Os responsáveis pelo salão não colocaram muita credibilidade em nossa capacidade para movimentar um público melhor do que eles normalmente arregimentavam, apenas com som mecânico, portanto, a negociação foi lenta, arrastada, e com a nítida incredulidade por parte deles.
Então, nós fomos diversas vezes lá. E a cada rodada de argumentações de nossa parte, a contra-argumentação mostrava-se engraçada, quase em tom de pilhéria na forma de desculpas da parte de tais mandatários do salão.
Ao verificarem que estávamos empenhados, cenas folclóricas aconteceram.
Por exemplo, o dono do estabelecimento ao afirmar ter um
contato em um programa popularesco da TV de então, daqueles típicos de baixo nível, nos indagou se nós aceitaríamos participar, entretanto, de antemão ele fez questão de salientar que não garantiria que fosse através de um número musical necessariamente pelo qual participaríamos, mas
que poderia ser sob uma outra circunstância inusitada. Ora, como assim? Mediante tal afirmativa bizarra de sua parte, será que um de nós teria que
simular nos submetermos a um teste de paternidade com alguma garota armada pela produção,
para gerar-se uma falsa desavença e posterior briga armada e vexatória com atores a simularem uma sketch de baixo nível?
E outra ideia que soou épica: o patriarca da família que era proprietária do estabelecimento, empolgou-se e em dado instante da negociação, nos disse que bancaria o show a pagar todas as despesas da produção e nos oferecer um bom cachê. Por um segundo, chegamos a pensar que o homem falara sério, mas logo notamos que fora uma empolgação vazia.
E houveram mais histórias bizarras sobre tais conversas que ouvimos por parte daquelas pessoas, mas que não vou narrar, para não comprometer a imagem de ninguém.
O fato cabal, foi que tais pessoas pouco dimensionaram o nome ou a história da Patrulha do Espaço. Para a compreensão deles, nós ou uma banda cover não demarcava muita diferença. Aliás, esse foi um problema de questão de não dimensionamento da nossa real envergadura artística e dentro da história, que nos afligiria ao longo da nossa trajetória, infelizmente. O importante para eles, seria a capacidade para angariarmos público e nesse quesito, sobreveio a sua descrença em nossa tradição.
Creio
que foi ao final de junho de 1999, que o martelo foi batido definitivamente
e aí, começou a batalha pela melhor divulgação possível.
É evidente que contamos com o apoio de amigos nessa empreitada.
O Júnior angariara um patrocínio para cobrir os gastos do tradicional, "lambe-lambe", com um futuro candidato a vereador. Não tratava-se de um ano com eleições municipais, mas esse pré-candidato queria popularizar o seu nome, previamente, e forjar sua imagem como um incentivador das artes em geral. Então fora comum ver seu nome vinculado a shows musicais; peças teatrais e outras atividades artísticas.
Os cartazetes e filipetas foram impressos por nós mesmos. A internet já continha um certo peso nessa época, mas nós praticamente não a usamos. Não haviam ainda as redes sociais massificadas, como hoje em dia. Rádio e TV foram impossíveis de serem usados, pelos preços proibitivos que cobravam.
Por exemplo, lembro-me de haver contado com a ajuda de amigos e alunos para filipetar um show do grupo de Heavy-Metal, "Angra", no Palace, uma casa de shows localizada no bairro de Moema, na zona de sul de São Paulo. Nessa noite, um ex-aluno meu estava a filipetar um dos flancos da rua onde localizava-se tal casa, de onde uma parte do público saia, quando um garoto pegou a filipeta e disse-lhe: -"Patrulha do Espaço?" Isso é do tempo do meu avô"...
No entanto, a entrevista aconteceu sob um clima a parecer um filme policial, com o endereço da emissora a ser mantido em sigilo até quando os seus dirigentes confiaram em nós o suficiente para divulgar-nos. E no dia em específico, o clima foi sob apreensão, pois essa rádio já havia sido lacrada pela Embratel, diversas vezes. Nesse aspecto, foi engraçado, mas o resultado para nós foi nulo, pois o alcance limitadíssimo de uma estação pirata, não despertou interesse algum que agregasse-nos mais pessoas presentes na bilheteria do show.
Não lembro-me mais o nome dessa rádio. Mas foi algo absolutamente insignificante em termos de repercussão e foi uma pena, pois a boa vontade em ajudar da parte daqueles freaks abnegados, foi total.
A formação chronophágica da Patrulha do Espaço, reunida após o ensaio no estúdio Alquimia de São Paulo. Abril de 1999. Click: Claudia Fernanda. Acervo de Rodrigo Hid
Foi ineficaz, é claro. Eu sempre procurei comandar equipes de divulgação com uma logística e um foco definido. Nesse caso, foi uma tentativa para aproveitar o cenário menos ruim. Se tratou do melhor que tivemos na ocasião, ainda mais se pensarmos sobre a nossa infraestrutura, mediante os nossos parcos recursos financeiros.
Quanto aos meninos, eles não estiveram deslumbrados com essa movimentação inicial. Se mostraram felizes, mas não houve nenhum exagero em sua postura.
Na quarta-feira anterior ao dia do show, nós fomos surpreendidos com a notícia de que o Marcello sofrera um acidente com o seu carro, ao deslocar-se da faculdade para a sua casa. Ficamos apavorados, mas apesar do carro ter tido a dita perda total, ele sobreviveu e não teve nenhuma contusão séria, ao só apresentar um quadro com a ocorrência de dores nas costas motivadas por hematomas, pois o caminhão que o abalroou, atingira o seu automóvel pela traseira.
A Revista Dynamite foi o primeiro veículo da imprensa especializada a publicar uma nota sobre a volta da banda, com nova formação, mas ainda a citar-me pelo velho apelido que eu usava anteriormente, como nome artístico, para designar-me. Não foi culpa deles, pois só firmei a ideia de cortar tal denominação a partir da gravação do CD "Chronophagia", em 2000. Porém errou feio o sobrenome do Marcello, como observa-se na nota acima.
Montamos o palco com um exército de ajudantes, porém, todos amadores em essência. Foram vários dos meus alunos, o meu pequeno exército de Neo-Hippies ou de "Brancaleone", como queira o leitor, estiveram ali a colaborar. Nesse início, sem verba, não tivemos como contratar roadies profissionais, portanto, contamos com o apoio abnegado de amigos, em suma.
O nome desse técnico era: Thales de Meneses, um "freak" que gostava da nossa proposta em torno do Rock Clássico, e se mostrara tecnicamente, competente. Sendo assim, quando começamos a levantar a equalização da bateria, logo percebemos o seu apuro na timbragem dos instrumentos.
Essa foto com o Rolando em destaque, é de um ensaio no estúdio Alquimia, em abril de 1999. Click de Claudia Fernanda. Acervo de Rodrigo Hid
O problema técnico que eu mencionei anteriormente, foi sentido no fato de que só houve uma mesa para operar tudo e ela comandou o PA e o retorno, simultaneamente. O correto, é sempre contar-se com duas mesas, com direcionamentos diferentes. Uma comanda o PA, ou seja, o som que chega ao público e a outra comanda o monitor, ou seja, o som que o artista ouve no palco para poder guiar-se em sua performance.
Conclusão: o técnico não reunira condições humanas para checar na hora do show, a situação real do som emitido pelo PA. Ele equalizou durante a passagem do som, mas na hora do show, ficou preso na mesa, só a ouvir o som do palco. Isso não fora culpa dele, mas da estrutura da casa.
Foi a primeira vez que preparamos toda aquela ambientação decorativa em torno dos valores estéticos das décadas 1960 & 1970, com a qual eu sonhara desde que formei o Sidharta em 1997, mas que na verdade, fora o resgate do sonho primordial acalentado na adolescência, na década de setenta e que fora devidamente atrapalhado pelo fato de eu ter ingressado na música no momento em que essa estética começava a definhar, atacada violentamente por detratores e cuja ação predatória fora apoiada amplamente pelos marqueteiros de plantão, ao trabalharem para fomentar tais interesses antagônicos e escusos.
Portanto, foi bastante emocionante para a minha expectativa pessoal em particular (e sei que para o Rolando Castello Junior, também), arrumar o palco com todos aqueles ícones visuais e até olfativos, vide o enorme número de incensos que fariam o show ter o perfume dos grandes Concertos de Rock de outrora.
No entanto, como ele poderia fazer isso, a operar atrás do palco?
O som no palco estava excelente, parecia um disco de tão bem mixado, mas nós recebemos várias reclamações da parte de amigos, a dizer-nos que a sonoridade deixara a desejar para o público.
Por azar total, foi o ápice das desgraças que nos acometeram naquela semana: "O Terço" a resolver voltar à cena artística justamente na mesma noite que nós, e através de um salão rival e próximo, foi uma triste coincidência. Para brincar com a situação, incluímos a canção, "Hey Amigo" dessa celebrada banda no nosso set list e dedicamos a eles, como um sinal de boas-vindas à cena. O clima que estava tenso por conta dos aborrecimentos ocorridos durante a semana, amenizou na medida em que aproximou-se a hora do show.
Camarim do Fofinho: Rolando Castello Júnior no centro, à esquerda, Samuel Wagner, que nessa época ainda não era roadie da banda, mas apareceu para assistir o show e à direita, Nelsinho, um fã da banda desde o primeiro show ocorrido pelos nossos fundadores em 1977! Acervo de Rodrigo Hid. Click: Eduardo Donato
Pedrinho "Wood" Ayoub, guitarrista do "Tomada" à época, e Marcello Schevano, no camarim do Fofinho, em 18 de agosto de 1999. Acervo e cortesia de Rodrigo Hid. Click: Eduardo Donato
O que tumultuou um pouco foi a desorganização que tivemos nesse dia, por não contarmos com roadies profissionais.
Da esquerda para a direita: Marcello Schevano, Eduardo Donato e Rodrigo Hid. Donato era colega de faculdade do Rodrigo e pertencente, portanto, à uma nova geração de estudantes de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, com os quais eu teria amizade, a repetir a tendência iniciada com a safra de amigos que lá firmei em 1979, da qual fundou-se o Língua de Trapo... Acervo de Rodrigo Hid. Click: Renata Hid
Foi tanta gente para tentar ajudar entre os meus neo-hippies, que estes mais atrapalharam, na verdade. Além de um sujeito que apareceu lá de última hora e que expressou a sua vontade para ser roadie a todo custo. Não vou nomeá-lo, para não comprometê-lo, mas era uma figura carimbada em camarins de bandas clássicas setentistas ainda em atividade.
O show começou enfim! Entramos com: "Não Tenha Medo" e "Festa do Rock", sem interrupções. Seguiram-se: "Ser" e "Tudo Vai Mudar". As músicas novas foram bem aplaudidas e chegaram a arrancar assovios.
Fora a surpresa irônica em tocarmos: "Hey Amigo" d'O Terço e uma canção dos Beatles ("She Came Through in the Bathroom Window"), mas com o arranjo da versão do Joe Cocker.
Semana terrível, sem dúvida, mas o show transcorreu bem, apesar dos pesares e o público que esteve ali presente, viu uma apresentação com muita energia, técnica e sobretudo, o sinal de resgate da Patrulha do Espaço às suas próprias raízes, para que pudesse enfim libertar-se dos ranços de Heavy-Metal cometidos em seus últimos anos de atuação.
Marcello Schevano no ensaio da Patrulha do Espaço no estúdio do Paulo "P.A." Pagni, baterista do "RPM", e onde a banda formatou a pré-produção do CD "Chronophagia", ao ensaiar a partir de agosto de 1999. Acervo e click: Luiz Domingues
Rodrigo Hid a pilotar os teclados dessa vez em ensaio da Patrulha do Espaço, no estúdio do P.A. Pagni. Click e acervo: Luiz Domingues
Foi de fato, a primeira música nova criada pela formação, sem contar a herança adquirida pelo Sidharta, como eu já salientei. Esta peça recebeu o título de: "Sendo o Tudo e o Nada", uma complexa suíte bem ao estilo do Rock Progressivo, bastante influenciada pelo "Yes", e bandas italianas clássicas dessa vertente, tais como "Premiata Forneria Marconi" e "Banco Del Muttuo Soccorso", principalmente.
Somente alguns dias depois foi que surgiu um convite, mas não tratou-se de nada muito animador. Uma casa noturna localizada na Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, estava a organizar um show ao ar livre, com um palco montado na sua rua.
Lembro-me que apesar de ter sido um show curto, tocamos músicas com teclados, também, como: "Sexy Sua" e "Sunshine". Digno de nota, tal festival apresentou igualmente o "Big Balls", de Xando Zupo, banda essa que em tal época só tocava covers. Recordo-me deles a tocarem músicas do "Deep Purple", por exemplo, além da presença de outras bandas ali presentes, formadas por garotos e se mostrarem irrelevantes sob um contexto maior da música. E o show prometido, dentro na casa e com remuneração, nunca aconteceu...
Seguiu-se a esse show ao ar livre na porta do Bar Fuzzy's, um período com ensaios que foram realizados com todo o empenho, até meados de dezembro.
Neste caso, as fotos ficaram boas e de fato foram usadas muitas vezes em publicações que eu tenho no portfólio.
Vários ângulos da "batcaverna" do Paulo "P.A." Antonio, onde ensaiamos no segundo semestre de 1999. Clicks e acervo: Luiz Domingues
Tal oportunidade foi fundamental para chegarmos muito afiados aos shows de dezembro (seriam dois dias no Centro Cultural São Paulo), e principalmente no estúdio em janeiro, quando gravaríamos o primeiro álbum com essa formação e primeiro com inéditas da Patrulha do Espaço, desde 1985. Foram tempos difíceis, financeiramente a falar, pela escassez de shows nesses meses, todavia produtivos pela oportunidade para ensaiarmos bastante.
Na porta da residência do PA, com as presenças queridas de amigos em comum, nossos e do PA. Da esquerda para a direita: Marcello Schevano, o saudoso Hélcio Aguirra, o percussionista, Nobuga, Rodrigo Hid e Rolando Castello Junior. Click e acervo: Luiz Domingues
E nessa fase em que estávamos a ensaiar no estúdio do P.A. (Paulo Antonio, baterista do RPM), na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, houve uma sinergia muito forte com o espírito dos ideais fomentados na época do Sidharta, pois nós usáramos bastante essa mesma sala de ensaio para compor e aprimorar aquelas canções novas, que agora seriam da Patrulha do Espaço.
Uma das ideias que tivemos, foi a de ressuscitar a clássica "bolha psicodélica", a ser utilizada como visual de fundo de palco. Entretanto, como os nossos recursos eram parcos, tínhamos que improvisar e de certa maneira sermos tão criativos quantos os primeiros hippies brasileiros fizeram para imitar o efeito que acontecia nos shows de Rock norte-americanos e europeus, dos anos sessenta.
O grande artista plástico e testemunha ocular/partícipe da loucura contracultural hippie dos anos sessenta em São Paulo, André Peticov
O "maquinário" consistira de: um projetor velho, lentes de câmera fotográfica e uma lata de refrigerante, de preferência o clássico Guaraná ou Soda Limonada.
Então nós percebemos, ao fazermos testes caseiros, que o projetor que arrumáramos era muito fraco em seu alcance de foco. Para projetar sob um diâmetro maior, precisaríamos de algo mais potente. O Rodrigo chegou a cotar preço de aluguel de projetores vintage, mas os valores aventados foram absurdos. E houve também a questão da tela. Teria que ser um tecido adequado e não quaisquer panos a esmo.
Junior a relaxar em uma pausa de ensaio e Claudia Fernanda, a nossa produtora à época, ao seu lado. Click e acervo: Luiz Domingues
A Claudia Fernanda que trabalhava com eventos, providenciou algumas peças de tecido que houveram sido usadas em uma instalação de artes plásticas que ela produzira recentemente. Não seria o tecido ideal para a projeção, mas mostrara-se bonito como cenário.
Mesmo por que, tivemos que conformarmo-nos em usar o projetor pequeno e assim, o foco seria diminuto, portanto inadequado para o que desejávamos. Dessa forma, ficou uma porção bem comedida, mas de forma alguma comprometeu.
Marcello Schevano em destaque. Click e acervo de Rodrigo Hid
Aliás, as histórias cruzavam-se! Nesse ano de 1999, no mês de maio, o Laert "Sarrumor" convidou-me para ir à sua festa de aniversário. Estávamos já a ensaiarmos com a Patrulha do Espaço e eu vivia aquela euforia em prol do resgate dos ideais oriundos dos anos 1960 & 1970, desde o tempo do Sidharta.
Na véspera dos dois shows que fizemos no Centro Cultural, corremos com a questão da produção e divulgação do espetáculo.
Foi efetivamente, a segunda grande campanha de divulgação em que empenhamo-nos, pois o show ao ar livre que realizáramos em setembro, não teve um esforço maior de nossa parte.
Colocamos nas ruas todos os cartazes que pudemos imprimir e o mesmo em relação às filipetas. Mas tivemos uma ótima nova em termos de mídia, de forma inesperada!
Claro, apesar desse lapso, não podemos reclamar por termos sido publicados no caderno Ilustrada da Folha de São Paulo, uma autêntica raridade para uma banda não coadunada valores antagônicos em via de regra.
Patrulha do Espaço ao vivo no Centro Cultural São Paulo em dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: Eduardo Donato
Patrulha do Espaço ao vivo no Centro Cultural São Paulo em dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: Eduardo Donato
O simpático Jornal do Cambuci & Aclimação deu força à banda, a honrar sua tradição de apoiar a cultura, que vinha desde os anos oitenta, quando tal veículo deu suporte sob muito entusiasmo, para o evento: "Praça do Rock", que realizava-se no Parque da Aclimação.
Patrulha do Espaço, e um fã no camarim do CCSP. Dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: desconhecido
Ao contrário do show do Fofinho Rock Bar, em agosto, o set list evitou as releituras e focou no repertório próprio da banda, a mesclar músicas de todos os discos, incluso da fase com Arnaldo Baptista em sua formação, e as novas canções, que fariam parte do álbum: "Chronophagia", em breve.
Foi nesses dois shows, inclusive, em que executamos várias músicas ainda não tocadas ao vivo (algumas apenas foram tocadas no Fofinho), incluso, "Sendo o Tudo e o Nada", um tema progressivo com muitas partes, a ostentar quase nove minutos de execução.
Patrulha do Espaço ao vivo no Centro Cultural São Paulo em dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: Eduardo Donato
Todavia, a despeito disso, tivemos um público razoável: noventa pessoas na quinta e cento e cinquenta, na sexta. Animados com esses dois shows, que foram bons, e que gerou uma repercussão inesperada, tivemos a boa nova de que houve uma data marcada para fora de São Paulo, na metade de janeiro de 2000. Seria um show a ser realizado na cidade de Praia Grande, litoral sul de São Paulo.
E por ter sido assim, com o movimento de borderô dos shows do Centro Cultural São Paulo, mais a perspectiva de um show com cachê fixo e para breve, que o Júnior vislumbrou a possibilidade para entrarmos em estúdio, ao visarmos gravarmos o primeiro CD da nova formação.
Contatos começaram a serem feitos nesse sentido e a aproveitar-se uma oportunidade vislumbrada de outro trabalho dele, Rolando Castello Junior, em paralelo, uma visita a um estúdio de gravação foi programada para o final do ano de 1999.
Patrulha do Espaço ao vivo no Centro Cultural São Paulo em dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: Eduardo Donato
Keith Moon, o grande e lunático baterista do The Who!
Essa audição fora uma questão particular dele, Rolando, mas serviu para alinhavar o acordo com o Camerati, para visar iniciarmos a gravação do nosso álbum, em janeiro de 2000.
Lembro-me dessa noite por esses fatos todos que eu contei e também por uma notícia que nos chocou e chateou bastante: George Harrison havia sido esfaqueado por um lunático que invadira a sua residência, naquele dia.
Patrulha do Espaço ao vivo no Centro Cultural São Paulo em dezembro de 1999. Acervo: Luiz Domingues. Click: Eduardo Donato
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