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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Luiz Domingues - Livro "Humanos Pitorescos" - Fotos Promocionais

Luiz Domingues 

Livro Humanos Pitorescos

Fotos promocionais de autor - Sessão de 20 de janeiro de 2023

Clicks e produção: Lincoln Baraccat

 

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat
Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos". Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat
Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat
Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de  2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat
Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat
Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

Foto promocional de autor para o livro: "Humanos Pitorescos", de Luiz Domingues. Janeiro de 2023. Click, acervo e cortesia: Lincoln Baraccat

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

A minha ligação com a literatura - Por Luiz Domingues

Eu, Luiz Domingues", preparado para receber os leitores na minha noite de autógrafos dos meus primeiros quatro livros. 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: ICBR/Catia Bolívia. Click: Alexandre Chagas

Eu sempre gostei de muito de ler e concomitantemente a minha voracidade para ler jornais, revistas e sobretudo, livros, posso afirmar que gostava de ler antes mesmo de me alfabetizar, porquanto pedia para os adultos que me cercavam (principalmente a minha mãe), que lessem em voz alta tudo o que eu me interessava, para poder absorver o teor dos textos.

Daí foi natural que eu também nutrisse a vontade muito grande de escrever, o que veio a acorrer com voracidade eu diria, assim que iniciei o processo de alfabetização. Tanto foi assim, que ainda de forma muito rudimentar no trato às palavras, eu esbocei escrever um "livro", aos sete para oito anos de idade, para dar vazão à minha vontade de me expressar. 

A maravilhosa coleção: "Trópico-Enciclopédia ilustrada em cores"  

Claro que guardo com carinho o manuscrito que redigi no longínquo ano de 1968, ao escrever essa "obra" que chamar-se-ia: "O mundo em qualquer época", que de uma forma muito audaciosa e ao mesmo tempo absolutamente ingênua, haveria de ser na minha concepção infantil, um livro de história geral da humanidade, a refletir as influências que me impressionaram nesses primeiros anos de vida, isto é: os filmes, principalmente de origem norte-americana que eu via na TV, seriados com tal teor, como "O Túnel do Tempo", de Irwin Allen, a leitura da enciclopédia Barsa e sobretudo a coleção com o mesmo teor chamada: "Trópico - Enciclopédia Ilustrada em Cores", da editora Martins (licenciada pela editora Larousse da França), que eu ganhara de presente de aniversário em 1963, mas que só comecei a ler de fato, em 1968. Todavia, desde que ganhei a coleção e na mesma predisposição que eu mencionei acima, esperava avidamente a passagem do almoço familiar, todo dia, quando a minha mãe dedicava o início do período vespertino para ler as páginas dessa enciclopédia que me fascinava. 

A singela capa da minha suposta primeira obra escrita em 1968, "O mundo em qualquer época", um pretenso livro de história geral da humanidade, ou sendo mais realista, uma ingênua, porém sincera forma de expressão da minha infância, a viver o início do processo de alfabetização e ao mesmo tempo a desejar desesperadamente me expressar nos mesmos moldes das obras cinematográficas e literárias que me impactavam

Na medida em que cresci e cheguei à adolescência, tive a convicção de que estudaria jornalismo e enveredaria para essa profissão, provavelmente a me dedicar às editorias de cultura, esportes ou política, que mais me interessavam e em paralelo, a escrever livros para fomentar uma possível carreira como escritor.

Só que aquele negócio da "tal" da música e do Rock mais em específico, também vinha a acontecer na minha vida, desde 1963, mas a ficar mais próximo da minha percepção após o ano de 1966 em diante e assim, no decorrer da década de setenta, ao entrar no período da adolescência, foi a vez do cabelo crescer e o mergulho profundo que eu dei, me levou de encontro a um outro mundo, embora, na prática, fosse o mesmo mundo, a englobar o espectro da cultura como um todo, é claro. 

Enfim, entre 1970 e 1975, eu não deixei de gostar de escrever, ler e a viver a minha rotina como cinéfilo inveterado e nem mesmo deixei de ser um acompanhante assíduo das arquibancadas de estádios de futebol, no entanto, a verdade foi que o Rock me arrebatou e assim, de 1976 em diante esse foi o meu foco principal e salvo um poema que eu publiquei em um jornal de bairro em 1979, e uma matéria que escrevi para a revista "Rock Brigade" a pedido do editor-chefe dessa publicação, Toninho Pirani (em 1988), ocorreu que não dei vazão para esse meu lado de "escritor", obscurecido desde a tenra infância.

Eu, Luiz Domingues, na sala de ensaio d'A Chave do Sol, em janeiro de 1984. Click, acervo e cortesia: Fabio Rubinato

Nesse ínterim, de certa forma eu exerci a escrita quando sempre tomei a frente para escrever releases, históricos, curriculum e até documentos burocráticos para suprir a parte de textos, praticamente para todas as bandas das quais fui componente, além de escrever todo o texto para o fã-clube de uma delas, no caso, "A Chave do Sol", inclusive a manter um jornal informativo trimestral para ser enviado aos membros cadastrados desse clube de admiradores da nossa banda. Nesse mesmo sentido, no tempo do "Sidharta", outra banda que eu tive entre 1997 e 1999, eu participei de uma tentativa de editarmos um fanzine cultural que seria uma publicação para movimentar o ambiente pelo qual tencionávamos transitar, mas desta feita não prosperou tal intento. 

Mais ou menos em 2009, eis que fui solicitado pelo guitarrista do "Pedra", banda pela qual eu atuava na ocasião, a escrever alguns textos com tema livre para serem publicados no Blog que a banda mantinha no ar, como uma novidade extra aos boletins de atividades específicas da banda que ali eram publicadas, mas ao se deparar com a minha completa vontade de não falar sobre música e abordar temas do cotidiano de uma forma livre, a minha participação não prosperou.

De uma forma muito tardia, mas não por alguma resistência da minha parte contra a tecnologia, todavia, por absoluta falta de oportunidade anterior, finalmente eu me conectei com a internet e mesmo a tatear o mais básico do básico da aprendizagem inicial do uso de um computador bem simples, pus-me a interagir imediatamente em diversas comunidades de meu interesse que existiam na extinta rede social Orkut, mesmo que aquele ambiente estivesse decadente em 2010, quando ali ingressei, graças a uma campanha difamatória insuflada exatamente com tal objetivo de degastá-la e esvaziá-la, ação sabotadora esta que fora supostamente orquestrada pela concorrência, no entanto, e foi algo que logo percebi nitidamente, com total anuência da própria rede vilipendiada, ou seja, tudo foi fruto de uma fonte única de manipulação. 

Juma Durski, o blogueiro & Rocker que me deu a primeira chance de escrever oficialmente para um veículo de internet, no longínquo ano de 2011

Foi quando eu recebi o primeiro convite para escrever para um Blog, da parte de um abnegado Rocker da cidade de Campo Mourão, no estado do Paraná, que se chama: Juma Durski. Graças ao seu apoio, eu passei a lhe enviar textos quinzenais, inicialmente com temas díspares entre si, contudo, ele desejava algo mais direcionado ao Rock e ao mesmo tempo, me deu mais um impulso extraordinário ao me indicar blogs de amigos seus para eu enviar textos com outras temáticas, como por exemplo o Blog Pedro da Veiga, gerido pelo simpático senhor do mesmo nome, que mantinha o seu Blog sobre política com nítido viés conservador, mas ele nunca reclamou dos textos que lhe enviei com outra visão bem mais amena do que a dele.

Então eu passei a escrever resenhas de cinema, baseadas em filmes de Rock para o Blog do Juma e como a receptividade do público leitor foi muito acima da esperada nas redes sociais, ele me incentivou a tratar o tema com assiduidade e assim, quinzenalmente eu me esforcei para lançar uma nova resenha sobre um filme e claro, os primeiros que eu escolhi para analisar foram os que eu mantinha mais nítidos na minha memória afetiva.

Logo o Blog do Juma também se transformou em uma emissora de rádio web e ganhou uma boa notoriedade, e sendo assim, ele se entusiasmou com o sucesso da emissora e me forneceu o terceiro impulso de sua parte para me ajudar, ao abrir uma plataforma para eu criar o meu próprio Blog, no sentido de que não usaria mais o seu Blog para tal. E foi assim que em janeiro de 2012, coloquei no ar o meu primeiro Blog, "Blog do Luiz Domingues". Inicialmente, me dediquei a  republicar todos os textos que eu havia escrito não só para o Blog do Juma e Blog Pedro da Veiga, mas também publicados em outros blogs que haviam me convidado ainda em 2010 e com intensificação forte no decorrer dos anos de 2011 e 2012.

Por exemplo, em paralelo ao Blog do Juma, eu já havia recebido o convite para escrever textos para uma revista eletrônica de cinema, denominada: "Cinema Paradiso", conduzida pela professora de cinema, Claudia Mogadouro, e eu ali fui introduzido graças a intervenção de uma amiga querida que também havia conhecido através da rede social Orkut, que me abordou inicialmente após ler uma resenha que eu publiquei sobre um filme brasileiro chamado: "Noite vazia", na comunidade específica do diretor dessa obra, Walter Hugo Khoury. Tal amiga se chama: Janete Palma e ela como cinéfila e esposa de um professor universitário de cinema, conhece como ninguém a obra desse cineasta e gostou da minha abordagem, embora o meu texto estivesse muito longe do rigor acadêmico e profundo da compreensão do cinema como o seu marido, o professor Renato Pucci mantém pela sua formação avantajada sobre o tema, porém, ainda assim ela gostou da minha escrita e me indicou para colaborar nessa revista sobre cinema.

Na mesma época, colaborei com um dos projetos do inquieto poeta e ativista cultural, Luiz Carlos Cichetto, o popular, "Barata" e assim escrevi para o Blog da emissora webradio que ele criara nessa ocasião, a "KFK".

Através do jovem jornalista esportivo, Thomas Lagôa, filho do baixista. Norton Lagôa (do grupo "Burmah", famosa banda de Blues-Rock setentista, brasileira e argentina), a minha paixão pelo futebol também ganhou vazão quando escrevi textos para o seu blog, "Futebol apaixonante" e com temas a envolver os bastidores desse esporte e não necessariamente sobre o jogo em si. Isso inclusive até surpreendeu o Thomas, pois ele me deu carta branca referente à pauta, mas é claro que esperava algo em torno da análise de um rodada ou de um jogo em específico.

O músico e blogueiro, Eduardo Sandoval, que me convidou para escrever em dois blogs seus: Planet Polêmica e "Rock Imortal"

Foi então que surgiu o convite de um músico e ativista cultural de Santa Catarina, chamado: Eduardo Sandoval, que usava o pseudônimo, "Brian Priest", nessa ocasião. Foi dessa maneira que eu passei a ser colunista do seu Blog denominado: "Planet Polêmica", que em princípio eu relutei para participar, pois a proposta da parte dele foi no sentido de que eu escrevesse textos provocativos para gerar polêmica, mas esse não é meu estilo, pacificador e diplomata por natureza que sou, ou seja, não é o meu estilo pessoal buscar confrontos e nesse sentido, eu tenho como norma de conduta jamais provocar ninguém, pois sou respeitoso ao extremo com a opinião adversa. 

Mas nesse caso eu dei um jeito de escrever sobre temas fortes, mediante margem para a controvérsia, porém sem desrespeitar ninguém, e assim mantive uma atuação contundente e profícua nesse blog por vários anos. E também colaborei com outro blog do Eduardo, este mais direcionado ao Rock, chamado: "Rock Imortal".

Fernanda Valente, musicista, professora e blogueira que me convidou para escrever para o seu Blog: "Limonada Hippie"

Ainda em 2012, eu recebi o convite de uma jovem blogueira de Niterói-RJ, chamada: Fernanda Valente, que mantinha no ar um blog com forte inspiração sessenta-setentista, sob a alcunha de: "Limonada Hippie" e com o qual eu colaborei bastante, a escrever sobre contracultura, geralmente, e dessa forma a repercutir fatos do passado e do presente sobre tal tema. Dessa colaboração, eu tenho como um ponto de honra o fato de que o grande filósofo, Luiz Carlos Maciel, considerado como o "guru" da contracultura no Brasil, tenha lido um texto meu a falar ao seu respeito e ter gostado, pois se manifestou de forma pública a demonstrar o seu agrado pelo teor do meu texto.

Também abordei o tema da contracultura nos blogs Psychedelic Girl e Olhar Poético, além de tratar sobre assuntos gerais no Blog Bicho do Paraná (este também do Juma Durski).

Por um bom tempo eu mais usei o meu Blog próprio para republicar textos que estavam a ser publicados nesses diversos blogs nos quais eu atuava como colunista fixo ou com colaborações sazonais, e logo percebi que para fomentar melhor o meu próprio blog, também precisava criar textos inéditos nessa plataforma e assim comecei a criar textos especialmente concebidos para o meu blog, sem no entanto deixar de alimentar os blogs de outros amigos com a minha colaboração. 

Mario Figueiredo Filho, o popular: "Marinho", que impulsionou a comunidade "Luiz Domingues" no Orkut e abriu campo para eu começar a escrever a minha autobiografia na música

Em 2011, um amigo querido de Lavras-MG, chamado: Mario Figueiredo Filho, popular "Marinho", abriu tópicos baseados em todas as bandas pelas quais eu atuei e atuava na ocasião, em uma comunidade que existia na rede social Orkut desde 2006, chamada: "Luiz Domingues", aberta por fãs e admiradores da minha carreira musical e que eu sabia que existia, mas somente passei a interagir diretamente com os meus admiradores em 2010. 

Esse foi o estopim para eu começar a escrever a minha autobiografia na música, pois em cada tópico ali aberto pelo Marinho, eu respondia as perguntas que ele formulava a respeito daquele trabalho em específico e nesse esforço de memória que tive que fazer, passei a escrever o longo texto que compõe o meu livro: "Quatro Décadas de Rock", que eu finalizei em 2015, e que se encontra inteiramente publicado nos meus blogs 2 e 3 e aguarda apenas um tempo a mais para ser publicado de forma tradicional, mediante livro impresso. 

E foi por conta desse texto que já se fazia enorme nessa época, escrito como rascunho inicial a usar a plataforma dessa comunidade do Orkut, que em abril de 2012, eu lancei o meu Blog número dois, para dar vazão ao que eu já tinha escrito da minha autobiografia e prosseguir rumo à finalização do texto. Concomitantemente, ao pensar na função de um segundo blog, eu também pensei em dar espaço para textos alternativos de minha autoria que não caberiam no meu Blog número um, como crônicas, contos e até poemas, além de uma outra vertente que abracei, ao investir nas entrevistas de personalidades da cultura em geral e também, ao convidar outros autores para colaborar, na contramão de que eu sempre usei o espaço generoso de muitos blogueiros que me convidaram para atuar nos seus blogs e sites. 

E assim, o poeta e meu amigo de velha data, Julio Revoredo, autor de letras para três bandas que eu tive ao logo da minha carreira musical (A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço), ali esteve atuante como colunista meu por muitos anos, além do escritor, Marcelino Rodriguez e as cronistas espiritualistas, Telma Jábali Barretto e Tereza Abranches, além de participações sazonais de Luiz Cichetto, Juma Durski, Eduardo Sandoval e Fernanda Valente.  

Nesse blog dois (Blog do Luiz Domingues 2), eu decidi usar a partir do texto que eu já havia escrito no Orkut, uma formatação da minha autobiografia dividida em micro-capítulos, ou seja, como se fossem micro crônicas, eu pude tornar a leitura muito leve, rápida e muita gente acompanhou e ainda acompanha o texto por esse blog, com atualizações constantes, mediante uma rígida organização numerada que lhes permite ler o texto continuado sem confusão alguma, a lhes bastar seguir a ordem e procurar no arquivo do Blog.

Eis que surgiram oportunidades maiores, quando a partir de 2013, fui convidado a escrever para o Blog Junk Box do saudoso jornalista, Dum de Lucca, da revista Dynamite. Ali ele mantinha uma audiência gigantesca, assim como o Luiz Cichetto que me convidou para escrever para uma revista impressa, a "Gatos & Alfaces" que acabara de lançar. Nessa mesma dinâmica, eis que surgiu a seguir o convite para outra revista impressa, a "Bass Player" e embora eu nunca tenha sido fã de revistas para músicos baseadas em pautas sobre técnica, equipamentos e afins, propus uma linha de atuação mais a ver com o meu gosto, a falar sobre a vida e obra de baixistas do Rock Brasileiro sessenta-setentistas e por incrível que pareça, a pauta agradou a cúpula editorial da revista e também aos seus leitores, pois eu mantive essa temática por quase dois anos, em uma ambiente tem como público alvo um nicho de músicos e aspirantes a músicos, majoritariamente, e que tende a valorizar mais os músicos virtuoses oriundos da vertente do Jazz-Fusion ou do Hard-Heavy virtuosístico pós-anos 1980. Fui parar na editoria da revista Bass Player por conta da generosidade de grandes músicos e amigos meus, Fernando Tavares e Milton Medusa.

Nessa mesma época, eu senti a necessidade de criar um terceiro blog próprio, a abranger todo o texto da minha autobiografia, já no formato preparado para o livro impresso, ou seja, a juntar diversos micro capítulos publicados anteriormente no meu Blog 2, para formatar capítulos longos com uma linha narrativa coerente ao desenvolvimento da abordagem histórica e neste caso a formatar o texto para o padrão de um livro impresso. E a aproveitar o ensejo, para armazenar todo o material da carreira a envolver, fotos, portfólio, documentos, vídeos, áudio de todos os discos e demo tapes gravados, fotos de objetos de "memorabilia" e material em geral, ou seja a tornar o Blog do Luiz Domingues 3, o meu museu virtual da carreira musical.

Eu, Luiz Domingues, a atuar com Kim Kehl & Os Kurandeiros      em 2018. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi

Nessa altura, os textos complementares da minha carreira após abril de 2016, também passaram a formatar um segundo livro autobiográfico, denominado: "Mais Rock depois dos quarenta" e as inúmeras crônicas que eu publiquei no meu Blog 2, a narrar casos não contidos nos livros "Quatro décadas de Rock" e "Mais Rock depois dos quarenta", se avolumaram ao ponto de me deixar claro que eu já tinha mais um livro pronto em mãos, que receberia o nome de "Crônicas da autobiografia". 

Concomitantemente, o texto do segundo livro autobiográfico, "Mais Rock depois dos quarenta", também ficou enorme e assim, abriu campo para que de um determinado ponto em diante, eu separasse a continuação da narrativa de carreira para formatar um terceiro livro, chamado: "Rock no fim do Mundo".

Em paralelo, também escrevi contos e crônicas livres, sem conotação alguma com a minha autobiografia e daí saiu a essência para finalizar o livro: "Humanos Pitorescos", que foi publicado em 2023. 

Assim como há também já em curso, uma boa quantidade de textos criados sob uma linha de crônicas que escrevi sobre o tema da percepção inicial da vida sob o ponto de vista do bebê recém-nascido e absorto naquela confusão mental que o norteia em seus primeiros meses de vida, em contraponto à visão dele mesmo como adulto ao relembrar tais sensações pelo ponto de vista positivo e negativo de tais percepções. Esse projeto ainda está em fase de elaboração, mas possivelmente também culminará em um livro impresso.

Esboço feito por Cesar Benatti e Sérgio Rocha por volta de 2017, para o que seria a capa do meu livro: "Quatro Décadas de Rock", no qual eles trabalharam para me ajudar em termos de diagramação

Bem, foi por volta de 2016, que eu fui abordado por um profissional da editoração de livros e revistas (Cesar Benatti), que também era admirador da minha obra musical, e ele, ao saber da existência do meu texto autobiográfico inicial (o livro: "Quatro Décadas de Rock" compreende a minha carreira de seu ponto inicial, em abril de 1976, até abril de 2016, ou seja a delimitar a marca de quatro décadas preconizada pelo seu título), ele se prontificou a prover a diagramação e mais do que isso, agregar uma colega sua, bem experiente também, para fazer a revisão gramatical e melhor ainda, César me disse que conhecia algumas editoras que possivelmente publicariam a obra de forma gratuita, graças aos seus bons contatos no ramo e que eu teria que arcar com pequenas despesas de praxe. O serviço dele seria feito de forma gratuita, pela amizade e apreço à minha pessoa e obra musical.

Foi nessa fase que eu verdadeiramente me senti um escritor, pois nem mesmo o fato que nessa altura os meus textos espalhados nos meus três blogs e muitos nos Blogs, sites e revistas impressas com as quais colaborava desde 2010, me garantiam tal sensação sedimentada, pois tal como uma banda de Rock pode realizar centenas de shows, mas se não gravou um disco sequer com a sua música autoral, permaneça com a sensação de que não se realizou inteiramente (embora muitos colegas pensem o contrário, como músicos de baile ou bandas cover de reprodução do trabalho de artistas consagrados e claro que os respeito muito por isso). Porém, na minha ótica pessoal, se eu tivesse chegado até aqui, 2023, sem ter gravado sequer um álbum de música autoral, eu não me sentiria realizado.  

"Still" do documentário: "Onde está a música" (produção de Ronaldo Estevam e Renata Corrêa), do qual participei com um depoimento.

Em suma, eu precisava lançar um livro impresso para me sentir verdadeiramente um escritor e sem que nesse caso viesse a importar se a obra não atingisse a notoriedade popular para me elevar nesse sentido de uma consagração pública e notória.

Mas o tempo passou e as reuniões que eu realizei com esse rapaz, nunca passaram das especulações sobre editoras que eu gostaria de abordar e conversas sobre diagramação que ele travou com um outro rapaz que se agregou para colaborar no meu projeto. Da parte desse segundo rapaz (Sérgio Rocha, que também é um bom músico, além de profissional da editoração), houve um avanço até, pois ele chegou a preparar uma diagramação bonita do trabalho, para o formato "e-book", mas como a parte do livro impresso diagramado não avançou com o outro rapaz, o projeto foi abandonado. 

Além do mais, por ser um texto autobiográfico, a quantidade de pessoas que eu citei, ficou enorme e em muitos casos, eu precisei repensar a forma como abordar certas situações e sobretudo, como citar seus nomes nesse aspecto, sem que houvesse margem para que alguém citado tivesse a interpretação errônea e assim se sentisse ofendido com certas colocações. Por outro lado, simplesmente omitir certas passagens mais espinhosas para não melindrar ninguém citado, seria contraproducente para a inteligibilidade da obra, pois mediante um corte desse porte, várias situações ficariam confusas para a compreensão do leitor. 

Portanto, o texto que já era gigantesco por natureza, me gerou trabalho extra, pois perdi meses de trabalho duro, com dias de até 16 horas gastas atrás do monitor de um computador, a reformular o texto, além de aproveitar para colocar inserções extras na medida em que sempre fui a me lembrar de fatos não narrados anteriormente, ou nas citações, ao descobrir o nome completo de certas pessoas ou a citar datas e acontecimentos com maior precisão, mediante descobertas novas que se revelaram na minha pesquisa.

Nesse sentido, tive a colaboração de muitos colegas de ex-bandas, e de certos colaboradores tais como Chris Skepis, Deca, Jason Machado, Rubens Gióia, José Luiz Dinola, Beto Cruz, Laert Sarrumor, Aru Junior, Edmundo Gusso, Rodrigo Hid, Adelaide Giantomaso e Pollyana Alves, entre outros, que me relembraram fatos que eu havia esquecido ou me forneceram dados e datas precisas para eu citar com maior complexidade acrescida ao texto.

Em outubro de 2015 com o saudoso amigo, Ciro Pessoa, em meio à sua noite de autógrafos e solenidade essa que gerou uma apresentação, quando subimos juntos ao palco do Café Delirium de São Paulo para realizarmos o show da nossa banda. Acervo e cortesia: Herdeiros de Ciro Pessoa. Click: Isabela Johansen

Então, eis que o meu saudoso amigo, Ciro Pessoa, lançou finalmente o seu livro ("Relatos da Existência Caótica"), e eu participei da sua noite de autógrafos, pois a nossa banda "Nu descendo a escada" fez o show no mesmo espaço dessa celebração literária. Mais ou menos na mesma época, um outro amigo músico, Walter Possibom, também lançou um livro de romance: "Um Brilho nas Sombras" e logo a seguir, mais um amigo músico (Áureo Alessandri), lançou: "Conspiração Andron", um romance com teor Sci-fi em clima de guerra fria. Li os três, prestigiei os seus respectivos lançamentos e os resenhei no meu Blog 1. Isso sem contar que o músico e ativista cultural, Antonio Celso Barbieri, também lançara na mesma época a sua obra: "O Livro negro do Rock".

E claro que ao ver amigos próximos, todos ligados na música e também a escrever e lançar livros, tal precipitação resultou que tal iniciativa da parte deles viesse a me motivar no sentido de que tal coincidência culminasse na obviedade de que eu me sentisse ainda mais estimulado a lançar enfim a minha autobiografia. 

No entanto, após a frustrada experiência adquirida com os rapazes que haviam se prontificado a me ajudar em 2016/2017, eu decidi repensar o projeto, pois eles haviam me advertido na ocasião que o meu texto era gigantesco e seria impossível ser acomodado em um tomo apenas. Foi sugerido dividi-lo em dois ou três volumes e mesmo assim, seriam livros com bem mais de quinhentas páginas cada um, a tornar tudo muito caro e inviável para o leitor padrão.

Finalmente, em algum momento entre os anos de 2018 e 2019, eu tive uma ideia que mudou completamente o meu planejamento. Ao invés de debutar no mundo literário com a minha própria autobiografia, que seria caro para investir, trabalhoso para produzir e ao mesmo tempo com tal estratégia não ser possível demarcar claramente ao público que eu pretendia me lançar oficialmente como escritor e não apenas ser enxergado como um músico que escreveu a sua autobiografia musical. E a despeito de ter sido de fato uma autobiografia e não um texto ditado para um "ghost writer", como um mérito a ser realçado nessa vontade de me lançar como um escritor, verdadeiramente, ainda assim eu repensei e cheguei à conclusão de que a estratégia deveria mudar.

Foi então que eu cheguei à preparação do que veio a se tornar de fato o meu primeiro livro: "Luz; Câmera & Rock'n'Roll". Mesmo assim, eu tive alguns percalços e aprendi muito com isso, ao finalmente lidar com o mundo literário.  

O primeiro ponto a ser mencionado, foi no sentido de quando eu resolvi que deveria acelerar a produção do meu primeiro livro, ponderei que para a minha trajetória especificamente como escritor, não seria a melhor estratégia começar com um livro de teor autobiográfico. Isso porque se eu fosse um músico que houvesse escrito uma autobiografia da minha própria trajetória, porém sem nenhuma pretensão a mais no sentido literário, não haveria prejuízo algum. No entanto, para demarcar um posicionamento nesse sentido de querer me impor como escritor, não seria a melhor estratégia a ser adotada.

A foto ficou invertida, mas o que importa foi o momento de felicidade que eu tive no dia em que peguei na mão, finalmente, um livro impresso que escrevi. Abril de 2020. Click (selfie) e acervo: Luiz Domingues

Portanto, eu optei por lançar inicialmente uma obra autoral para realçar a minha entrada no mundo literário, com a implícita intenção de assumir esse feito como o início da minha carreira literária em paralelo à atuação na música, ou seja, para deixar claro que doravante eu iria me dedicar a lançar discos e livros, e não necessariamente em uma "casa no campo", porém mesmo dentro da urbanidade total, com esse espírito, certamente. 

E a minha dúvida nesse instante foi: qual livro lançar então, fora da minha autobiografia ou próximo disso? Bem, o livro mais pronto para ser finalizado, mediante tal perfil que eu precisava, seria em torno da compilação de resenhas de filmes de Rock, e aí, a base foi mesmo centrada naqueles textos iniciais que eu lançara em 2011, no Blog do Juma, mas com algumas republicações em outros blogs e no meu blog 1, naturalmente. 

Entretanto, os textos originais que eu já havia escrito, eram curtos em demasia, condensados propositalmente para a adequação ao padrão de um blog, com leitura mais rápida e segundo ponto, apesar de haver uma boa quantidade (cerca de cinquenta resenhas), para compor um livro, eu julguei ser muito pouco material. Dessa forma, acelerei em duas frentes, a conter a tarefa de rever e aumentar os textos já existentes e criar mais resenhas inéditas já a se configurar tal formato.

Para criar mais resenhas de imediato, foi relativamente fácil avançar, pois eu ainda mantinha na memória afetiva mais próxima, diversos filmes dos quais eu passei a analisar para dar vazão a compor para o livro. Porém, a pesquisa para escrever também englobou a necessidade de assistir pela primeira vez alguns filmes desconhecidos até então, ou ver de novo muitos desses filmes.

Nesse momento, entrou em voga o fator imponderável, ou seja, empolgado com a perspectiva, pus-me a escrever livremente, sem uma meta pré-estabelecida em termos de metragem. Sem uma maior noção sobre como funciona o processo de diagramação de um livro, o máximo que eu havia absorvido daqueles rapazes que tentaram me ajudar entre 2016 e 2017, foi que o texto do meu livro autobiográfico era gigantesco ao ponto de que mesmo que eu o dividisse em três partes, ainda sim renderiam três volumes com mais de quinhentas páginas para cada um. Mas eles não me informaram com maior precisão nessa época, como eu deveria proceder no aplicativo "word" para calcular exatamente quantas páginas ali escritas (e com qual fonte de letras e tamanho eu deveria usar), isto é, a repercutir no quanto isso seria calculado em laudas tradicionais, tampouco o que representaria em termos de páginas para um livro impresso.  

Forro para travesseiros comemorativos do lançamento dos meus livros e alguns exemplares dos mesmos colocados nesse cenário. Abril de 2020. Click e acervo: Luiz Domingues

Foi então que sem essa noção básica, fruto de ser um escritor debutante no meio, apesar da idade cronológica avançada na época, que sem limites, escrevi livremente e à medida que eu pesquisava informações sobre os filmes que eu estava a analisar, descobria filmes obscuros, porém interessantes, dos quais alguns eu já havia ouvido falar, mas nunca tivera a oportunidade de assistir, e outros completamente desconhecidos na minha percepção e que me chamaram a atenção. 

Quase ao final de 2019, mesmo sem a real noção do tamanho do texto que eu preparava, ainda tive o ímpeto de esperar o lançamento de dois filmes que chegaram às salas de cinema ("Rocket Man", cinebiografia do astro Elton John e "Yesterday", uma comédia romântica misturada com o gênero Sci-Fi e cujo mote era mais do que a música do quarteto britânico "The Beatles" em si, mas a se tratar de uma fantasia sobre a sua não-existência no mundo).

Munido de bloco de anotação e caneta, escrevi notas a assistir tais filmes em salas de cinema, ou seja, foi nos estertores da produção do livro, com tais obras ainda nas telas grandes em plena exibição, que eu concluí a obra. Já havia indícios de outros filmes ligados ao Rock que estavam em fase de produção e isso sem contar o fato que em meio à minha pesquisa, eu havia chegado à conclusão de que além dos cento e trinta e um filmes que analisei sob resenhas, havia mais de quatrocentos e cinquenta outros filmes de Rock, produções ao longo da década de cinquenta aos dias atuais, para ver e analisar.

O meu amigo e editor, homem de múltiplos talentos e entre eles, como escritor tarimbado: Cristiano Rocha Affonso da Costa. Fonte: Facebook

Nesse ínterim, eu havia tido o contato de um amigo meu de longa data (Cristiano Rocha Affonso da Costa), que por ser músico igualmente, tinha aberto em seu nome uma produtora cultural para prover os shows da sua banda (Matilda Rock Band), e pelo fato de também ser escritor, ele usava tal produtora como editora igualmente, para lançar os seus livros. Falamos sobre essa possibilidade em 2018, e no início de 2019, quando eu estive no sul do país para fazer shows e ele acompanhou essa fase minha com a Patrulha do Espaço e não só assistiu como nos ajudou muito na logística dessas apresentações ocorridas em muitas cidades dos estados do Paraná e Santa Catarina. Ao reafirmar a sua gentil oferta, ficou essa porta aberta da sua produtora.

Mesmo assim, ao ver que meus amigos, Ciro, Walter e Áureo haviam lançado os seus respectivos livros por uma editora portuguesa que anunciava estar a abrir as portas para autores novos, julguei que seria o meu caminho também. No entanto, ao consultar um deles, Walter Possibom, ele me disse que se decepcionara em demasia, não exatamente com a sede dessa editora em Lisboa, mas com a direção do escritório dessa companhia em São Paulo, no tocante às contas não prestadas devidamente e também com a distribuição dos exemplares, além da divulgação inexistente segundo o seu relato e assim, no seu livro subsequente ele mudou de editora e lançou o novo trabalho por uma editora de Brasília. 

Entretanto, ele me disse que ali nessa outra casa editorial com a qual trabalhara não havia a liberdade artística que sentira na editora portuguesa, pois o editor era um sujeito temperamental, cujo crivo para aceitar ou rejeitar uma obra era mensurado pela condição volátil do seu humor ao acordar a cada manhã e pior, toda a despesa técnica referente à revisão gramatical e diagramação, arte de capa e despesas com a obtenção do código ISBN (o famoso código de barras emitido pela Biblioteca Nacional e sem o qual, não é possível vender o livro em grandes livrarias físicas ou sites de vendas virtuais), além da despesa na gráfica com uma cota mínima de exemplares pré-estabelecida, estaria por conta do autor (fora todo o esforço de divulgação). E além do mais, para o próprio autor obter exemplares foi uma dificuldade, pois ele havia recebido apenas duas cópias do seu livro até então, apesar dos pedidos insistentes para contar com mais exemplares.

Ora, se fosse para pagar tudo, seria preferível lançar como o Cristiano havia proposto, ou seja, ao usar o selo da sua produtora, e mandar imprimir através do "Clube de Autores", uma cooperativa na qual qualquer autor publicava, sem avaliação de editores, sem cobrança de nada, a imprimir gratuitamente e o livro era impresso por demanda, conforme vendia ao público em geral e não apenas através do próprio site dessa cooperativa, mas a respingar em sites famosos de vendas da internet.

Ao ponderar sobre tais vantagens, claro que fechei a parceria com o Cristiano e assim, a "Matilda Produções", mesmo não sendo oficialmente uma editora, passou a ser a minha casa editorial. Cristiano assumiu a posição de meu editor e mediante a sua experiência em torno de seus próprios livros lançados anteriormente, se tornou o meu conselheiro, ao emitir todas as dicas, para lidar com os trâmites todos exigidos pelo Clube de Autores.

A jovem, Alynne Cavalcante, responsável pela revisão, diagramação e outros detalhes dos meus livros até aqui e espero, por muitos outros. Fonte: internet

Dentro do próprio site do Clube de Autores, eu logo descobri um imenso cadastro com profissionais da editoração a oferecer seus préstimos para os autores associados e mediante uma pesquisa básica, resolvi abordar uma jovem profissional pernambucana, chamada, Alynne Cavalcante, que oferecia vários serviços dessa natureza. 

Dei muita sorte, pois ela é uma profissional muito competente, além de simpática no trato com o autor e assim, o bom trabalho que desenvolvemos juntos, motivou o convite para ela trabalhar novamente comigo, quando lancei em 2023, uma segunda obra, no caso o livro: "Humanos Pitorescos". 

E foi ela, que na qualidade de diagramadora, me advertiu que seria inviável lançar o livro, "Luz; Câmera & Rock'n' Roll" como um tomo único, pois ele ficara com uma metragem com mais de setecentas páginas, aliás a ultrapassar a meta do próprio Clube de Autores, e daí, foi muito solícita ao me orientar e ajudar a dividir a obra, ao fracioná-la em três volumes.

Foi uma construção súbita, pois devido à minha inexperiência, eu planejei lançar um livro e na prática, lancei três a demandar despesa em triplo, em todos os quesitos.

A jovem, Victoria Costa, popular "Vick" e que foi a responsável pela arte das capas e material de divulgação dos meus livros. Fonte: internet

Victoria "Vick" Costa é filha do Cristiano e profissional das artes gráficas. Foi sugestão do pai dela, mas eu dei aval total para que Vick cuidasse da arte das capas dos três volumes, pois já conhecia o trabalho dela na preparação das capas dos livros lançados pelo seu pai e eu havia gostado bastante do resultado. Ela também cuidou de todo o aparato de divulgação do livro.

O grande "uncle", Lincoln Baraccat, cuja grife forte que tem naturalmente ao assinar as minhas fotos de autor nos livros, abrilhantou em demasia as obras

E finalmente para fechar a equipe, eis que eu convidei o "uncle", Lincoln Baraccat, para criar a minha foto de autor nas três capas e ele fez uma sessão maravilhosa para compor esse item com muita categoria e dessa sessão, muitas outras fotos foram e ainda são usadas para a minha divulgação em geral.

Eu planejei, ainda em 2019, produzir uma noite de autógrafos para lançar tais volumes e com direito a um show d'Os Kurandeiros. Pensei até em convidar um amigo para fazer uma apresentação de entrada do espetáculo, na base da voz & violão, para interpretar canções oriundas de diversas trilhas sonoras dos filmes analisados nos três volumes e teria sido na casa noturna, "Santa Sede Rock Bar", do amigo, Cleber Lessa, ou seja, um autêntico "oásis hippie woodstockiano" encravado na zona norte de São Paulo e do qual eu havia tocado muitas vezes com Os Kurandeiros.

Todavia, eis que em meio à produção do livro em si, a pandemia mundial estourou e frustrou completamente o meu plano. Os livros foram lançados em maio de 2020, mesmo assim e para compensar esse momento difícil, eu tive uma cobertura acima do que esperava, com muitas solicitações de entrevistas para podcasts, programas de YouTube, emissoras webradio e até jornalismo mainstream, pois eis que fui parar no jornalismo da Rede Globo sob um súbito convite, além de um enxurrada de entrevistas impressas em revistas eletrônicas de blogs e sites.

Claro, mesmo não sendo a minha autobiografia a ser lançada, a conexão com a música, o Rock em específico e o cinema, foi estabelecida, e nesse caso a aproveitar a minha "fama" no mundo do Rock underground, foi automático que tal prestígio tenha aberto tantas portas e como eu já disse, algumas bem inesperadas. Enfim, aproveitei ao máximo tal "onda" midiática e vendi uma quantidade de livros bem acima do que mensurei.

O tempo passou, a pandemia se arrefeceu e eu levantei recursos em 2023, para lançar um novo livro. Mais experiente para lidar com todo o processo da produção, convidei todos os componentes da equipe de trabalho do livro anterior, e por sorte minha, todos aceitaram trabalhar na produção do novo livro.

Com muito maior rapidez, eis que eu consegui publicar o livro: "Humanos Pitorescos", uma obra de contos que eu também escrevi aos poucos, e quando cheguei a um número razoável histórias concluídas, e já a ciente da importância de se coibir o fator do exagero na metragem, dei por encerrada a obra, preparei prefácio, texto de contracapa, orelhas e press-release e coloquei a obra na rua com muito maior rapidez.

Sobre a obra, "Humanos Pitorescos", aí sim eu me desgarrei da minha imagem como músico, Rocker e ativista cultural com muita proximidade desse universo e criei um conjunto de contos de motivações as mais diversas, mesmo que alguns deles, sejam ambientados com a música, mas a se valer de ser algo meramente ocasional. Em suma, finalmente a demarcar a aura de uma obra literária elaborada por um escritor e não da parte de um músico que gosta de escrever.

E assim foi a minha história com a escrita, da infância transcorrida na década de sessenta até 2023, quando finalmente eu pude fechar o ciclo, a cumprir um rito da literatura que me faltara até então, na realização de uma "noite de autógrafos", algo tão protocolar na vida de um escritor, quanto um show de lançamento de disco representa para um músico.

Eu, Luiz Domingues, absorto em minha "noite de autógrafos" no Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR). 6 de maio de 2023. Acervo e cortesia: ICBR/Catia Cristina. Click: Alexandre Chagas

Eu já falei sobre isso anteriormente, eu sei, mas vale a pena recapitular que demorei anos para enfim lançar um livro impresso e quando o fiz, não pude cumprir o rito de seu lançamento com o advento da tradicional noite de autógrafos. Sob uma analogia bastante oportuna, eu diria que assim como colocar um novo disco no mercado, mas sem a existência de um show de lançamento é algo muito frustrante na carreira de qualquer músico, creio que a comparação é muito plausível na medida em que também sou músico e me acostumei a gravar e lançar discos, portanto, sei que a situação é absolutamente igual.

De fato, quando eu estava nos preparativos editoriais para lançar os três volumes do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll", eis que a pandemia mundial decorrente do Covid-19,  frustrou inteiramente os meus planos nesse sentido.

A intenção seria ter lançado os livros com um show da minha banda, Os Kurandeiros, em uma casa noturna muito amiga da banda e minha igualmente pela sua atmosfera super "hippie" sessentista, gerida pelo amigo, Cleber Lessa, chamada: "Santa Sede Rock Bar", localizada na zona norte de São Paulo. De fato, ao final de 2019, assim que comecei a produzir a parte de editoração do livro, eu havia fechado verbalmente o acordo com o Cleber, para que isso se realizasse assim que o livro ficasse pronto, no primeiro trimestre de 2020, como eu esperava que acontecesse.  

Pensei em até convidar algum amigo para fazer um show de abertura na base da voz & violão, com a solicitação para que este viesse a preparar o seu repertório baseado em músicas de trilhas de filmes que eu resenhei para o meu livro e teria sido uma noite memorável.

Mas aí veio a pandemia, a exacerbar a angústia, a contaminação monstruosa, os amigos e parentes que se contaminaram nesse ínterim inevitável, as internações assustadoras, o sofrimento, medo e morte dramática de muitos à nossa volta.

Enfim consegui lançar o livro de forma virtual, foi muito bom o apoio que recebi, e até surpreendente, pois este se revelou bem acima do que eu esperava e apesar dessa frustração do autor que tanto demorou para publicar um livro e quando o fez, teve esse empecilho de ordem sanitária sob âmbito apocalíptico para não realizar a sua noite de autógrafos, não pude me queixar inteiramente pois o livro repercutiu bastante e vendeu muitos exemplares.

O tempo passou, a vacinação segurou muito o ímpeto da contaminação em massa, a vida social e cultural se colocou a voltar aos poucos com medidas profiláticas rígidas sob uma primeira instância e a se arrefecer de forma lenta, porém progressiva a seguir. E nesse ínterim, eu reuni recursos para colocar em fase de produção editorial, mais um livro, entre tantos que eu já havia escrito, e a aguardar publicação, devidamente guardados em relação aos seus originais, nos meios virtuais.

O Santa Sede Rock Bar infelizmente não suportou a fase da pandemia e fechara as suas portas sempre tão acolhedoras. Mas eis que bem no início de 2023, uma outra casa com as mesmas características abrira em São Paulo, encravada no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo e ficara implícito que Os Kurandeiros ali apresentar-se-iam a qualquer instante. Tratou-se do "Instituto Cultural Bolívia Rock", ICBR.

Enquanto isso, eu notara que a casa em questão, por ter característica não apenas como casa de espetáculos musicais, também mantinha uma aura mais eclética, como um centro cultural multifacetado e dessa forma, estava a promover outras atividades ali em suas dependências e de fato, o baterista da famosa banda Punk dos anos oitenta, "365" ali lançara o livro com a sua autobiografia bem recentemente e com direito ao show da banda, mediante grande sucesso. Não pensei duas vezes ao lançar a proposta para os meus companheiros de banda e mediante a sua aprovação com louvor, conversei com o gerente artístico da casa, o radialista, Rogério Utrila, e ele aprovou de imediato a ideia, também com entusiasmo e certamente que a proprietária da casa, a simpática, Catia " Bolívia", também haveria de reagir dessa forma (e reagiu, é claro!).

Bingo, eu havia reconstruído o plano traçado em 2019, e o interrompido de forma dramática pela incidência da pandemia mundial e assim ficou determinado que no dia 6 de maio de 2023, eu faria a noite de autógrafos dos meus três volumes do livro "Luz; Câmera & Rock'n' Roll" e também da nova obra, "Humanos Pitorescos".

Para tornar o evento ainda mais atraente, situação análoga houvera ocorrida com a minha banda, Os Kurandeiros, pois nós havíamos  gravado o CD "Cidade Fantasma" em 2021, em meio à pandemia e tirante alguns poucos shows ao ar livre e alguns espetáculos filmados ao vivo no formato de "lives" para internet, a verdade foi que não tivemos um show de lançamento clássico para realizar, referente ao novo disco e para acentuar ainda mais, em 2022, o mesmo disco ganhou logo a seguir um formato melhor, com uma embalagem estilo "digipack", e a acrescentar mais faixas como "bonus track", a criar um diferencial para os colecionadores em geral.

Esse tal elemento serviu para tornar a noite que realizamos, perfeita para contemplar diversos lançamentos que anunciamos como um pacote de atrações. Enfim, sobre a noite pelo ponto de vista do show, tal relato pode ser lido com muitos detalhes no capítulo referente aos Kurandeiros em minha autobiografia.

Na primeira foto, a minha irmã, Ana Cristina Domingues a arrumar a bandeira no espaço do autor. Nas fotos subsequentes, as bandeiras a representar os livros que eu lancei e na quarta foto, a produtora d'Os Kurandeiros, Lara Pap, e Ana Cristina Domingues na mesa de vendas dos meus livros e material da banda, igualmente. Noite de autógrafos no Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR). Foto 1, click, acervo e cortesia: Marcos Kishi. Fotos 2 e 3: Clicks, acervo e cortesia: Ana Cristina Domingues. Foto 4: Click, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"  

Sobre a noite de autógrafos, cheguei cedo às dependências do Instituto Cultural Bolívia Rock, e acompanhado de minha irmã, Ana Cristina Domingues, que me ajudou na preparação do evento. Usei um espaço do mezanino da casa para arrumar a minha ambientação e claro, a aproveitar toda a decoração da casa com motivação Rocker ao redor.

Por volta das 18:30 horas, o ambiente estava preparado e eu desci ao palco para participar com a banda do trabalho de soundcheck, que foi cumprido de uma maneira muito eficaz, dada a boa qualidade do equipamento de som e iluminação ali presente e sobretudo pela boa ação do técnico de áudio da casa, Luciano, que bastante competente, nos auxiliou de forma pronta e rápida, mediante bastante eficiência e simpatia.

Às 19 horas e alguns minutos, a casa abriu as suas portas para o público em geral e eu subi ao mezanino para receber as pessoas que foram prestigiar o meu lançamento. E ali eu tive muitas surpresas agradáveis.

O casal, Ana Gallian e Isidoro Hofacker Junior na primeira foto, eu (Luiz Domingues) e o guitarrista, Gegê Guimarães, e na terceira foto, dois companheiros da minha primeira banda, o Boca do Céu (Laert Sarrumor e Osvaldo Vicino, que me rodeiam). Foto 1, acervo e cortesia: Isidoro Hofacker Junior. Click: desconhecido. Foto 2: Click, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim". Foto 3: Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi

Apesar de estar com quase sessenta e três anos de idade na ocasião e com quarenta e sete anos de experiência na música, e por conseguinte com lançamento de discos aos montes para agregar como bagagem pessoal, a emoção foi grande ao realizar a minha primeira noite de autógrafos, embora, é claro, amparado pela larga experiência no setor da música, e pela faixa etária, é claro que sem apresentar nenhum vislumbre juvenil, mas apenas com grande felicidade interior e sensação de dever cumprido.

Mais que isso, o carinho recebido da parte de tantos amigos queridos, fãs de meus trabalhos na música e também de leitores de meus blogs, foi algo verdadeiramente sensacional nessa noite de 6 de maio de 2023.

Foi muito bom poder gastar a caneta com tantas dedicatórias e exercer uma prática interessante de criatividade para não estabelecer uma padronização nas dedicatórias, mas a garantir personalizar cada dedicatória ali assinalada. 

Com os companheiros da própria banda, que legal! Phil Rendeiro na foto 1, Renata "Tata" Martinelli na segunda e na terceira, com Renata novamente e Kim Kehl a rodear-me. Noite de autógrafos no ICBR de São Paulo 6 de maio de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Marcos Kishi

É claro que eu fiquei bastante feliz por verificar mesmo em um ambiente eminentemente musical e Rocker para ser mais preciso, que a procura foi bem equilibrada pelos livros ali expostos em lançamento, ou seja, não foi por conta do apelo Rocker da obra sobre cinema & Rock que a noite de autógrafos se pautou, pois o novo livro que eu lançara, "Humanos Pitorescos", teve uma sensacional procura nessa noite, a vender quase todos os exemplares que eu levei para suprir o evento.

Mais flagrantes da noite de autógrafos de meus livros no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Na primeira foto, com os componentes da banda de Rock, Capitão Bourbon, Vander Bourbon e Eduardo Osmédio. Na foto 2, lá estou eu, Luiz Domingues, rodeado pelo casal amigo, Flavia e Adilson Oliveira. Na foto 3, Eu estou acompanhado do casal de músicos e amigos, Fernando e Renata Tavares. Na foto 4, com o fotógrafo e músico, João Pirovic. Clicks, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"

Além da conversa agradabilíssima, das risadas e das lembranças remotas levantadas através de reminiscências das mais inusitadas, foram muitas as conversas específicas em torno dos livros e nada pode ser mais agradável para um autor do que a conversa que se desloca naturalmente sobre as suas obras.

Nesse aspecto, de fato, a conversa foi boa sobre o conteúdo dos livros e eu pude discorrer bastante sobre o teor das obras, o que me deu bastante prazer.

Nesta sequência, mais alguns flagrantes da minha noite de autógrafos no ICBR de São Paulo em 6 de maio de 2023. Na foto 1, com o músico e amigo, João Régis. Na foto 2, com o músico e ativista cultural, Dalam Junior. Foto 3, com o colecionador e ativista cultural, Raphael Rodrigues. Foto 4 com o músico, Paulo Krüger. Foto 5, com o músico, David Di Cunto. Acervo e cortesia: ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas

Quando chegou a marca das 21 horas, eu recebi o comunicado da produtora d'Os Kurandeiros, Lara Pap, a dar conta de que os meus companheiros de banda me aguardavam no camarim da casa para realizarmos os últimos preparativos que sempre precedem a entrada em cena para um show. Essa foi uma das raras vezes nas quais eu não cumpri esse período de concentração de pré-show com a minha banda, mas tudo sob controle, eu estava feliz por tudo o que ocorrera e os companheiros cientes da situação e pelo contrário a me fornecer todo o apoio.

O show foi esplendoroso para reforçar a sensação de que a noite fora perfeita. Ainda tive tempo para voltar ao ambiente da noite de autógrafos após o seu término e receber mais alguns amigos que me aguardaram cumprir o show para que eu pudesse retomar a função literária com muita alegria.

No momento que ficou mais concorrido, com várias pessoas a me abordar. Na foto 1, nota-se a presença dos músicos: Isaac Maia Bezerra, Marcião Pignatari e Leandro Reinikova. Na segunda foto, Os membros do grupo de Rock psicodélico, Capitão Bourbon, Na foto 3, Vê-se o músico, Paulo Krüger e sua família a escolher qual livro levaria para a casa nessa noite. De colete e de costas, o fotógrafo, Alexandre Chagas, outro profissional que cobriu muito bem o evento. Noite de autógrafos no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"

Muito bem, demorou bastante, mas eis que eu fechei o rito de entrada no mundo da literatura, finalmente, ao realizar a noite de autógrafos de meus livros lançados até então. A pandemia não estava exatamente extinta mas bem controlada no ambiente de 2023 e a vida social e cultural parecia estar a voltar. 

De minha parte, a alegria que eu senti por enfim passar por esse momento, foi muito grande. Assim como eu imaginara, a noite foi perfeita por agregar duas das minhas atividades em meio a um verdadeiro "happening", com tudo a ocorrer simultaneamente. 

Eu, Luiz Domingues e um dos fotógrafos que cobriu a noite de autógrafos e o show: Marcos Viana, o popular, "Pinguim". 6 de maio de 2023 no ICBR de São Paulo. Click (selfie), acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim"

E como se não bastasse a noite de autógrafos super agradável e o show incrível qua a nossa banda realizou, o prazer de reencontrar tantos amigos, teve ainda a minha satisfação interna por proporcionar encontros por pura coincidência entre amigos dos amigos, o que também me deixou muito feliz. Laert Sarrumor, por exemplo, assim quando chegou ao Instituto, foi saudado de uma forma incrível por muitos admiradores seus em torno do seu trabalho com o Língua de Trapo. E ele se emocionou ao ser avisado que o logotipo dessa banda que lidera com tanta firmeza desde o ano de 1979, e da qual eu também fui membro, estava devidamente pichado na parede externa da casa em meio ao logotipo de outras tantas bandas. Claro que a festa que fizeram com ele ali presente, culminou em fotos registradas para para ele pudesse expressar a sua alegria ao celebrar tal fato in loco. 

Laert Sarrumor ao ser saudado no ICBR, nos mostra o logotipo do Língua de Trapo a constar na parede externa da casa, e depois ao conceder dedicatória na foto do Língua de Trapo feita pelo casal, Bolívia & Cátia e por fim, a exibir a foto ao lado da proprietária do estabelecimento, Catia Cristina "Bolívia". Noite de autógrafos no ICBR de São Paulo. 6 de maio de 2023. Foto 1: Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi. Fotos 2 e 3: Acervo e cortesia: ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas

E mais ainda, no museu que a casa mantém para abrigar o acervo incrível de fotos de shows clicados pelo casal, "Bolívia & Catia", ele foi convidado a autografar uma bela foto ali mantida em exposição, a registrar um momento do Língua de Trapo ao vivo, com a presença dele e de Serginho Gama, o guitarrista dessa banda em destaque. Foi, portanto, um momento de pura emoção para ele e para a Catia, proprietária da casa, viúva de Edgar Franz, o grande "Bolívia", fotógrafo superb.

Outra constatação muito boa, se deu quando algumas pessoas ali presentes já sabiam da novidade em curso a respeito do Boca do Céu, a minha primeira banda de carreira, estar a se preparar para entrar em estúdio e gravar em pleno ano de 2023, uma música do nosso repertório dos anos setenta. Esse "vazamento" de informação  não foi a toa, na medida em que alguns leitores argutos dos meus blogs e espectadores de meus canais de YouTube, já estavam a acompanhar tal movimentação. Laert Sarrumor e Osvaldo Vicino, dois de meus companheiros nessa tarefa, ficaram estupefatos com os comentários que ali ouviram, e eu, feliz por saber que meus blogs mantinha muita funcionalidade pública!

Mais flagrantes da minha noite de autógrafos: Foto 1: Osvaldo Vicino (guitarrista do Boca do Céu), Ricardo "Cadinho" Alpendre (cantor do "Tomada"), Catia Cristina "Bolívia"(proprietária do ICBR), Renata "Tata" Martinelli e Laert Sarrumor. Foto 2: Paulo Krüger (de costas), Laert Sarrumor, Osvaldo Vicino e Carlinhos Machado (baterista da minha banda, Os Kurandeiros e que gravaria o single "1969" do Boca do Céu em estúdio, como convidado). Foto 3: o guitarrista Adilson Oliveira, Osvaldo Vicino, eu (Luiz Domingues), e o guitarrista e escritor, Áureo Alessandri. Foto 4: Minha irmã, Ana Cristina Domingues conversa com Osvaldo Vicino e Laert Sarrumor a respeito das suas lembranças os ensaios do Boca do Céu promovidos na nossa residência em 1977, quando ela assistia aos dois anos de idade que tinha na ocasião. Foto 5: Eis a minha pessoa rodeada pelo simpático casal, Raquel e Márcio Calabrez. Foto 6: Três quintos da formação clássica do Boca do Céu presentes nessa foto: Laert Sarrumor, eu (Luiz Domingues) e Osvaldo Vicino. Foto 7: Laert Sarrumor, o entusiasta da música, Pedro Henrique, eu (Luiz Domingues) e Osvaldo Vicino. Fotos 1,2, 4 e 6: Acervo e cortesia: ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas. Foto 3: Acervo e cortesia: Adilson Oliveira. Click: Flavia Oliveira. Foto 7: Acervo e cortesia: Pedro Henrique. Click: Ana Cristina Domingues        

E assim foi: além do show, da noite de autógrafos, da reunião de amigos queridos, as conexões improváveis também ocorrerem e eu fiquei muito feliz também por ter podido proporcionar a oportunidade de promover, ainda que de forma indireta, muitos encontros e conversas das mais agradáveis entre os que foram ali prestigiar o evento!

Ninguém da minha equipe técnica editorial e responsável pelos livros, pôde estar presente, um pena. Alynne morava no Recife, Cristiano e Vick em Curitiba e apenas o Lincoln Baraccat em São Paulo, mas absolutamente do outro lado da cidade e dentro da cidade de São Paulo, as distâncias entre bairros podem chegar a mais de cinquenta kilometros, ou seja, não é fácil superar isso e o Lincoln não teve como me prestigiar nesse dia. Mas tudo bem, todos da minha equipe maravilhosa estiveram em espírito comigo, tenho certeza.

Encontro de fotógrafos na foto 1: Marcos Kishi e Marcos Viana "Pinguim". Na segunda foto, a proprietária do Instituto Cultural Bolívia Rock de São Paulo, Catia Cristina " Bolívia" e o gerente da casa, Jaime Antoniolli Filho. Noite de autógrafos no ICBR de São Paulo, em 6 de maio de 2023. Foto 1: Click (selfie), acervo e cortesia: Marcos Viana "Pinguim". Foto 2: Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi   

E assim foi a minha noite de autógrafos dos livros: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll (três volumes) e "Humanos Pitorescos". Nessa altura dos acontecimentos, eu já estava a reunir recursos para preparar a preparação gráfica do primeiro volume da minha autobiografia na música, ou seja, devidamente sedimentado como escritor, já não havia empecilho algum para postergar enfim o lançamento da minha autobiografia na música, dividida em quatorze volumes, com mais um livro autobiográfico a demarcar uma continuidade já inteiramente escrito, uma terceira parte em construção e já com bastante volume escrito, e um livro de crônicas livres concernentes à minha trajetória na música, através de histórias não contadas nos livros autobiográficos, igualmente pronto para ser lançado. Em suma, a continuidade da carreira literária estava plenamente delineada em 2023, com perspectiva de médio e longo prazo, assegurada.

Agradeço o apoio de todos que me incentivam a escrever, a englobar todas as minhas contribuições para os blogs, sites e revistas de  amigos, desde o longínquo ano de 2010, a equipe de meus livros lançados entre 2020 e 2023, pessoas que me prestigiaram nessa primeira noite de autógrafos de 6 de maio de 2023 e claro, muitos amigos, os fãs oriundos dos meus trabalhos musicais, parentes e companheiros da música e literatura. E claro, à minha família, a incluir a irmã, primos, tios e meu avô materno que sempre me incentivou a ler e em especial aos meus pais, que ao me presentearem no meu aniversário de três anos em 1963, com a coleção da enciclopédia "Tropico ilustrado em cores", despertou o meu interesse de uma forma inexorável para a literatura. Ler é uma maravilha e escrever, melhor ainda!

As capas dos livros: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll, volumes I, II e III e a capa do livro "Humanos Pitorescos" de minha autoria. Abaixo eu, Luiz Domingues estou a posar ante as bandeiras promocionais das duas obras, durante a noite de autógrafos realizada no Instituto Cultural Bolìvia Rock de São Paulo, em 6 de maio de 2023. Capas dos quatro livros com arte de Vick Costa. Fotos abaixo da minha pessoa (Luiz Domingues): Acervo e cortesia: ICBR/Catia "Bolívia". Clicks: Alexandre Chagas