixo; guitarra & prato de bateria, e a usar uniformes espaciais bem ao estilo "retrô", a parecer uma ilustração de Comics / HQ dessa época, portanto, sob numa concepção muito bonita e lúdica ao mesmo tempo.
Na parte interna, são várias lâminas, a apresentar o padrão típico das coletâneas produzidas pelo Rolando, com texto muito bem escrito, ao explicar o teor do lançamento e situar o leitor / ouvinte na história enfocada da banda nesse período proposto; informações técnicas precisas sobre as canções; o disco em si; recheado com fotos das respectivas capas dos álbuns que cederam canções para a coletânea, e das formações da banda envolvidas nesse contexto. Produção geral e concepção de Rolando Castello Junior.
Luiz Domingues & Rodrigo Hid em 31 de agosto de 2016, em uma padaria da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, ocasião em que além do café e da boa conversa, celebramos o lançamento da coletânea, "Aventuras Rockeiras no Século XXI", da Patrulha do Espaço, na qual ambos estamos representados em várias faixas provenientes de nossa participação na formação "Chrophágica" dessa banda. Click (selfie), acervo e cortesia: Rodrigo Hid

Alguns dias depois de receber tal material das mãos do Junior, marquei um café com o Rodrigo Hid e entreguei-lhe a sua cota de CD's desse lançamento. Assim, em 31 de agosto de 2016, encontramo-nos na padaria da esquina da minha rua e pudemos colocar a conversa em dia, e eu a entregar-lhe o material.

Achei que o próximo reencontro com ex-companheiros da Patrulha do Espaço dar-se-ia em um ano aproximadamente, com o possível lançamento do segundo volume dessa coletânea que o Junior disse-me estar a planejar e produzir, mas na verdade, veio bem antes e com direito a um show de reunião histórico e emocionante para todos. E melhor ainda, ao abrir outra oportunidade para um disco ao vivo a mais, gravado em pleno 2016... conto sobre essa aventura, agora

Conforme relatado anteriormente, a coletânea denominada "Aventuras Rockeiras no Século XXI", fora lançada em 2016, a compreender um farto material da Patrulha do Espaço, focado na produção pós 2000, e logicamente como sugere o título da obra.
Não repetirei a análise que já fiz amplamente acima, mas realço que claro que ficamos todos (ao referir-me aos componentes de nossa formação), contentes com a inclusão de farto material de nossa fase e indo além, acho que na verdade, com predominância acentuada. 

Contudo, ainda em 2016, teríamos mais uma boa surpresa, motivada por outra produção pela qual o baterista Rolando Castello Junior empenhou-se e desta feita, ao constituir-se em uma celebração sua, pessoal, mas logicamente a respingar em todos que interagiram com ele nos diversos trabalhos que ele realizou em sua carreira. A ideia em que estava a trabalhar seria a de realizar uma série de shows, a aludir aos seus principais trabalhos na carreira, e a primeira frente seria agrupar companheiros de diversas jornadas, e claro que tal produção não seria nada fácil, em princípio.

Ao final, quando uma logística delineou-se em torno dos companheiros que confirmaram presença nas apresentações, os shows foram montados da seguinte maneira: Patrulha do Espaço em formação atual + formação Chronophágica, Aeroblues e Inox.

A turnê foi montada para acontecer em São Paulo, Curitiba & Buenos Aires, e tudo foi gravado e filmado. Portanto, sob uma segunda etapa e isso ocorrerá ao final de 2017/início de 2018, certamente, uma caixa será lançada com CD's e DVD's, fruto desses shows realizados. A caixa será naturalmente focada no espetáculo comemorativo dos cinquenta anos de carreira de Rolando Castello Junior, no que ele considera o início de sua carreira, em 1966, quando tinha apenas treze anos de idade. Ou seja, dez anos antes do meu início, que ocorreu em 1976.

Foto de nossa formação da Patrulha do Espaço, em fevereiro de 2001. Click de Ana Fuccia

Sobre o que concerne-me diretamente, tudo começou com uma mensagem do Junior no meu "inbox" da rede social, Facebook. Claro que aceitei o gentil convite da parte dele sobre participar e ficou ainda mais prazeroso ao saber que a minha presença estaria vinculada a uma reunião completa de nossa formação. E ao saber que todos os demais companheiros estavam confirmados, logicamente que senti-me feliz por essa oportunidade em reunirmo-nos, após doze anos de dissolução da nossa fase na história dessa banda.  

Um ensaio foi marcado para os estúdios "Orra Meu", de propriedade dos irmãos Schevano, que eu sabia de sua construção, há anos, e o próprio Marcello havia conversado comigo pela rede social Facebook, cerca de um ano antes, quando a estrutura física do empreendimento já estava praticamente pronta e ele queria saber se meu primo, Emmanuel Barreto, que era dono do Site Cultural "Orra Meu", não importar-se-ia em que os irmãos Schevano registrassem tal denominação para batizar seu estúdio. Fiz a ponte e meu primo sinalizou que não haveria problema algum e dessa forma, ao entrar com o protocolo no INPI, os irmãos Schevano selaram a sua marca. 

Fui convidado a visitar as suas instalações, mas ainda não havia tido uma oportunidade para tal. Os amigos da banda "Tomada" também haviam convidado-me a visitar as sessões de gravação de seu novo álbum, mas não fora possível realizar tal intento. Dessa forma, só fui tomar contato com o estúdio, no dia em que fui ensaiar com a Patrulha do Espaço, ao final de outubro de 2016, e fiquei boquiaberto com as suas instalações; equipamentos e com o ritmo de atividades que já apresentava naquela altura, mesmo sendo ainda, recém-inaugurado. 

Em suma, fiquei impressionado com a qualidade das salas de ensaios e sobretudo das salas de gravação, que apresentam uma infraestrutura de estúdio de alto padrão norte-americano ou europeu. Fiquei muito orgulhoso desse sucesso pessoal dos irmãos Schevano, e claro que a minha ligação com ambos é antiga, pois bastar examinar a minha autobiografia, quando cito-os desde que Ricardo Schevano apresentou-se para ser meu aluno, no longínquo ano de 1994, e a trazer o seu irmão caçula, Marcello para a minha sala de aulas e dali veio toda a interação que tive com a primeira banda deles, o "Essex"; depois o Sidharta e a Patrulha do Espaço com o Marcello a atuar na formação etc.

Na copa do estúdio "Orra Meu", a formação Chronophágica da Patrulha do Espaço, reunida após doze anos da dissolução dessa fase na história da banda. Da esquerda para a direita: eu (Luiz Domingues), Rolando Castello Junior, Rodrigo Hid, Marcello Schevanno e a presença do vocalista do "Carro Bomba", Rogério Fernandes, a interagir conosco na conversa. Outubro de 2016. Click, acervo e cortesia: Daniel "Kid"

Encontrei-me com Marcello Schevano e Rodrigo Hid nas dependências do complexo de estúdios Orra Meu, localizado no bairro da Saúde, em São Paulo, e logo a seguir, avistei o Junior na copa, do mesmo. E como se não bastasse ter essa estrutura toda, eles ainda possuem uma laje externa imensa e que dá margem à construção de mais salas de estúdios e até um auditório que tranquilamente comportaria duzentas pessoas bem instaladas, para a realização de shows. Por ora, é apenas uma espécie de "fumódromo" do estúdio, e a visão que tem-se ali de uma parte do bairro, com uma impressionante selva de pedra, ultra urbana, é incrível, principalmente no período noturno.

A banda a ensaiar e a fazer aquele som Rocker e com a volúpia de outrora, resgatada. Viva a Chonophagia! Da esquerda para a direita : Luiz Domingues; Rodrigo Hid e Marcello Schevano na linha de frente, com Rolando Castello Junior na bateria, pronto a realizar as suas viradas impossíveis. Estúdio Orra Meu, São Paulo. Outubro de 2016. Click, acervo e cortesia: Daniel "Kid"

Ensaiamos e foi muito prazeroso tocar aquelas oito músicas previamente escolhidas para o show ("Ser", "Tudo Vai Mudar", "Nave Ave", "São Paulo City", "Homem Carbono", "Rock com Roll", "Vou Rolar" e "One Nighter"). Na hora do ensaio, "One Nighter" foi cortada, por questão de falta de espaço, visto que dividiríamos o espetáculo com a formação atual da Patrulha + convidados. Então, fechou-se em sete canções. Outro ponto sobre o critério de escolha das músicas, privilegiou-se o repertório mais Hard-Rock/Rock'n' Roll, com a inclusão de apenas um número progressivo, no caso de: "Nave Ave". 

A falta de tempo para ensaiar e sobretudo a necessidade em coibir exageros ao pensar-se no "todo" do show, fez com que essa escolha fosse a mais acertada.

Foi ótimo ensaiar com os antigos colegas e tocar aquelas canções com a velha volúpia Rocker da Patrulha do Espaço, de nossa formação, sendo claro que comentamos que no futuro ficaria aberta a possibilidade de uma nova reunião para dessa vez, haver mais espaço de tempo e a inclusão de temas mais progressivos no repertório.  

Não havia muito tempo para ensaiar, visto que outros ensaios estavam marcados com outros convidados e o bloco de shows com o Alejandro Medina a envolver o som da banda porteña, "Aeroblues", onde o Junior foi membro, além do "Inox", outro trabalho dele, desta feita nos anos oitenta, precisavam ocorrer e dessa forma, marcou-se mais um ensaio apenas e só para passar o set, sem repetições, para dali a dois dias e esse apronto rápido só comportava mesmo a presença do repertório mais Hard-Rock, mesmo, sem chance para os temas progressivos e psicodélicos.

Bem, agora reunir-nos-íamos no dia 4 de novembro de 2016, no palco do Sesc Belenzinho, em São Paulo.

Hora do show, hora de homenagear a carreira de um dos Rockers mais perseverantes da história do Rock brasileiro e também de celebrar uma formação que muito orgulhosamente digo que está na história da Patrulha do Espaço e muito além, no Rock brasileiro. A expectativa foi grande, pois se em 2014, eu havia tocado em um show da Patrulha do Espaço, como convidado e nesse mesmo show, o Marcello esteve conosco no mesmo palco, desta vez, com a presença garantida de Rodrigo Hid, nós obviamente tínhamos desta feita, a nossa formação em sua totalidade e não seriam apenas duas músicas, mas um show de choque, a ocupar quase a metade do espetáculo.

Patrulha do Espaço em sua formação "Chronophágica" (1999-2004), a ensaiar dias antes do show, no estúdio Orra Meu, de São Paulo. Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Rodrigo Hid, Marcello Schevano e na bateria, Rolando Castello Junior. Click, acervo e cortesia: Daniel "Kid"

Cheguei no horário combinado para aguardar a realização do soundcheck, nas amplas dependências do Sesc Belenzinho. Já havia tocado ali com o Pedra, em fevereiro de 2013, mas no seu belo teatro. Desta feita realizar-se-ia o espetáculo na dita "Comedoria", um neologismo que criaram para designar um imenso salão onde existe um restaurante e uma lanchonete e ali realizam-se também shows musicais. Sem nenhum prejuízo artístico, o espaço chega a ser muito maior que o da famosa "Chopperia" do Sesc Pompeia, portanto, com um palco grande, a conter PA com enorme pressão sonora e iluminação no mesmo padrão de um teatro, faz com que realizar-se shows ali é uma garantia de exibição sob alto padrão. 

Como o objetivo foi gravar todos os shows, vi que a unidade móvel do estúdio Orra Meu estava ali e com os irmãos Schevano e com três técnicos a trabalhar intensamente (o próprio, Ricardo Schevano; André Miskalo e Gustavo Barcelos). Sou informado de que tais profissionais são altamente gabaritados na produção de áudio e que foram professores dos Schevano, no curso que fizeram de operação / gravação de áudio, tempos atrás, na renomada escola de áudio, IAV.

Fotos do soundcheck e no camarim com o amigo, Cesar Gavin, baixista e blogueiro da pesada. Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016  Clicks; acervo e cortesia: Cesar Gavin 

Christine Funke, uma produtora musical que eu conheci em 2014, por ocasião do show Tributo em que participei em homenagem ao grande, Hélcio Aguirra, e que tornara-se muito amiga minha e de meus companheiros nos Kurandeiros de Kim Kehl, seria a "road manager" dos shows, o que deu-me alegria, dada a nossa amizade sedimentada. No camarim, passei um longo tempo a conversar com Marta Benévolo e Daniel Dalello, vocalista e baixista da atual formação da Patrulha e ambos, muito gentis, com o tempo a passar prazerosamente pela boa prosa regada a café com torradas. Aos poucos, muita gente conhecida chegou e agregou-se ao clima leve do camarim. 

O ótimo guitarrista, Carlinhos Anhaia, um especialista em Country-Rock, Paulão Thomaz, meu amigo desde 1984, mais ou menos, o extraordinário Ivan Busic, que relembrou a gravação do LP The Key, d'A Chave do Sol em 1987, e como gravou a faixa, "A Woman Like You", sem a esteira da caixa ativada...  

Muita gente amiga no camarim. Da esquerda para a direita, Marta Braga (esposa de Paulo Zinner), Mariana Schevano (esposa de Marcello Schevano), Rogério Fernandes (vocalista do Carro Bomba), Paulão Thomaz (atualmente no Kamboja), Paulo Zinner e eu (Luiz Domingues). Na frente, agachados, Paulinho "Heavy" (Inox) e Cesar Gavin (baixista e blogueiro). Click, acervo e cortesia: Bolívia & Cátia 

E teve mais: os roadies da nossa fase, Samuel Wagner e Daniel "Kid", e cheguei a comentar com eles e na presença de Rodrigo Hid por perto: - "só faltou o nosso motorista, o "seu" Walter e seus gritos ensandecidos (: -"sai da frente do azulão, seus FDP" !),
Rogério Fernandes (vocalista do "Carro Bomba"), Paulinho "Heavy", vocalista do Inox, e o excepcional, Paulo Zinner, também circulavam pelo camarim festivo. Outra figura sensacional, o baixista e agitador cultural/blogueiro da pesada, Cesar Gavin, aproveitou a ocasião para gravar diversas entrevistas nos bastidores, eu incluso, e claro, com o foco no Rolando, o grande homenageado dessa celebração toda. Conversamos muito sobre o meu livro, minha carreira, com direito a outros trabalhos por onde passei e foi muito prazeroso esse contato com um dos empreendedores culturais mais fortes do métier.
Amigos queridos e personagens super citados no meu livro, em épocas e situações diferentes e/ou paralelas. Da esquerda para a direita: Marcelo "Pepe" Bueno (baixista do Tomada e meu ex- aluno), Cesar Gavin (baixista e blogueiro/agitador cultural), eu mesmo (Luiz Domingues), Luiz Carlos Calanca (dono da loja/gravadora "Baratos Afins" e produtor de dois discos d'A Chave do Sol, nos anos oitenta), e Luciano "Deca"(guitarrista, amigo e meu colega de Pitbullls on Crack nos anos noventa... we've have a lift off !). Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Click, acervo e cortesia: Bolívia & Cátia

Soundcheck realizado sem muita demora, a pressão estava boa no palco e agora seria aguardar o início do espetáculo que dar-se-ia com a Patrulha do Espaço então atual (mas nem tanto, pois o guitarrista titular, Danilo Zenite, não pode comparecer e assim, Marcello Schevano, assumiu), com vários convidados avulsos, incluso a esposa do Marcello (Mariana Schevano), que tocou bateria na música: "Robot". Quando chegou a nossa vez, assim que subi ao palco, vi que uma reação muito forte irrompeu na plateia, e ao mirar nos rostos das pessoas, pude ver em seus semblantes, uma emoção sincera. Tal sentimento bateu de encontro com a nossa, em estarmos a reviver a nossa formação. Não foi uma "volta", todos estão comprometidos com outros trabalhos e o Rolando toca a Patrulha do Espaço para frente com a sua nova formação e ele mesmo tem outros trabalhos paralelos. Entretanto, ao revelar-se um show de choque, doze anos depois foi um prazer, é claro e acima de tudo, uma oportunidade de resgate e um presente aos fãs do trabalho.
Doze anos depois e a formação Chronophágica da Patrulha do Espaço, novamente reunida. Uma mágica só possível graças ao "Pote de Pokst", certamente... Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Clicks, acervo e cortesia: João Pirovic 

Tocamos com muita garra o nosso repertório e mesmo não tendo havido tempo hábil para mais ensaios e apuro, os pequenos erros cometidos foram irrelevantes e creio termos feito uma apresentação na altura das que fazíamos quando estávamos unidos a trabalhar regularmente e sob grande forma artística.
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Clicks, acervo e cortesia: Leandro Almeida 

Foi um prazer enorme tocar a canção: "Tudo Vai Mudar", pela canção em si, mas sobretudo pelo que representa em termos de "espírito chronophágico", ao simbolizar o que sonhávamos mudar, o "religare" com que tanto sonhei, enfim... 
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Clicks; acervo e cortesia: Bolívia & Cátia

O público respondeu com muito calor humano e senti muitos flashs da parte de máquinas fotográficas, e as inevitáveis filmagens com telefones celulares e tablets. De fato, horas depois e já havia repercussão com tal material pelas redes sociais, o que foi bem interessante e espelhou bem o clima dessa apresentação.
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Clicks; acervo e cortesia: Robson Tiburcio Paiva 

Missão cumprida, não na "Área 13", porém, uma página avançada da formação chronophágica foi escrita nessa noite de 4 de novembro de 2016. Estava de parabéns o Rolando pelos seus cinquenta anos de carreira e sem ceder nem um milímetro em suas convicções Rockers, o que em um país como o Brasil, tem valor dobrado, ou muito mais que isso.

"Tudo Vai Mudar" ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Postado por Washington Santos
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=cPEn1u834IQ

"Homem Carbono" ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Postado por Washington Santos    
 
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=cPEn1u834IQ   

E fica a perspectiva de mais um capítulo para a Patrulha do Espaço, entre o final de 2017 e início de 2018, quando fatalmente descreverei o lançamento dos CD's e DVD's dessa caixa comemorativa que será lançada graças a essa turnê.

Luiz Domingues em destaque, como nos velhos tempos em que exercia a "Retomada" do sonho dos "Sixties", a bordo dessa nave. Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Click; acervo e cortesia: Regina de Fátima Galassi

Portanto, continua...
mas sem data definida para a publicação do próximo capítulo.