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quarta-feira, 2 de março de 2022

A Chave do Sol - Capítulo 22 - Alegria & Tristeza - Por Luiz Domingues

Logo no início de 2021, a perspectiva em termos de vendagem e repercussão dos Bootlegs, não poderia ter sido melhor. Consultas sobre o preço e condições para a aquisição dos discos, não paravam de chegar via inbox da rede social Facebook e mais do que isso, a sinalização sobre reportagens a abordar o lançamento e convites para eventuais entrevistas em talk-shows e podcastings de internet, ocorreram.

Ao mesmo tempo, o irmão do guitarrista Kim Kehl, Juja Kehl, fez uma bela sessão de fotos a registrar as capas dos discos, já a visar um material de apoio para a divulgação do Kit completo com seis álbuns.

E mais uma novidade muito boa, por conta do lançamento principalmente do primeiro disco, "Ao Vivo 1982/1983", um fã do trabalho que abordou-me para consultar sobre as condições de pagamento e logística para a aquisição, aproveitou para me contar que tinha a persona da Verônica Luhr como sua amiga no Facebook. Ora, que providencial, ele passou o link do perfil dela e eu de imediato solicitei a amizade da ex-vocalista da nossa banda.

Alguns dias depois, eis que ela respondeu-me e foi muito emocionante conversarmos, após trinta e oito anos de hiato, sem comunicação entre nós. Bem, nos atualizamos, e nesse aspecto ela me contou que vivia de música há muitos anos, a cantar pela noite e a ministrar aulas de canto e que seu marido, Jean Trad e o filho do casal também faziam parte de sua banda familiar, a exibir um repertório todo baseado nos standarts de Jazz, com ambos a tocarem guitarras e ela a cantar. 

Tal combo recebera o sugestivo nome de "Jazz em Família" e eu recomendo ao leitor e aos fãs d'A Chave do Sol em geral, esse trabalho, que é feito com muito bom gosto, ótima escolha de repertório e virtuosismo da parte do trio, com o marido e filho a tocaram guitarras com muita destreza e conhecimento teórico e ela, Verônica, a matriarca da família, a cantar muito.

Eis o canal do ótimo combo "Jazz em Família" para ser visitado e bem degustado:

https://www.youtube.com/channel/UC3QhRwigCjmGm7qXt83oJpg

Concomitantemente, eis que as pessoas que estavam a adquirir os álbuns, enviaram-me muitas impressões e em 99%, absolutamente fantásticas sobre os bootlegs, a elogiar tudo, incluso o áudio, que a despeito de ter sido obtido através de velhas fitas K7, armazenadas em armários e por anos a fio a estragarem, não apenas foram digitalizadas e a salvar os seus respectivos conteúdos, como a ganhar uma surpreendente qualidade que encantou a maioria esmagadora das pessoas que os adquiriram até ali. 

O único rapaz que teceu uma crítica, foi de uma forma construtiva, no entanto, pois ele falou que decepcionara-se com a simplicidade da capa em formato "envelope", pois não esperara essa apresentação simples, visto que imaginara uma caixinha de acrílico e um encarte mais robusto a conter informações e fotos em fartura. Poxa, quisera eu ter tido recursos para fazer um encarte recheado de fotos e ficha técnica detalhada.

Esse rapaz alegara que eu não alertara adequadamente os consumidores sobre se tratar de um CD-R e com uma capa tão singela, exatamente por ele ter visto uma postagem mais simplificada que eu mesmo fiz em um grupo temático dentro do Facebook.

E eu lhe pedi desculpas, pois o fizera precisamente para não violar o regulamento de certos grupos que não permitem postagens extensas, mas na contrapartida, o texto que eu colocara no meu perfil pessoal, era completo a alertar o público em geral sobre as condições técnicas dos álbuns. Eu reconheci a minha falha, naturalmente, mas aproveitei para lhe explicar sobre o ocorrido e lhe falar sobre a minha postagem mais detalhada. 

Claro que tomei essa observação como um aprendizado e depois disso, eu melhorei a comunicação, exatamente para atender os compradores mais exigentes que faziam questão de saber sobre tais detalhes e sim, o consumidor típico de discos com caráter "Bootleg", era antes de tudo, um colecionador em potencial. 

Tudo caminhava muito bem na questão da promoção e vendas, aliás, muito acima da minha expectativa, visto que até meados de janeiro eu já havia praticamente recuperado o investimento feito para lançar o primeiro álbum dessa safra com seis discos e a vislumbrar um pequeno lucro para dividir com os colegas da banda e também com o Kim Kehl que tanto contribuiu para materializar tais discos. 

Eu estranhara, no entanto, que a segunda remessa de cópias com caráter de recordação, oriunda da cota para os membros, que eu enviara para o Rubens Gióia ainda no início de dezembro de 2020, não tivesse tido da parte dele um retorno, mesmo que o site do correio desse como entregue ao destinatário. No entanto, o fato foi que ele não se manifestara pelo grupo de WhatsApp d'A Chave do Sol criado para conversarmos sobre o show reunião da nossa banda e assuntos relacionados aos bootlegs.

No dia 15 de janeiro de 2021, eu fui à agência do correio perto de minha residência para enviar mais dois pacotes com discos solicitados por fãs/colecionadores que haviam me encomendado na noite anterior. Quando eu cheguei em casa e fui providenciar o "scanner" do código de rastreamento para repassar aos amigos que haviam adquirido os álbuns recém postados, eu olhei o meu celular e vi que no grupo de Whatsapp d'Os Kurandeiros, havia uma mensagem dramática postada pelo Kim Kehl, com uma frase terrível: "-vocês já souberam o que ocorreu com o Rubens Gióia?" 

Pois dali em diante a sucessão de notícias a repercutir tal tragédia, tratou por chocar-me por completo: Rubens Gióia, o meu velho colega d'A Chave do Sol, houvera falecido nesse dia, uma sexta-feira e tal notícia foi muito difícil de ser absorvida.

Montagem de fotos do Rubens Gióia feita pelo fã, Alejandro Daniel Marin, assim que ele soube da perda do Rubens em 15 de janeiro de 2021 e postado no seu perfil da Rede Social Facebook

O choque pela notícia bombástica, triste, chocante, foi duplicado, na verdade, pois a informação sobre o seu estado de saúde pregresso, com direito a uma longa internação não fora divulgado, portanto, quando vazou a notícia do seu falecimento, foi um choque generalizado e com o poder da surpresa absoluta, evidentemente.

Bem, com aquela sensação muito ruim de aperto no coração e enjoo estomacal típico de quem acabou de receber uma notícia ruim sobre a perda de um ente querido, lá fui eu pesquisar na internet e logo pude comprovar a informação, com diversas pessoas a publicarem e repostarem reportagens a dar conta do falecimento do Rubens, sob uma velocidade bem grande, para que não pairasse nenhuma dúvida sobre a veracidade do ocorrido, infelizmente.

Revista Roadie Crew – Ricardo Batalha

https://roadiecrew.com/morre-o-guitarrista-rubens-gioia-a-chave-do-sol/

Rádio Kiss FM Informativo on line

https://www.kissfm.com.br/morre-rubens-gioia-guitarrista-do-banda-a-chave-do-sol/

Site WikiMetal – Nando Machado

https://www.wikimetal.com.br/morre-rubens-gioia-a-chave-do-sol-patrulha-do-espaco-santa-gang/

Site RoadieMetal – Gustavo Troiano

https://roadie-metal.com/a-chave-do-sol-morre-o-guitarrista-rubens-gioia/

Site Ligado à Música – Marcos Chapeleta

http://ligadoamusica.com.br/rubens-gioia-guitarrista-de-a-chave-do-sol-morre-aos-67-anos/

Site Wiplash – Bruce William

https://whiplash.net/materias/news_735/327852-chavedosol.html

Revista Rock Brigade on line

http://rockbrigade.com.br/xxx/morre-rubens-gioia-exa-chave-do-sol-e-patrulha-do-espaco/

Revista Dynamite on line

http://dynamite.com.br/morre-rubens-gioia-guitarrista-da-chave-do-sol/

Em questão de minutos, o blogueiro Carlos Retamero já soltou essa imagem acima em seu Blog 2112, em sinal de condolência pelo Rubens.

Bem, além da avalanche de notícias vindas da mídia especializada, a quantidade de manifestações oriundas da parte de pessoas físicas pelas redes sociais, foi enorme. Nesse ínterim, a informação mais reservada que eu havia recebido, houvera vindo da parte da companheira dele, Valéria Namur, que fora a sua acompanhante em seus últimos dias na longa internação que ele teve no hospital São Camilo, no bairro da Vila Pompeia, na zona oeste de São Paulo. 

Segundo o emocionado áudio que ela enviou para o whtasApp d'Os Kurandeiros, através do contrato prévio que fizera com a nossa produtora, Lara Pap, o Rubens fora internado com grave problema de ordem gastro-intestinal e tal mal se agravara após duas cirurgias, uma delas feita naquela semana e que não conteve o avanço da doença sobre o seu intestino e que lhe gerou uma infecção generalizada.  

Fora uma opção familiar não repassar a informação sobre a doença e agravamento do estado de saúde dele e mesmo por que, com a situação da pandemia mundial ainda em grave curso, certamente que o hospital não toleraria a presença de visitas, portanto, de nada adiantaria alertar os amigos em geral, certamente com a boa intenção de que ele superaria a crise e ao ter alta, pudesse então receber visitas em sua residência, se bem que com a ressalva óbvia de que a pandemia ainda estava a nos atacar com um alto grau de periculosidade.

Por último, o áudio enviado pela Valéria também serviu para que ela nos passasse as coordenadas sobre o velório e cerimônia de sepultamento. Ele seria velado por um espaço mínimo de horas em uma Igreja de orientação protestante, a denominação Baptista, no caso e templo esse que era frequentado por sua família há décadas e cujo patrono "in memoriam", aliás, é o próprio tio dele, irmão do seu pai e pastor fundador ali. Pelo que entendi, a cerimônia seria fechada para a família, sem a presença de amigos e tampouco admiradores dele como artista, fãs d'A Chave do Sol, de outros trabalhos que ele fez em sua carreira ou pessoas ligadas ao meio artístico de uma forma geral.

Naturalmente que mesmo atônito com a notícia, eu soube que precisava emitir uma nota pessoal minha e assim, parei, respirei e sob profunda comoção, escrevi um texto relativamente longo para o padrão das redes sociais, mas foi absolutamente necessário em minha avaliação. Tal postagem sensibilizou muito as pessoas, houve mais de 870 participações com comentários estarrecidos da parte das pessoas que gostavam do Rubens e da sua obra artística. Eis abaixo, a íntegra desse texto:

Amigos: hoje, 15 de janeiro de 2021, eu tive a duríssima notícia do falecimento do meu amigo e companheiro de uma bela jornada na música, o guitarrista, Rubens Gióia. 
 
Nos conhecemos por volta de junho de 1982, e identificados por termos os mesmos ideais em torno do Rock, fundamos juntos com José Luiz Dinola, a nossa querida banda, A Chave do Sol, em julho. Em setembro de 1982, fizemos o show de estreia e dali em diante, construímos uma obra em conjunto. 
 
Tivemos ótimos momentos de alegrias compartilhadas, obras eternizadas para nos orgulharmos, rimos muito, choramos perdas, trabalhamos intensamente e sobretudo, sonhamos coletivamente em perfeita sintonia.
 
Como guitarrista, Rubens foi um talento nato, forjado pelas mais lindas tradições do Rock das décadas de cinquenta, sessenta e setenta. Entre tantas influências fortes que teve, cito músicos como: Jimi Hendrix, Johnny Winter, Carlos Santana e Alvin Lee, sobretudo, mas ele admirava outros, igualmente, Leslie West, por exemplo e que também nos deixou recentemente.
 
Ele também teve uma bela história com outras bandas. Foi tripulante da nobre nave da Patrulha do Espaço, esteve em uma formação da Santa Gang e participou do Yankee.
 
Ao final de 2019, nós articulamos juntos um show reunião d'A Chave do Sol e que teve como data acertada pelo produtor Geraldo Guimarães, nosso amigo em comum, "Gegê", o dia 15 de julho de 2020. Para tal, produzimos uma série de seis bootlegs da nossa banda a conter material raro e oriundo de gravações preservadas em fitas K7 e que seriam lançados no dia desse show, que aconteceria no Teatro Cacilda Becker do bairro da Lapa, em São Paulo. Ele estava feliz pela possibilidade do show e pelos discos bootlegs que resgatam muitas pérolas escondidas da nossa história, incluso material inédito, não gravado em discos oficiais.
 
Infelizmente, fomos surpreendidos pela pandemia mundial e a esperança foi que superássemos essa situação para remarcarmos o show para quando fosse seguro e possível para todos, em algum dia de 2021, mas hoje, 15 de janeiro de 2021, esta possibilidade foi ceifada. Uma grande pena para nós e todos os fãs do nosso trabalho.
Contudo, pior que isso é saber que o amigo não está mais entre nós, isso sim, nos dilacera.
 
Agradeço à todos os amigos e admiradores d'A Chave do Sol que enviaram-me votos de condolências, reservadamente pelo inbox do Facebook e por outras redes sociais. Acreditem, cada mensagem dessas é um alento para suportar a dor. 
 
A Chave do Sol foi um sonho que ele acalentou desde a sua tenra infância ao ouvir os discos de seu irmão mais velho, Rafael (e este que também não está mais entre nós) e certamente que ele concretizou tal aspiração, com todos os méritos.
 
Desejo força para a família dele: sua mãe, filho, companheira, irmãs, cunhados e sobrinhos. Aos amigos e colegas de jornadas na música e no radialismo, onde ele também escreveu uma história bonita através do seu programa transmitido pela Webradio MKK (Blog do Rubão) e no cerimonial do governo municipal onde ele prestou um serviço relevante à nossa cidade de São Paulo.
 
Descanse em paz, meu amigo. "Um minuto Além" e nos encontraremos novamente em meio à "Luz"!
 
Luiz Domingues
 
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Bem, eu captei a intenção da família e jamais desrespeitaria tal determinação firmada por seus membros em um momento agudo de dor. Mas ao mesmo tempo, como eu poderia não comparecer ao seu velório para uma última homenagem e despedida? Mesmo com essa vontade soberana da sua família, eu resolvi comparecer e precisava avisar pelo menos outras duas pessoas que foram muito próximas dele: José Luiz Dinola e Julio Revoredo. 

O Dinola me disse ter ficado chocado, mas que não iria ao velório ao alegar que não gostaria de se lembrar do Rubens de outra forma que não fosse com ele em vida e não prostrado em um caixão. Claro, um sentimento a ser respeitado, eu não contestei de forma alguma. 

Liguei para o Julio e a reação de choque foi a mesma, pois pior ainda, ele estava com o seu computador quebrado naqueles tempos, portanto, ficara alheio às informações que abundavam a blogosfera naquele instante. E o Julio também alegou preferir não comparecer ao velório, para guardar em sua mente apenas as suas lembranças com o Rubens de momentos alegres que ele vivenciou em conjunto.

Julio Revoredo preparou essa singela homenagem ao Rubens (foto acima), momentos após ter sabido da sua morte e publicou tal desenho alguns dias depois em sua rede social Facebook.

Bem, por ser notívago por natureza, para que eu pudesse estar às 8:00 horas da manhã no salão da Igreja sugerida, e esta a ser localizada no bairro do Catumbi, na zona leste de São Paulo, eu evidentemente não dormi e assim, logo que amanheceu, pus-me a caminho para usar o metrô. Da estação Belém, até o quarteirão da igreja, eu caminhei bastante, pois se trata de um bairro vizinho, mas mesmo assim, fui o primeiro a chegar ao templo. 

Bem recebido por uma simpática funcionária da faxina e pelo técnico de som que fazia testes com o equipamento sonoro do templo, eu fiquei enfim por quase noventa minutos sozinho com o corpo do meu amigo que nos deixara horas antes e então, pude meditar sobre tudo o que passamos, as nossas conquistas, os sonhos que tivemos e o esforço empreendido sob ajuda mútua que motivou o fato concreto de que tenhamos deixado um legado juntos com A Chave do Sol. E claro, vibrei muito por ele, para que a sua passagem da vida material para uma outra realidade, fosse a mais amena possível.

Rubens Gióia ao vivo em uma homenagem que o grupo Heavy-Metal "Viper" lhe fez anos atrás e com direito a uma foto do compacto de 1984 d'A Chave do Sol, no telão. Click de Dener Ariani

Tempo de pandemia, é claro que fui ao triste evento devidamente mascarado e quando as irmãs do Rubens chegaram, ambas simplesmente não me reconheceram. Tudo bem, eu envelheci, estava bem grisalho e diferente da imagem que elas guardavam da minha aparência e ainda por cima mascarado, foi que se tornou difícil mesmo para elas saberem quem seria aquele velhinho cabeludo. 

Além do mais, o sofrimento de ambas, assim que adentraram o salão foi tamanho, que tal detalhe tornara-se irrelevante e assim, eu apenas limitei-me a responder para Rosely Gióia que indagara-me sobre quem eu seria, que eu estava ali por que tocara com o irmão dela por muitos anos. Mais tarde, no avançar da noite, eu fui procurado pelo inbox da rede social Facebook por ambas, com o intuito de pedirem-me desculpas por não haverem me reconhecido, mas foi óbvio que eu entendi a confusão gerada e relevei completamente o esquecimento delas. Isso não foi nada ante o sofrimento que ambas experimentaram naquele dia, portanto, me solidarizei completamente.

Bem, a cerimônia conduzida pelo pastor responsável foi bastante respeitosa e dentro dos parâmetros daquela denominação religiosa, portanto eu considerei normal que ali naquele ambiente, não houvesse nenhuma citação ao lado artístico do Rubens, sobre o seu legado, a sua merecida fama adquirida etc. Bem, a ênfase foi no aspecto familiar e religioso da sua família, uma tradição que veio do seu tio e do pai etc. e tal. Tudo bem, em paralelo, a comoção no mundo do Rock foi grande e ele foi agraciado com inúmeras homenagens e isso perdurou por bastante tempo, aliás.

Já dia seguinte à sua morte, no dia do sepultamento (16 de janeiro de 2021), o programa: "O Contrário de Nada é Nada" da webradio Plano B, anunciou um micro-especial a tocar músicas d'A Chave do Sol e da Patrulha do Espaço para homenageá-lo.

Bem, fui de carona no carro de Valéria Namur, a seguirmos a viatura fúnebre quer transportou o corpo de Rubens, da igreja Baptista no Catumbi até ao cemitério do Araçá, perto da estação Clínicas do Metrô. Ali não haveria uma outra cerimônia e a ordem em tempos de pandemia foi descarregar o caixão do carro e conduzi-lo diretamente à sepultura e com um restrito número de pessoas a acompanhar tal desfecho. 

Então, me despedi dela que estava sob um sofrimento intenso e também do filho do Rubens, o valoroso, Rubinho Gióia, com o qual eu pude falar um pouco ainda no templo. Deixei claro para o jovem que o adicionaria nas redes sociais e que ele assumiria em lugar de seu pai como legítimo herdeiro sobre os eventuais lucros obtidos pela venda dos recém lançados discos bootlegs da nossa banda. 

Bem, outras homenagens advieram rapidamente. Como era bem sabido de todos, o Rubens mantinha um programa radiofônico semanal na webradio MKK, chamado: "Blog do Rubão" e com a competente produção de seu próprio filho, Rubinho Gióia. Então, a emissora abriu espaço em outra atração sua, o programa: "Sampa Clipping", para reproduzir na íntegra duas edições do programa "Blog do Rubão" e assim ocorreu nos dias 18 e 25 de janeiro de 2021, quando pudemos ouvir a voz do Rubens por mais duas vezes e bem no estilo dele, culto, a escolher um tema ("medicina" e "mulher", neste caso dos programas repetidos), para sugerir músicas com analogia com tal mote, a fazer inúmeras citações poéticas, filosóficas e até científicas sobre o tema proposto e a discriminar os nomes dos homens e mulheres célebres que deixaram tais aforismos inscritos nos anais da história. 

Claro que isso foi fruto da boa produção do seu filho na base da pesquisa, mas eu conhecia e convivi bastante com o Rubens e atesto, ele sempre teve tais citações na ponta da língua, pois foi um homem culto em vida.

De 23 a 29 de janeiro de 2021, o radialista, Julio Cesar Souza fez a sua bela homenagem ao Rubens, através do seu programa: "Só Brasuca" na Webradio Crazy Rock. Na programação, ele selecionou músicas d'A Chave do Sol, Patrulha do Espaço e Yankee, bandas nas quais o Rubens participou como guitarrista, cantor e compositor.

Programa É Noise – Paulinho Heavy

https://www.youtube.com/watch?v=zRJDmwyB80s

Rockbrasileiro.net – Cesar Gavin

https://www.rockbrasileiro.net/2021/01/um-minuto-alem-para-o-guitar-hero.html

https://www.miltonmedusa.com.br/guitar-heroes-br-metal/

Site Milton Medusa – Guitar Heroes anos 1980

https://www.miltonmedusa.com.br/guitar-heroes-br-metal/

Blog A Chave do Sol – Will Dissidente

http://achavedosol.blogspot.com/2021/01/rubensgioia.html

Blog A Chave do Sol Mensagem de Luiz Domingues

http://achavedosol.blogspot.com/2021/01/luizdomingues.html

Nos dias 6 e 13 de fevereiro de 2021, o guitarrista superb, Milton Medusa usou o seu programa: "Guitarras & Rock'n' Roll, através da webradio "A Música Venceu" para homenagear o Rubens, com muita ênfase, fã declarado d'A Chave do Sol que ele sempre foi. 

E a mensagem do Rubinho Gióia, ainda no velório de seu pai, certamente jamais sairá da minha memória: -"o meu pai estava feliz com a possibilidade do show (que não ocorrera em julho de 2020, mas ainda estava de pé para ocorrer, por conta da pandemia da Covid), e também eufórico pelo lançamento dos Bootlegs".

Poxa, que pena, não deu tempo para que ele pudesse usufruir desse momento de alegria, com uma retomada de proeminência da nossa banda, perspectiva de shows, resgate de material raro, barulho na mídia, enfim, uma lástima que cortou-me o coração. Acho que ele nem chegou a ver os dois últimos discos da coleção dos bootlegs, pois pelo que eu soube, quando a segunda remessa de discos que eu lhe enviei chegou à sua casa, via correio, ele já estava internado.

Bem, a história prosseguirá, justamente por que a repercussão dos Bootlegs seguiu a abrir portas para a nossa velha banda e assim, a gerar mais histórias.

Descanse em paz, Rubens Gióia! Muito obrigado por aqueles cinco anos intensos de 1982 a 1987, pelos sonhos compartilhados, realizações e legado.

Foto extraída de um ensaio fotográfico do qual eu, Luiz Domingues, participei em 31 de janeiro de 2021, para compor o catálogo de almofadas da artista plástica/artesã, Amanda Fuccia, cujo tema foram diversas almofadas a conter capas de discos que eu lancei na carreira inteira e no caso, nesta em específico, a conter capas dos discos d'A Chave do Sol. Click de Ana Fuccia 

Bem, mediante o efeito do choque ainda sob grande monta a respeito do falecimento de Rubens Gióia, mesmo assim, cabisbaixo pelo revés inesperado, o fato é que o lançamento do Kit de Bootlegs d'A Chave do Sol estava a causar um grande furor midiático, bem entendido, no campo do nicho ao qual sempre pertencemos, mas ao se considerar se tratar de uma banda extinta há trinta e quatro anos nessa ocasião, isso foi ao mesmo tempo, algo muito grandioso, eu diria.

Claro, a notícia sobre a morte do Rubens trouxe uma carga de interesse a mais para a questão dos Bootlegs e foi óbvio que eu não desejei isso de forma alguma, mas precisei admitir que se tornou um fator potencializador dessa publicidade espontânea, gostasse ou não do fenômeno e claro que nesse aspecto eu não apreciei.

https://www.rockbrasileiro.net/2021/01/a-chave-do-sol-resgata-material-inedito.html

Em 28 de janeiro de 2021, o sensacional jornalista/Bloguer e Youtuber, Cesar Gavin, lançou uma matéria maravilhosa em seu prestigiado site Rockbrasileiro.net a repercutir o lançamento dos bootlegs. 

https://roadiecrew.com/a-chave-do-sol-lanca-seis-bootlegs-com-material-inedito.html

Dois dias depois, em 30 de janeiro de 2021, o não menos sensacional jornalista, Antonio Carlos Monteiro também nos brindou com uma outra matéria no mesmo teor e a aproveitar o ensejo, publicou em anexo uma boa entrevista comigo, Luiz, quando eu pude explicar com detalhes a questão dos lançamentos e também repercutir a minha estupefação sobre a súbita morte do Rubens, que tornou tal lançamento, dramático pela perda tão dolorida para todos nós. Isso aconteceu nas páginas da versão on line da revista Roadie Crew onde ele era redator e editor. 

O programa "O Contrário de Nada é Nada" da Webradio Plano B, inseriu uma música d'A Chave do Sol em sua edição de número 32 de 20 de fevereiro de 2021, sob produção de Rapha Bee. A canção escolhida foi: "A Chave é o Show", extraída do LP "The Key" de 1987.

No dia seguinte, dia 21 de fevereiro de 2021, o programa "Rock'n' Brasil" da webradio MKK, conduzido pelo grande Antonio Carlos Monteiro, tocou a canção "O Que Será de Todas as Crianças?" esta extraída do CD Bootleg "Dose Dupla 1986". Na verdade, essa execução foi a repetição do programa, visto que na terça-feira, dia 16, houvera sido a sua primeira vez no ar.

Então foi esse o panorama logo a seguir da morte do Rubens, ou seja, uma dor difícil de passar e ao mesmo tempo, a constatação do carinho exibido da parte dos fãs neste momento difícil e também, a alegria proporcionada pelo resgate dos bootlegs a receberem elogios e a despertar o interesse das pessoas que os estavam a adquirir para compor as suas coleções.

A repercussão positiva em torno dos lançamentos dos Bootlegs prosseguiu em triste sintonia com a tristeza gerada pela perda do Rubens Gióia.

No Blog "Rock Dissidente", mantido por Will Dissidente e este também a se configurar como o mantenedor do Blog "A Chave do Sol, eis que uma boa resenha sobre um dos álbuns da coleção, foi publicada. Desta feita, ele preparou um ótimo apanhado sobre o disco "Ao Vivo em Limeira/SP 1983, que pode ser lida através do link abaixo:

https://rockdissidente.blogspot.com/2021/02/achavedosol.html

Em 23 de fevereiro, mais uma ótima perspectiva surgiu, quando o baixista, professor e comunicador, Fernando Tavares fez uma super descrição sobre os Bootlegs d'A Chave do Sol em seu prestigiado programa da Webradio MKK,"MKK Bass Sessions",  e assim, incrementou ainda mais a repercussão pelo lançamento.

Um grande jornalista da seara musical abordou-me também ainda em fevereiro de 2021 e ficou cogitado que eu participasse de seu talk-show ao vivo através da rede social Instagram, a ser marcada a data e claro que ao se confirmar tal perspectiva, seria mais um impulso incrível em torno do projeto.

Em março de 2021, a repercussão em torno do lançamento dos seis Bootlegs, ainda se mostrara com fôlego. Nesse sentido, eu arrolo a seguir, alguns acontecimentos ocorridos nesse mês e também no decorrer de abril, subsequente.

Um fã/amigo, chamado: Rico Mendes, alertou-me sobre a presença de uma página a versar sobre a nossa banda, postada no portal internacional de colecionadores de discos: "Discogs". Segundo ele e eu pude constar ao me inscrever nessa rede e entrar na página apontada, de fato havia uma descrição com falhas sobre a nossa banda a cometer erros crassos de informações, inclusive ao constar uma confusão com o baixista/luthier "Tiguez" como se ele houvesse sido um possível componente d'A Chave do Sol, por conta da similaridade de seu apelido com o mesmo que eu usei naquela época, portanto, na base desse texto eu promovi algumas modificações importantes para coibir tais falhas históricas perpetradas pela má avaliação dos fatos.

No entanto, não consegui registrar os bootlegs para encorpar a discografia da banda, visto que ainda sem os dados que o Luiz Calanca não providenciara para a regularização dos álbuns Bootlegs para constar em plataformas digitais e como tais dados burocráticos em termos de registros, se mostraram imprescindíveis para a inserção no portal Discogs, tal adequação ficou adiada sine die.

A página sobre A Chave do Sol no portal "Discogs":

https://www.discogs.com/pt_BR/artist/1586568-A-Chave-Do-Sol

Alertado pelo poeta, Julio Revoredo, eu fiquei a saber que um vídeo produzido e dirigido pelo jornalista, André Barcinski, trouxe um mini documentário sobre a vida e obra do DJ/produtor musical: Mister Sam. 

Ora, para quem leu a minha autobiografia e notadamente os capítulos sobre a minha história com A Chave do Sol a envolver os acontecimentos ocorridos entre 1984 e 1986, sabe bem que a nossa banda teve muitas aparições no programa "Realce" da TV Gazeta de São Paulo e no caso, apresentado e coproduzido pelo Mister Sam. Mais do que isso, ele, Mister Sam, manteve uma boa relação com a nossa banda e nos bastidores, chegou a nos apoiar, inclusive com indicações para shows que fizemos em casas noturnas. 

Neste caso em específico, trata-se de uma série de documentários a dar vazão a um projeto chamado: A História Secreta do Pop Brasileiro e neste caso, se trata do episódio: "O Mundo Segundo Mister Sam" e que não nos cita diretamente, pois o foco foi centrado na persona de Mister Sam, entretanto, digno de nota, a nossa banda aparece por alguns segundos no documentário, exatamente em um das nossas apresentações no programa "Realce", aliás, a se tratar da nossa primeira participação, em julho de 1984.

São poucos segundos, mas lá estamos nós presentes no documentário, a interagirmos com o Mister Sam. Nós aparecemos no momento 3.06' do vídeo e é bem rápida a inserção.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=xPEX1Jvppu0      

Mais diretamente concernente à nossa banda, foi no dia 23 que eu recebi o comunicado do ativista cultural, Will Dissidente, de que ele havia preparado um "promo" com o áudio de uma faixa extraída do CD Bootleg: "Teatro Lira Paulistana 1985". E assim, eis que ele lançou no YouTube a versão de "Anjo Rebelde" ao vivo, e aliás, com direito a um bom improviso perpetrado pela banda na ocasião, a se tratar da última faixa desse álbum, quando a tocamos como um pedido de "bis" da parte da plateia.

"Anjo Rebelde" (Luiz Domingues/Rubens Gióia/Edgard Puccinelli Filho/Miriam Rodrigues) - Ao Vivo no Teatro Lira Paulistana de São Paulo/SP em 31 de janeiro de 1985. Extraída do CD Bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985 d'A Chave do Sol, lançado em 2020. Produção do promo: Will Dissidente.

Eis o Link para se assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=kC3B8fM5ruY

Bem, já no dia seguinte, um fã/amigo chamado, Claudio Soares, nos disse que havia postado na rede social Instagram, uma resenha sobre A Chave do Sol e neste caso através do portal: "Metal Archives". 

Bem, toda a ajuda é válida e no caso da nossa banda, esse estigma de nós termos pertencido ao espectro do Heavy-Metal na década de oitenta gerou tal percepção generalizada desde então e neste caso, é evidente que isso não corresponde à verdade, mas a opinião gerada anteriormente ficara mesmo muito difícil de ser quebrada. 

Eis abaixo o link para ler tal resenha:

https://www.instagram.com/p/CMI0hApgFz_/?fbclid=IwAR3Nn0aB0axEVC9rxL9iSjHECcE_n-LgRl6I0xO6Hk3srCyVj4X8LSMZd7Y

E no começo de abril, o guitarrista, Kim Kehl d'Os Kurandeiros e grande mentor do projeto dos Bootlegs, lançou uma peça publicitária para apoiar tal lançamento, através do YouTube. A usar trechos de algumas faixas contidas nos discos e mediante as belas fotos clicadas pelo seu irmão, Juja Kehl, essa peça decerto auxiliou muito na divulgação dos álbuns em si.

Veja abaixo a peça publicitária criada por Kim Kehl:

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=tQldTeLcXLQ

Em 20 de abril de 2021, o abnegado Will Residente lançou em seu Blog, "Rock Dissidente", uma resenha específica a analisar o CD Bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985" d'A Chave do Sol.

Leia a resenha no Blog "Rock Dissidente":

https://rockdissidente.blogspot.com/2021/04/achavedosol.html

E mais novidades midiáticas, ocorreram ao final do mês de abril. Um mini especial com a nossa banda foi executado no programa: "O Contrário de Nada"/versão "80 Toneladas", através da webradio Plano B, com produção e locução de Raphael Dee, em 24 de abril, quando citou com entusiasmo o lançamento dos bootlegs e executou a canção "Profecia", proveniente do LP The Key.

Mini especial d'A Chave do Sol no programa "O Contrário de Nada é Nada"/versão "80 Toneladas" - Webradio Plano B. Produção de Raphael Dee. 24 de abril de 2021 - www.radioplanob.com.br

No mesmo dia, 24 de abril, a nossa banda também foi executada no programa: "A Hora do Dinossauro" da UFMG educativa de Belo Horizonte, com produção e locução de Magela Medeiros, que também foi extremamente gentil ao traçar um rápido histórico da nossa banda, também citar os bootlegs recentemente lançados, elogiar os meus blogs e a minha atuação contemporânea com Os Kurandeiros. Duas canções foram executadas: "Anjo Rebelde" e "Um Minuto Além".

Participação d'A Chave do Sol no programa "A Hora do Dinossauro"/Rádio UFMG Educativa. Produção de Magela Medeiros. 24 de abril de 2021 - https://bit.ly/3cfjeeg

O tempo avançou mais um pouco e novas manifestações midiáticas surgiram ainda a repercutir o lançamento dos Bootlegs da nossa banda, também a lamentar perda do Rubens Gióia e logicamente a reverenciar a sua memória e legado artístico.

Neste caso, fiquei feliz por saber que a revista Roadie Crew em sua edição de número 259, reproduziu os textos que já havia colocado no ar, anteriormente em sua versão on line, assim que o analisara o lançamento dos bootlegs e repercutira o falecimento do Rubens, em matérias assinadas respectivamente por Tony Monteiro e Ricardo Batalha.

E também no Blog d'A Chave do Sol, foi publicada a resenha sobre o CD bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985", assinada por Will Dissidente, que foi postado no ar a partir do dia 4 de maio, ou seja, a data de aniversário de Rubens Gióia, portanto a se revelar como uma homenagem. Boa resenha, gostei muito das observações do resenhista, embora no seu caso, a despeito de ser um ativista cultural conhecido no meio, ele era (é) também o mantenedor do Blog e portanto, poderia ser acusado de parcialidade, mas eu asseguro que não, ele escreveu com isenção, como o fazia (faz) normalmente em suas colaborações para diversos órgãos de imprensa cultural alternativa. 

Minucioso, ele falou com precisão de cada faixa isoladamente sob a sua ótica, e assim traçou um perfil histórico sobre o contexto em que tal show gravado transcorrera em 1985 e como tal material veio à tona em forma de um disco bootleg, em 2020.

Leia a ótima resenha de Will Dissidente através do Blog d'A Chave do Sol, através do link abaixo: 

http://achavedosol.blogspot.com/2021/05/franalves.html

E finalmente, em maio também, por conta de três álbuns d'Os Kurandeiros terem sido incluídos na plataforma de um portal de música e textos, chamado: "Mubrin.com", eu percebi que havia ali uma matéria a discorrer sobre a produção musical independente dos anos 1980, sob o ponto de vista fonográfico. 

Curioso para saber como o texto se desenvolvera, ao me deparar com a matéria, notei que usaram uma foto proveniente da gravação do compacto d'A Chave do Sol no estúdio Mosh de São Paulo, em janeiro de 1984. Não houve crédito aos meus Blogs números 2 e 3, mas tudo bem, mesmo assim, fiquei feliz por notar que o meu arquivo de carreira mais uma vez auxiliou outros órgãos difusores de cultura.

Eis a foto em questão, publicada na ótima plataforma musical & revista, Mubrin.com, a ilustrar a sua matéria sobre a produção fonográfica independente brasileira nos anos 1980. No caso, foi um flagrante da gravação do compacto de 1984, no estúdio Mosh de São Paulo em janeiro do referido ano e a mostrar as figuras do técnico do estúdio, Robson T.S. (debruçado sobre a mesa de mixagem) e o ex-vocalista do Made in Brazil, Caio Flavio, que assistia os trabalhos da nossa gravação. No enquadramento ainda, de costas e só por detalhes, no canto esquerdo superior, eis o nosso baterista, José Luiz Dinola, a usar uma camiseta branca.

Mais algumas movimentações midiáticas e também em termos de manifestações da parte de fãs da nossa banda, ocorrerem no decorrer de maio de 2021.

Em 18 de maio, por exemplo, o abnegado Will Dissidente publicou no Blog A Chave do Sol um misto de matéria e resenha do CD Bootleg "Ao Vivo 1982/1983", a enfocar a fase da vocalista, Verônica Luhr como componente oficial da nossa banda. Dessa forma, mais uma vez essa fase um tanto quanto obscura da história da nossa banda, porém muito importante na minha avaliação, foi enfocada e eu fiquei feliz por isso.

http://achavedosol.blogspot.com/2021/05/capitulo3.html

Nesses dias de maio, eu também recebi e respondi um longo questionário da parte do próprio Will Dissidente, portanto, a perspectiva dessa entrevista ser publicada em junho, se tornou grande.

Outra surpresa boa, veio da parte do radialista, Rene Mina Vernice, que fora o produtor do nosso show no salão de festas do Palmeiras em 1986, disponibilizou mais algumas fotos inéditas daquele espetáculo e claro que eu anexei de imediato ao arquivo central da banda no meu Blog 3.

Na primeira foto, A Chave do Sol em panorâmica no palco. Na segunda, Beto Cruz em destaque e eu (Luiz Domingues), ao fundo. Na terceira, o produtor do show, Rene Mina Vernice a fazer um discurso de abertura. A Chave do Sol no Festival Metal 4 no salão de festas do Palmeiras em maio de 1986. Acervo e cortesia: Rene Mina Vernice. Clicks: produção do show.

E no mesmo dia em que recebi tais fotos, desse show de 1986, um fã postou na rede social Facebook, quatro painéis que montara com fotos promocionais da nossa banda, com formação do Beto Cruz em predominância e algumas com Fran Alves. Eu mesmo cedi o material para o rapaz em questão (Beto Ribas), que gentilmente me ofertou os painéis montados, a seguir, no mesmo dia, 20 de maio.

Eis acima os painéis gentilmente montados pelo fã da nossa banda: Beto Ribas, em maio de 2021

Por intermédio do abnegado Will Dissidente, novos vídeos promocionais foram lançados, com faixas extraídas dos bootlegs lançados em 2020.

Dessa forma, tal reforço de divulgação veio muito a calhar para auxiliar em tal esforço de promoção para os discos bootlegs.

O primeiro promo lançado nos últimos dias de maio de 2021, foi o da canção: "Átila"

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=6jxE6c7JEjs

O segundo promo lançado foi o da música: "O Que Será de Todas as Crianças?", faixa essa obtida do álbum Bootleg: "Dose Dupla/1986".

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=3Xa-rXt6E-8

O terceiro promo lançado por Will Dissidente em maio de 2021, foi o da música: "Utopia", proveniente do disco bootleg: "Ao Vivo em Limeira/SP 1983"

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=OPET9T6EY7I

O quarto lançamento em maio de 2021, foi do vídeo a conter a canção: "Segredos" em sua versão instrumental e extraída da Demo-Tape perdida de 1984. Esta faixa é um bônus track do álbum bootleg "Demo Tape 1983".

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=IvTAOZGIGZQ

O quinto promo produzido por Will Dissidente, foi com a versão ao vivo da peça "Intenções", extraída do CD Bootleg "Teatro Piratininga/SP 1983".

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=f4CZTC9EkdA

E o sexto vídeo produzido por Will Dissidente em maio de 2021, foi da peça instrumental: "No Reino do Absurdo" com direito à inserção da balada, "Dama da Noite" no meio da performance do Rubens Gióia em caráter solo. Tal faixa ao vivo se encontra presente no CD Bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985".

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=1hnEHRNmHiI

Em breve, uma entrevista comigo próprio, Luiz Domingues, seria publicada a repercutir os bootlegs, os planos frustrados para um show reunião da formação original em 2020, pandemia e falecimento precoce do Rubens em 2021.

E logo após a minha entrevista para o ativista cultural, Will Dissidente, ter sido publicada no Blog por ele mantido, "A Chave do Sol", naturalmente que a sua republicação surgiu logo a seguir no Site Wiplash, justamente por ele ser colaborador. A data da publicação foi o dia 13 de junho de 2021.

Eis abaixo o link para acompanhar por tal portal:

https://whiplash.net/materias/entrevistas/331817-chavedosol.html?fbclid=IwAR1mMTlvXTFSpw6XDgg6q7kQIr1yPC2weMk4hnM_axYt4VN-Uj5_v6E_2NU

Alguns dias depois, eis que a segunda parte da minha entrevista foi publicada no Blog d'A Chave do Sol e nesta oportunidade eu falei mais sobre o lançamento dos Bootlegs. Tal publicação foi ao ar em 23 de junho de 2021.

Eis abaixo o link para ler tal entrevista concedida para o ativista cultural, Will Dissidente:

http://achavedosol.blogspot.com/2021/06/entrevista02.html

"My My Hey Hey (Neil Young), sob a interpretação d'A Chave do Sol. 

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=sKWkxYG0S9E 

Algum tempo depois, o próprio Will Dissidente lançou mais um vídeo, desta feita baseado na nossa versão para a música de Neil Young, "My My Hey Hey", faixa extraída do CD Bootleg "Ao Vivo em 1982/1983", com a espetacular voz da Verônica em destaque.

Bem, de julho a outubro de 2021, a nossa banda não teve mais novidades, a não ser quando houve a execução de uma música nossa ("Sun City"), na edição 246 do programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, com sete execuções marcadas entre os dias 2 e 8 de outubro de 2021.

E também quando o fã e amigo, Beto Ribas, me abordou na rede social Facebook para pedir a minha contribuição no sentido de que eu citasse uma frase extraída de qualquer letra de música nossa que eu considerasse emblemática a representar a banda. A intenção dele foi usar tal frase extraída de um verso de qualquer letra de nossa autoria, para fazer parte de um painel que tencionara criar para homenagear A Chave do Sol.

Ora, fiquei feliz pela sua percepção e sobretudo por conta da intenção de nos presentear com tais peças publicitárias.

Dessa maneira eu recebi a incumbência de tal escolha e na prática, eu poderia ter sugerido diversas outras frases extraídas de letras das nossas músicas. Letras que eu mesmo (Luiz Domingues) escrevi, com teor espiritualizado como "Luz" ou mesmo coadunada com preocupação ecológica, como "Intenções" e que neste caso, mantém no seu bojo uma visão muito particular minha, sob o teor hippie/humanista a respeito do papel da humanidade na preservação do meio ambiente. 

Letras mais diretas escritas pelo Beto Cruz também contém certas frases que poderiam representar aforismos fortes sobre o cotidiano e no caso de: "A Chave é o Show", por exemplo, há todo aquele sentido de auto-enaltecimento da nossa própria banda, que embora eu reconheça ter sido uma postura um tanto quanto altiva da nossa parte, ao ter colocado essa peça de forma pública e oficial em um disco na ocasião em 1987, esta canção possua mesmo assim, o lado poético do nosso pensamento sobre o papel da banda naquele contexto dos anos 1980 em relação aos admiradores do trabalho. Portanto, uma frase extraída dessa letra poderia suprir bem a necessidade de Beto Ribas de usá-la para formatar os cartazes.

E faltou falar sobre uma terceira hipótese, que tem muito a ver com a construção da carreira da nossa banda, no sentido da utilização de poemas oferecidos por colaboradores, e no caso, Edgard Puccinelli Filho e Julio Revoredo foram artistas das letras proeminentes em tal apoio.

No caso do Edgard, a sua contribuição foi única nesse sentido, com a criação da letra da música: "Anjo Rebelde" que está registrada em nosso EP de 1985 e para quem leu a minha autobiografia e em específico sobre a minha história com A Chave do Sol, sabe bem que ele já tinha esse poema escrito e o declamava em diversas ocasiões em público, muito tempo antes de nos cedê-lo para que o musicássemos. De fato, há frases ali que poderiam ser usadas para estes cartazes anunciados por Beto Ribas em 2021.

Contudo, eu acredito que se eu buscasse uma frase em meio às letras que o Julio Revoredo escreveu para musicar algumas peças do nosso repertório, eu faria uma escolha bem sofisticada e profunda para representar a nossa banda em tal empreitada proposta por Beto Ribas.

Então eu nem precisei ponderar muito, pois sempre gostei muito de um verso da canção "Ufos", que eu considero um aforismo, tamanha a sua força por si só e que revela, por conseguinte, uma consideração de cunho filosófico e com o peso da metáfora a aludir ao aspecto metafísico e ouso dizer, com teor transcendental.

Nesses termos, eu escolhi o verso: "A Humildade é o Caminho para a Felicidade Superior", ou seja, uma frase impactante que eu considero muito expressiva e que vai de encontro à minha visão de vida, sempre amparada pelos ideais da contracultura hippie sessentista, sob o viés da igualdade e fraternidade entre os homens. 

E assim, eu comuniquei de pronto a minha escolha para o Beto Ribas que no mesmo dia já me enviou o cartaz montado com a frase criada por Julio Revoredo, em destaque e sob diferentes versões em termos de cores, para ser usado sem restrições para ações de divulgação ao meu livre critério. Muito bem, agradeci ao Beto Ribas e fica registrada aqui nesta parte da minha autobiografia, que fique ad eternum tal gratidão da minha parte e que certamente me emocionou.

Em dezembro, o amigo e apoiador da nossa banda, Beto Ribas, preparou mais três painéis para homenagear A Chave do Sol, a fazer uso da foto que usamos para ilustrar o bootleg "Teatro Piratininga/SP 1983", oriunda do álbum de fotos desse show que fizéramos em abril de 1983. Obviamente que fiquei feliz com tal presente de final de um ano tão dramático para a nossa banda, em função do desaparecimento do nosso cofundador e mentor do nome da banda, Rubens Gióia.

Bem, além dessas ações publicitárias, nada mais relevante ocorreu para a nossa banda até o término de 2021, a não ser uma última ação midiática, quando a convite da webradio Orra Meu, eu representei A Chave do Sol mediante um curto depoimento em um especial de fim de ano que essa emissora apresentou, com a inclusão da nossa clássica peça, "18 Horas" a nos ilustrar sonoramente a falar.

Encerrado o relato sobre o final de 2021, cabe aqui uma pequena reflexão para sintetizar o que a nossa velha banda tão atuante nos anos 1980, protagonizou nesse tempo mais adiante, com o século XXI em curso. 

Em 2020, surgiu a oportunidade de um show reunião com a formação original do nosso Power-Trio básico. Estava tudo certo e faríamos enfim o espetáculo tão esperado por nossos fãs, desde 1987.

Entretanto, a pandemia mundial decorrente da ação do Coronavírus se agravou sobremaneira e adiou o nosso plano. Por outro lado, eu mesmo em pessoa me esforcei para incrementar o lançamento dos seis discos bootlegs alimentados por áudios raros que eu mantive guardados por anos a fio através de jurássicas fitas K7. Portanto, mesmo com o adiamento do show anteriormente marcado parta julho de 2020, eu tomei a providência de produzir e lançar os seis discos que seriam na verdade revelados no dia do show a seguir a minha planificação inicial. 

Tive o apoio decisivo do meu amigo e companheiro d'Os Kurandeiros, Kim Kehl nessa produção, que colocou a mão na massa para trabalhar o áudio que alimenta tais discos e criar a arte das capas dos seis álbuns piratas e históricos para reforçar a discografia da nossa querida banda. 

Outra ação importante foi ter criado a linha de almofadas a conter todas as estampas com capas de discos d"A Chave do Sol, graças ao esforço e arte de Amanda Fuccia e posteriormente registrado em fotos pela lente da sua mãe, Ana Fuccia.  

Tanto o lançamento dos discos, quanto das almofadas, seriam itens para ilustrar materialmente o show de 2020, mas com o advento da pandemia mundial, tal evento ficou postergado sine die. Entretanto, com a notícia terrível que tivemos em 15 de janeiro de 2021, a dar conta do falecimento de Rubens Gióia, eis que a questão da pandemia passar ou não o quanto antes, não impactou mais a resolução de se promover o show reunião da nossa banda em sua formação original, pois ao perdermos Rubens Gióia, tal ideia foi enterrada junto com ele, de forma triste.

Essa banda também foi/é minha (Luiz Domingues) e do José Luiz Dinola, igualmente e podemos acrescentar os cinco vocalistas que fizeram parte da formação ao longo da nossa carreira, notadamente Verônica Luhr, Fran Alves e Beto Cruz com um pouco mais de proeminência por questões óbvias e amplamente relatadas ao longo da minha autobiografia, embora Percy Weiss e Chico Dias também façam parte dessa história. 

Todavia, é bem sabido que o nome dessa banda foi uma concepção do nosso guitarrista, Rubens Gióia e muito mais que isso, representara a sua percepção lúdica e onírica de um sonho que acalentara desde criança, e neste caso, para ser específico, falo sobre algo que ele fomentara entre 1969 e 1970, ali com seis a sete anos de idade apenas, no sentido de sonhar com a formação de uma banda de Rock. 

Portanto, essa banda foi a priori a concretização do seu sonho infantil e aí sim, somada ao esforço de valorosos companheiros, eu incluso, se formatou efetivamente no ano de 1982, cresceu, lutou, sofreu, teve ótimas conquistas ao longo dessa década e deixou o seu legado muito bonito, ao ponto de manter fãs apaixonados pela sua obra e história nos anos e décadas posteriores. Pois se escrevo este trecho ao final de 2021, não é notável que a nossa banda que encerrara atividades no longínquo ano de 1987, ainda despertasse tanta comoção, trinta e quatro anos depois e a se levar em conta que vivíamos em um mundo efêmero, no qual tudo era esquecido e considerado obsoleto, instantaneamente? 

É portanto, motivo de orgulho de minha (nossa) parte, sim e qualquer manifestação de carinho que surja nesse sentido, me emociona certamente e ainda mais a se considerar que escrevi este trecho em 2021, ou seja, uma prova cabal de que a nossa banda marcou a vida de muitas pessoas, positivamente e mais do que isso, com uma longevidade afetiva impressionante.

Por outro lado, a morte de Rubens Gióia, sepultou definitivamente a ideia de um show reunião, por conseguinte, a possibilidade de uma continuidade com material novo, quiçá uma nova fase a ser escrita com material inédito e um novo álbum ao sabor do século XXI. 

Ficou em aberto a chance desse show anteriormente marcado para julho de 2020 ser efetuado, mas com a conotação de uma homenagem ao Rubens. Eu (Luiz) e Dinola conversamos sobre isso e o produtor do show, Gegê Guimarães também me abordou para falar a respeito. No entanto, eu ponderei que sim, aceitaria de bom grado realizar o espetáculo, mas talvez sem usar o nome "A Chave do Sol", exatamente por saber que esse nome calava fundo ao Rubens, por representar o seu sonho e talvez fosse inadequado usar o nome e sem a sua presença física no palco, mesmo que a intenção fosse exatamente lhe prestar um tributo póstumo.  

Bem, independente dessa especulação que surgiu após o seu falecimento, o fato extra foi que a pandemia piorou e assim chegamos ao final de 2021 ainda sem uma perspectiva concreta de que tal show tributo pudesse acontecer. Dessa forma, fecho este capítulo sem poder anunciar oficialmente esta continuidade de história autobiográfica de minha parte com essa banda e mesmo por que, há a possibilidade de que lancemos mais uma safra de discos bootlegs no futuro, pois eu tenho material para tal empreitada, a conter mais shows ao vivo do período de 1986 e 1987, principalmente.

Enfim, lastimo mais uma vez a perda do cofundador da nossa banda em 2021 e que efetivamente fez do seu sonho infantil nos anos sessenta, o mote para a criação do nome do grupo e que a posteriori, marcou a vida de muitos fãs, admiradores e colaboradores nossos, até os dias atuais de 2021, quando encerrei este texto.

Fica em aberto uma continuidade, outrossim, haja vista a possibilidade de um show tributo ao Rubens em algum momento pós-2022 e também sobre o lançamento de mais discos piratas com material raro da nossa produção nos anos 1980.

Portanto (possivelmente), continua...