O ano de 2023 chegou para Os Kurandeiros, já a antever o lançamento de mais um álbum a reforçar a nossa discografia, e a se revelar um trabalho ao vivo, conforme eu já venho a relatar desde alguns capítulos anteriores. No entanto, esse projeto de lançamento ainda não seria algo a se concretizar para tão cedo, pois a planificação estava a ser seguida no sentido de dar espaço para o CD "Cidade Fantasma" ter um maior tempo de maturação para ser divulgado ao máximo.
Dessa forma, a primeira movimentação para a banda se deu com a boa nova de que mais uma vez, uma música nossa fora relacionada para fazer parte do programa: "Planeta Música", da Rádio Nova Cultura 93.1 FM de Botucatu-SP, e assim ocorreu no dia 11 de janeiro de 2023.
Bem, a verdade foi que dois desses programas eram da minha própria responsabilidade na produção de suas respectivas playlists e um deles, do Carlinhos Machado, mas em meio a tantos artistas que programávamos normalmente, que mal haveria em indicarmos o nosso próprio som para tocar? Enfim, discussão ética a parte, a nossa canção, "Ultimo Blues", tocou no meu programa: "Eu Recomendo" da Webradio Orra Meu, em 14 de fevereiro de 2023.
Já no programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, a música "Anjo" foi tocada entre 25 e 31 de março de 2023.Uma semana depois e a canção "Maria Gasolina" foi incluída na programação do programa "Planeta Música" da emissora Nova Cultura 93.1 FM de Botucatu-SP, exatamente em 5 de abril de 2023.
E enfim a luz brilhou em termos de apresentação e teve tudo a ver comigo meu, Luiz, pois o show foi programado para ser vinculado à "noite de autógrafos" de meus livros.
O fato, foi que esse plano era antigo. Quando surgiu a oportunidade concreta do lançamento do meu primeiro livro ("Luz; Câmera & Rock'n' Roll"), eu havia conversado com a banda e também com o amigo Cleber Lessa, proprietário da casa de espetáculos, "Santa Sede Rock Bar" e ao combinar com ele, já havia fechado a ideia de programar um show d'Os Kurandeiros e a noite de autógrafos no mesmo evento promovido nessa citada casa. Tal conversa foi travada ao final de 2019, e uma data seria marcada em breve, assim que eu tivesse a confirmação da parte da gráfica de que o meu livro estivesse publicado. Mas em 2020, a pandemia mundial decorrente do coranavírus explodiu e tudo foi cancelado sine die.
Bem, nesse ínterim, o Santa Sede Rock Bar anunciou o fechamento de suas portas, em decorrência da própria pandemia e assim, a casa onde mais tocávamos naqueles anos de 2017 a 2019, simplesmente não existia mais e assim, toda aquela boa vibração sessentista que ali existia, desapareceu. Eu planejava além do nosso show, convidar um artista para tocar voz e violão durante a noite de autógrafos e com a intenção dele tocar temas oriundos de trilhas de filmes enfocados no meu livro, para ilustrar o evento de uma forma temática e teria sido muito bonito.
O tempo passou, sofremos, tivemos medo, perdemos parentes e amigos próximos, a pandemia arrefeceu e Os Kurandeiros gravaram dois discos nesse ínterim. Eu também escrevi outros livros e quando o ano de 2023 despontou no horizonte, enfim eu reuni meios para acelerar a publicação desse segundo livro.
Com a iminência do novo livro ficar pronto ("Humanos Pitorescos", um livro de contos), eis que surgiu a ideia de se reativar aquele plano não concretizado de 2020, e assim, contatos foram feitos e uma nova casa que surgira recentemente em São Paulo, abriu as suas portas e ficou fechado o acordo para que eu realizasse enfim a minha noite de autógrafos para os dois livros lançados, com show d'Os Kurandeiros e neste caso, a aproveitar o fato de que a nossa banda também lançara o CD "Cidade Fantasma" em versão digipack, em 2022 e não fizera um show de lançamento.
Bingo, "habemus" lançamentos com direito a um show e no caso, na falta da saudosa casa, Santa Sede Rock Bar, fora marcado em um outro estabelecimento com atmosfera absolutamente parecida, a se tratar do Instituto Cultural Bolívia Rock, o "ICBR", então recentemente inaugurado no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo. Espaço gerado pelo sonho do casal de fotógrafos e film-makers, Bolívia & Cátia, tal empreendimento foi enfim concretizado pela Cátia, infelizmente na condição de viúva do grande Edgar Franz, o popular: "Bolívia" que nos deixara tempos antes. Então foi esse o panorama todo para nos animar bastante.
Com essa motivação assegurada em torno de um show com direito à noite de autógrafos dos meus livros no mesmo evento, marcamos ensaios prévios para nos prepararmos bem. De fato estávamos a viver um hiato na agenda da banda, mas não o suficiente para criarmos uma "ferrugem" desagradável, pois quando nos encontramos no dia 22 de março de 2023.
A banda no momento pós-ensaio. Da esquerda para a direita: Phill Rendeiro, eu (Luiz Domingues), Kim Kehl, Carlinhos Machado e Nelson Ferraresso. Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 22 de março de 2023. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Passamos bem o repertório, quase sem erros a não ser pequenos por deslizes insignificantes, o que nos forneceu confiança para acreditarmos que no próximo ensaio estaríamos em plena forma.
Nos encontramos mais uma vez em 19 de abril de 2023 e conforme havíamos projetado, o ensaio transcorreu ainda mais solto do que anterior. Desta feita com o sexteto completo, a contarmos com a cantora superb, Renata "Tata" Martinelli para abrilhantar o som.
Com o time completo! Da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Phill Rendeiro, Renata Martinelli (com os exemplares do meus livros em mãos), Kim Kehl, Nelson Ferraresso e Carlinhos Machado. Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 22 de março de 2023. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Nesse segundo ensaio, também fizemos uma filmagem desse apronto, que serve como um registro bom desse momento de 2023 para a nossa banda.
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=x0_XmMjDuNg
Mais um ensaio foi marcado, e este, bem próximo do dia do grande evento que faríamos para lançar os meus livros e a versão digipack do CD "Cidade Fantasma".
Entretanto, antes do próximo ensaio, nós tivemos a música "O Filho do Vodu" inclusa na lista do programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, para tocar na semana de 20 de abril a 5 de maio de 2023.
Da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Phill Rendeiro (encoberto), Nelson Ferraresso aos teclados e Kim Kehl. Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 3 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Ana Cristina Domingues
E assim, mesmo desfalcado da nossa grande cantora, Renata "Tata" Martinelli, nos reencontramos no dia 3 de maio para mais um ensaio realizado nas dependências do estúdio "Mad", no dia 3 de maio de 2023. Passamos o show completo, e aproveitamos para filmar mais alguns vídeos com testemunhais a reforçar a ideia do lançamento do nosso CD "Cidade Fantasma" em sua versão digipack e a noite de autógrafos dos meus livros.
Eis que eu aproveitei a "selfie" do meu amigo para promover o lançamento do meu livro, "Humanos Pitorescos". Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 3 de maio de 2023. Click (selfie), acervo e cortesia: Carlinhos Machado
Terminado esse apronto, nos colocamos prontos para a festa, como diz a letra de "A Noite Inteira".
Na primeira foto, eu (Luiz Domingues) e um exemplar do novo livro que estava a lançar na ocasião: "Humanos Pitorescos), Na segunda, a banda reunida no momento pós-ensaio. Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 3 de maio de 2023. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Para trazer mais um elemento à baila, eis que nessa altura de 2023, eu lançara um novo livro: "Humanos Pitorescos" e nessa toada, a ideia de realizar uma noite de autógrafos para lançar os quatro volumes e mais um show d'Os Kurandeiros, se tornara muito convidativa.
E como mais um adendo especial, o local do show/noite de autógrafos, se mostrara muito especial, qualificado como um centro cultural muito aconchegante, imbuído das mais nobres intenções, a demonstrar conter uma infraestrutura exemplar e ter sido recém inaugurado, portanto com tudo "novo em folha" nas suas instalações. Nesses termos, haveria de ser um cenário perfeito para atrair um bom público.
As duas bandeiras de divulgação dos meus respectivos livros, sendo preparadas para a noite de autógrafos. Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo: Luiz Domingues. Click: Ana Cristina Domingues
Cheguei ao Centro Cultural Bolívia Rock ao final da tarde do dia 6 de maio de 2023, um sábado. Trânsito intenso na avenida Radial Leste, do centro da cidade até a Penha, atravessando os bairros da Mooca, Brás, Belém e Tatuapé, parecia um dia útil pela movimentação frenética, mas não se tratava de algum evento excepcional por ser um sábado, pois eu logo percebi que os tempos haviam mudado e que já não existia essa distinção entre os dias de semana e final de semana, naquela via, dada a intensa ação da especulação imobiliária que cravejara aqueles bairros todos em linha reta, com espigões e a densidade populacional que sempre fora enorme, aumentara ainda mais naquele quadrante da zona leste da cidade.
Quando ali cheguei, a sua proprietária, a simpática, Catia Cristina "Bolívia", estava a orientar os seus funcionários em meio aos preparativos da casa a visar a sua abertura ao público em geral, ao lado do seu gerente, Jaime Antoniolli Filho.
Eu levara para me auxiliar no trabalho de produção da noite de autógrafos, a minha irmã, Ana Cristina Domingues, e quando cheguei ao Instituto, ali já estava presente o meu querido amigo e companheiro de banda, Carlinhos Machado.
Três dos quatro volumes que eu lancei, expostos na mesa de atendimento aos leitores. Show d'Os Kurandeiros + Noite de autógrafos dos meus (Luiz Domingues) livros. ICBR. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"
A primeira impressão que eu tive do local foi ótima, por conta de um salão de shows a conter um bom palco, munido de um equipamento de PA de qualidade, absolutamente condizente com o amplo salão dos shows, mas havia a boa novidade igualmente de haver dois ótimos mezaninos para se assistir os espetáculos e mais um ótimo bar, loja com ambiente isolado, salão de tatuagem e na parte de fora, um anexo a conter um camarim super confortável, um museu das fotos perpetradas pelo casal "Bolívia & Catia", e salas que ainda estavam sendo preparadas para abrigar uma escola de música a atender os jovens do bairro.
Enquanto eu e Ana Cristina nos concentramos para arrumar a mesa de vendas dos livros e material d'Os Kurandeiros (eu aproveitei e também levei cópias dos discos piratas d'A Chave do Sol e cópias de vinil do LP "The Key" para vender), aos poucos, os meus companheiros de banda foram chegando e assim que eu preparei a minha ambientação para autografar os livros, desci e os encontrei para preparar o meu kit de baixo e me colocar à disposição para o soundcheck.
O rapaz que nos atendeu como técnico de áudio da casa, Luciano, foi muito solícito e assim, rapidamente nós conseguimos realizar uma passagem de som bastante eficiente e com aquela rapidez que se fazia mister, sem, no entanto, prejuízo algum para tal preparação. Aliás, muito pelo contrário, ficamos bastante satisfeitos com a mixagem alcançada, para nos dar a devida tranquilidade de que o show haveria de ser muito bom.
Com a abertura da casa ao público, as pessoas começaram a chegar e a minha noite de autógrafos transcorreu de uma maneira magnífica, quando eu pude receber as pessoas que me transmitiram todo o seu apoio, a me deixar muito feliz. Não vou esmiuçar muito sobre tal evento neste capítulo, pois tal relato consta de uma matéria separada do contexto da minha autobiografia musical, mas estará certamente disponibilizada na sua ambientação adequada nos meus blogs 2 e 3.Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=WNC_QEEVnKk
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=vLrviw5LDh4
Por volta das 21 horas, eu tive que interromper a noite de autógrafos, com a promessa de que voltaria à mesa para atender os solicitantes de dedicatórias em seus respectivos exemplares de meus livros, após o término do show e fui ao camarim para me agrupar rapidamente com os meus companheiros.
Não foi um típico ambiente de show nesse aspecto, na minha ótica, pois eles estavam ali a cumprir a rotina de espera para subir ao palco e eu estive ausente dessa concentração que é tão importante para todo músico de Rock que se preze e assim, confesso que estranhei a quebra da dinâmica com a qual me acostumara por mais de quatro décadas. Contudo, fora uma circunstância toda especial e que me deixara muito feliz e mais um dado: tive todo o suporte dos meus companheiros que me incentivam muito e inclusive também participaram do meu evento particular, na medida que ali estiveram presentes por momentos pontuais para me apoiar e todos fizeram questão de adquirir os meus livros e com muito prazer, eu escrevi dedicatórias para eles em seus respectivos exemplares.
Sob os olhares inspiradores dos componentes do Uriah Heep, devidamente ilustrados na parede do camarim, eis Os Kurandeiros perfilados para a foto, momentos antes do show se iniciar. Da esquerda para a direita: Nelson Ferraresso, Phill Rendeiro, Renata "Tata" Martinelli, eu (Luiz Domingues), Kim Kehl e Carlinhos Machado. ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi
Ainda aproveitamos para realizar uma improvisada, mas divertida sessão de fotos no camarim, sob a lente do fotógrafo e amigo, Marcos Kishi. Eu os atrasei um pouco é bem verdade, mas eis que quase a chegar ao horário das 21:30 horas, subimos ao palco.
Os
Kurandeiros em panorâmica no palco. Da esquerda para a direita: Nelson
Ferraresso, Kim Kehl, Carlinhos Machado, Renata "Tata" Martinelli, eu
(Luiz Domingues) e Phill Rendeiro. Os Kurandeiros no palco do Instituto
Cultural Bolívia Rock (ICBR). 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: Kim
Kehl. Click: Lara Pap
Eis que logo após eu estabelecer uma pausa na minha ação de receber os meus leitores para lhes dedicar autógrafos em seus respectivos exemplares, pude então me dirigir ao camarim para participar muito brevemente da concentração da banda antes de subir ao palco. Foi como eu já disse, uma situação bastante atípica na minha trajetória, no sentido de que tirante pouquíssimas ocasiões anteriores que isso ocorrera e por algum motivo de saúde pontual, não era do meu costume ficar longe dos companheiros, nesse momento estratégico vivido nos camarins, quando é sempre de bom alvitre estarmos todos reunidos e irmanados na busca de um foco comum.
No camarim, minutos antes de adentrar o palco, a banda posou. A nossa diva, Renata "Tata" Martinelli, sentada na poltrona e a rodeá-la no sentido horário: Kim Kehl, Nelson Ferraresso, Phill Rendeiro, eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi
Bem, por outro lado, a minha ausência fora plenamente justificável e apoiada pelos companheiros, aliás com grande entusiasmo, pois o apoio que eu tive deles, foi fantástico, jamais esquecer-me-ei dessa noite, também por esse detalhe.
Na sequência das fotos: Renata "Tata" Martinelli, Phill Rendeiro, eu (Luiz Domingues), Kim Kehl, Carlinhos Machado e Nelson Ferraresso. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas
Subimos ao palco e a qualidade sonora que o técnico da casa nos forneceu para trabalharmos foi bastante agradável em termos de monitoração, e assim, tocamos com tranquilidade e bastante prazer. O público nos acolheu de uma forma extraordinária, com vários momentos de pico de euforia, inclusive, o que foi muito animador e que serviu naturalmente para coroar uma noitada excelente.
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lmDxYvV7oa8
Fizemos um set longo até, e que serviu para mesclarmos músicas de todos os álbuns da nossa discografia, com ênfase naturalmente no último disco lançado, "Cidade Fantasma", cuja noite, inclusive, foi tratada como uma "lançamento" do disco, ou seja, exatamente como ocorrera com os meus livros da trilogia: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll", a pandemia atrapalhara os nossos planos em 2021, quando o disco ficou pronto e também não permitiu que avançássemos nesse aspecto em 2022, quando a versão "digipack" do álbum, foi lançada.
Eu, Luiz Domingues, na primeira foto e na sequência das demais: Kim Kehl, Renata "Tata" Martinelli e Phill Rendeiro em destaque mas suas respectivas fotos subsequentes. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi
Portanto, esse show do Instituto Cultural Bolívia Rock, realizado em 6 de maio de 2023, teve esse caráter igualmente, o que nos deu essa satisfação extra nessa noite.
Eis o link para se ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=r2_lbmxZ7_s
Pela audição dos diversos vídeos que foram capturados nessa noite, é possível mensurar que o som do "PA" também observou uma mixagem agradável e que tornou a apresentação prazerosa para o público, sob uma volume aceitável e com todos os instrumentos bem mixados e com as vozes na devida sobreposição, mediante inteligibilidade na compreensão das letras, da parte de qualquer ouvinte.
Kim Kehl e o nosso convidado especial, Adilson Oliveira, em plena performance. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"
Tivemos a boa participação do guitarrista superb, Adilson Oliveira, como convidado especial, que tocou conosco a música: "Sou Duro" e a sua presença gerou frisson quando improvisou com Kim Kehl, uma belo "duelo" de solos, ao longo da execução da canção.
Ao final do espetáculo, a banda agradece o público! Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Isidoro Hofacker Junior.
Encerramos o espetáculo sob um alto astral muito grande, o que realmente serviu para nos fazer crer que essa noite foi realmente muito especial para todos nós.
Show perfeito em um local excelente, que nos proporcionou as melhores condições para uma banda de Rock executar bem o seu trabalho, noite de autógrafos de meus livros como uma atração paralela e uma enxurrada de amigos que foram nos prestigiar. Em suma, foi uma noite completa e que de certa forma nos compensou pelo ano de 2020, no qual ficamos completamente alijados de sequer nos encontrarmos, mesmo que tenhamos gravado um disco em 2021, e feito dali em diante, alguns shows ao ar livre e uma sessão de show ao vivo. E nem que a base da nossa banda houvesse feito alguns shows para suprir a agenda do cantor, Edy Star, nesse ínterim, ainda assim, esse show no Instituto Cultural Bolívia Rock, representou para nós algo que não tínhamos em sua integralidade, desde 2019, ou seja, uma apresentação em ambiente fechado, com público presente.
Momentos do show d'Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior
Tivemos momentos inspirados, como por exemplo a dinâmica muito boa para executar o tema: "Cidade Fantasma", uma peça ao estilo do Jazz'n'Blues com delicada tessitura no seu arranjo e portanto, difícil para ser tocado com delicadeza em meio a um show de Rock de alta voltagem e também por se levar em conta que estávamos com a formação máxima no palco, e como sexteto, a banda soa muito encorpada, tornando a tarefa de se estabelecer dinâmica, algo mais difícil em tese.
A banda em panorâmica pela perspectiva do mezanino. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Áureo Alessandri
Outro momento memorável foi com a execução de "Viagem Muito Louca", quando o Kim citou a inspiração que teve para compô-la ao homenagear o amigo, Ciro Pessoa, que partiu deste planeta em 2020, vitimado pela pandemia. Entre nós que emprestamos um pedaço d'Os Kurandeiros para compor a sua banda de apoio, "Nu Descendo a Escada" nos idos de 2011 a 2016, certamente gerou reflexão e emoção.
Mais
alguns momentos registrados do show. Os Kurandeiros no ICBR de São
Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Isidoro Hofacker
Junior
"São Paulo (vai sobreviver)" é uma música que também fez alusão à questão do sofrimento gerado pela pandemia. De fato, é um canto de esperança em prol da vida e musicalmente como eu já expliquei muitas vezes ao logo de capítulos anteriores, sai um pouco do espectro do Rock'n' Roll e do Blues mais clássico, a se mostrar Pop na sua formulação como composição e também pelo arranjo, portanto, mesmo não sendo exatamente difícil para ser apresentada ao vivo, requer certo cuidado da banda para não soar "quadrada" e pelo contrário, emitir balanço. E assim ela soou para o público, nessa medida correta que a canção propõe em sua concepção natural.
Os
Kurandeiros capturados em fotos desse grande show. Os Kurandeiros no
ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: Kim Kehl.
Click: Lara Pap
Um momento que eu também gostei bastante foi quando houve um momento de improviso alongado no mapa da canção: "Faz Frio", para que o nosso tecladista, Nelson Ferraresso fizesse um solo de piano elétrico. Nesse instante, sob o timbre de um piano Fender Rhodes, o solo que ele fez foi bem inspirado e mais uma vez sob uma dinâmica exemplar da parte dos demais músicos, eu incluso, ou seja, ficou muito bonito com tal realce.
Mais registros do show. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre Chagas
Após executarmos todo o set list, que foi longo em sua constituição, ainda tivemos a felicidade de contar com o apoio do público a pedir mais de nossa parte, de uma forma muito entusiasmada e assim, o "bis" foi prolongado igualmente, e aí, sem que os colegas soubessem do ocorrido comigo, particularmente, eu me senti muito cansado.
Tal sensação bastante fora do meu padrão habitual até então, na verdade já houvera ocorrido um mês antes quando eu fizera uma apresentação com o Caio Durazzo Trio, a substituir o seu baixista da formação. No capítulo correspondente a esse relato (catalogado em meio aos meus "trabalhos avulsos"), eu me sentira muito debilitado da primeira para a segunda entrada desse espetáculo. E agora, em um show d'Os Kurandeiros, aguentei bem o show completo e longo por sinal, mas nas últimas músicas do "bis", senti o impacto, com um pouco de fraqueza generalizada. Enfim, quando cheguei ao camarim, demorei um pouco mais que o habitual para guardar o meu set e me colocar à disposição dos amigos e fãs que nos procuraram e ainda com a agravante que eu voltaria à mesa da minha noite de autógrafos para arrematar mais dedicatórias aos leitores que eu não conseguira atender anteriormente.
Eu, Luiz Domingues, em destaque. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre ChagasEu estava prestes a completar 63 anos de idade nessa ocasião, o que não era uma idade extremamente avançada, convenhamos. Mick Jagger, Paul McCartney e Roger Daltrey, entre outros Rockers, estavam em plena idade octogenária na mesma época, e a cumprir extensas turnês internacionais, a rodar o planeta, literalmente, e em muito melhor forma física do que eu. E apesar de eu ter tido o trunfo de nunca ter fumado, jamais ter consumido álcool e não ter hábitos "desregrados", incluso por haver mantido durante a vida inteira até esse ponto, uma alimentação saudável, talvez por outro lado, a vida sedentária, estimulada atrás de uma tela de computador por horas a fio, por conta do meu lado como "escritor", tenha contribuído para que o organismo tenha se desgastado mais do que músicos que eram vinte (ou mais que isso), anos mais velhos do que eu.
Além do mais, fazia anos que eu não tinha uma rotina de shows em constância e isso faz falta, o organismo se acostuma com essa repetição sistemática de um show em cada cidade a cada noite, intercalado com poucas horas de sono e até pelo sono mal resolvido dentro de uma "van" ou ônibus a balançar na estrada e nem mesmo o uso de uma avião mais confortável, substitui a necessidade de se dormir bem em um colchão adequado. Para resumir, foi o segundo sinal de alerta que eu tive em 2023 e uma certeza: a se contornar ou não a situação, o fato é que mesmo que outros colegas tivessem um organismo melhor preparado para suportar a demanda, a idade estava a avançar para mim. Ou como dizia aquela bela canção dos Rolling Stones: "o tempo não espera por ninguém".
Eu, Luiz Domingues, em ação! Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre Chagas
Passado esse momento de pequeno mal-estar e ainda bem, nesse instante eu pude ficar cinco minutos sozinho, pois os demais colegas já estavam a atender os fãs e amigos, eu enfim me recompus, guardei os meus apetrechos e voltei para o mezanino da casa, para dar prosseguimento à minha noite de autógrafos. Atendi mais alguns leitores e amigos e assim a noitada espetacular ocorrida no Instituto Cultural Bolívia Rock, foi encerrada com enorme satisfação de minha parte e de meus colegas. Fomos recebidos com muita hospitalidade pela proprietária da casa, a Catia Cristina "Bolívia" e seus apoiadores, portanto, ficamos muito felizes por tudo o que ocorreu naquela noite.
Mais registros do show. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=J7QLPn6Gv6I
"A Galera quer Rock" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Lara Pap
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=sfUPm4irMbA
"Maria Maluca" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Lara Pap
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lY4Ru3-4siU
"São Paulo (vai sobreviver)" - (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Ana Cristina Domingues.
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Ryc-Zw_ULoA
"Noite de Sábado" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Lara Pap
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fLcn5RUnyaQ
"Cocada Preta" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Ana Cristina Domingues
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=ORScoLXOUrE
"Cidade Fantasma" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Ana Cristina Domingues
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=JFCjWnf6btA
"Maria Maluca" (trecho) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Osvaldo Vicino
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fMbGThp3c0U
"A Noite Inteira" (trecho) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Osvaldo Vicino
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=XNogealti2k
"Noite de sábado" (trecho) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Osvaldo Vicino
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=A0fYoHp4ruQ
"Cocada Preta" (trecho) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Osvaldo Vicino
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Exgz1zmUGUw
"Noite de sábado" (trecho) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Filmagem: Lara Pap
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=DUZp_fEt2mI
Falta falar um pouco sobre os bastidores, haja vista que sobre a noite de autógrafos de meus livros, eu tenho um relato a parte para comentar com os meus leitores.
Fechado o espetáculo, como eu já havia mencionado anteriormente, eu voltei ao mezanino do Instituto Cultural Bolívia Rock para dar prosseguimento à minha noite de autógrafos, referente aos meus livros, e assim como não me concentrei com a banda no momento pré-show, também não estive presente nos bastidores do pós-show como eu gostaria, mas na medida do possível, me desdobrei para cumprir as duas funções ao mesmo tempo.
Na primeira foto, da esquerda para a direita: Nelson Ferraresso, Carlinhos Machado, Kim Kehl, Renata "Tata" Martinelli, eu (Luiz Domingues), a proprietária da casa, Catia Cristina "Bolívia" e Phill Rendeiro. Na foto 2, o jornalista Marcelo conversa com Renata "Tata" Martinelli e eu (Luiz Domingues), ainda na saída do palco. Na foto 3, Kim Kehl e Nelson Ferraresso conversam com o técnico de áudio e proprietário do estúdio Prismathias de São Paulo, Danilo Gomes Santos (ao seu lado, a sua namorada), que gravou o CD "Cidade Fantasma" da nossa banda em 2021. Na foto 4, Kim Kehl a conversar com a cantora Paula Mota, do grupo "Power Blues" que foi nos prestigiar. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre Chagas
Bem, muita gente amiga esteve presente a nos prestigiar e nesse sentido, se misturou de uma forma bastante salutar, dois perfis de pessoas que não necessariamente absorviam normalmente as duas situações ali propostas. Ou seja, o maior contingente ali presente era habitue de uma ambientação Rocker, acostumados com shows e toda a sua energia inerente, entretanto, uma outra turma que foi ali ao Instituto exclusivamente para participar da minha noite de autógrafos e sem muita afinidade com o mundo do Rock, também se fez presente.
A maioria dessas pessoas que me prestigiou, também assistiu o show d'Os Kurandeiros, mas houve o caso de uma senhora, amiga minha de longa data que foi ao local acompanhada de sua filha, comprou um dos meus livros, apanhou a dedicatória no seu exemplar e me pediu desculpas antecipadas, mas não quis permanecer no ambiente, sendo sincera sobre não cogitar assistir um show de Rock. Claro que eu entendi perfeitamente e lhe agradeci por prestigiar a minha noite de autógrafos. Esse pequeno acontecimento ilustrou como eu pude atrair pessoas de fora do espectro do Rock, ambiente no qual eu era mais conhecido, naturalmente.
A proprietária do Instituto Cultural Bolívia Rock, Catia Cristina "Bolívia", com o baixo do saudoso amigo nosso em comum, André "Pomba" Cagni, que falecera recentemente, a conversar com Osvaldo Vicino (guitarrista da minha primeira banda, o Boca do Céu em 1976), e o cantor Ricardo "Cadinho" Alpendre na primeira foto. Na segunda foto, Osvaldo Vicino, Ricardo Alpendre, Catia "Bolívia", Renata "Tata" Martinelli e Laert Sarrumor, cantor e compositor do Língua de Trapo e também vocalista da minha primeira banda, o Boca do Céu, em 1976. Na foto 3, Catia "Bolívia" e o nosso guitarrista, Phill Rendeiro. Foto 4, Catia "Bolívia" e Kim Kehl. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas.
E como as instalações do Instituto Cultural Bolívia Rock se mostraram confortáveis pela sua amplitude e também pela ambientação multifacetada no aspecto arquitetônico, o fato foi que muitas "rodas" observadas por conter tantos amigos queridos, se formaram em vários ambientes diferentes, o que tornou a noitada ainda mais agradável para todos.
Na primeira foto, vemos as personas de Vera Lígia de Andrade Lemos & Eric Lemos Krüger (esposa e filho de Paulo Krüger), o próprio, Paulo Krüger, grande baixista e amigo, o guitarrista superb, Adilson Oliveira e o nosso baterista, Carlinhos Machado. Na segunda foto, Kim Kehl ao lado do fotógrafo e amigo, Marcos Viana "Pinguim", que também cobriu o evento todo, com vários membros da nossa banda reunidos com amigos, ao fundo. Terceira foto com a nossa cantora, Renata "Tata" Martinelli, rodeada pelo casal de amigos, Raquel e Marcio Calabrez. Quarta foto com o encontro de fotógrafos/amigos que cobriram bem o evento: Marcos Kishi e Marcos Viana "Kishi". E na última foto, Renata "Tata" Martinelli ao lado do competente técnico de PA, Luciano, que garantiu a qualidade sonora do nosso show nesse dia. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"
Em suma, foi um dos mais sensacionais eventos dos quais a nossa banda participou, com tudo absolutamente perfeito, tanto nas questões técnicas do áudio, iluminação e detalhes de bastidores, camarim, hospitalidade, ambientação festiva, presença de ótimo público e muitos amigos queridos reunidos, quanto na realização da minha noite de autógrafos, que reafirmo ao leitor, é objeto de um relato em paralelo para descrevê-la em particular.
Ao encerrar a apresentação, com quatro membros do nosso sexteto no enquadramento: Carlinhos Machado, Kim Kehl, Renata "Tata" Martinelli e eu, Luiz Domingues. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Ana Cristina Domingues
E nem mesmo o típico "lamento de segunda-feira", com muitas pessoas que anteriormente faziam comentários entusiasmados com a proximidade do show em torno das publicações a anunciar o evento previamente e que depois simplesmente não foram e se colocaram a lastimar a sua não presença, nos tirou a sensação de satisfação, pois realmente a casa lotou, portanto, se esses "furões do oba-oba" tivessem ido, talvez teria sido melhor ainda, mas a sua ausência nos causou nenhum mal maior.
A nossa diva, Renata "Tata" Martinelli, sentada na poltrona, rodeada pelos demais componentes da nossa banda: Kim Kehl, Nelson Ferraresso, Phill Rendeiro, eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado. Os Kurandeiros no ICBR de São Paulo, 6 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi
É bem verdade que um grupo grande de pessoas me procurou pelos meios privados de algumas redes sociais para lastimar e justificar as respectivas ausências, a explicar-me, cada um, quais foram os empecilhos que tiveram. Eu contei trinta pessoas nessas circunstâncias que me procuraram para esclarecer os seus motivos em particular e de fato foram questões plausíveis nos quais eu pude notar o quanto lastimaram, sinceramente, não ter comparecido. Ou seja, poderia mesmo ter tido mais gente ali presente naquela noite.
Felizes pela grande apresentação, tivemos perspectiva de agenda a seguir e muitas ações midiáticas positivas, ou seja, para contrastar com um começo de ano um tanto quanto relutante, ficamos com a impressão de que o ano de 2023 para Os Kurandeiros, iniciou-se nesse instante.
E logo depois do bom espetáculo que protagonizáramos no Instituto Cultural Bolívia Rock em maio, soubemos que uma nova data se apresentara em nossa agenda. Voltaríamos ao bom teatro da Fábrica de Cultura Parque Belém, na zona leste, local no qual realizáramos um espetáculo muito bom em maio de 2022. Desta feita estaríamos acompanhados de uma banda peso pesado do campo de Heavy-Metal, chamada: "Ácido". Convenhamos, com tal denominação, quando soubemos dessa parceria, logo pensamos se tratar de uma banda com influência psicodélica sessentista, mas qual não foi a nossa surpresa ao verificarmos o perfil da banda nas redes sociais que se tratava de uma outra realidade.
Concomitantemente a essa perspectiva de agenda, as conversas em torno da produção do disco ao vivo (gravado em 2021 e preparado ao longo de 2022), vieram à tona. A perspectiva de realizarmos a masterização do álbum no estúdio Prismathias, foi levantada e nos agradou bastante a ideia, no sentido que havíamos gravado o CD "Cidade Fantasma" nesse estúdio e ali estabelecemos uma ótima relação de amizade e confiança com o seu técnico e proprietário, Danilo Gomes Santos.
Carlinhos Machado ao lado de Danilo Gomes Santos e sua namorada, nos bastidores do show d'Os Kurandeiros no Instituto Cultural Bolívia Rock de São Paulo. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre Chagas
Para avançar um pouco nessa perspectiva, o próprio Kim lançou a ideia diretamente ao Danilo nos bastidores do Instituto Cultural Bolívia Rock, em 6 de maio, a aproveitar o ensejo de que ele foi nos prestigiar nessa casa, por ocasião do espetáculo que protagonizamos nessa mesma noite.
Mas nada foi oficializado nessa ocasião, apenas foi feita uma sondagem inicial. O importante foi que o projeto pareceu receber uma movimentação e se por um lado o hiato por nós estabelecido foi muito estratégico no sentido de dar um tempo hábil para que o trabalho anterior, o CD "Cidade Fantasma" obtivesse o devido espaço midiático para se impor, fator que fora obscurecido pela pandemia mundial da Covid-19, o fato de avançar na tratativa para colocar o álbum ao vivo na rua, se mostrou necessário.
Nesse ínterim, durante todo o mês de junho e no início de julho, tivemos o apoio do programa "Brasil Underground" da Webradio MKK, de segunda a sexta, 15 horas, ou seja, praticamente a fazer parte da programação diária da emissora! Neste caso, com a música "Cidade Fantasma".E também tivemos a música "Andando na Praia" a ser executada na Rádio Cultura 93.1 FM de Botucatu-SP, através do programa "Planeta Música", nos dias 28 de junho e 2 de julho de 2023. Comemoramos sempre todo apoio radiofônico e aliás, qualquer apoio midiático.
No dia em que a nova encomenda chegara ao QG d'Os Kurandeiros. Junho de 2023
Mais uma novidade do início de julho, estávamos a receber os novos "cards" promocionais impressos. Material a ser distribuído para fãs nos shows e já a conter fotos novos promocionais que havíamos extraído no camarim do ICBR em maio, através da lente do fotógrafo, Marcos Kishi.
Novamente convidados a participar do projeto: "Fábrica Rock", claro que aceitamos de pronto, sabedores que tocar no teatro da Fábrica de Cultura Parque Belém, seria muito prazeroso pela boa estrutura ali presente, pela beleza silvestre do parque em si e ótima oportunidade de se angariar mais um bom material fotográfico e de vídeo da apresentação para reforçar o nosso acervo.
Músico, editor da revista Dynamite, DJ, ativista cultural e gestor de cultura, o meu amigo: André "Pomba" Cagni, que fez muita coisa pela cena musical, Rocker e cultura de uma forma ampla.Todavia, desta vez houve um componente a mais para enaltecer a nossa participação (e homenagem justa a parte), a se tratar de uma questão de obituário. Ocorreu que o idealizador do projeto, André "Pomba" Cagni, houvera falecido bem recentemente e a sua morte comoveu bastante toda a comunidade Rocker, dada a sua atuação muito marcante como músico, ativista cultural e editor da revista Dynamite, que marcou época no meio Rocker.
Dessa forma, o show se revestiu também dessa carga emocional, mesmo porque, entre nós, pelo menos a se pensar na ala mais veterana da nossa banda, todos sentimos bastante a perda do André, que lutou contra um câncer muito feroz e infelizmente, sofreu muito em seus dias finais.
Bem, foi uma bela homenagem justa ao idealizador do projeto e que tantos nos ajudou, eu aproveito para estender esse agradecimento pela atuação do André enquanto viveu, para praticamente todas as banda pelas quais eu atuei, a lembrar as páginas da revista Dynamite a publicar matérias, entrevistas e resenhas de discos e shows, desde o meu tempo com A Chave do Sol, com shows produzidos a contar com a participação d'A Patrulha do Espaço, nomeação para o "Prêmio Dynamite" de música para o Pedra e também para o prêmio recebido pelo conjunto da obra para a Patrulha do Espaço e shows d'Os Kurandeiros produzidos em projetos de sua autoria.
E para encerrar este preâmbulo sobre o show, ficamos a saber que dividiríamos a tarde com outra banda, que era a praxe desse projeto, portanto, tudo bem. Na ocasião anterior, havíamos dividido o espetáculo com o Medusa Trio, dos amigos, Milton Medusa, Fernando Tavares e Luiz Pagoto.
Nada contra tocar com uma banda totalmente fora do nosso espectro e não conhecer sequer um dos seus componentes, mas ficamos naturalmente apreensivos na medida em que é sempre mais fácil dividir espetáculo quando se tem amizade solidificada com uma outra banda e particularmente com os seus componentes, por diversos fatores, entre os quais alguns essenciais sobre a questão do "backline" a ser usado, "carcaça" mútua da bateria, tempo para cada banda atuar, escolha do camarim para cada uma e outros detalhes.
Neste caso, fomos avisados que a banda designada seria um grupo famoso no Uruguai e que faria a sua primeira apresentação em São Paulo, chamada: "Ácido", porém, logo surgiu a dúvida, pois em outras publicações que vimos o nome da banda vinha grafado como "Perro Ácido". Isso me atrapalhou um pouco na hora de divulgar o espetáculo, particularmente nos meus esforços, entretanto, no dia do show em si, eu finalmente tive o esclarecimento sobre tal questão e mais do que isso, me surpreendi muito positivamente sobre a banda, seus componentes e sua história.
Nesse ínterim, mais uma vez a nossa banda esteve relacionada para ser executada através da música: "Cidade Fantasma", durante o programa "Brasil Underground" da Webradio MKK. Na semana de 3 a 7 de julho, e nesse caso, por conta de um bloco do programa ser montado mediante os pedidos formulados por ouvintes, ou seja, já estávamos a um mês a tocar nesse referido programa, por causa desse apoio popular. E tocaríamos também nas semanas posteriores ao show que eu estou a narrar, isto é, nas semanas de 10 a 14 e 17 a 21 de julho de 2023.
Cheguei cedo ao Parque Belém e desta vez, por haver tomado conhecimento que haveria um amplificador à minha disposição nessa produção, me aliviei por não ter que levar o meu equipamento, haja vista que em 2022, foi um sofrimento para ingressar no parque, sobretudo por seguir as suas regras ultra engessadas nesse quesito e assim, naquela ocasião passada, eu fora submetido a ter que parar o carro em um lugar longínquo e levar o meu equipamento por um longo percurso através de um carrinho de transporte de volumes, através do parque.
Sendo assim, apenas a me preocupar em carregar o meu instrumento, eu programei a minha chegada ao local de uma outra forma, ao me dar ao luxo de estacionar em uma rua próxima, da qual eu nutro carinho, por haver morado ali, no longínquo ano de 1971. Assim que estacionei o carro em frente à casa que eu morei, imediatamente me recordei de ouvir o som do vizinho que já era adolescente na ocasião e na esteira de um som escutado à distância, eu ouvia Mutantes, Santana, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e outros artistas sensacionais dessa estirpe, praticamente o dia inteiro.
Dali, em menos de um minuto eu cheguei à portaria do parque e sob uma caminhada tranquila, embora com um princípio de chuva e frio, me apresentei ao segurança do teatro, que liberou a minha entrada. Fui o primeiro da nossa banda a chegar e ali estava presente o bom técnico de áudio do teatro, Juninho Bacon. Tomei posse do camarim número dois e paulatinamente ajudei cada companheiro que chegou a seguir, e inclusive o pessoal da banda que tocaria conosco.
Cabe acrescentar que o teatro houvera mudado o seu nome em relação ao show que ali fizemos em 2022, ou seja, agora acrescentara a marca "4.0", ao lhe ofertar ares de modernidade à sua posição, no sentido de se adequar ao conceito "4.0" que demarcava uma etapa contemporânea da revolução industrial, a incorporar a robótica e a inteligência artificial no mesmo bojo do avanço tecnológico. Bem, apenas estou a anotar o que eu vi, sem emitir uma opinião mais profunda a respeito, embora ao olhar esse acréscimo, eu tenha tido a reação de considerar como algo no mínimo pretensioso.
E foi quando me surpreendi positivamente com a simpatia desses rapazes da banda que acompanhar-nos-ia nessa tarde e finalmente entendi algumas questões sobre eles. Primeiro ponto, esse grupo, chamado: "Ácido", realmente tinha mais de quarenta anos de atividades e assim mantinha uma carreira longeva e com farto currículo na cena de seu país de origem, o Uruguai. Mas na verdade, apenas um de seus componentes originais veio ao Brasil e a remontou aqui como uma espécie de franquia internacional, acompanhado de três novos companheiros brasileiros.
O segundo ponto é que o "Ácido" original permanecia em atividade no Uruguai e esse artista, o cantor e guitarrista, Juan Acuña, apelidado como "Perro" (cachorro em português), trouxe a sua alcunha como uma marca registrada para diferenciar. Daí o "Perro Ácido".
E o terceiro ponto, foi a extrema simpatia com a qual eles se apresentaram e interagiram conosco, inclusive, da parte dos três brasileiros da banda a reconhecerem-me e reverenciarem a minha trajetória, principalmente como ex-componente d'A Chave do Sol nos anos oitenta, ou seja, apesar de aparentarem ser muito mais jovens para ter acompanhado tal banda nessa década, demonstraram grande respeito, conhecimento de causa e admiração por este meu trabalho, querido, certamente, mas nessa altura dos acontecimentos, a se tratar de algo absolutamente remoto. Contudo, eu apreciei muito a manifestação desses rapazes.
E como último ponto a ser destacado, eis que o baterista e também back vocalista do "Perro Ácido" quis saber quem de nós havia sido componente do "Pedra", pois ele era primo de segundo grau do guitarrista, Xando Zupo, ao se chamar Pedro Zupo. Dessa forma eu me apresentei como ex-membro dessa banda e daí ele me contou sobre o seu parentesco com o guitarrista dessa minha antiga banda.
No momento do "soundcheck", Carlinhos Machado comandou a "selfie" com Kim Kehl a frente. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click (selfie), acervo e cortesia: Carlinhos Machado
Bem, para quem estava receoso por não haver entrosamento em meio a um show compartilhado com uma banda inteiramente desconhecida, esse início de convívio, foi dos mais promissores e dessa forma, que ambiente bom se construiu de uma forma automática para garantir uma boa apresentação para as duas bandas!
A banda sob panorâmica no palco. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 do Parque Belém. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez
Cumprido todo o procedimento do "soundcheck", nos recolhemos ao camarim e ali a nossa produtora, Lara Pap, organizou uma surpresa ao Kim Kehl, quando lhe proporcionou uma mini festa de aniversário antecipado, pois não era exatamente o seu dia do natalício, porém, estava bem próxima a data em questão. Clima de descontração e amizade com a qual compartilhamos com os colegas do "Perro Ácido" que foram convidados a comparecer ao nosso camarim e desfrutar do ótimo bolo de chocolate que celebrou da data antecipada para o Kim Kehl.
Eis que a produtora do teatro chegou ao camarim e nos convocou para ingressarmos ao palco. Diante da minha vivência adquirida até esse ponto, a contabilizar longos quarenta e sete anos na música, eu sinceramente não achei ser possível estar presente no teatro um grande contingente, haja vista o horário totalmente insalubre. Convenhamos, show de Rock em um teatro, marcado para um domingo, às 14 horas, foi realmente algo muito fora do comum, a não ser no ambiente de festivais com diversas atrações em tom de maratona.
Na
sequência de fotos: Eu (Luiz Domingues) e Kim Kehl (foto 1). Kim Kehl e
Renata "Tata" Martinelli (foto 2). Carlinhos Machado e Renata "Tata"
Martinelli (foto 3), Phill Rendeiro e Nelson Ferraresso (foto 4). Os
Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de
julho de 2023. Clicks (1,2,3 e 5), acervo e cortesia: Raquel Calabrez.
Click (foto 4), acervo e cortesia: Dalam Junior
Entretanto, a contrariar a minha visão realista nesse sentido, o fato é que me surpreendi positivamente e mesmo mediante um horário inadequado, com chuva (ainda que bem leve), frio e perspectiva de futebol ao vivo pela TV, houve um significativo público presente ao teatro. Não lotou, mas eu diria que mais da metade das poltronas foram preenchidas e assim, tivemos um calor humano muito bom para tornar o nosso show, animado.
Sobre o repertório, seguimos a lista que usamos no show anterior que havíamos feito em maio no Instituto Cultural Bolívia Rock, mas efetuamos alguns cortes pontuais, pois desta feita teríamos que compartilhar espaço com a banda "Perro Ácido".
Uma panorâmica da banda no palco. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior
Em um ponto estratégico, o Kim falou sobre o patrono desse projeto "Fábrica Rock", André "Pomba" Cagni e o quanto ele foi ativo na produção cultural brasileira e a sua morte trágica nos afetara e trouxe prejuízo para a cena. E a aproveitar o ensejo, falou também sobre o nosso amigo, Ciro Pessoa, que partira em 2020, e inspirara a canção "Viagem Muito Louca" que tocamos em seguida, dedicada aos dois amigos que haviam partido.
Kim Kehl e Renata "Tata" Martinelli em ação. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez
Já em "Cidade Fantasma", mais uma vez fomos felizes ao estabelecermos um ótimo padrão de dinâmica que só valorizou a intenção Jazz'n' Blues da canção. E a Renata "Tata" Martinelli incrementou ainda mais a atenção ao ser bem performática nessa canção e isso angariou muitos aplausos calorosos e assovios, a denotar que a sua performance gerou frisson.
Na linha de frente: Kim Kehl, o convidado especial, Pedro Zupo, Renata "Tata" Martinelli e Phill Rendeiro. Na retaguar da: eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado na bateria. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez
O
baterista do "Perro Ácido", Pedro Zupo, que também é cantor, subiu ao
palco para cantar a música, "Sou Duro", conosco, como um convidado
especial e foi muito boa a sua atuação.
Com energia, encerramos o nosso show e abrimos o espaço para a apresntação do "Perro Ácido", cujo som bem ao estilo do Hard-Rock oitentista na estética, mas com nítida influência setentista em muitos riffs, me agradou bastante, que os vi em ação pela coxia do teatro.
A nossa banda a agradecer o bom público presente no teatro. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez
E assim saímos de lá do teatro com mais que do a sensação do dever cumprido, porém, com o sentimento de satisfação por termos feito uma ótima apresentação em perfeita sincronia energética com a plateia, e também por termos estabelecido um ótimo ambiente com a produção do teatro e igualmente com a banda que dividiu a tarde conosco.
Nos bastidores, tivemos muitas alegrias igualmente, ao atendermos fãs e muitos amigos que foram nos assistir, ou seja, essa apresentação superou em muito as minhas expectativas.
Eu, Luiz Domingues, a tocar em um teatro e a protagonizar um show de Rock bem perto da rua em que morei nos idos de 1971, época da qual ouvia sons incríveis oriundos através do outro lado do muro do meu quintal. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior
De volta ao meu carro, ali na rua em que morei no ano de 1971 (eu já havia morado no bairro entre 1960 e 1965, em uma outra casa de uma rua bem próxima dali), mais uma vez pensei na coincidência de ter tocado bem perto de uma residência na qual vivera em tempos remotos, ainda longe de vir a me tornar um músico, mas neste caso em específico, eu já estava a me ligar na música. Quem diria ali em 1971, ao escutar o vazamento de som do meu vizinho com sons incríveis em um volume muito alto, eu faria parte desse mundo, e estaria a protagonizar um show de Rock, cinquenta e dois anos depois? Pois é, não posso me queixar da vida que tive até aquele ponto, pois ainda que sem o mesmo glamour de meus ídolos, trilhei o mesmo caminho que eles me impeliram a seguir como um autêntico "chamado" e fui feliz por isso. E ali naquele fugaz instante de 2023, os ecos do que eu ouvi em 1971, vindos da casa do vizinho, vieram à tona na minha mente, enquanto dava partida na ignição do meu carro:
"Eu
vou sabotar/top top huh...hoy como vá/mi ritmo/bueno p'a gozar/mulata..
communication breakdown it's always the same... let's me stand next to
your fire... podes crer, amizade!"
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=oXFAjyQULgQ
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=mjeSofysZrE
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=q_vq32wHCzE
Show na íntegra - Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém - São Paulo - 9 de julho de 2023. Filmagem: Lara Pap
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=PPqPjCNdjjs
Na última conversa antes de nos despedirmos uns dos outros, o assunto sobre o álbum ao vivo veio à tona. Pelo que foi dito ali, seria o próximo passo a ser dado.
Eis que o ano de 2023 se findou e este não foi muito favorável para a nossa banda. Foram poucos shows realizados, pois a agenda não nos favoreceu como nos anos anteriores. E por conseguinte, tal ausência de apresentações tratou por inviabilizar a produção do disco ao vivo, em tese pronto na sua parte técnica desde meados de 2022.
Mas como a resiliência sempre foi um pilar histórico d'Os Kurandeiros, nos mantivemos confiantes e preparados para avançarmos ao ano de 2024, com esperança de realizarmos mais shows e lançarmos enfim o álbum ao vivo.
Mesmo com a nossa capacidade para suportar revés como um escudo natural e tradicional para nós, é claro que certos golpes poderiam doer mais, apesar da "casca grossa" que a nossa banda se orgulhava de ter adquirido. E assim foi o caso da notícia que recebemos ao final do ano, nos últimos dias de dezembro, a dar conta da decisão de Nelson Ferraresso, tecladista que esteve presente em todos os discos da nossa banda a nos comunicar que deixaria a banda, após mais de trinta de anos de ótima contribuição de sua parte.
O grande tecladista, Nelson Ferraresso, em ação com Os Kurandeiros no palco do Instituto Cultural Bolívia Rock em maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior
No entanto, mediante um problema pessoal que tornou impossível a sua atividade musical, ao menos por um tempo, ele preferiu anunciar a sua saída e nos deixar livres para recrutar um substituto. Então, mediante tal comunicado de teor triste e irreversível dadas as circunstâncias, é claro que ficamos abalados pela falta que o colega e amigo de tantas jornadas haveria de nos fazer, porém, não nos restou outra alternativa a não ser acatar a sua decisão e lhe desejar boa sorte doravante, para que armazenasse forças para poder superar as suas adversidades pessoais.
Quem
sabe um dia ele não voltaria para a formação? Essa foi a minha torcida
naquele momento triste de rompimento, mas somente o tempo responderia se
tal desejo poderia se concretizar.
Em 16 de dezembro, foi a vez do nosso guitarrista, Kim Kehl ser entrevistado pelo bom radialista e jornalista, César Freitas, a bordo do seu "Programa Rock Beer", pelas ondas da Webradio 97 Rock de Santo André-SP, com direito a uma retrospectiva de sua carreira e quando ele citou o trabalho com Os Kurandeiros, a música que foi executada a nos representar, foi: "Cidade Fantasma".
Tivemos outrossim, momentos breves de alegria, no campo midiático, por exemplo, mediante execuções de nossas músicas anunciadas em webradios. E foi o que ocorreu até no final do ano, quando a banda foi relacionada para ter a sua música: "A Noite Inteira" no programa "Hall da Fama" da Webradio Orra Meu, no dia 30 de dezembro.
Por coincidência, no mesmo dia e com mais seis execuções arroladas nos dias posteriores, a música "Gasolina" (esta oriunda do CD Cidade Fantasma), esteve presente no programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock.
Foi um alento, portanto, que nós tivemos para fecharmos o ano com maior alegria, e mais uma vez a usarmos da nossa paciência com forte capacidade para sempre amortizar qualquer espécie de revés como característica, e assim nos enchemos de esperança de que o ano de 2024 nos traria dias melhores. E para confirmar tal presságio, recebemos nesses estertores do final do ano, o convite para tocar no Instituto Cultural Bolívia Rock em fevereiro, ou seja, foi mais uma boa nova para começarmos o ano de 2024, com melhor perspectiva.