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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Língua de Trapo - Capítulo 24 - A raspa do tacho - Por Luiz Domingues

Dentro da perspectiva que se abrira para a construção da minha autobiografia já há alguns anos, inclusive a dar conta de que a qualquer momento poderiam surgir fatos novos sobre antigos trabalhos, nenhuma banda com a qual atuei no passado haveria de se ausentar de tal predisposição.

Foi assim que shows reunião com a Patrulha do Espaço e o Pedra ocorreram, quase houve o d'A Chave do Sol, e neste caso somente interrompido pelo advento da grande pandemia decorrente do Coronavírus e em seguida pela morte repentina do Rubens Gióia.

E sim, muitas novidades surgiram em termos de discos póstumos, vídeos, resgate de material em geral, principalmente para Patrulha do Espaço, mas igualmente para o Pedra e com o destaque para o lançamento de meia dúzia de discos piratas a conter material raro d'A Chave do Sol, além de novidades com clips novos para o Pitbulls on Crack.

Nesses termos, fiquei atento e já a antever que tais bandas poderiam gerar mais novidades vindouras e melhor ainda, outras bandas do passado da minha carreira, igualmente poderiam vir à tona com novidades.

Foi quando em 2022, eu finalmente comecei a organizar os três canais que eu possuía e não usava simplesmente, no portal do YouTube, por não saber lidar com a tecnologia, principalmente, nos anos anteriores. Por conta de haver dominado vários aspectos dessa linguagem, eu percebi que poderia enfim dar um destino organizado para tais ferramentas e em princípio, destinei cada canal a ser um veículo de apoio ao seu respectivo blog correspondente.

E uma das primeiras resoluções que tomei, foi a de organizar a apresentação inicial de cada canal, com as suas respectivas configurações bem ordenadas e para tal, considerei que estabelecer uma unidade de "playlists" para cada canal, a conter todo o material em vídeo correspondente para cada banda pela qual atuei e atuava naquela realidade de 2022, se fez mister.

E no bojo dessa organização em sentido uniforme para os três canais, eu percebi que precisava ter o domínio completo sobre todos os discos que eu gravei em minha carreira, mediante atuação em todas as bandas pelas quais fui membro, para me tornar independente dos endereços alheios e não ser frustrado com o advento de pessoas, muitas das quais eu nem conhecia pessoalmente, que simplesmente poderiam tirar do ar o seu conteúdo, sem maiores explicações e eu ficar sem referência sobre as músicas que gravei.

Foi nesse sentido inicial que eu fiz questão de ter as duas músicas que gravei ao vivo com o Língua de Trapo, lançadas no compacto "Sem Indiretas" de 1984, sob o meu domínio, e claro, a fornecer todos os créditos devidos para quem de direito e devidamente avisado pelo YouTube de que uma possível futura monetização do meu canal renderia aos detentores dos direitos sobre as duas músicas, a devida parcela de seus direitos autorais assegurados.

"Amor à Vista" (Laert Sarrumor) - Compacto "Sem Indiretas" - 1984

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=4xTm9YMY1ZU

"Deve Ser Bom" (João Lucas) - Compacto "Sem Indiretas" - 1984

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=IvH7SX00pg4

No entanto, obter o domínio sobre a renderização para as músicas que gravei através dos discos lançados pelas minhas tantas bandas acumuladas na carreira, não caracterizava uma novidade gerada, propriamente dita. Portanto, a novidade que o Língua de Trapo movimentou para a minha autobiografia em pleno 2022, ou seja, trinta e oito anos depois da minha saída da banda (em minha segunda passagem por ela, bem explicado), foi outra, mais esfuziante.

Ocorre que eu sabia há tempos que o meu colega, Laert Sarrumor, tinha salvo três músicas da demo-tape que havíamos gravado em 1980, em uma plataforma que armazenava áudio, chamada "Soundcloud". Tudo bem, eu havia anexado ao capítulo correspondente dessa efeméride, os três "links" a representar tais músicas para que os leitores tivessem acesso, assim como no arquivo do meu Blog 3, a conter todo o material gerado pelo Língua de Trapo em minhas duas passagens pela banda.

No entanto, assim que comecei a organizar de fato os meus canais de YouTube, eu percebi que enriqueceria em demasia o acervo se tais músicas ganhassem igualmente uma publicação no YouTube, muito mais popular e acessível facilmente por conseguinte, e melhor ainda, a conter uma ficha técnica mais robusta para ilustrar melhor a história da banda e por extensão a minha, com o partícipe dessa realização histórica dos primórdios do Língua de Trapo.

Laert Sarrumor e João Lucas na linha de frente, com a minha presença de braços abertos e ao lado, o ator Paulinho Elias, nós dois na retaguarda. Língua de Trapo ao vivo no Festival de Iacanga/Águas Claras em março de 1984. Autor do click desconhecido

Eis que então a versão da música, "Tragédia Gramatical", proveniente da fita K7, "Sutil como um Cassetete", ganhou a sua exposição no YouTube, para se somar ao armazenamento que já existia na plataforma, "Soundcloud", anteriormente providenciado pelo Laert Sarrumor.

Sobre a gravação de "Tragédia Gramatical" em si, creio já ter comentado amplamente em capítulos anteriores sobre tal peça e a circunstância com a qual a gravamos para essa demo de 1980. 

Posso acrescentar que guardadas as devidas proporções, o áudio que ouvimos nessa gravação é bem razoável e mostra com fidedignidade como a banda soava em seus primórdios, a demarcar bem a minha primeira passagem pela banda (1979-1981), se visto pela minha história em particular.

"Tragédia Gramatical" (Laert Sarrumor). Faixa extraída da demo-Tape "Sutil Como um Cassetete", gravada em e lançada em 1980.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=mEaJ9sa2sic

Formação do Língua de Trapo nesta faixa:

Pituco Freitas: Voz 

Lizoel Costa: Guitarra 

Celso Mojola: Piano 

Fernando Marconi: Percussão 

Laert Sarrumor: Backing vocals 

Carlos Castelo (Mello): Backing vocals 

Guca Domenico; Backing vocals 

Luiz Domingues: Baixo

"Romance em Peruíbe" (Laert Sarrumor-Guca Domenico). Faixa extraída da Demo-tape "Sutil como um Cassetete", gravada e lançada em 1980.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=_X9my13ZMJQ

Formação do Língua de Trapo nesta faixa: 

Laert Sarrumor: Voz 

Lizoel Costa: Guitarra 

Celso Mojola: Piano 

Fernando Marconi: Percussão 

Guca Domenico: Backing vocals 

Pituco Freitas: Backing vocals 

Luiz Domingues: Baixo

"A Vingança do Hipocondríaco" (Carlos Mello-Celso Mojola). Faixa extraída da Demo-tape "Sutil como um Cassetete", gravada e lançada em 1980.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=C6b-4zcdE9c

Formação do Língua de Trapo nesta faixa: 

Laert Sarrumor: Voz 

Lizoel Costa: Cavaquinho 

Celso Mojola: Piano 

Fernando Marconi: Percussão 

Guca Domenico: Violão 

Luiz Domingues: Baixo

Faixas gravadas no estúdio Cia. Iltda. de São Paulo em algum dia não registrado de novembro de 1980, em quatro canais. Técnico de captura e mixagem: De Boni.

Para aproveitar o ensejo, acrescento que algumas fotos inéditas surgiram e foram devidamente coletadas nos últimos anos (falo sobre o período em que eu encerrei o capítulo geral da minha história com o Língua de Trapo dentro do contexto da minha autobiografia que alimentou o meu primeiro livro, "Quatro Décadas de Rock"), e que se encontram, portanto, disponíveis no arquivo do meu Blog 3 da internet. Para ver tais fotos recuperadas das minhas duas passagens pelo Língua de Trapo, acesse:

http://luizdomingues3.blogspot.com/

Outra novidade recente (2020), foi o lançamento de uma almofada a conter a capa e contracapa do Compacto "Sem Indiretas" como estampa, a se tratar do único álbum oficial que eu gravei com o Língua de Trapo em 1984. Neste caso, fui eu mesmo que encomendei tal peça junto à artesã e artista plástica, Amanda Fuccia.

No início de 2021, eu participei de uma sessão de fotos para repercutir essa linha de capas de almofadas criadas pela Amanda, sob a lente de sua mãe, a fotógrafa Ana Fuccia, igualmente uma grande amiga e que nos idos do começo dos anos 2000, comandou várias sessões de fotos promocionais da Patrulha do Espaço, banda da qual eu fui membro na ocasião, além de fotografar o nosso grupo ao vivo, muitas vezes em diversos shows.

Paulo Elias Zaidan, o popular Paulinho, que nos deixou em 2022. Fonte: internet. Click: desconhecido

A nota triste sobre o Língua de Trapo em 2022, foi o falecimento do nosso companheiro, Paulo Elias Zaidan, o popular, Paulinho. Severamente comprometido por um câncer, ele nos deixou em 10 de junho. Jornalista e portanto colega da maioria dos membros originais por ter sido estudante da mesma turma de 1979, que se conheceu na Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, ano em que o embrião mais remoto da banda foi formado, Paulinho foi mais que um entusiasta e colaborador inicial, ao se tornar logo a seguir um membro a atuar como ator nos shows e a se revelar um elemento muito importante para o desenvolvimento das sketches, piadas e afins que compunham as apresentações do nosso grupo.

Amigo querido de todos, sempre foi um companheiro gentil, solícito e muito bem-humorado nos bastidores, a garantir o bom astral sempre preservado entre nós, mesmo ante aborrecimentos pontuais que toda banda enfrenta na estrada. Que descanse em paz, agora ao lado do Lizoel Costa, que também nos deixara anteriormente.

E neste momento de 2022, eis que vieram três músicas da demo-tape de 1980, devidamente alojadas no YouTube, como um adendo de material para enriquecer a minha autobiografia, notadamente sobre a minha participação como componente do Língua de Trapo.

Por dedução, fica em aberta a perspectiva de surgir mais material concernente às minhas duas passagens por essa banda (1979-1981 & 1983-1984) e assim, a abrir caminho igualmente para um prolongamento da minha própria história com essa banda.

Viva o Língua de Trapo!