Com a minha saída, os meus colegas ficaram chateados, é claro. Éramos uma banda
unida desde a sua criação em janeiro de 1992, sem mudanças na formação,
e isso é um fato raro para qualquer banda.
Mas apesar de ter sido
desagradável, a minha saída foi amena e o nosso relacionamento de amizade fora tão
bom, que eu prontifiquei-me a indicar um substituto e dessa forma, haviam
dois alunos meus preparadíssimos para assumir o meu posto e ambos com forte ligação com a própria banda: Marcos
Martines e Ricardo Schevano.
Ambos culminaram em participar, em
épocas diferentes, é claro, sob uma continuidade que o Pitbulls on Crack teve após a minha saída.
Eu
soube que a banda fez shows em 1998 e 1999, mas naquela estratégia que
avistava-se quando de minha saída em 1997, ou seja, ao estabelecer uma
volta às pequenas
apresentações em casas noturnas do circuito underground.
O Deca
abraçou a ideia do Sidharta, mas permaneceu no Pitbulls on Crack em paralelo, pois gostava daquela
sonoridade e mesmo com a banda a voltar para um estágio anterior na
carreira, ele não importou-se em tocar em casas pequenas e mal estruturadas,
novamente.
Louvo essa determinação dele e também de Chris e Pastor,
é claro. Eu não sabia precisar a data em que a banda encerrou atividades oficialmente, pois
não acompanhei mais, desde que saí em 1997, até que fui informado a posteriori pelo Chris Skepis.
Foto
do último show do Pitbulls on Crack, em 17 de janeiro de 2005, sem a
minha presença naturalmente, mas a contar com o meu ex-aluno, Ricardo
Schevano, no baixo, e a usar um Rickenbacker de cor "Fireglow" igual ao
meu, mas com a diferença do meu ser do modelo 4003, e o dele, 4001. Foto de
Patrícia Cecatti e pertencente ao acervo de Chris Skepis
Segundo
o Chris, a banda manteve-se viva até meados dos anos 2000 e fez o seu
último show oficial no Manifesto Bar, de São Paulo, em 17 de janeiro de
2005, com Ricardo Schevano, meu ex-aluno e já a atuar paralelamente no
"Baranga", ao baixo.
Depois disso, soube que o baterista, Juan Pastor,
ingressara em uma banda orientada pelo Punk-Rock, que fez certo sucesso no meio underground,
mas ele prosperou para valer, foi como radialista e produtor de TV.
Ele
já tinha
obtido uma grande ascensão na Rádio 89 FM, durante os anos mais
proeminentes do Pitbulls on Crack, quando chegara
em um patamar em que tornou-se um alto funcionário administrativo, a
acumular cargo como locutor e ainda por cima, por ter emplacado um
personagem
cômico que tornara-se um enorme sucesso da emissora, o "Pepe Gonzalez",
ao estabelecer um sucesso
mastodôntico, visto que a rádio ostentava uma audiência monstruosa, ao
brigar
no topo de cima no ranqueamento das mais ouvidas, em todas as medições
oficiais de mercado, incluso o famoso, "Ibope".
Não admirei-me em
nada, pois o seu talento como redator de humor, sempre foi natural. Ele foi um dos
três humoristas do Pitbulls on Crack, que eu citei o tempo todo, ao longo da narrativa
sobre a minha história com essa banda.
Depois
o vi citado na equipe de produção de vários programas de TV, onde ele
embrenhou-se, até tornar-se produtor do programa, humorístico, "Pânico
na TV", quando alimentou os atores/cômicos com muito texto engraçado,
que veio de sua imaginação satírica, nata.
Nos
dias atuais (2015), está como produtor do Programa da apresentadora,
Sabrina Sato, na Rede Record de TV. Reencontrei-o através da Rede Social
Orkut, em 2010, e mesmo que falemo-nos pouco atualmente, tenho-o como
um bom amigo.
O
Deca, teve aquele pouco tempo com o Sidharta (já tudo devidamente
relatado no capítulo específico sobre tal banda), mas encontrou-se mesmo foi no "Baranga",
banda onde entrou em 1999, mais ou menos, e que segue até hoje, sob uma
carreira sólida, formatada por muitos shows e cinco CD's lançados, até aqui.
Nessa
banda ele é feliz a tocar Rock'n' Roll visceral, estilo "AC/DC", sem
limites e onde costuma extravasar toda a sua energia Rocker, primordial.
E sobre o Chris Skepis, ele seguiu bem e com quem falo esporadicamente,
embora ele viva a brigar comigo porque devo-lhe uma visita, faz anos.
Depois
do Pitbulls on Crack, eu soube que ele montara uma outra banda autoral,
no estilo do Punk-Rock mais visceral e com a presença, de duas belas
garotas, respectivamente no baixo e na bateria. Tal banda
foi batizada como: "Gutter Cats", sob uma clara alusão a uma canção
clássica do repertório do Alice Cooper, mas
posteriormente, com a saída de uma garota e entrada de um rapaz, foi
rebatizada como: "Final Fight"
Em
2007, ele convidou-me para integrar uma banda "tributo" ao
Alice Cooper, artista que ambos adoramos etc.
Entretanto,
a minha vontade para tocar
em shows cover, que nunca foi boa, esteve ainda menor nessa fase, e eu
declinei do convite. Soube que seria um projeto amparado por uma
produção enriquecida e que os shows que realizou a posteriori, foram bem
produzidos, ao incluir truques
cênicos usados pelo Alice Cooper, verdadeiro, portanto, ele deve ter
divertido-se muito, mas não deu para eu fazer parte, simplesmente.
Por volta de 2008, o Chris Skepis convidou-me para um novo trabalho autoral e desta feita seria uma banda centrada no Rock
Progressivo clássico, ao estilo do trabalho do "Gentle Giant", banda que também adoramos, ambos.
Foi muito
boa a proposta e eu teria aceitado com prazer, mas estava a atuar com o "Pedra" na ocasião
e não fazia sentido abraçar um outro trabalho autoral em paralelo. Foi uma
pena!
Quando eu entrei para o mundo digital, enfim, em 2010, ele
foi um dos primeiros que descobriu-me na rede social, "Orkut", e bombardeou-me com links
para se baixar discos pirata de artistas das décadas de 1960 & 1970, que adoramos. Ele deve ter
milhares de CD's baixados, assim como DVD's com shows e mesmo antes da
Internet popularizar-se, a sua coleção com fitas VHS e discos piratas de
vinil, já se mostrava como impressionante.
Tremenda
figura do bem, o Chris é um
eterno Rocker, com quinze anos de idade pelo seu ímpeto e eu admiro
muito essa capacidade
dele, para viver vinte e quatro horas por dia, a experimentar esse sonho
lúdico e isso certamente é o fator preponderante para não deixá-lo
envelhecer, jamais.
Fora a nossa paixão mútua pelos seriados do
Irwin Allen, especialmente, "Lost in Space". O Robot, Will Robinson e o Dr.
Smith, são nossos ídolos em comum.
A minha última notícia sobre o
Pitbulls on Crack, veio em 2011. O Deca enviou-me um E-Mail, a dizer-me que um produtor
estava a oferecer-nos a oportunidade para bancar a produção de um show e da
gravação de um novo disco da banda, se todos os membros originais aceitassem participar.
O Pedra estava com suas atividades encerradas e eu
ainda não havia ingressado na banda, Kim Kehl & Os Kurandeiros, tampouco
assumido com Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, portanto, poderia
até pensar na possibilidade, por que não?
Não saí do Pitbulls on Crack em 1997, por problemas particulares
decorrentes de alguma questão de relacionamento com nenhum dos outros
componentes, pelo contrário, sempre dei-me bem com os três colegas.
No entanto, eu desconfiei da história do enigmático produtor. Com cinquenta e um anos de idade na ocasião,
acreditar em mecenato no Brasil já seria inviável, e assim, com todo o
respeito, quem investiria no Pitbulls on Crack, tantos anos depois?
Não paguei para
ver e disse ao Deca que não estava interessado e dei-lhe o motivo, no
que, ele também experiente, concordou.
Bem, não
aconteceu nada, como foi esperado e foi melhor assim, para ninguém
frustrar-se em aventurar-se com uma proposta vinda de uma pessoa que
ninguém sabia quem realmente era e pretendia.
Sendo assim, reta final dessa etapa de meu relato sobre uma importante parte da minha carreira.
Antes
de encerrar o capítulo do Pitbulls on Crack, aproveito para dizer que
tanto quanto diverti-me, naqueles quase seis anos em que fui membro
dessa banda, diverti-me também em escrever essa história, ao relembrar
muitas passagens, com bons momentos e também os maus (poucos, ainda bem), condizentemente absorvidos, como aprendizado.
O Pitbulls on Crack surgiu na minha vida em um momento que foi crucial em três aspectos:
1)
Pelo aspecto artístico, por eu estar em um momento sob transição da
carreira. Em uma primeira análise, saliento que estava há mais de dois anos
sem ser membro oficial de uma banda naquela ocasião e após embrenhar-me em diversos
projetos que não lograram êxito, precisava focar novamente em algum trabalho
autoral.
2)
Sob uma segunda abordagem, pesara o fato de eu estar
a precisar de uma nova estratégia de carreira. Formar uma banda sob teor
Hard-Rock, nos moldes d'A Chave do Sol, teria sido a solução mais
lógica,
mas além de querer mudar, para buscar novos ares na carreira, houve a
necessidade de estar antenado nas mudanças que a época apresentou.
Portanto,
a proposta do Pitbulls on Crack na direção do "Indie Rock", mesmo ao
não ser de meu agrado natural, poderia prover a necessidade que eu
aventara em buscar um outro espectro artístico.
3) Não é o caso
aqui para esmiuçar, mas logo no início de 1992, eu tive um problema
pessoal que derrubou-me emocionalmente e coincidiu precisamente com os
primeiros passos do Pitbulls on Crack.
Não
nego, que mediante essa euforia inicial e o fato dos
elementos da banda serem humoristas natos, ajudou-me de uma maneira
absurda a superar o problema. Eles não sabem, mas foram terapeutas
ocupacionais fantásticos para sanar o meu caso.
Portanto, por esse lado, tenho também um carinho pelo Pitbulls on
Crack, principalmente no seu período inicial, entre 1992 e 1993.
Ao ir
além, tenho orgulho dos primeiros momentos, pois tivemos a humildade de
começarmos na estaca zero, a tocarmos em lugares inóspitos e realizarmos shows
em autênticas pocilgas, sem estrutura.
A banda teve muitas
oportunidades alvissareiras a seguir. Ao pensar bem, foi a banda onde estive, que mais
teve chances boas com apoio no rádio, shows perante multidões e com produção
peso-pesado, apoio na TV etc.
Portanto, agradeço por cada chance
que tivemos nesse sentido, ainda que isso não tenha catapultado-nos para voos maiores, rumo ao mainstream.
Por outro lado, ao estabelecer a reflexão
fria de consciência, ao termos feito a opção por cantar durante a carreira toda em
inglês, automaticamente anulamos assim as oportunidades recebidas, não foi mesmo?
O
Chris argumentava que para ele que morara em Londres
por anos, e falava inglês com sotaque britânico perfeito, era muito mais
fácil compor em inglês e nós aceitávamos tal argumentação passivamente,
sem ao menos
pensar em um contra-argumento mais racional para fazê-lo entender os
meandros do show business que apontavam para um outro tipo de estratégia
gerencial.
Esse foi nosso erro ao meu ver, pois
as canções eram boas, com potencial Pop e se talvez fossem formatadas
em português, poderiam ter tido outra sorte.
Nenhuma banda
daquelas que cantavam em inglês, da cena de 1992, e com as quais
tocávamos no mesmo circuito, conseguiu nada com essa predisposição e de fato,
quando Os Raimundos chegaram ao mercado com aquele festival de palavrões
e insinuações sexuais, explodiu, ao dizimar a chance de quem cantava em
inglês. Foi uma mera questão de tempo para surgirem bandas como os Mamonas Assassinas e o Baba Cósmica,
para citar apenas duas, que atropelaram as demais com as suas escatologias infantiloides.
Por
outro lado, mesmo que o Pitbulls on Crack colocasse-se como "Indie" e leia-se esse tal
de Indie como um mero continuísmo da cartilha do Punk-Rock e do Pós-Punk, eu por meu sistema de crenças
genuinamente Rockers, jamais faria a minha parte de uma forma tosca.
Ao criar linhas de
baixo mais sofisticadas, automaticamente tirei o ranço punk das músicas
e isso aproximou mais o Pitbulls on Crack do Glitter-Rock setentista. Daí a
perceberem algo setentista no som, foi uma questão de pouco tempo e o som da nossa banda se nunca
foi sofisticado, ao menos entre os ditos entusiastas da cena Indie, ficou diferenciado.
Bem,
infelizmente os erros estratégicos (cantar em inglês, sobretudo),
fizeram com que as tantas boas oportunidades fossem perdidas e ao final,
a banda pôs-se a perder as suas forças.
O Chris Skepis é um tremendo de
um Rocker. Gostamos de tudo do Rock clássico das décadas de
1950/1960/1970 e a nossa pequena divergência sobre o movimentação Punk, não
abala jamais a nossa amizade.
De resto, foram
seis anos com risadas ininterruptas.
O Deca é outro sujeito com espírito
leve e que tem uma capacidade para improvisar piadas, incrível. Como
guitarrista, a sua predileção é o Rock'n' Roll visceral e ao vivo, a sua
performance sempre foi ensandecida, a chamar a atenção, muito positivamente.
Muito humano, Deca sempre foi gentil e disposto a auxiliar a todos, sem
medir esforços.
O
Juan Pastor também fora um humorista nato. O seu espírito bem-humorado
sempre contribuiu para nos manter sem tensões na parte interna da banda.
Graças aos
seus contatos midiáticos, o Pitbulls on Crack obteve muitas chances e arrisco dizer que sem ele,
teria sido tudo muito diferente e mais difícil.
No ano de
2013, eu consegui resgatar um áudio de uma música inédita e registrada ao
vivo durante um programa na 89 FM, em que apresentamo-nos e com a
produção do Site/Blog Orra Meu, um promo foi preparado para o YouTube. Trata-se
da música: "On the Rocks", peça nunca gravada oficialmente em disco e neste caso, sob uma versão acústica.
https://www.youtube.com/watch?v=C2eMt8SW_zo
Acima, o link para assistir no YouTube
Uma reportagem
póstuma sobre o Pitbulls on Crack, aconteceu em 2013, quando o jornalista, Tony Monteiro,
ao representar a revista Roadie Crew, propôs-me uma entrevista para resgatar
a história da banda. Tal questionário também foi enviado ao Deca e nós
dois concedemos as respectivas respostas, para alimentar tal entrevista.
Matéria
com o Pitbulls on Crack. Revista Roadie Crew, número 183, de Abril de
2014/Página 30. Assinada por Antonio Carlos Monteiro. Responderam pela
banda: Deca e Luiz Domingues
Hora para
falar das pessoas que auxiliaram-nos nesses anos todos, a começar pelas que
contribuíram, externamente.
Em 1992...
Tatola, Fábio Massari, Zé Luiz, Edgard, Carolina, Ana e toda a equipe da emissora, 89 FM de São Paulo.
Gastão Moreira; César Cardoso e demais amigos da MTV.
Os “freaks brothers do telhado”, no primeiro estúdio
onde ensaiávamos...
Benjamim, pelas filmagens psicodélicas realizadas em vários shows
da fase inicial da banda, mas que infelizmente foram perdidas (não por culpa dele).
Maura Cardoso, pelas fotos.
As amigas
Lúcia (que tornou-se esposa do Chris posteriormente, e é mãe do
seu filho: Brian Skepis), Yara, Sheyla e tantas outras amigas que muito prestigiaram a banda em
muitos shows nesse ano e nos posteriores.
José Reis e Luiz Gustavo, que foram nossos primeiros roadies e logo mais falarei
sobre ambos, mais detalhadamente.
Em 1993:
Vagner Garcia, pela gravadora Eldorado.
Tatola, Ricardo, Denise e Fábio Massari pela produção
executiva do álbum coletânea: “A Vez do Brasil”, em parceria com a gravadora
Eldorado.
Carlos Eduardo Miranda, pela produção em estúdio, Beto Machado e Érico Rondon, pela operação de mesa na captura e mixagem e toda a equipe
do estúdio Be Bop. Érico Rondon e Carlos Freitas, pela masterização no estúdio Cia de Áudio. Rui Mendes e Michel Spitale, pelas fotos e lay-out
de capa/encarte e Fabio Cobiaco, pela ilustração da capa.
Osmar Santos Junior e equipe da Brasil
2000 FM.
No ano de 1994...
Jefferson, empresário: grato pela sua tentativa!
Kuky Sanchez e demais
componentes do “The Pills”.
David Brasil e equipe de filmagem do clip de “Under the Light of The
Moon”.
Gastão Moreira e toda a equipe da MTV pela produção do especial: “Peso
Local”.
Aos
filhos do governador Luiz Antônio Fleury Filho, que criaram o festival beneficente no
Ginásio do Ibirapuera em que participamos.
Jason Machado, por criar o fã clube do Pitbulls on Crack e doravante
mantê-lo, com um grau de entusiasmo impressionante.
Aos meus alunos e à turma de Jason Machado pela fantástica ajuda para
massacrar a 89 FM com pedidos telefônicos ao visar executar a nossa música, “Under the
Light of the Moon”, em sua programação diária
Elizabeth "Tibet" Queiroz, André “Pomba" Cagni e Eric De Haas, pelas oportunidades de shows.
O amigo Ítalo Robson Marchezini, do estúdio Spectrum, onde ensaiamos com muita mordomia, a partir de 1994, até o meu fim
na banda. E para fazer um trocadilho que ele deverá entender bem ao ler esta citação: o Ítalo é um
homem do Brasil...
Jerome Vonk e Alê, pelo quase acerto com
a gravadora Roadrunner.
Revista Rock Brigade, por incluir-nos na
festa de aniversário de sua centésima edição.
No ano de 1995:
Roy Cicala, pela oferta tentadora, pena que não reunimos condições para
concretizá-la, mas por algumas semanas sonhamos em alcançar, através de suas
mãos hábeis no manuseio dos botões de uma mesa de mixagem & gravação, atingirmos
a nossa: "Fame, fame, fame, fame, fame"...
Aos meus
alunos e Jason Machado, que mergulharam de cabeça no projeto do festival:
“Dominguestock!
Sérgio Hinds, Rodrigo e Victor Martins e toda a equipe da gravadora Velas/Selo Primal, pelo apoio inicial e
que estender-se-ia decisivamente pelo ano de 1996, também.
Geraldo D’Arbilly e o dono do estúdio em Santo André-SP, pela imensa boa vontade
para tentar trabalhar e pela compreensão no desfecho que essa história teve. Que
pena que não deu certo, Geraldo, eu adoraria ter trabalhado contigo e a sua opinião
sobre o trabalho da turma de Winwood/Capaldi & Wood, marcou-me para sempre: “O Traffic é uma caixa de bombons finos”, também acho...
Em 1996:
Ítalo Robson Marchezini, Alcir Gonçalves Lasneau, Luiz De Caro e Marquinhos Almada, pelo estúdio,
camaradagem e apoio geral na produção do CD “Lift Off”.
Johnny Boy, Marcus Rampazzo, Will Carrara, Ricardo Confessori e Ivan Busic, músicos fantásticos que abrilhantaram o nosso disco com
as suas participações especiais!
Toda a equipe da gravadora Velas/Selo Primal, a citar-se novamente, Rodrigo e Victor Martins; Sérgio Hinds e para acrescentar agora: Ivan Lins, Alexandre Madeira, W. “Perna” e demais funcionários
do escritório, incluso, Toni Peres Rodrigues, que já era meu amigo
antes.
Marina Yoshie, pelo trabalho extraordinário como webdesigner, desenhista;
artefinalista e responsável por toda a concepção do visual do CD e do aparato
incrível de promoção que o acompanhou. Como se não bastasse, Marina foi, entre
1994 e 1997, uma entusiasta da banda, por vê-la ao vivo inúmeras vezes e a sua
frase emblemática sempre foi: “o som de vocês é contagiante”...
Meu muito
obrigado aos “Monges”, uma incrível
confraria que muito auxiliou-nos em ações de divulgação. Grato Emmanuel Barreto, Helder Pomaro, Nathanael, Wagner “Baiacu”, Betina, “Cabelo” e outros cujos nomes e apelidos não recordo-me ao certo,
mas sintam-se todos agradecidos, igualmente.
Aos meus
alunos, o meu famoso exército de “Neo-Hippies”, que nesse ano de 1996, em
específico, trabalhou muito em ações de divulgação e na produção das latas que
continham o aparato de marketing do nosso CD, mas que na verdade desde que
eu anunciei que entrara nessa nova banda chamada: Pitbulls on Crack, em janeiro de
1992, até o dia em que saí, apoiaram-nos com entusiasmo sem igual.
Meu velho
amigo, Carlos Muniz Ventura que tanto apoiou trabalhos anteriores que fiz (A Chave do
Sol e A Chave/The Key), por mais uma vez trazer seu click para ilustrar capa
e encarte de um outro disco meu, no caso o CD “Lift Off”.
Ao
professor, Wilton Azevedo, por assinar um micro texto a citar a sua impressão sobre a Pop-Art sessentista, no libreto
que acompanhou o Kit de lançamento do CD.
Marcelo Rossi por fotos ao vivo.
Ao bom
amigo, Alex (in memorian), ex-baixista do “Proteus”, e que muito
ajudou-nos no momento decisivo da divulgação do CD.
Em 1997...
Evon Patrocínio, pela sempre boa vontade em incluir-nos no festival,
“Sintonia do Rock”, do Centro Cultural São Paulo.
Rodrigo Hid, pela rica participação a tocar piano e Mini-Moog em um show
que realizamos no Centro Cultural São Paulo, nesse ano, mas também por não esquecer da sua presença
no show de lançamento do disco, ao final de 1996.
Durante o tempo todo, entre 1992 e 1997:
O
jornalista Antonio Carlos Monteiro, popular Tony Monteiro, sempre apoiou-nos de
uma maneira integral. Ele era (é) fã confesso desse trabalho e isso muito alegra-me, pois
além dele ser um crítico superb, foi um dos poucos membros da mídia a enxergar méritos
artísticos nessa banda. Sou-lhe grato por isso!
Familiares:
Aos
familiares dos componentes do Pitbulls on Crack: Maura Cardoso,
esposa do Deca naquela ocasião, receba o meu muito obrigado pelas
fotos, em vários momentos, além do apoio em geral.
Aos pais do Juan Pastor: jamais esquecer-me-ei do pai do Juan Pastor, ao falar com
aquele sotaque espanhol, carregado: -"Fenomenales! Usteds son um
verdadero espetáculo! Son mejores que los Beatles!").
Eliane Aronson, esposa do Chris Skepis
nessa época e Denis Skepis (irmão
do Chris).
Ana Cristina, minha irmã, e minha mãe, naturalmente...
Hora de
falar dos que participaram diretamente da banda como membros da nossa equipe técnica:
Luiz Gustavo
Luiz
Gustavo é o rapaz sentado no degrau mais baixo, isoladamente. Foto de 1994,
acervo e cortesia de Jason Machado
Luis Gustavo, foi um outro aluno meu que transitou na órbita do Pitbulls
on Crack, mas diretamente, a atuar como roadie, desde os primórdios em 1992,
até 1994.
Menino humilde e bastante prestativo, detinha uma pequena experiência
por ter atuado como roadie, quando forneceu suporte a bandas obscuras do
circuito indie. Também foi solícito e muito útil em todos os shows que esteve
conosco, portanto agradeço-lhe
Marcos Martines
Na
foto acima, Marcos Martines estava a viajar com a comitiva do Pitbulls on Crack para o Rio de janeiro, na poltrona da
"janelinha", ao lado de Juan Pastor, em foto de 1994
Um
dos meus melhores alunos em 1992, Marcos Martines trabalhou diversas vezes como
roadie da nossa banda e teve participação como músico, ao substituir-me em
1997, assim que deixei o Pitbulls on Crack. Nos anos 2000, tornou-se produtor
de rádio, também, tendo sido assistente do Tatola, na emissora Brasil 2000 FM.
Toca regularmente até os dias atuais, sendo um grande músico.
Ricardo Schevano
Mesmo caso de Marcos Martines,
Ricardo Schevano foi meu aluno, ajudou muito em ações de divulgação, foi roadie em 1996 e
1997 e tornou-se baixista da banda, no pós-anos 2000, sob uma continuidade que
eu não acompanhei mais. Músico excelente, hoje é coproprietário do estúdio, “Orra
Meu” e toca nas bandas: “Baranga” e “Carro Bomba”.
Antonio Peres Rodrigues, o “Toni”
Em
foto de janeiro de 1997, nas dependências da emissora Brasil 2000 FM de São
Paulo, da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Deca e Toni Perez
Rodrigues. Click, acervo & cortesia de Myrna Zapata
Guitarrista
& vocalista do grupo Heavy-Metal, “Essex” e irmão de meu aluno,
Alexandre 'Leco" Peres Rodrigues,
Toni gravitava nas minhas aulas desde 1992, mas só envolveu-se com o
Pitbulls on Crack para valer, ao final de 1996, quando tornou-se roadie e
também funcionário da gravadora Velas/Selo Primal. Ele mantinha um
estereótipo como
headbanger radical, mas eu sabia que no fundo, era um tremendo de um
amigo bacana. Sou-lhe muito grato por trabalhar como roadie, e também na
produção da
famosa "lata"...
Jason Machado
Como seria possível agradecer
uma persona como Jason Machado?
Ele entrou na nossa vida em 1994, comandou o fã-clube da banda, tornou-se
roadie e incentivador-mor.
Meu muito obrigado por todo o seu empenho, de 1994 até
quando eu saí, em 1997. Os seus esforços foram incansáveis para divulgar e empurrar a
banda para a frente, quando escalou até familiares seus (a sua própria avó, incrível!), para
tarefas em prol da banda, caso dos históricos telefonemas disparados para a 89
FM, no ano de 1994.
Como se não bastasse tudo isso, ao lado do Chris Skepis,
ele ajudou-me muito com lembranças que escapavam-me e que acrescentei neste texto
autobiográfico, além de fotos valiosas e raras que estão publicadas nos meus
Blogs dois e três.
José Reis Gonçalves de Oliveira
José Reis à direita e Deca à esquerda, a apontá-lo, em foto de 1996
Agradeço
ao José Reis Gonçalves de Oliveira, o popular "Zé Reis", meu ex-aluno
e amigo eterno, por ter acompanhado desde o primeiro ensaio, todos os passos do
Pitbulls on Crack.
Ele foi roadie, amigo de todas as horas, ajudou-nos inúmeras
vezes em vários aspectos, e deu muitas risadas conosco em camarins, coxias de
teatros e outras tantas ocasiões.
O murro que ele desferiu boca de um
inconveniente idiota que tentava vandalizar o nosso show em 1992, na casa de
shows “Broadway”, ainda deve doer no maxilar daquele garoto incauto.
Amigo de
todos os componentes e não só meu, tornou-se um companheiro do Chris Skepis em
conversas sobre Fórmula Um, uma paixão mútua de ambos.
Sou-lhe grato eternamente pelo
apoio incondicional em diversos aspectos, até em aspectos extra-musicais, incluso socorro
mecânico em momentos de sufoco com os meus combalidos bólidos nessa época.
E agora,
falo sobre os companheiros dessa jornada de minha carreira:
Juan Pastor
O Juan
Pastor também era (é) um humorista nato. As suas brincadeiras sempre deixavam
qualquer ambiente fantasticamente leve. Fanático pelo São Paulo FC, ele adorava
provocar-me e naquela fase, Palmeiras e São Paulo estavam ambos com times muito
fortes e disputavam com proeminência todos os títulos do futebol.
Graças aos seus contatos, o Pitbulls
on Crack teve muitas chances e arrisco dizer que sem ele, teria sido tudo
muito diferente e muito mais difícil.
Sou-lhe grato pelo companheirismo, dedicação,
pelas inúmeras portas que abriu graças aos seus contatos e generosidade em
ofertá-los. Torço para que continue sendo muito feliz ao lado da esposa, filhos
e na carreira como produtor de TV e rádio, na qual avançou e tornou-se muito bem-sucedido.
Deca
O Deca,
que tem o apelido de “Luciano” (brincadeira!) é um outro amigo de espírito leve e
que tem uma capacidade para improvisar piadas, incrível.
Quando juntava-se ao
Chris e ao Pastor, eles se pareciam com "Gremlins" que transformavam-se em
humoristas.
Como guitarrista, a sua vocação é pelo Rock'n' Roll visceral e ao vivo,
a sua performance é selvagem, com qualquer coisa a poder acontecer.
Muito humano,
sempre foi solícito em ajudar qualquer pessoa com a máxima boa vontade em
qualquer circunstância. Tem uma bondade enorme e sempre foi muito solidário.
Deca continua com tudo a atuar com o seu “Baranga”, a fazer da sua guitarra Fender
Stratocaster, sandices cênicas e a provocar belezas sonoras. Nem mesmo Ritchie Blackmore azucrina tanto com uma
Stratocaster em cena, como o Deca o faz, normalmente.
Espero que essa performance ensandecida perdure por
muitos e muitos anos.
Chris Skepis
O Chris
Skepis é um tremendo de um Rocker. Gostamos de tudo do Rock a envolver as décadas de 1950/1960/1970
e só discordamos no quesito da "revolução" punk, na qual ele
considera sincera e eu, uma farsa mercadológica que produziu estragos
irreparáveis.
Mas
fora essa divergência, divertimo-nos muito ao falarmos sobre
incontáveis artistas que gostamos, Irwin Allen, e tantas outras
predileções que temos em
comum.
Em quase seis anos de convivência, só indispus-me com ele uma vez, quando irritei-me
com uma questão ocorrida em 1995, mas que hoje eu sei que fora uma mera falha de
comunicação, pois ele não fora culpado pelo mal-estar gerado em si.
De resto, foram
seis anos vividos sob risadas ininterruptas. É o amigo mais bem-humorado e espirituoso
que eu conheci na vida (o Nilton César "Cachorrão", também é assim).
Somos
amigos e uma hora eu vou visitá-lo. É uma vergonha (eu sei), mas eu só fui
conhecer o seu filho nascido em 1999, na exposição do David Bowie, em 2014, e
que chama-se: Brian Jones Skepis (o menino tem esse nome, adivinhe por que, leitor).
Falamo-nos regularmente e eu estou
no aguardo de mais material inédito que ele está a procurar em seus baús e que
assim que disponibilizados, vão diretamente para os meus Blogs e YouTube, certamente para enriquecer a memória da nossa banda.
“Salvatore, Penitenziagite, stupido, stupido!” Eis aí uma frase contida
no livro: “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, que acompanha-nos por anos e da qual
não vou explicar o significado ao leitor... mas que trata-se de um código secreto nosso, que nem Dan
Brown saberia explicar...
É isso...
Tenho uma
lembrança muito forte desse período de minha vida em que trabalhei com o
Pitbulls on Crack, e espero ter passado tudo ao leitor com fidedignidade. O
Pitbulls on Crack foi em linhas gerais:
1) A banda pela qual eu atuei em que mais dei risada em seus bastidores.
2) a minha aposta na contramão do que eu realmente gostava, mas que julguei ser a
oportunidade para lutar na trincheira "adversária" e quem sabe achar
uma brecha enfim para atingir o patamar do mainstream.
3) A banda em que atuei, onde mais tive chances no mundo mainstream, por
incrível que pareça.
4) A banda que deu-me o impulso concreto para eu voltar a buscar o fio de meada
perdido de meus objetivos mais remotos de cunho sessenta-setentistas, rompidos indevidamente,
apesar de ter sido uma plataforma inadequada para tal tipo de resgate, certamente.
Espero
ter fornecido dado aos fãs do Pitbulls on Crack, um painel claro do que foi a carreira dessa
banda, ainda que sob minha particular visão e que fique claro, trata-se de minha
autobiografia e não a história oficial da banda.
Muito
do material de vídeo e fotos desse trabalho, foi perdido,
lamentavelmente. Mesmo assim, tenho esforçado-me para arregimentar o
máximo
possível e disponibilizar através da Internet.
Está encerrado esse relato de uma etapa
de minha carreira, que escrevi com muito carinho. Daqui em diante, a história
na minha autobiografia segue com a criação do projeto: “Sidharta”.
Muito obrigado ao Pitbulls
on Crack!
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