Neste meu Blog 3, dedico todo o espaço para cuidar da minha carreira musical. Além de publicar os textos na íntegra, dos meus livros autobiográficos, apresento também material em geral de todas as bandas pelas quais atuei e atuo, sob permanente construção.
Eis o link para assistir no YouTube: https://youtu.be/_h5f3rSuejQ
Eis abaixo a ficha técnica disponibilizada no YouTube:
O Boca do Céu foi uma banda de Rock fundada na cidade de São Paulo em
abril de 1976, tendo o guitarrista Osvaldo Vicino como o iniciador da
sua criação, ao trabalhar como o aglutinador da formação inicial. Eu
mesmo, Luiz Domingues, foi um dos primeiros convidados a ingressar na
formação, com a função de ser o baixista, além do baterista, Fran
Sérpico, que nos reforçou logo a seguir.
Outros membros com efêmeras
participações entraram e saíram rapidamente, até que o vocalista (e
tecladista), Laert Julio, futuro Laert "Sarrumor" (Língua de Trapo), se
efetivou no posto e logo a seguir, o guitarrista, Wilton Rentero, fechou
a formação que se tornou a mais estável da história desse grupo de
Rock, então formado por adolescentes.
A banda fez a sua primeira apresentação em fevereiro de 1977, e daí em
diante, se apresentou em festivais e shows no circuito estudantil, mas
não conseguiu alçar voos maiores na ocasião, e assim, encerrou
atividades em abril de 1979, sem deixar um álbum como legado.
Em 2020, os cinco membros da formação mais "clássica" se reuniram para
uma reunião com tom de celebração e surgiu a ideia de se resgatar o
máximo de músicas compostas pelo grupo, principalmente entre 1976 e
1977. Desse esforço, a se descontar o tempo parado pela pandemia de
2020, quatorze músicas foram relembradas e no início de 2023, a banda
decidiu entrar em estúdio para regravar um "single", a se tratar de um
blues chamado: "1969", como uma forma de adiantar a prévia de um futuro
álbum completo a se registrar o esforço de resgate do material que criou
nos anos setenta.
Desta feita, apenas desfalcados do baterista, Fran Sérpico, da formação
original, pois ele deixou de tocar ainda nos anos setenta para se
dedicar a uma outra atividade profissional, o quarteto original entrou
no estúdio Prismathias de São Paulo com esse objetivo e a contar com
alguns músicos de apoio, especialmente convidados para essa finalidade,
ao dar início a esse trabalho a partir da sessão realizada para a
captura da bateria, mediante a guia.
Para gravar a bateria, foi convocado o "gentleman", Carlinhos Machado
(Os Kurandeiros), e para suprir os teclados, tivemos a presença de
Rodrigo Hid, velho meu e companheiro meu (Luiz Domingues a escrever), de
três jornadas (Sidharta, Patrulha do Espaço e Pedra), e amigo do Laert
Sarrumor igualmente. Para os backings vocals, foram convocados os
sensacionais, Cacá Lima (Língua de Trapo), Renata "Tata" Martinelli (Os
Kurandeiros, Made in Brazil), e nos metais, contamos com a categoria de
André Knobl (sax ato e tenor) & Beto Pizullin (trompete), estes
últimos, do grupo instrumental, "Neurozen".
A canção "1969" foi composta pelo Laert Sarrumor para fazer parte do
repertório da nossa banda a partir de 1977, mas nunca foi realmente
preparada para tal na ocasião, tendo permanecida obscurecida no tempo.
Por um autêntico fator de sorte repentina, eis que o Laert conseguiu se
lembrar da sua melodia e letra na íntegra, e dessa forma, mediante a
colaboração dos demais membros, ela foi harmonizada devidamente e
arranjada para ganhar vida, enfim, no ano de 2023, porém a obedecer um
critério de produção a garantir que soasse como foi concebida nos anos
setenta, ou seja, com aquela atmosfera sessenta-setentista que seguíamos
como estética.
Trata-se de um blues com um que de Soul Music, bem ao estilo
sessentista, tendo o som da Janis Joplin como uma inspiração
majoritária, no entanto a trazer no seu bojo, a influência de artistas
como Tim Maia, Joe Cocker e The Marmalades.
Em sua letra, Laert Sarrumor
trata de discorrer sobre diversos ícones contraculturais que o haviam
impactado no referido ano de "1969" e sob uma dupla perspectiva de tempo
passado, retrata muito bem a euforia que a nossa banda sentira em 1977,
ao sonhar fazer parte desse mesmo mundo. Neste caso, nem o hiato de
tantos anos decorridos tratou de fazer o nosso sonho acabar, e eis que
em 2023, nos reunimos para realizá-lo.
Boca do Céu
Música: "1969" (composta em 1977 e somente gravada em 2023)
Autor: Laert Sarrumor
Gravada entre maio e agosto de 2023 -
Estúdio Prismathias de São Paulo
Boca do Céu:
Osvaldo Vicino: Guitarra
Luiz Domingues: Baixo
Laert Sarrumor: Voz
Wilton Rentero: Guitarra
Músicos convidados:
Carlinhos Machado: Bateria
Rodrigo Hid: Teclados
Cacá Lima: Backing vocals
Renata "Tata" Martinelli: Backing vocals
André Knobl: Saxofone – alto e tenor
Beto Pizzulin: Trompete
Técnico de áudio (gravação, mixagem e masterização): Danilo Gomes Santos
Clipe da internet: Lincoln Baraccat (the uncle)
Imagens do Super-8 em 1977: Nelson Gravalos
Fotos: Adelaide Giantomaso (Boca do Céu em 1977), Marcos Kishi (Boca do
Céu reunião 2020), Moacir Barbosa de Lima "Moah", Marcia Oliveira,
Wilton Rentero, Osvaldo Vicino e Luiz Domingues
Produção: Boca do Céu & Danilo Gomes Santos
Clip lançado oficialmente em 3 de outubro de 2023
Clip da música "1969" do Boca do Céu, oriundo das plataformas digitais e distribuído também para o YouTube em 19 de setembro de 2023
Arte e fotos de Moacir Barbosa de Lima (Moah)
Clip II de 1969 - 7 de novembro de 2023 - Moacir Barbosa de Lima (Moah) - Produtora Bicho Raro
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=5pJtQu3C48w
Clip II de 1969 - 7 de novembro de 2023 - Moacir Barbosa de Lima (Moah) - Produtora Bicho Raro - Canal Luiz Domingues 3
Logo
que encerrou-se a parte técnica da produção da canção "1969", eis que
várias frentes foram criadas para podermos avançar. Na mais premente
delas, houve a necessidade de se gerar rapidamente o código ISRC da
canção, para que ela pudesse ser alojada adequadamente nas plataformas
digitais da internet, e que também ficasse pronta para posteriormente
figurar em um CD completo.
Particularmente,
eu sempre pensei que os trabalhos mais modernos do Língua de Trapo
contassem com a cobertura da Marcia Oliveira, esposa do Laert Sarrumor e
empresária da banda há muitos anos, nessas questões burocráticas com o
Ecad, no entanto, não era este o caso, pois ela só cuidava mesmo da
parte gerencial e de assessoria de imprensa.
Então,
foi quando o Osvaldo Vicino se voluntariou para destrinchar a
burocracia, e assim se cadastrou na associação arrecadadora na qual
havia recentemente aderido, na função de produtor fonográfico e mediante
a sua experiência acumulada como executivo no mundo corporativo por
quase quarenta anos, conseguiu vencer as barreiras de um atendimento
maçante via virtual a garantir a inscrição da nossa música no Ecad, e
consequentemente possibilitou que pudéssemos preparar a ação de
"pré-save" da canção, marcada finalmente para o dia 19 de setembro de
2023.
O
procedimento foi acertado para ocorrer através da plataforma "Onerpm", a
distribuir automaticamente para diversas outras plataformas.
Concomitantemente,
eu escrevi o release, com pontuais mudanças sugeridas pelo Laert e
assim, providenciamos uma arte para ser usada para ser entregue aos
jornalistas. No caso, a Marcinha preparou um arte em formato PDF e o
filho do Wilton nos entregou uma versão alternativa no padrão
"flipbook", ou seja, uma arte que simula um livro a virar as páginas de
forma virtual.
Acesse abaixo o link para ler o release na versão "flipbook"
https://heyzine.com/flip-book/5c649200c8.html
Escolhemos
duas fotos clicadas pelo Moacir Barbosa de Lima (Moah), e dois
logotipos também criados por ele e assim, fechamos o material básico de
divulgação para abordar jornalistas.
Com
a proximidade da data oficial de lançamento, eu propus aos colegas que
exercêssemos todos os esforços para divulgar a data de lançamento e
deixássemos para divulgar o clip oficial um mês depois. E depois disso,
que aguardássemos mais um mês para o lançamento do documentário dos
bastidores e por fim, a contarmos com um eventual segundo clip que
poderia ser lançado em dezembro e assim, por camadas, que ficássemos
quatro meses tendo evidência midiática.
Nesse
ínterim, eu já havia fechado alguns lançamentos da música para
webradios. Já havia assegurado as webradios Orra Meu, Crazy Rock e MKK
para tal, portanto, já haveria "barulho" garantido para reverberar o
lançamento oficial, logo após o dia 19, a gerar uma sensação de
avalanche midiática.
E
nesse tempo, igualmente, preparei a minha lista de jornalistas e
ativistas culturais para pedir apoio, ou seja, a angariar matérias em
revistas eletrônicas, sites, blogs e afins.
Depois
de obtido o código ISRC da música, "1969", eis que se providenciou
então o alojamento devido na plataforma Onerpm que distribuiu o link
para as diversas plataformas existentes no mercado.
Ficou
acertado então o dia 19 de setembro de 2023, como o dia do lançamento
oficial nas plataformas. Mais do que um simples lançamento, para essa
banda teve um significado monstruoso, no sentido de que entrou para a
história como o dia do seu nascimento oficial para o mundo da música
profissional, de fato, mesmo sob o eco de um atraso de quase cinco
décadas. Que feito e que alegria sob múltiplos aspectos, no sentido de
que representou a concretização de um sonho não realizado no preâmbulo
da minha carreira, igualmente.
Que
luxo impensável em 1976: nem sonhávamos com redes sociais, tampouco
plataformas "streaming" e só havia o sonho de fazer a banda gravar e
gerar história. Eis que conseguimos, em 2023!
Sim,
no meu caso em particular, eu tive continuidade, toquei em bandas
incríveis, com músicos de altíssimo gabarito, tive uma infinidade de
alegrias, realizações, muitos discos para me orgulhar e já há muitos
anos nutria uma lembrança de gratidão para com o Boca do Céu por ter
sido o agente a propiciar meu primeiro impulso a me tirar da inércia
para a música de verdade. Tanto que foi dessa forma que eu encerrei o
meu relato sobre o Boca do Céu no primeiro livro autobiográfico, a
fechar com a história da banda nos anos setenta e reconhecer o papel que
o grupo teve na minha trajetória como um agente inicial e lúdico, ao
mesmo tempo.
Eis
que no fim da vida, a oportunidade de resgatar a banda surgiu e enfim
conseguimos gravar com nível profissional e lançar uma música, colocar a
banda no mundo da música profissional e com direito ao reconhecimento
midiático que a banda nunca teve nos anos setenta.
Em
suma, foi para a banda, um momento de redenção. Para Osvaldo e Wilton
que nunca haviam gravado, a realização do sonho e para eu e Laert, o
reencontro com as nossas raízes. Em suma, foi um grande acontecimento,
não restou dúvida.
E
para dar uma mostra de que os tempos de obscuridade para essa banda já
haviam passado, eis que os primeiros resultados midiáticos que eu mesmo
empreendi mediante os meus contatos pessoais frutificaram de uma maneira
magnífica! E nem deu para esperar o lançamento do dia 19 de setembro,
via plataformas, pois logo eu fui avisado que no dia 18, dois programas
de rádio anunciaram execução da canção.
E
assim, estivemos escalados para participar do programa "Brasil
Underground" durante o período da tarde na MKK Webradio e no mesmo dia e
emissora, mais ao final da noite, no programa "Sampa Clipping"
Que
incrível, antes mesmo da música estrear oficialmente, já tivemos duas
execuções radiofônicas! Dias de glória para uma banda de garotos
sonhadores nos anos setenta, que não conseguiu realizar tudo o que
aspirou coletivamente, mas como diz o ditado popular: "nunca é tarde"...
Tivemos
dias de grande euforia ao nos depararmos com os primeiros sinais de
repercussão pública mediante o fato da música lançada oficialmente e
isso foi potencializado e muito, mediante uma explosão de anúncios bons
que recebemos de diversos veículos de difusão cultural, entre sites,
Blogs e webradios, principalmente a lançar matérias impressas ou
execuções da música "1969".
Matérias no Blog Planet Caravan e na versão on line da revista Roadie Crew, saíram simultaneamente, por exemplo.
Matéria sobre o Boca do Céu no Blog Planet Caravan do músico, ativista cultural e escritor, Walter Possibom!
E
uma surpresa boa nos ocorreu, vindo de um contato não esperado
inicialmente, pois veio de um amigo do Wilton que houvera sido
entrevistado em um site de cultura da cidade de Guarulhos e mediante tal
sinalização, de pronto ganhamos uma matéria muito boa e a destacar que o
Wilton Rentero, nosso guitarrista era morador da cidade de Guarulhos e
foi professor da Universidade da cidade, portanto, mediante tal mote, a
matéria teve grande destaque.
Matéria sobre o Boca do Céu na revista Roadie Crew, assinada pelo jornalista Tony Monteiro
Logo
foi anunciado pela Webradio Crazy Rock a inclusão da música "1969" no
programa: "Só Brasuca". Fomos programados para tocar nos dias 22 a 27 de
setembro de 2023.
Eis
que recebemos o aviso vindo da Webradio Mutante que a nossa canção
tocaria nos dias 25 e 28 de setembro de 2023 através do programa,
"Experimento"
E
também fomos comunicados que uma outra emissora, a AS Brazil Rádio,
executaria a nossa música de segunda a sexta na sua programação às 18
horas em ponto, entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro
Tivemos
mais uma semana de execuções através do programa "Brasil Underground"
da MKK Webradio, apresentado pelo comunicador com uma alcunha curiosa, o
"Peida na Tanga" entre os dias 25 e 29 de setembro de 2023
Eis
que emissora Webradio Run Music anunciou uma ótima matéria no seu site a
destacar o nosso lançamento, em 26 de setembro de 2023, uma cobertura que nos deixou muito feliz!
Matéria sobre o Boca do Céu no site da Webradio Run Rock Music!
Em
27 de setembro, recebemos o comunicado que a nossa música tocaria na
programação regular da Webradio Rock in Love, com direito a uma
repetição.
No
mesmo dia, a Webradio Jardim Psicodélico anunciou que a nossa música
entrara na sua programação regular e esta emissora se notabilizara há
anos como altamente comprometida com as diversas estéticas
sessenta-setentistas, isto é, a se provar como muito adequada para o
nosso espírito e propósito.
E no dia 30 de setembro, a nossa canção estreou na programação regular da Webradio Orra Meu.
A emissora AS Brazil Rádio, também publicou uma boa matéria no seu site, o que nos agradou bastante, logicamente.
Ocorreu
também uma entrevista de Laert Sarrumor, nosso vocalista, para o
comunicador César Freitas, com uma pequena intervenção de minha parte,
Luiz Domingues no decorrer da conversa. 30 de setembro de 2023, pela
Webradio 97 Rock
Eis
que em 1º de outubro de 2023, a emissora Webradio Rock in Love nos
programou para estarmos na sua atração: "Rock do Povo" e com direito a
uma repetição.
E
no meio dessa avalanche midiática, tivemos o lançamento do nosso
vídeoclipe, uma peça fundamental para alavancar ainda mais os nossos
esforços em prol da divulgação da canção e da banda, por conseguinte.
Sob
a edição e direção do mestre Lincoln Baraccat, tivemos então esse belo
clipe a conter uma sucessão de imagens da banda no passado vivido nos
anos setenta e na atualidade desse resgate, mais a cobertura da banda no
estúdio Prismathias em meio aos seus esforços de gravação, com direito à
aparição dos convidados e apoiadores diretamente ligados nessa
produção, mesclados com imagens de ícones contraculturais dos anos
sessenta, tais como Joe Cocker, Janis Joplin e principalmente o
cartunista Robert Crumb.
Estreou
em 3 de outubro de 2023, no canal da banda e teve uma repercussão
incrível, muito acima da média para o padrão de uma banda alojada no
patamar "underground" da música profissional.
O clip da música "1969" do Boca do Céu, sob criação de Lincoln Baraccat.
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=dh4gmjL3KnA
O
grande jornalista, Tony Monteiro, nunca deixara de prestigiar a cena e
no meu caso em específico, conforme eu já alertei tantas vezes ao longo
da minha autobiografia, esse grande profissional divulgou praticamente
todos os trabalhos que eu lancei durante a minha carreira toda. E mais
uma vez ele abraçou a causa ao ter lançado uma matéria no site da
revista Roadie Crew, conforme eu anunciei alguns parágrafos acima. Mas
não ficou apenas nessa ação, pois também aconteceu através do seu
programa semanal a bordo da MKK webradio, o "Rock'n' Brasil". E assim
foi ao ar no dia 3 de outubro de 2023, com direito a uma reprise.
Está
bem, eu sei que se tratou de um "conflito de interesse", mas certamente
que eu programaria a execução da música "1969" e com direito a um bom
comentário a bordo do meu programa na emissora Webradio Orra Meu e foi o
que aconteceu no dia 10 de outubro, quando foi ao ar o programa: "Eu
Recomendo, com Luiz Domingues" pela Webradio Orra Meu e com direito a
quatro reprises e uma exibição televisiva via "Twitch"
A
seguir essa boa onda midiática, o programa "Lado 2" produzido no Rio de
Janeiro por Renato Costa e Marco Ribas e distribuído em quatro
emissoras, nos programou para a sua edição de 11 de outubro,
inicialmente.
Outra
estreia anunciada e que nos agradou muito, ocorreu em 14 de outubro,
quando a nossa música foi executada no programa "Bandeira Brasil" do
comunicador Johnny F. através da Webradio Lágrima Psicodélica, esta a se
tratar de uma emissora comprometida com a produção em torno das
estéticas do Rock das décadas de sessenta e setenta, ou seja, tudo a ver
com o espírito da nossa banda.
Eis
a versão de YouTube do programa: "Eu Recomendo, com Luiz Domingues"
pela Webradio Orra Meu, quando através da edição 28, eu pude falar sobre
a nossa banda e tocar a nossa canção. 18 de outubro de 2023
Em
24 de outubro de 2023, estava programada a entrevista de Wilton
Rentero, nosso guitarrista, para a jornalista, Rosângela Cafasso a
representar o programa BTW Guarulhos do site cultural Guarulhos
Cultural, mas por motivos técnicos, infelizmente não prosperou a
contento, no entanto, ficou o convite de pé para ser remarcado
oportunamente.
E
já sob a minha responsabilidade na escolha dos artistas e músicas, a
edição 355 do programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock trouxe
novamente a música "1969" para ser executada e com direito a um breve
relato de minha própria parte para falar da banda, sobre o seu resgate
dos anos setenta e a música em si. Foi ao ar de 4 a 10 de novembro de
2023. Sei que novamente houve a questão do conflito de interesse a ser
considerado, todavia, a direção da emissora não apenas acatou o meu
pedido, como me incentivou com entusiasmo a fazer uso do espaço para tal
finalidade. Portanto, fiquei amparado e aliviado pelo quesito da
consciência.
E
ainda tivemos uma baixa terrível, pois um grande jornalista que sempre
me ajudou muito, com trabalhos anteriores (matérias sobre A Chave do
Sol, Pitbulls on Crack, Patrulha do Espaço, Pedra e Os Kurandeiros, por
exemplo), já estava com a matéria engatilhada para ser publicada,
mediante o contato entusiasmado prévio que tivemos e potencializado pelo
fato dele também ser muito amigo do Laert. Inclusive, esse profissional
foi da turma do Laert na Faculdade de jornalismo Cásper Líbero e por
conseguinte, testemunha ocular do nascimento do Língua de Trapo, nos
corredores daquela instituição nos idos de 1979 e 1980, a se tratar do
gentleman, Fabian Chacur.
Ele
recebeu o meu e-mail com todo o nosso material de divulgação, se
entusiasmou demais com a história da banda e a coincidência de ter sido a
minha primeira banda de carreira e também do Laert e me disse que tinha
a encomenda de uma matéria sobre a cantora Pop italiana, Laura Pausini
para publicar no seu prestigiado site, denominado: "Mondo Pop", muito
respeitado dentro do universo do jornalismo cultural e que a seguir,
publicaria a nossa.
Mas
o destino nos pregou um dissabor, pois eis que poucos dias depois, eu
soube que assim que publicou e estava a reler a matéria sobre Laura
Pausini, ele se sentiu mal e caiu fulminado por um infarto, sobre a mesa
do seu computador de trabalho. A nossa matéria teria sido a próxima e
eu tenho certeza que o rascunho já estava na sua máquina. Fiquei
chocado, pois além de ter sido um ótimo jornalista musical, muito
antenado com a movimentação cultural por dever de ofício e com uma
cultura avassaladora sobre o assunto e o Rock em específico, Fabian foi
uma das pessoas mais gentis que eu conheci e tanto foi assim, que essa
se mostrou a opinião generalizada através de uma enxurrada de
manifestações de pessoas ligadas ao jornalismo e à música, que se
pronunciou com tristeza, estupefação e ao mesmo a expressar sua gratidão
ao Fabian pela sua extrema gentileza e sapiência.
Bem,
sobre o Fabian foi uma fatalidade triste não contar mais uma vez com a
sua percepção tão apurada para analisar uma obra musical, mas eu também
colecionei alguns dissabores ao ter abordado jornalistas amigos que
outrora me apoiaram e que desta feita, ignoram-me retumbantemente. Tudo
bem, nesta altura da vida, no alto de meus sessenta e três anos de
idade, eu já estava para lá de vacinado para não sucumbir ante possíveis
desaforos e dessa forma, é claro que não vou citar quem não teve nem a
consideração de me emitir uma desculpa esfarrapada para não me atender.
Na
contrapartida, algumas pessoas sinalizaram que não poderiam ajudar mais
do que gostariam, dadas as circunstâncias atuais de suas respectivas
condições, porém, tiveram a boa vontade de se pronunciar com palavras de
apoio muito bonitas através de suas redes sociais e isso nos auxiliou
muito, dada a repercussão que isso gerou entre os seus seguidores, casos
da radialista, Silvana Castro, do comunicador Cesar Gavin, e dos
jornalistas, Carlos Mello (Castello) e Vladimir Ribeiro, além do meu
companheiro d'Os Kurandeiros, Kim Kehl.
Bem,
daí em diante, a expectativa ficou em torno de três novas frentes de
trabalho: a preparação do documentário sobre os bastidores da gravação
da música "1969", o clip II que acompanharia esse documentário e a
continuidade do resgate, com a escolha de novas músicas para
trabalharmos, a visar uma nova etapa de gravação e também com a eventual
preparação de um show de choque.
Ainda
a aproveitar a ótima onda midiática que cercou o lançamento do nosso
single, "1969", o Laert recebeu o convite para ser entrevistado em um
canal da TV aberta, não exatamente motivado pelo nosso lançamento, mas a
tratar da carreira dele como um todo, todavia oportunidade essa da qual
ele aproveitou para falar sobre o Boca do Céu, além do nosso recente
lançamento e tudo mais que nos envolvia.
E assim aconteceu no dia 27 de outubro de 2023, a entrevista
do Laert Sarrumor para o programa: "De Papo pro Ar" da Rede Brasil TV.
Conduzida pelo famoso entrevistador da TV aberta: Décio Piccinini. No final do bloco 2, Laert falou
sobre o Boca do Céu.
Eis o link para assistir o bloco no qual o Laert fala sobre o Boca do Céu ao seu final:
Assista
também o primeiro bloco, quando ele fala sobre o Língua de Trapo, Rádio
Matraca, a sua atuação como dublador do personagem Topo Gigio e demais
facetas de sua trajetória artística:
Nesse
ínterim, estava quase pronta a produção do documentário sobre os
bastidores da gravação da música: "1969", mediante o trabalho de
captura, edição e direção da parte do nosso amigo, Moacir Barbosa de
Lima, o Moah. Nesse caso, houve bastante apoio da parte do Laert, que
fez um roteiro adicional para somar ao que o próprio Moah havia
preparado e na resolução final da edição, Osvaldo e Wilton contribuíram
muito com sugestões, igualmente.
De
minha parte, eu fui bem econômico na emissão de opinião e a minha
contribuição maior foi com o texto da ficha técnica e revisão final
gramatical do mesmo. Preferi não interferir na decupagem e opiniões
sobre o processo da edição, exatamente para dar espaço aos companheiros,
haja vista que o clip do Lincoln Baraccat ficara sob a minha produção,
praticamente, quando eu interagi diretamente com esse amigo designer e
desta feita, eu achei por bem dar vazão à criatividade dos colegas. E
também para não gerar tumulto com eventuais controvérsias, pois quanto
mais pessoas a opinar em um processo criativo, há mais chance de se
gerar impasses nas tomadas de decisão.
Sobre
o documentário, eu gostei muito dos depoimentos que foram registrados, a
se considerar que tudo ocorreu sem que houvesse uma combinação prévia, e
no entanto, eles ficaram tão emotivos e alinhavados ao mesmo tempo, que
realmente me surpreendeu muito positivamente o resultado final ao
denotar ter havido uma sincronia de pensamento bem natural sobre o
lançamento da canção e principalmente sobre o sentido do resgate que
essa banda promoveu de sua própria história.
Nesse
aspecto, eu mesmo fui super objetivo ao explicar a situação com o poder
da síntese exercido mediante assertividade. Osvaldo falou do sonho em
si dos quatro adolescentes de outrora de uma forma emocionante. Wilton
foi quase místico na sua declaração ao dar o tom lúdico e ao mesmo
tempo, "sobrenatural" desse reencontro concretizado e finalmente o
Laert, foi bastante didático e a se alongar na sua explanação sobre o
resgate e a música que embalou essa oportunidade de colocar o Boca do
Céu no mundo da música profissional (até que enfim), mediante mais de
quatro décadas de hiato e a realçar a completa falta de perspectiva que
tal ação teve, até 2020, ou seja, de 1979 a 2020, nenhum de nós, os
ex-membros, sequer cogitamos ser possível promover isso. "Acredite se
quiser" ele brincou ao final, a evocar o bordão usado pelo saudoso ator,
Jack Palance, como apresentador de um famoso show de variedades
bizarras da TV norte-americana de 1983: "Ripley's Believe it or Not", a
demonstrar bom humor e criatividade no seu improviso.
Tudo
bem, a história desse resgate em si é algo rico por si só, bem naquele
mote da banda de adolescentes de outrora que só consegue realizar o seu
objetivo traçado décadas atrás, com os seus componentes envelhecidos na
atualidade e isso pode até motivar roteiro de filme para a "Sessão da
Tarde".
Isso
por si só já é sensacional, mas há também a questão da música
propriamente dita, que dá saltos temporais, ou seja, fala-se sobre
"1969" no sentido de se retratar bem a mentalidade que tínhamos em 1977,
quando do tempo da banda em atividade, formada por garotos
enlouquecidos pelos valores do movimento hippie que chegara com forte
atraso no Brasil, portanto, em 1977, nós vibrámos pela onda de Woodstock
fortemente. E com a canção tendo sido gravada apenas em 2023,
mostrou-se o salto temporal triplo a apontar para o enaltecimento dos
mesmo valores exaltados na letra da canção.
Além
disso, os depoimentos dos músicos e colaboradores também emolduraram o
documentário, além de cenas da gravação e ensaios prévios, e um clip
adicional foi criado para fazer parte do documentário, de maneira
embutida, o que consideramos como um "clip II", também apto para ser
usado como peça de divulgação, de forma destacada desse contexto do
documentário.
Documentário
sobre os bastidores da gravação da música "1969" do Boca do Céu, sem o
Clip II adicional. 7 de novembro de 2023. Direção e edição de Moacir
Barbosa Barbosa de Lima ("Moah") - Produtora Bicho Raro
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=7rSR2zWccVI
Clip II de 1969 - 7 de novembro de 2023 - Moacir Barbosa de Lima ("Moah") - Produtora Bicho Raro
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=5pJtQu3C48w
Versão
do documentário, sem o clip de apoio interno - 8 de novembro de 2023 -
Moacir Barbosa de Lima ("Moah") - Produtora Bicho Raro - Alojado no
Canal Luiz Domingues 3
Eis o link para ver no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=1vXmCewTPw0&t=22s
Lançado
o documentário nas redes sociais, houve um sucesso público
extraordinário, com muitas manifestações de apoio recebidas, com
saudações e muita emoção, pois as pessoas ficaram encantadas com a
história toda em torno do resgate, apreciaram a música e a riqueza
implícita que isso tudo agregou.
Ficamos
muito felizes pela repercussão emocionante e enaltecemos a boa vontade
do "Moah" para materializar essa peça documental tão bonita a retratar
todo o nosso esforço para colocar essa música no espectro da música
profissional.
E
ainda no início de novembro, demos início à retomada dos esforços para o
resgate prosseguir, quando nos reunimos na residência do Osvaldo e
trabalhamos exatamente no ponto onde havíamos parado anteriormente, ao
voltarmos a analisar e buscar fechar o arranjo final das músicas:
"Serena" e "Rock do Cometa".
Ensaio
do trio de cordas do Boca do Céu ocorrido na residência do Osvaldo
Vicino, a marcar a retomada dos esforços para o resgate do material
prosseguir. Da esquerda para a direita: Wilton Rentero, eu (Luiz
Domingues) e Osvaldo Vicino. 5 de novembro de 2023. Acervo e cortesia:
Osvaldo Vicino. Click: still de vídeo
Como
já havíamos praticamente fechado "Serena" em 2022, e avançamos com o
"Rock do Cometa" no início de 2023, estabelecemos algumas mudanças muito
pontuais e já a direcionar para o arranjo final de ambas. A ideia seria
fechar essas duas músicas e sem muita demora, abrir mais três ou
quatro, para montarmos um show de choque com o intuito de deixá-lo
preparado para o início de 2024, e possivelmente colocar as músicas, a
aproveitar o mesmo embalo de trabalho, em condições de gravação, quando
voltaríamos ao estúdio Prismathias para dar prosseguimento no grande
resgate.
No
entanto, antes que avançássemos com mais preparativos, tivemos a grata
surpresa de mais uma execução radiofônica, graças à ação do programa:
"No Mundo do Rock" (através da emissora webradio homônima), apresentado
pelo comunicador, "Tio" Cosme e com apoio de Walter Possibom/Blog Planet
Caravan, fato que ocorreu em 3 de dezembro de 2023. Além da execução, o
apresentador foi muito generoso ao ter lido o release oficial na
íntegra, ou seja, dessa forma ele forneceu muito espaço para a nossa
banda e também pelo fato de termos sido rodeados musicalmente de grandes
nomes do Rock das décadas de 1960 e 1970, que também foram executados
na mesma edição do referido programa, o que muito nos honrou e alegrou,
certamente.
Foi
promovido mais um ensaio de âmbito residencial na habitação de Osvaldo
Vicino, no dia 10 de dezembro e desta feita, nós contamos com a presença
do Laert Sarrumor, ou seja, o quarteto original foi reunido para
deliberar a formatação oficial de duas músicas: Serena" e "Rock do
Cometa". E isso foi cumprido para fecharmos definitivamente as duas
peças.
Em
relação ao formato com o qual vínhamos a trabalhar em "Serena", este
não se modificou radicalmente. As partes "modernas" criadas foram
mantidas e apenas ocorreu uma ligeira remodelação do mapa, a esticar a
parte final com mais uma passagem pelo verso 1 da parte "A", após a
incidência do vocal onomatopaico final.
E
já sobre "Rock do Cometa", nada mudou em relação ao que fora proposto
anteriormente pelo esforço empreendido pelo trio das cordas.
Versão de "Serena" - Ensaio residencial do Boca do Céu - 10 de dezembro de 2023. Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino
Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/Ber6nwGsqTg?si=WDkVayZJdzt9EcBX
Fechado
esse ensaio, dado o fato de que as festas de final de ano se
aproximavam, combinamos realizar talvez mais um ensaio nesses moldes e
reiniciarmos os esforços em janeiro de 2024, mas eis que dois dias
depois tivemos um convite inesperado e que se revelou irrecusável.
Os
Kurandeiros foram convidados para fazer um show no Instituto Cultural
Bolívia Rock em 17 de fevereiro de 2024, e o meu amigo, Kim Kehl
convidou o Boca do Céu e o grupo "Los Interessantes Hombres sin Nombre"
(banda formada pelos amigos em comum, Carlinhos Machado, Marcos Mamuth e
Ayrton Mugnaini Junior). Dessa maneira, a se tratar de uma oportunidade
rara para tocarmos em um ambiente Rocker e amparado por bandas irmãs, a
nossa resposta de imediato foi afirmativa, no entanto, a celeridade se
mostrou total para que nos preparássemos com afinco.
Uma
segunda versão de "Serena". Ensaio residencial do Boca do Céu. 10 de
dezembro de 2023. Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino
Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/VbfuO7su5WA?si=RMim0CZbbfLHpHHZ
Versão
de "Rock do Cometa" - Ensaio residencial do Boca do Céu. 10 de
dezembro de 2023. Filmagem, acervo e cortesia: Wilton Rentero
Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/2Z2Y3Gx6u9s?si=ZchwkZFYBy3pWpa
Animados
mais do que nunca, combinamos ações emergenciais, tais como a
aceleração do processo de fechamento de mais músicas e ensaios, tanto
residenciais quanto elétricos.
Mais
uma resolução interna que tivemos, aliás, um pouco antes desta
cronologia, foi a de convidarmos o amigo, Carlinhos Machado, para entrar
definitivamente na banda como membro fixo oficial, dada a constatação
óbvia de que eu e Laert já éramos amigos dele há muitos anos, e no meu
caso a contabilizar uma longa jornada de companheirismo na atuação com
Os Kurandeiros e outros trabalhos com os quais estivemos juntos ("Ciro
Pessoa & Nu Descendo a Escada", "Magnólia Blues Band", "Uncle &
Friends", também na banda de apoio de Edy Star, no grupo de covers, "Os
Koveiros"), e fora o fato de que eu fui convidado, e não deu certo a
minha entrada, por motivos diferentes, para ser componente de duas
outras bandas pelas quais ele atuava: "Gerson Conrad & Trupi" e
Butter Blues Band". Em suma, que prazer ter mais um trabalho com o
Carlinhos como colega e amigo para acrescentar no meu currículo pessoal.
Além
dessa felicidade no campo pessoal, pesou também nessa decisão, o fato
dele, Carlinhos, ter se afeiçoado e vice-versa com Osvaldo e Wilton,
portanto, eu me aliviei no sentido da consciência, pois não forcei a
barra para inserir o meu amigo apenas a exercer a minha vontade pessoal,
mas foi pela ordem de uma decisão unânime, mediante aclamação e
felicidade para todos.
O
amigo e grande músico, Carlinhos Machado, quando de sua participação na
gravação da música "1969" no estúdio Prismathias de São Paulo em maio
de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues
De
fato, além da amizade e camaradagem, que são características inerentes
da personalidade do Carlinhos, cativou à todos a maneira pela qual ele
se colocou na gravação da música "1969", ao ter vibrado muito no estúdio
e dessa forma a se colocar de uma maneira muito clara para todos, que
ele mesmo se auto convidara de forma implícita para ser membro da banda,
de uma maneira muito natural.
Por
ter gostado de estar conosco, apreciado o material, entrar no espírito
do resgate ao tê-lo compreendendo integralmente e mais do que isso, por
ser contemporâneo nosso, a denotar não apenas conhecer, mas vibrar igual
a nós, no sentido de que se não nos conhecemos nos anos setenta, foi
por um mero acaso, pois estivemos, quase que literalmente, nos mesmos
lugares o tempo todo durante aquela década e sobretudo, por sermos
signatários dos mesmos ideais.
Com
esse reforço humano incrível na pessoa de Carlinhos Machado, finalmente
reativamos a formação como quinteto da nossa "velha nova" banda, e
assim, nós prosseguimos com o plano de aceleração da preparação do
resgate, e mesmo por que, nesse exato ponto, tivemos a certeza de um
compromisso firmado para um show ao vivo a ser cumprido em 2024.
Da
esquerda para a direita: Osvaldo Vicino, Wilton Rentero e eu (Luiz
Domingues). Ensaio do Boca do Céu no estúdio "Cristiano 528" de São
Paulo, promovido em 17 de dezembro de 2023. Click, acervo e cortesia:
Moacir Barbosa de Lima ("Moah")
Fechadas
os mapas das duas músicas ("Serena" e "Rock do Cometa"), durante o
ensaio residencial anterior, resolvemos então promover um ensaio do
quarteto instrumental, exatamente para avançar no apronto, agora a visar
o arranjo elétrico, ou seja, para construir as linhas de guitarras,
baixo e bateria.
Marcarmos
então esse ensaio para o estúdio "Cristiano 528", localizado em
Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, espaço esse fundado pelo grande
guitarrista, Luiz Sacoman, mas que já não era o proprietário, assim foi
informado nessa ocasião. Tal estúdio foi sugerido pelo Laert, pois o
Língua de Trapo estava habituado a ensaiar ali.
Fiquei
muito feliz por verificar a animação geral, sobretudo do Carlinhos
Machado, ao participar desta feita como membro e tanto foi assim, que
ele trouxe por escrito em partitura o arranjo de linha de bateria que
idealizou para "Serena", a observar as diversas nuances rítmicas que
essa música adquiriu.
Carlinhos
Machado no aguardo do trabalho se iniciar. Ensaio do Boca do Céu no
estúdio "Cristiano 528". 17 de dezembro de 2023. Click, acervo e
cortesia: Moacir Barbosa de Lima "Moah"
E
sobre "Rock do Cometa", a se tratar de um Blues-Rock bem mais quadrado,
a tarefa de se preparar um arranjo foi facilitada, a não ser por uma
proposta do Wilton de criar um solo a conter mais compassos em uma
determinada parte de um módulo, a exercer uma quebra do padrão usual.
Gerou uma estranheza generalizada, eu devo registrar, mas nos
prontificamos a tentar seguir esse padrão diferente, no sentido de nos
acostumarmos com a mudança proposta.
O
grande, Moacir Barbosa de Lima, popular "Moah", esteve presente a nos
fotografar e filmar, e assim, ficamos contente por revê-lo e também por
nos proporcionar mais uma cobertura visual de nossos esforços.
Versão
de "Rock do Cometa". Ensaio do Boca do Céu no estúdio "Cristiano 528"
de São Paulo. 17 de dezembro de 2023. Filmagem e cortesia: Wilton
Rentero
Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/Dq7IW-gA6BE?si=sTccN_uJDVzKsN4h
Versão
de "Serena". Ensaio do Boca do Céu no estúdio "Cristiano 528" de São
Paulo. 17 de dezembro de 2023. Filmagem e cortesia: Osvaldo Vicino
Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/8W4lKK_HOqE?si=7GSscIynQYMYf7qd
Esse
apronto do quarteto instrumental foi comemorado, pois materializamos
mais duas músicas. Claro, muitos ajustes ainda precisavam ocorrer. Os
backing vocals de "Serena", por exemplo, ou melhor, a linha melódica
vocal feita coletivamente conforme sugerida pelo Laert, apuro nos solos,
maior firmeza nas diversas mudanças de partes mediante sutileza
dinâmica importante a ser bem executada, dinâmica geral e outros
detalhes, mas independente desse "pente fino" que viria em breve, o
apronto foi muito positivo.
Outra
versão de "Serena". Ensaio do Boca do Céu no estúdio "Cristiano 528" de
São Paulo. 17 de dezembro de 2023. Filmagem e cortesia: Osvaldo Vicino
Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/u6jTZ_zPW70?si=G_6lqT10gGUfCvR-
Depois
desse apronto inicial, decidimos respeitar as festas de final de ano e
também por conta da agenda pessoal de cada um que previa viagens
pessoais típicas dessa época do ano, marcamos um novo ensaio residencial
para o início de janeiro, com o objetivo de fecharmos mais três músicas
e a seguir, marcarmos mais ensaios elétricos com o quarteto para firmar
tais músicas e depois, marcarmos ensaio geral do quinteto para
prepararmos o show a ser realizado em fevereiro de 2024, no Instituto
Cultural Bolívia Rock, o ICBR.
E
claro, com tal preparação de emergência, tal pressa haveria de servir
também para alimentar uma boa preparação para entrarmos novamente no
estúdio Prismathias para gravar mais um lote de canções. Portanto, essa
engrenagem de trabalho adotada no final de 2023, pareceu sinalizar uma
aceleração do processo e mais do que isso, com assertividade. A entrada
do Carlinhos Machado na formação também nos propiciou uma energia muito
boa, pois ele veio somar com muita animação e boas ideias para
contribuir.
Da
esquerda para a direita: Osvaldo Vicino, Wilton Rentero e eu (Luiz
Domingues). Ensaio do Boca do Céu no estúdio "Cristiano 528" de São
Paulo, promovido em 17 de dezembro de 2023. Click, acervo e cortesia:
Moacir Barbosa de Lima ("Moah")
Além
desse avanço do processo de trabalho e da perspectiva de um show para o
início de 2024, tivemos ainda algumas boas novas no crepúsculo de 2023.
Pois foi em 19 de dezembro que recebemos um vídeo ofertado pelo
nosso ex-baterista, Fran Sérpico, a se tratar da mesma filmagem do vídeo
da nossa banda, capturado em junho de 1977, no entanto, segundo ele, a
cópia que ele havia nos cedido anos atrás (2016), teria sido modificada
no intuito de lhe dar algum benefício visual e esta que nos mostrou
nesse final de 2023, se tratara da original, logo que ele providenciara a
digitalização do material após a conversão da película do Super-8
original.
Eis a mais bruta filmagem digitalizada do histórico Super-8 de 1977, disponibilizado por Fran Sérpico em 19 de dezembro de 2023.
Eis o link para assistir no YouTube e cabe mais uma vez a ressalva de que são apenas imagens, sem áudio:
https://www.youtube.com/watch?v=ynWSM8fZ6ZQ
E
fora isso, recebemos a notícia de que a nossa música "1969" estava
programada para ser executada no programa: "Hall da Fama" da Webradio
Orra Meu, para o dia 30 de dezembro de 2023, ou seja, que boa nova para
fecharmos com chave de ouro o ano que foi de uma grande realização para a
banda.
E
tivemos uma surpresa adicional, quando fomos notificados pela Webradio
Crazy Rock de que a nossa música "1969" estava escalada para tocar no
programa: "Momento Só Brasuca" marcado para ser exibido entre os dias 30
de dezembro e 5 de janeiro do ano posterior.
Aliás,
cabe um balanço final de 2023, pois esse ano eu reputo ter sido de
longe o melhor dessa fase do "resgate" proposto em 2020 e quiçá da
história geral da banda a englobar toda a nossa prosaica, porém super
bonita fase setentista, envolta em sonhos adolescentes.
Em
8 de janeiro de 2023, a fecharmos as últimas músicas do "resgate",
mediante ensaio residencial na casa do Osvaldo. Da esquerda para a
direita: eu (Luiz Domingues), Wilton Rentero ao fundo e Osvaldo Vicino,
ao lado. Acervo e cortesia: Osvaldo Vicino. Click: still de vídeo
Começamos
o ano de 2023 com a perspectiva de fecharmos a fase mais bruta do
resgate, em meio aos esforços empreendidos principalmente pelo trio de
cordas, no sentido de criar "esqueletos" para as 14 músicas que
conseguimos relembrar e reconstruir. Curiosamente, quando chegamos à
última canção nesse esforço, o blues "1969", surgiu a ideia de forçarmos
encerrá-la definitivamente, isto é, já a pensar no seu arranjo
definitivo, com vista a entrarmos em estúdio e gravá-la e dessa maneira
com o intuito de ser lançada como um "single".
A
banda reunida junto ao técnico de áudio, Danilo Gomes Santos, na sala
técnica do estúdio Prismathias de São Paulo. Agosto de 2023, quando da
conclusão da mixagem e masterização da canção "1969". Click, acervo e
cortesia: Moacir Barbosa de Lima "Moah"
Foi
a melhor medida que adotamos, pois a experiência de entrar em estúdio,
gravar a música de forma oficial e sobretudo lançá-la, foi justamente o
impulso que precisávamos para o "resgate" colocar a banda em um outro
patamar.
Daí
em diante, tivemos momentos de imensa felicidade ao ver a música sendo
construída, tijolo após tijolo. A incrível participação do técnico de
som, Danilo Gomes Santos, que trabalhou com o coprodutor, foi memorável.
Todos os músicos convidados que nos apoiaram, foram magistrais em suas
participações musicais e no quesito da camaradagem sem limites que
expressaram, tanto no estúdio propriamente dito, quanto nos bastidores
para organizar a logística dessa produção.
Lançamos
a música com alarde nas plataformas "streaming", e logo a seguir
tivemos um clip oficial assinado pelo mestre Lincoln Baraccat para
anunciar no YouTube.
Aí
começou uma fase encantadora para a banda, pois é preciso se levar em
conta que nos tempos de outrora, nós sonhamos, mas jamais conseguimos
chegar minimamente perto de algo parecido nos anos setenta, ou seja, a
situação de 2023 nos colocou ante uma enxurrada de matérias publicadas
em órgãos de imprensa e execuções da canção em diversas emissoras
webradio.
Logo
a seguir, lançamos um belíssimo vídeo assinado pelo colaborador, Moacir
Barbosa de Lima, o grande "Moah" (este, a se revelar como um
apoiador muito antenado, fiel aos mesmos princípios, e que surgiu na
hora certa), a mostrar de uma forma emocionante um panorama da
construção da música, não exatamente a se revelar como um clássico
documentário em ritmo de "making of" da banda no estúdio, mas quase
isso, com direito a depoimentos emocionantes dos membros do grupo,
músicos convidados e também dos colaboradores diretos dessa produção.
Inclusive a conter um segundo clip, assinado igualmente pelo "Moah".
E
ao final do ano, em meio à retomada dos esforços para preparar mais
músicas (a visar preparar possivelmente a segunda safra de músicas para
se gravar em 2024), houve a notícia da entrada de Carlinhos Machado na
formação oficial, e mais uma boa nova aconteceu ao nos dar um fantástico
estímulo, quando fomos convidados para tocar no Instituto Cultural
Bolívia Rock em fevereiro de 2024.
Em
suma, 2023 entrou para a história do Boca do Céu, como o seu melhor
ano, não resta dúvida, pois finalmente entramos para o mapa da música
profissional através do lançamento do single "1969" e oficialmente,
caímos na "boca do povo", com o perdão pelo trocadilho, mediante a
enorme repercussão positiva que essa música nos deu.
Que viesse 2024, com mais notícias boas e a concretizar tudo o que sonhamos nos anos setenta!