Os
Kurandeiros a recepcionar o grande: Edy Star. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado e Luiz Domingues. Na frente, a trajar
figurino escuro, Edy Star. Santa Sede Rock Bar, 6 de janeiro de 2017.
Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Como Os
Kurandeiros seria a banda base do cantor, Edy Star, dias após (no evento
conhecido como : "Festa Odara"), o convidamos para participar do nosso show
e assim, aproveitaríamos para passar algumas canções que tocaríamos com
ele, em tal espetáculo.
E o fato dele ser uma figura cultuada por
Rockers e apreciadores da MPB hippie setentista em geral e também
especificamente pelos fãs de Raul Seixas pela sua ligação umbilical com o
saudoso, "maluco beleza", claro que o público do Santa Sede tinha tudo a
ver com ele e vice-versa.
Da
esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado na bateria e eu (Luiz
Domingues) ao fundo, semi encoberto. Vê-se também a figura de Cleber
Lessa, coproprietário da casa, mais ao fundo, a observar. Na frente, com
blusa vermelha, o cantor, Edy Star. 6 de janeiro de 2017. Click, acervo e cortesia: Cesar
Gavin
E não deu
outra, além da nossa apresentação habitual que era sempre prazerosa
naquela casa, ter Edy Star como participante especial, só poderia
abrilhantar a noite, e foi o que ocorreu, com muita gente ali
a empolgar-se com a presença de um digno representante da Grande Ordem
Kavernista, aliás, o único ainda entre nós, pois os demais já
deixaram-nos, infelizmente.
Noite de 6 de janeiro de 2017, com
seguramente mais de cinquenta pessoas empolgadas no ambiente da casa,
sob o forte calor de verão.
Os Kurandeiros em ação no Santa Sede Rock Bar, em 6 de janeiro de 2017. Click, acervo e cortesia: Pat Freire
Confraternização final no momento pós show com o amigo, Cesar Gavin. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, eu (Luiz Domingues), Cesar Gavin, tremendo baixista e Blogueiro/ empreendedor cultural da pesada e Carlinhos Machado. Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo. 6 de janeiro de 2017. Acervo e cortesia de Cesar Gavin. Click: Lara Pap
Os Kurandeiros & Edy Star no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 6 de janeiro de 2017. Filmagem de Cesar Gavin
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=pqGJ8LoFyfU
Voltamos
ao Fofinho Rock Bar, na zona leste de São Paulo, ao final de janeiro,
para mais uma apresentação no projeto: "Sunday Rock". Desta feita, o
artista convidado para compartilhar o espetáculo conosco, não seria uma
banda para tocar um set pesado, mas sim um artista solo para fazer uma
apresentação acústica ao estilo "Folk Singer", na base do violão &
voz, ao tratar-se de um velho amigo d'Os Kurandeiros, Cris Stuani.
Ele atuou conosco inúmeras vezes em diversas circunstâncias como guitarrista e cantor, tanto na agenda d'Os Kurandeiros, quanto na extinta "Magnólia Blues Band" e agora, estava também regularmente a tocar pela noite como cantor e violonista, ao executar um repertório baseado em Classic Rock e Blues, e nós conhecíamos o seu potencial, portanto, seria agradável termos a sua presença.
Além disso, o público mais simpático às sonoridades
vintage, certamente que apreciaria a sua performance. Mas seu carro
quebrou a caminho do estabelecimento e assim, a sua apresentação ficou adiada
para a próxima edição, uma pena.
Tudo bem, para Os Kurandeiros, fazer mais uma entrada inteira sozinhos, não foi problema algum, banda calejada em tocar sets longos pela noite, que éramos, há anos. E assim o fizemos, sem nenhum empecilho, a não ser a guerra de PA's dentro do estabelecimento e não houve cooperação da casa em atenuar essa questão insalubre, infelizmente.
Tocamos, mas reivindicamos novamente, melhorias nesse aspecto para o bem da continuidade desse projeto, certamente. E na contramão de nossas queixas, a casa sinalizara que apesar de concordar com as nossas reivindicações, enxergava o nosso mérito na empreitada e agora queria estreitar a periodicidade do evento.
De mensal, proposta inicial, queria passar para semanal, o que julgávamos excessivo, principalmente se as condições de trabalho não melhorassem, mas ao mesmo tempo, era interessante verificar que apesar dos pesares, estavam a gostar dos resultados, portanto, aceitamos prosseguir, mas na expectativa de que cumpririam com as contrapartidas por nós sugeridas e convenhamos, além de pedidos justos de nossa parte, só aumentariam a qualidade do projeto, para atrair mais público, certamente.
E
assim, a próxima parada para nós foi novamente na mesma casa, ao darmos prosseguimento ao projeto, e desta feita com a presença de Cris Stuani,
sem impedimentos de transporte.
Da esquerda para a direita: Kim Kehl,
Carlinhos Machado e eu (Luiz Domingues). Os Kurandeiros ao vivo no Fofinho
Rock Bar, em 5 de fevereiro de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
O próximo
passo d'Os Kurandeiros ocorreu novamente no ambiente do "Fofinho Rock
Bar", e desta feita o automóvel do nosso convidado, Cris Stuani, não
teve falhas mecânicas e sua presença a realizar uma apresentação solo, na base
da voz e violão, só abrilhantou a tarde/noite.
Contudo, as condições de trabalho em nada melhoraram e se nós já não estranhávamos tal situação, o nosso convidado ficou estupefato, ainda ao considerar-se tratar-se de uma apresentação acústica. Pois é, assim que subiu ao palco e preparou-se para iniciar a sua performance, Cris falou ao microfone algo como: -"por favor, desliguem o som mecânico que eu vou começar"... mas nós o advertimos que não desligariam o som do salão e que ele deveria iniciar o seu show assim mesmo... e lá foi ele, heroicamente cantar: "Come Together", dos Beatles, tendo vocalistas de Heavy-Metal com seus gritos agudos típicos, vindos do salão superior, sob um volume ensurdecedor a atrapalhar a sua arte.
Paciência, ficamos chateados com tal situação e aí
começou um novo problema para nós, visto que a incumbência de convidar
artistas era nossa, mas diante de tal realidade, como justificar aos
nossos convidados que as condições seriam essas?
O ótimo Cris Stuani, ao centro, também fez participação conosco, no decorrer do espetáculo. Click, acervo e cortesia: Regina de Fátima Galassi
Bem,
apesar dos pesares, com guerra de PA's, e públicos distintos e
desinteressados a passar para lá e para cá, ainda assim, nos momentos de
pico, onde pequenas aglomerações traziam-nos atenção e sinalização de
euforia até, fazia valer a pena acreditar no projeto e claro, não
resignamo-nos ao continuarmos a reivindicar melhorias e havia o
compromisso de ao menos analisar os nossos pedidos e mais uma vez realço,
só pedíamos mudanças plausíveis, ao visar melhorar a qualidade sonora e
visual dos espetáculos, ou seja, nada "estrambótico", mas pelo
contrário, foram questões mais do que justas e necessárias.
Bem, o set
acústico de Cris Stuani foi muito bom, ao empreender versões acústicas para
Rocks e Blues clássicos. Violão bem tocado e vozeirão que já conhecíamos
há tempos, foi muito interessante contar com o seu brilhantismo.
Mais uma vez tocamos as músicas novas, contidas no EP Seja Feliz, e foi incrível como esse trio de novas canções agradavam em cheio ao vivo, não somente nessa apresentação, mas desde que incorporaram-se ao set list das apresentações. Tarde/noite de 5 de fevereiro de 2017, no Fofinho Rock Bar, de São Paulo.
A próxima investida seria no mesmo espaço e dentro do espírito do mesmo projeto do qual estávamos a esforçar-nos para dar o nosso melhor, aliás a outorgar sucessivos votos de confiança para a casa, que a cada edição não demonstrava modificar algumas questões que mostravam-se gritantes e sendo a principal, certamente a presença de dois PA's acionados com música mecânica, sob um patamar de volume altíssimo e simultaneamente ao nosso próprio PA e backline. Essa questão fora crucial ali, não resta dúvida e de certa forma levou-nos ao constrangimento no tocante a convidar outros artistas e nesse caso, justificava-se a nossa relutância, no sentido de que não queríamos expor outros artistas e no caso, invariavelmente amigos nossos, a esse tipo de incômodo. Mas mesmo ao avisar a próxima banda convidada, previamente da situação ali instaurada, eles aceitaram participar e assim, fomos lá, Rock guerrilha dominical...
Dessa maneira, convidamos os amigos do "Pompeia 72", anda com proposta centrada no repertório Classic Rock das décadas de 1960 & 1970, a participar. Foi muito prazeroso ter a tarde & noite compartilhada com tal banda, não só pela sua performance musical com ótima escolha de repertório agradável ao nosso gosto pessoal, mas também pelo convívio e conversa boa que travamos.
O baterista, por exemplo, o excelente, Henrique Iafelice, lembrou seus momentos como integrante da ótima banda, "Zângoba", contemporânea da minha banda nos anos 1980 e tal qual "A Chave do Sol", tratava-se de um trabalho anacrônico para aquela década, pois era calcado no Jazz-Rock setentista e ali no calor oitentista, isso era execrado pela "intelligentzia" reinante.
Conversei também com o tecladista (José Eduardo D'elboux), ao parabenizá-lo por ter executado "Tarkus" do Emerson; Lake & Palmer à perfeição, e ter demonstrado seu alto nível como músico. E também com o sempre simpático guitarrista, Geraldo "Gegê" Guimarães e o vocalista da banda, sobre reminiscências dos anos setenta.
Além da presença do baixista, Walter "Alemão", que era naquele instante, um veterano com tantas histórias acumuladas na música, quanto todos nós ali e eu recordava-me dele presente no compacto da banda paulistana, "Santa Gang", na qual Rubens Gióia, meu colega d'A Chave do Sol fora componente também, lá pelos idos de 1981 e igualmente em nosso convívio em tantos bastidores de shows compartilhados quando ele foi baixista da banda punk, "Não Religião" nos anos noventa, ocasião em que eu fui componente do "Pitbulls on Crack".
Enfim, as conexões ali foram múltiplas e essa edição foi das mais agradáveis do Projeto "Sunday Rock". Pelo fato da apresentação deles ser apenas baseada em covers internacionais, resolvemos oferecer uma contrapartida e assim, a nossa foi 100 % autoral. Dessa forma, creio que o público da casa saiu satisfeito por ter as duas opções, de maneira farta.
Tarde/noite de 19 de fevereiro de 2017, no Fofinho Rock Bar, de São Paulo. Alguns dias depois e fizemos parte da
celebração do natalício de Geraldo "Gegê" Guimarães, em uma outra casa, em show
compartilhado, novamente.
O nosso próximo compromisso seria em uma casa tradicional da Rua 13 de maio, no bairro do Bexiga ("Bexiga" é apelido, o bairro chama-se verdadeiramente, Bela Vista), em São Paulo, com longo histórico de ambientação para bandas cover, predominantemente, há pelo menos duas décadas.
Tratou-se
do "The Wall", uma casa que privilegiava em pelo menos 99%, as noitadas
com bandas cover e fomento às baladas, sob uma concorrência palmo a palmo com
seus vizinhos do mesmo quarteirão. Mas assim como o Café Aurora e o Café
Teatro Piu Piu, vez por outra abria o seu espaço para um artista autoral
apresentar-se. Não fora exatamente o caso dessa noite onde Os Kurandeiros
apresentar-se-iam, pois as demais bandas escaladas tocariam covers em
predominância máxima, mas por conta disso, sob um contraponto, Os
Kurandeiros programaram-se para tocar um set 100% autoral, visto que
os nossos pares já haveriam por suprir a noitada com um repertório
internacional recheado por clássicos consagrados, e dessa forma a abrir-nos a primazia
da isenção dessa tarefa, e assim, a oferecer-nos a oportunidade para
realizarmos um show autoral, inteiramente.
Foi a
comemoração do natalício do simpático guitarrista do "Pompeia 72", Geraldo "Gegê"
Guimarães, e partira dele o convite para a nossa participação. A outra
banda em questão, chamada "Fórmula Rock", também era do rol de amizades
do Gegê, e além de ser muito boa, tecnicamente, também dedicava-se ao
trabalho cover, predominantemente, mas no decorrer de sua apresentação,
apresentou uma composição própria, e claro que achei a iniciativa muito
salutar. A ambientação do Café The Wall, era/é bastante Rock'n' Roll em
essência, e a estrutura para os shows, de boa qualidade, adequada à sua
envergadura, com um palco bastante razoável, um P.A. compatível,
backline e uma iluminação digna. Lembrou-me o "Woodstock", uma casa que
apresentava estrutura de Café Teatro nos anos oitenta e noventa, e foi
bastante concorrida nesse período.
O "Pompeia
72" abriu a noitada, ao desfilar o seu repertório calcado em clássicos do
Rock, com o Hard Rock setentista em predominância. Boa banda, com músicos
experientes e técnicos, apresentou o mesmo espetáculo que haviam feito
em dobradinha conosco, dias antes no Fofinho Rock Bar. Depois, veio o
"Fórmula Rock", praticamente na mesma predisposição, mas com pequenas
nuances diferentes, principalmente na escolha do repertório,
ao apresentar peças um pouco diferenciadas em relação ao repertório
proposto pela banda anterior, surpreendendo até, ao tocar músicas de
bandas britânicas como o "Free", "Thin Lizzy" e "Ufo", geralmente fora do esquadro
das bandas cover mais ortodoxas. E também por ter tocado uma composição
própria e boa, com nítida influência setentista.
Da
esquerda para a direita: a cantora Paula Mota, a atuar em participação
especial no show d'Os Kurandeiros, eu (Luiz Domingues), Carlinhos Machado e
Kim Kehl. A caminhar na parte de baixo com câmera na mão, o cinegrafista,
Edson Vicentin. Os Kurandeiros no Café The Wall, de São Paulo, 24 de
fevereiro de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Foto: Lara Pap
Ao final,
por conta da casa ter solicitado para o primeiro show começar após a
meia-noite, quando Os Kurandeiros subiram ao palco, já passava das três
horas da manhã e o grande grosso do público já havia dispersado,
infelizmente.
Bem, ninguém é de ferro e sendo madrugada de sexta para sábado, não é todo mundo que aguenta esticar o dia de trabalho em um varar de madrugada assim, incólume, apesar de ser véspera de Carnaval e aquele clima de euforia desmesurada estar no ar.
A cantora, Paula Mota, ex-backing vocalista do Made in Brazil, apareceu e subiu ao palco para uma participação surpresa, sempre bem-vinda. A despeito desse avançar do horário, demos o nosso recado e o film-maker, Edson Vicentin estava presente e fez uma filmagem básica de nossa atuação.
Conhecia o Edson desde 1999, quando este filmou o primeiro show da Patrulha do Espaço com a nossa formação "chronophágica" em ação, e dali em diante, ele filmara vários outros shows da nossa banda, nos anos seguintes.
Portanto, que
salutar ter agora, em pleno 2017, outra filmagem sua, desta feita mediante um
outro trabalho meu, no caso, com Os Kurandeiros.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fC_570hyWpQ
Foi assim então, 24 de fevereiro de 2017, no "The Wall" do bairro do Bexiga, São Paulo.
Alguns dias depois, e Os Kurandeiros estavam de novo no simpático palco do Santa Sede Rock Bar, onde tantas vezes apresentamo-nos, desde 2013, com a minha presença na formação e a banda tinha histórico nessa casa desde 2009, aproximadamente.
Fizemos um show muito bom, ainda sob o embalo do lançamento do EP "Seja Feliz".
Os nossos próximos passos dar-se-iam em ambientes igualmente familiares para a banda, contudo, apesar dessa espécie de "zona de conforto", proporcionar-nos-iam, novidades interessantes, que relatarei a seguir.
De fato, tínhamos um histórico de apresentações no Espaço Cultural Gambalaia, da cidade de Santo André-SP, desde 2011, assim que ingressei na banda. E também tratava-se de um fato que simpatizávamos com tal aconchegante espaço, onde sempre foi agradável apresentar-se e além disso, sob a certeza de uma apresentação com boa possibilidade de captar-se boas fotos e filmagem.
Eu (Luiz
Domingues) com Os Kurandeiros em 12 de março de 2017, no Espaço Cultural
Gambalaia de Santo André-SP. Clicks, acervo e cortesia: Juja Kehl
E essa
perspectiva cumpriu-se, certamente, quando ali voltamos em 12 de março
de 2017, um domingo e desta feita, sob os auspícios do lançamento de
novo álbum, ou seja, uma boa novidade para o público de Santo André e de todo o
ABC. Tudo foi muito interessante nessa noite ali no Gambalaia, com uma única
exceção e que nada teve a ver com a apresentação em si, tampouco com o
espaço.
Ocorreu que o palco já estava montado para o soundcheck, ainda no período da tarde, quando lembrei-me de buscar um objeto no interior de meu automóvel, estacionado próximo ao estabelecimento.
Peguei o que precisava e quando só faltava fechar e trancar a porta do veículo, alguém freou e buzinou com contundência na esquina e nesse momento em que olhei para ver o que ocorria na rua com outrem, distraí-me completamente e nessa fração de segundos em que a porta estava a ser fechada com certa força, não tirei minha mão direita rápido o suficiente e prensei-a com bastante truculência, ao ponto de causar-me dor intensa e um hematoma instantâneo.
Naquela fração de segundos, imaginei que havia
quebrado o dedão da mão direita, o maior prejudicado pelo acidente, mas
logo a seguir, percebi que não ocorreu fratura propriamente dita, mas o
inchaço foi enorme e a respectiva unha ficou inteiramente roxa,
obviamente causado pelo fluxo sanguíneo de uma pequena hemorragia
interna.
Mais
flagrantes d'Os Kurandeiros em ação no Espaço Cultural Gambalaia de
Santo André-SP, no dia 12 de março de 2017. Clicks, acervo e cortesia de Cristina
Piratininga Jatobá
Mesmo
a doer muito e preocupar-me em relação ao show que ocorreria cerca de
uma hora e meia depois disso, não pude deixar de recordar-me de que o
guitarrista, Jimmy Page, do Led Zeppelin, passara por fenômeno semelhante
por volta de 1976, quando prensara a mão acidentalmente em uma cabine de
trem, em algum lugar da Europa, Suíça ou Alemanha, não recordo-me ao
certo.
Bem, no meu caso, a dor, inchaço e coloração assustadora da minha unha, preocupou-me, mas em nenhum momento eu cogitei cancelar o espetáculo por conta desse acidente e sua consequência desagradável.
Tanto foi assim, que nem comuniquei de imediato aos colegas o ocorrido e
só depois contei-lhes o fato, com o show consumado e sem nenhum
prejuízo à minha performance pessoal e muito menos com possibilidade em
prejudicar a banda.
Luiz Domingues em destaque nas fotos 1 e 3 e a banda em panorâmica na foto 2. Os Kurandeiros no Espaço Cultural Gambalaia, de Santo André-SP, no dia 12 de março de 2017. Clicks, acervo e cortesia de Regina de Fátima Galassi
Antes mesmo do show iniciar-se, três pessoas que vieram assisti-lo, surgiram nos bastidores e foi muito agradável revê-los. Um desses amigos, foi José André, o responsável pelo excelente Site, "Nave dos Deuses", que trata-se de um dos maiores baluartes de apoio ao Rock Brasileiro, tendo um trabalho impecável em termos de organização; acervo impressionante de discos e informação sobre artistas de todos os tempos, incluso suporte irrestrito para artistas novos.
Grande conhecedor da matéria e um entusiasta sem reservas do Rock nacional, José André conversou comigo por bastante tempo, ao colocar-me a par das últimas novidades de seu Site, e ali falou detidamente sobre o último álbum do "Klatu" que impressionara-o fortemente. Como o leitor de minha autobiografia já sabe bem, o Klatu é a banda de meu ex-aluno e amigo, Alexandre Peres "Leco" Rodrigues, e eu já havia publicado tempos atrás uma resenha para abordar a banda e seus primeiros dois discos, em meu Blog 1.
Questão de poucos dias depois, o
próprio Alexandre abordou-me e entregou-me o CD desse novo trabalho e
logo a seguir, também impressionei-me positivamente com a obra, assim
como o José André alertara-me e dessa forma, também elaborei uma resenha dele, em meu
Blog 1.
O segundo amigo que apareceu nos bastidores do pré-show, foi José Roberto Agatão, um rapaz que eu conhecera nos tempos da Patrulha do Espaço, através do Rolando Castello Junior. Fã da Patrulha do Espaço, Agatão acompanhou diversos shows da nossa banda, por ocasião de nossa formação "Chronophágica" e sempre foi um amigo solícito, pronto a apoiar. Agora a morar na região do ABC, ali apareceu para prestigiar Os Kurandeiros e foi muito agradável ter a sua presença e entusiasmo, grande Rocker que o é.
No
pós-show, da esquerda para a direita: Kim Kehl, o amigo José Roberto
Agatão e eu (Luiz Domingues). Foto clicada por Regina de Fátima Galassi e
acervo e cortesia de José Roberto Agatão
E o
terceiro amigo que surgiu no show, foi o excelente guitarrista, Marcos
Mamuth. Também morador do ABC, ficou bem facilitada a sua visita, ainda
bem. Mamuth contou-me sobre a seriedade dos problemas de saúde que teve,
logo a seguir do problema que eu enfrentei, igualmente.
Também passara por
cirurgias perigosas e teve longo tempo de recuperação pós-cirúrgica. Que
bom vê-lo ali recuperado, com a vida quase normalizada e só quem
passou por sufoco semelhante, sabe o quanto é demorada a plena
recuperação e o quanto comemora-se cada pequeno avanço nesse sentido...
"Anjo" (Kim Kehl) - um pequeno trecho com a perspectiva da câmera
acoplada ao meu baixo (Luiz Domingues). Filmagem e produção de Juja Kehl.
Os Kurandeiros no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 12
de março de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=FzIMSHS0a3Y
Sobre o
show, ele foi excelente e com uma boa nova. O irmão mais novo do Kim, Juja
Kehl, que é um experiente Road Manager a serviço de artistas mega
populares do mainstream da música, é também fotógrafo e film-maker.
Juja, quando não está na estrada, literalmente, a cuidar da logística de turnês monstruosas de artistas desse porte, gosta de fazer fotos e filmagens temáticas e de fato, ficou muito bom nisso, e apesar de ser aparentemente um "hobby", leva tal tarefa a sério e mais que isso, é bastante procurado por uma clientela que deseja os seus serviços marcados pelo bom gosto.
Como por exemplo, desenvolve ensaios com garotas estilizadas na temática das "Pin Ups Girls" ao sabor da moda dos anos 1940 & 1950, a realizar álbuns em que nada devem aos profissionais norte-americanos, especialistas no assunto. E assim, sob uma rara brecha de sua agenda, Juja prontificou-se a estar conosco no Espaço Cultural Gambalaia para fotografar e filmar-nos.
E além disso, uma fotógrafa também
conhecida no métier do Rock paulistano, esteve presente e
brindou-nos com os seus clicks de muito bom gosto, no caso, a simpática,
Cristina Piratininga Jatobá.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=FwinyJf9Zbk
Trecho de "O Filho do Vodu", com ênfase no meu baixo (Luiz Domingues). Filmagem e produção de Juja Kehl. Os Kurandeiros no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 12 de março de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=oK0oXJmO5OU
Trecho de um solo "Blues Rock" com ênfase na guitarra de Kim Kehl. Filmagem e produção de Juja Kehl. Os Kurandeiros no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 12 de março de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=0UtplywuGZY
"A Noite Inteira" (trecho), sob a perspectiva do baterista Carlinhos Machado em ação. Filmagem e produção de Juja Kehl. Os Kurandeiros no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 12 de março de 2017
https://www.youtube.com/watch?v=xOnX-rlJFAU
Portanto, mesmo com o meu dedão arruinado e a latejar, a parte (e nesse dia eu estava com dor de dente, também, portanto, como dizia o nosso querido, Dr. John : -"such a night"...), foi muito divertido fazer o show e ter lançado o nosso novo EP, na sempre acolhedora cidade de Santo André-SP, uma urbe Rocker, por natureza.
Foto posada do pós-show, para servir como peça de promoção em 2017. Click, acervo e cortesia de Juja Kehl, no Espaço Cultural Gambalaia, de Santo André-SP, em 12 de março de 2017. Os Kurandeiros, da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado & eu (Luiz Domingues)
Depois disso, recebemos o convite do tecladista, Alexandre Rioli, para uma nova investida em sua casa, o Magnólia Villa Bar, onde Os Kurandeiros construíram uma história bem longa, anteriormente e mais do que isso, havíamos sido uma banda com dupla identidade por dois anos e meio, praticamente, como "Magnólia Blues Band".
Portanto, se havia uma casa onde Os Kurandeiros se sentiam inteiramente familiarizados, sem dúvida que a simpática casa do bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, fora praticamente o nosso QG.
Mais que uma apresentação a mais, Alexandre
convidara-nos a participar de um chat-show ligado a uma webradio que
gravaria uma entrevista no dia e o show, quase na íntegra, além de
execução de nossas músicas, mediante áudio dos CD's da banda.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=mw-FRF0bcOE
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=OdqWOHbK1p4
E assim foi na noite de 24 de março de 2017, quando concedemos entrevista ao simpático, Altevir Piva Junior, responsável pela webradio: Planet Music Brasil. Foi uma entrevista bastante descontraída, muito pela condução agradável de Altevir, ao deixar-nos bem à vontade e onde falamos do trabalho d'Os Kurandeiros, passado/presente & perspectivas de futuro, quando sobrou até espaço para citarmos os trabalhos pregressos de cada um.
Um exemplo disso fora nos meses de março e abril, quando tocamos bastante ao vivo, inclusive em casas onde nunca havíamos visitado anteriormente e sempre foi estimulante para a banda apresentar-se em novos espaços, onde o fator surpresa era sempre grande, inclusive se pensarmos em aspectos negativos, mas mesmo assim, a novidade abriu o caminho para experiências inéditas e isso foi sempre bom para a banda e até para o meu relato autobiográfico, que beneficiou-se através desses adendos interessantes que inspiram crônicas.
Os
Kurandeiros no Fofinho Rock Bar de São Paulo, em 26 de março de 2017.
Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado e eu (Luiz
Domingues). Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
O
penúltimo show do mês de março ocorreu no entanto, em um lugar que
estávamos a lutar bravamente para manter em pé, através de um projeto que no papel,
teoricamente a pensar, parecia bem interessante, mas na prática enfrentávamos
problemas técnicos, que a bem da verdade eram insolúveis ali naquela
casa, e apesar da camaradagem e bons tratos com os quais os mandatários
do estabelecimento recebiam-nos, a política da casa em termos de seus
usos & costumes mostrava-se imutável e sendo assim, apesar de ser
bom tentar manter o projeto em atividade, ficava a cada edição, muito
difícil acreditar ser isso possível.
Mas Os Kurandeiros eram resilientes por natureza e insistimos. Nessa edição de 26 de março de 2017, convidamos outro artista para fazer show compartilhado conosco e tratou-se de Duck Strada, um artista multi talentoso, por natureza. Baterista de bandas de Rock, há anos, mantinha (mantém) também uma carreira paralela autoral e solo, ao apresentar-se como um "Folk Singer", na base do violão & voz, e mais do que isso, mostrava talento grande como compositor e letrista, a seguir uma linha nobre da MPB, com raízes contraculturais, naquela vertente com um pé no Rock, psicodelia, experimentalismo e baseada nos ecos distantes do movimento Hippie.
Ao lembrar-me artistas como Zé Geraldo, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Lula Cortes, Sá & Guarabyra, Alceu Valença, Jards Macalé e tantos outros significativos dessa vertente, Duck Strada deu o seu recado ao mesclar as suas ótimas composições, com clássicos desses artistas que citei e de outros, com bastante maestria.
Gostei muito de sua performance e das suas
composições, uma inclusive por ter fixado-se na minha memória, chamada,
"Via Leste", uma bela crônica urbana que compôs, ao citar as pessoas que
vão e vem da zona leste de São Paulo, a usar a metáfora dos trens de
subúrbio e do metrô para falar desses trilhos que levam as pessoas para
essa trilha na vida. Muito inspirado e bonito, certamente.
Os Kurandeiros no Fofinho Rock Bar de São Paulo, em 26 de março de 2017. Click, acervo e cortesia: Regina de Fátima Galassi
Depois
fizemos o nosso show, igualmente a enfrentar a velha questão da guerra
de PA's interna da casa, a atrapalhar a nossa sonoridade, e no caso do
Duck Strada, com a sua apresentação baseada na voz & violão, creio que
ele foi ainda mais prejudicado por tal situação alheia à nossa vontade.
Paciência.
"Baby I'm a Want You" (David Gates/Bread) - 26 de março de 2017 no Fofinho Rock Bar de São Paulo
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Bky-YOOvJ7c
Uma
sinalização tímida, mas animadora, a casa providenciou para que o PA da
parte da frente (que alimentava o botequim em anexo do estabelecimento,
virado para a Avenida Celso Garcia), abaixasse bastante o seu volume.
Isso amenizou o nosso drama ali no salão inferior, mas o PA do andar
superior prosseguiu a atazanar-nos com o Heavy Metal ensurdecedor, não
teve jeito...
O próximo
show foi exótico pela maneira em que transcorreu. Primeiro que o convite
surgiu em cima da hora, por surpreender-nos ao ponto de não termos tido
tempo hábil para empreender uma divulgação prévia, mínima.
Aceitamos
fazer o show assim mesmo e sob um poder de improviso bem grande da parte do
Kim, ele fez ações on line com a banda no palco de tal estabelecimento,
a tratá-la como um "show secreto" e isso acabou por despertar a curiosidade
de muita gente nas redes sociais e por vias tortas, culminou ser uma
ação de marketing interessante.
Os
Kurandeiros no Tchê Café de São Paulo, em 30 de março de 2017. Da
esquerda para a direita: eu (Luiz Domingues), Carlinhos Machado e Kim Kehl. Acervo e cortesia: Kim Kehl: Lara Pap
O espaço
era chamado como: "Tchê Café", localizado bem próximo do Aeroporto de
Congonhas, e como sugeria o seu título, um estabelecimento dirigido por
gaúchos radicados em São Paulo. Mas apesar disso e do seu logotipo
a ostentar um clássico "chimarrão", nada mais gaúcho, a casa não era
100% fechada em tradições gaúchas etc. e tal.
Decorada como um bar estiloso, baseado no espírito dos Pubs ingleses e tendo como carro chefe uma vasta carta de cervejas artesanais a oferecer aos seus clientes, ficamos com uma boa impressão inicial assim que ali adentramos. E mais do que isso, foi bom verificar que era bem musical por sua decoração. Com um palco bem razoável para as bandas apresentar-se, além de acharmos inusitado que além do PA disponibilizado, uma praxe que raramente não é observada por outras casas, houve todo o backline e até instrumentos estavam ali para usarmos.
Havia bateria, baixos e guitarras se quiséssemos usar e apesar do Kim não haver se interessado na guitarras ali oferecidas e preferir tocar na segurança de suas próprias guitarras, eu optei por usar um dos baixos ali disponíveis, um "Tajima", modelo Jazz Bass e tal fator ocorreu porque o testei e verifiquei que tinha um braço macio, muito bem feito, bastante semelhante ao seu modelo inspirador, o clássico Fender Jazz Bass. Gostei de seu timbre e de fato, foi prazeroso fazer o show com tal instrumento gentilmente cedido pela casa, uma prática incomum, diga-se de passagem, pois o normal em casas noturnas é não haver nem PA, mas essa em questão, surpreendeu-nos positivamente.
Bem, simpatia e empatia estabelecidas, esse show súbito e em caráter
"secreto" abriu-nos as portas para novas apresentações nessa casa.
Positivo, gostamos de ter ido lá e certamente gostaríamos de voltar em
ocasiões futuras. Ocorreu em 30 de março de 2017, uma noite quente,
embora o outono já estivesse a prevalecer no calendário.
"Reflexions on My Mind" (The Marmalade) - 30 de março de 2017, no Tchê Café de São Paulo
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=NBBb_CfGNXo
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=tnCyn3mCPWE
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=4pF9ckUpVIo
Em abril, teríamos mais apresentações pelo circuito da noite paulistana, e com direito a casas diferentes, onde jamais havíamos passado anteriormente, a gerar mais histórias pitorescas.
Uma casa diferente havia nos convidado a ali apresentarmo-nos, mas esta, localizada em um bairro da cidade onde já havíamos tocado em diferentes estabelecimentos, no passado relativamente próximo. Tratou-se de uma pequena casa encravada entre tantas dentro da ebulição noturna dos bairros vizinhos de Pinheiros e da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo e denominada: "Season One Arts & Bar".
Temático, tal recinto pretendia ser um recanto para
amantes de seriados de TV, com decoração adequada para tal e de fato,
com monitores espalhados pelos ambientes, a exibir seriados modernos,
predominantemente e norte-americanos. Também sou um inveterado fã de
seriados, desde a tenra infância, e apesar de ter predileção pela
produção "vintage", igualmente acompanho seriados modernos, não com a
mesma profusão e atenção de outrora, contudo, tenho simpatia por alguns mais atuais.
Da
esquerda para a direita: Kim Kehl, eu (Luiz Domingues) & Carlinhos
Machado. Os Kurandeiros no "Season One Arts & Bar" de São Paulo, em 8
de abril de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
E
foi assim, entre monitores a exibir episódios de "Bates Motel" e
"American Horror Story" e mais alguns seriados que nem identifiquei, que
tocamos o nosso set habitual e curioso, o palco ficava bem na entrada da
casa, portanto, no patamar baixo, onde poucas pessoas sentaram-se para
ouvir-nos tocar, mas a maioria passava por nós e subia sem pestanejar
para um mezanino sem visão da banda, apenas a ouvir o som com relativo
atraso e assim, sinal dos tempos, a banda ali teve função de mero
chamariz, como bandinhas circenses a tocar na porta de lojas populares
(com todo o meu respeito para esses artistas).
Sei que é uma colocação exagerada, claro que tivemos uma apresentação
digna e até com momentos de euforia, por parte dos poucos que
prestaram-se a ficar no patamar inferior, a prestigiar a banda. Bem,
aconteceu em 8 de abril de 2017.
Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 22 de abril de 2017. Clicks, acervo e cortesia de Cleber Lessa
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=cMRqdObh3TA
No dia seguinte, 23 de abril de 2017, voltamos a apresentarmo-nos no "Projeto Sunday Rock", no famoso salão de Rock'n' Roll, "Fofinho Rock Bar". Desta feita sem convidados e a assumir um show padrão de casa noturna, com Os Kurandeiros, "a tocar a noite inteira", como dizia a letra de nossa nova música recém lançada na ocasião.
Uma boa nova, o P.A. que alimentava o botequim externo da própria casa, trabalhou com volume reduzido, uma de nossas reivindicações. Ainda a ter a concorrência do P.A. do patamar superior e a sua longeva sessão de Heavy Metal, ao menos a nossa situação mediante o nosso P.A. na parte inferior da casa, amenizou-se um pouco.
Além disso, a casa providenciou uma iluminação mínima, ao conferir-lhe no palco uma maior qualidade visual, eu diria, e sobretudo a demonstrar que estavam a empenhar-se para atender as nossas reivindicações, ainda que paulatinamente. E sobre tocar no padrão de casa noturna, para nós foi extremamente rotineiro, não causou-nos nenhum transtorno adicional.
Dessa forma, destilamos o nosso repertório autoral e mais duas sessões
de releituras do Blues e Rock internacional, a angariar a atenção dos que
não estavam ali presentes e atraídos pelo Heavy Metal reproduzido
mecanicamente, no andar superior do estabelecimento.
Para fechar o mês de abril, fomos convidados pelo nosso amigo, o grande guitarrista, Fulvio Siciliano, a dividir a noite com ele e a sua nova banda, chamada: "Chlube do Som", e na casa mais tradicional na história d'Os Kurandeiros, o Magnólia Villa Bar, da Lapa, zona oeste de São Paulo. Fazia um relativo tempo que não pisávamos naquele palco tão familiar para nós e foi um prazer também por isso.
Os Kurandeiros "a matar a saudade" do palco do Magnólia Villa Bar e com Alexandre Rioli aos teclados, também para revivermos os bons tempos da "Magnólia Blues Band". 28 de abril de 2017. Foto: Lara Pap
"A Noite Inteira" no Magnólia Villa Bar, em 28 de abril de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=pIVqQ5Zzhtc
Sobre
a banda do nosso amigo, Fulvio, foi na verdade um grupo que já existia
ao atuar pela noite e do qual ele recém ingressara. Muito boa banda, com
músicos tarimbados e com uma bela e competente vocalista na sua linha de
frente, apresentou um repertório com clássicos internacionais bem
variados, indo de Beatles a canções mais modernas e que habitam o dial
das emissoras de rádio FM.
Gostei da apresentação deles e indagado sobre
a estranha grafia que a banda ostentou no cartaz promocional, Fulvio
explicou-nos que a letra "H" grafada nessa ortografia, não fora obra de
nenhum estudo proveniente da "numerologia", tampouco uma palavra oriunda
de algum idioma exótico, mas um engano mesmo de digitação, portanto,
"Chlube", queria dizer de fato, "Clube", e nada mais...
Na primeira foto, a jam session mencionada, com Fulvio Siciliano a atuar junto aos Kurandeiros. E na segunda, confraternização final com músicos das duas bandas e diversos amigos. 28 de abril de 2017, no Magnólia Villa Bar de São Paulo. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Ao
final, uma jam com os músicos das duas bandas ao revezar-se no palco,
tratou de tornar o desfecho da noitada, muito agradável, como era
aguardado, de fato. Os nossos próximos compromissos, estavam marcados
para o final de maio, e uma dessas datas, em uma casa inteiramente nova e
muito interessante pela sua ambientação, que eu posso atestar, não era
apenas temática, mas concreta...
Os
Kurandeiros em ação numa foto postada nas redes sociais da Internet, no
calor da divulgação on line e in loco. Rockers Self Garage de São
Paulo, em 20 de maio de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Tratou-se
de uma apresentação dentro de uma garagem / oficina de motos, cujos donos, todos
Rockers, músicos e apaixonados por motos, montaram o seu estabelecimento
com farta ambientação baseada no Rock, ao estabelecer uma junção com o universo
das motocicletas, e decorá-la com posters de Rockers famosos das
décadas de cinquenta até a atualidade, a pilotar ou posar ao lado de
motos, mais "stills" de filmes famosos com tal mote, caso de "Easy
Rider", "The Wild One" e outros.
Muito bem montada, a oficina
apresentava a predisposição do auto serviço, ao estilo de "Self Garages"
americanas, naquela tradição do próprio usuário lavar e / ou operar
pequenos reparos na sua moto, ao alugar o espaço; ferramentas e
produtos, e também ter o estilo tradicional de atendimento por mecânicos
profissionais, a escolher, portanto.
E assim, em meio a várias motos e pelo aspecto, só veículos de alto padrão, o palco foi montado com a garagem em pleno funcionamento, com a banda a tocar e mecânicos e usuários para fazer os seus reparos, portanto vez por outra, o ruído forte proveniente de escapamentos e/ou aceleração das motos, sendo inusitado e até proposital, quando um dos proprietários ao perceber que iniciáramos a canção do Steppenwolf, "Born to Be Wild", auxiliou-nos na performance ao imediatamente acelerar uma moto ali dentro, e recriar o clima que Peter Fonda; Dennis Hopper & Jack Nicholson proporcionou-nos no Road-Movie, "Easy Rider", em 1969. Foi muito divertido, é claro.
Eis o link para assistir no You Tube :
https://www.youtube.com/watch?v=v_8gocFC9F4
Bem, nada mais apropriado, a casa chamava-se "Rockers Self Garage", localizada no bairro da Saúde, zona sul de São Paulo e a mostrar ser uma feliz junção de empreendimento voltado para o universo dos motociclistas, com ótima estrutura para atender as suas necessidades mecânicas, e também com ambientação Rocker, tanto fora assim, que eis que vemos a figura do guitarrista, Sérgio Hinds, d'O Terço, nas suas dependências, ali a cuidar de sua moto...
Rockers Self Garage, em 20 de maio de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=EqMgRHiZOpE
"Caroline" (Status Quo) no Rockers Self Garage em 20 de maio de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=5-8y00tyUks
"A Noite Inteira", no Rockers Self Garage, em 20 de maio de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=1EcaYm5l5LY
Com um mezanino grande, e uma cozinha bem estruturada, a casa mostrava-se em condições para atuar de forma híbrida, sendo casa de shows e oficina mecânica simultaneamente e como se não bastasse tudo isso, nos alto falantes espalhados pelo estabelecimento, ficava o tempo todo a tocar-se uma programação Rocker da melhor qualidade, como se fosse uma rádio interna a embalar os trabalhos dos mecânicos e usuários. Portanto, ouvir Gentle Giant e Mahavishnu Orquestra, ali, na ante-sala do nosso show, entre outras preciosidades raras, foi absolutamente inusitado e prazeroso, é claro. Aconteceu no dia 20 de maio de 2017.
No dia seguinte, estivemos novamente no Fofinho Rock Bar, ao visar levar adiante o projeto "Sunday Rock", cujas dificuldades operacionais inerentes já descrevi em parágrafos anteriores e mesmo ao ressalvar a maneira cortês com a qual éramos tratados pelos mandatários da casa, a verdade é que parecia insolúvel a perspectiva em haver melhorias técnicas que possibilitassem a continuidade do projeto. Bem, foi de fato a nossa última apresentação ali, mas não com um final declarado do projeto, mas simplesmente tendo sido feito um adiamento "sine die".
Os Kurandeiros em ação no Fofinho Rock Bar, no dia 21 de maio de 2017. Clicks, acervo e cortesia de Regina de Fátima Galassi
Tocamos sozinhos, ao empreendermos três entradas, como no padrão das apresentações em casas noturnas em que estávamos acostumados a atuar, sem problemas por esse aspecto. É bem verdade que um dos P.A.'s que concorriam com nossas apresentações, diminuiu bem o seu ímpeto, mas o equipamento do salão superior, a promover uma longa sessão mecânica, com uma overdose de Heavy Metal (e sob volume com padrão de show ao vivo em Arena de médio porte, digamos), não arrefecera-se e isso inviabilizava a continuidade de nosso esforço hercúleo em fazer a nossa performance, no patamar inferior do estabelecimento, infelizmente.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=9LrwZSnCQqc
"Rock'n Roll All Night" (Kiss) - Fofinho Rock Bar de São Paulo, 21 de maio de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=MQdghF9NdWo
Os Kurandeiros em ação no Fofinho Rock Bar, no dia 21 de maio de 2017. Clicks, acervo e cortesia de Regina de Fátima Galassi
Atesto que insistimos muito, ao arrastar o projeto desde outubro do ano anterior, mas realmente estava difícil mantê-lo em atividade. Para piorar as coisas, a chuva torrencial que nesse dia caiu, além da concorrência quase desleal com o evento "Virada Cultural", onde centenas de shows gratuitos ocorreram pelos quatro cantos da cidade, só intensificou a dificuldade, portanto, foi até surpreendente haver um quórum mínimo ali na casa, ante tantas adversidades alheias à nossa vontade. Tarde / noite de 21 de maio de 2017 e última ocorrência do "Projeto Sunday Rock", tendo Os Kurandeiros como protagonistas.
Para fechar o mês de maio, alguns dias depois voltamos ao Tchê Café, perto do Aeroporto de Congonhas e desta feita com maior margem de tempo para uma divulgação pública adequada, via Redes Sociais da Internet. Casa aconchegante, com a regalia de ceder backline e até instrumentos com bom nível para os artistas tocar, foi a nossa segunda incursão em suas dependências, tendo sido uma noitada agradável.
"Change
the World" (Tommy Sims/Gordon Kennedy/Wayne Kirkpatrick) - Os
Kurandeiros no Tchê Café de São Paulo, 26 de maio de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=W4cqXpABG8o
Surpresa
boa, o meu velho amigo, Osvaldo Vicino, guitarrista de minha primeira
banda, o Boca do Céu, lá no longínquo ano de 1976, apareceu com a sua bela
namorada, que simpática, contou-me que morou no mesmo bairro onde eu e
Osvaldo moramos e conhecemo-nos nos anos setenta, e apesar de não ter
sido nossa colega de escola nessa época, relatou que estudara em um outro colégio
próximo, além de comentar algumas relações afetivas com o bairro, comum
aos três.
Não a conheci naquela ocasião, no entanto, e ficou esclarecido que o
Osvaldo a conheceu e namorou por volta do final de 1978, ou seja, época
em que deixou a nossa banda e portanto, quando perdemos contato por muitos
anos. Estava explicado então porque tínhamos tantas lembranças em comum, sob aspectos comunitários, mas sem que conhecêssemo-nos na época.
Uma última boa nova ocorreu-nos no mês de maio, e em junho, teríamos uma boa agenda com apresentações pela frente. Que viesse o inverno Rocker de 2017, para cantarmos com ainda mais convicção: "Faz Frio"...
Isso tudo que estou a comentar aqui no relato autobiográfico, cheguei a abordar com os companheiros da banda, na época, que também concordaram comigo, visto que material impresso tradicional, tornara-se raro nos últimos tempos, com a aceleração das relações virtuais e formas antigas de divulgação sendo tratadas como recursos obsoletos.
Bem, não tenho nada
contra a modernidade e a inevitável troca de hábito em lidar com os
formatos mediante os quais interagimos com o jornalismo em geral, mas
confesso, o prazer recôndito em ir a uma banca e comprar uma revista
impressa cuja edição contenha uma reportagem/resenha/entrevista ou
qualquer tipo de ocorrência onde haja uma citação a um trabalho meu, é
inalterável, por isso, claro que apreciei a oportunidade.
E no caso d'Os Kurandeiros, mesmo a nossa banda sendo também fora desse espectro de seu público leitor padrão, mostrou-se mais uma vez respeitosa ao extremo em reconhecer os nossos méritos artísticos, mesmo ao considerar-se não sermos o tipo de artista alvo de sua atenção. Claro, muito porque tal resenha fora assinada por Antonio Carlos Monteiro, o popular, Tony Monteiro, um jornalista que muito admiro e que reputo ser um dos melhores do Brasil no âmbito do jornalismo cultural/musical em geral e crítico de Rock. Expert no assunto, isento, e muito bom redator, com texto de alto nível, Tony tem a minha inteira confiança; respeito e admiração por seu trabalho.
Eis a descrição do que o ótimo, Tony Monteiro, falou sobre o nosso EP:
Pra
quem não está ligando o nome à pessoa, Kim Kehl é um veterano
guitarrista, que já passou pelo Made in Brazil, nos anos 80, e antes
disso montou o grande Lírio de Vidro. Já há alguns anos, mantém o grupo,
Os Kurandeiros, que conta com o não menos veterano, Luiz Domingues (A
Chave do Sol, Pitbulls on Crack, Patrulha do Espaço, Pedra) e Carlinhos
Machado na bateria.
Seja Feliz, seu mais novo trabalho, é um EP de apenas três músicas, mas que mostra toda a versatilidade de Kim & asseclas. O Rockão básico, "A Noite Inteira", com a convidada Tata Martinelli na voz principal, é aquilo que se espera de Kim: tema direto, com linha de guitarra e refrão grudentos.
"Faz Frio" leva você
direto aos anos 70, época em que as baladas faziam sentido e contavam
com arranjos elaborados sem ficarem melosas. Fecha a bolacha, "O Filho do
Vodu", um Hard setentista que mostra que o trio se sai bem também nos
temas mais pesados. Timbres irretocáveis, produção correta, músicas
bacanas. Só pra você ver do que a experiência e o talento são capazes.
Antonio Carlos Monteiro
Bem,
a resenha foi sucinta, e bem objetiva ao realçar a banda em pontuais
observações. O recado foi dado com muito respeito e acho que passou ao
leitor usual dessa publicação, que é formado por adolescentes
aficionados pelo Heavy Metal, basicamente, uma ideia do que é o nosso
trabalho versado pelo Blues Rock tradicional e muito longe da
compreensão deles que acham que o Rock é apenas o Heavy-Metal, e
desconhecem a história, retumbantemente.
O fato de que ao ofertar-nos a
nota com cotação em 7,5, acredito que dentro da realidade da revista,
possa ser considerada uma nota altíssima, visto que as resenhas ali
costumam dar notas mais altas aos expoentes do Metal e por coerência,
não teria cabimento em nivelar-nos sob um patamar mais alto do que eles geralmente valorizam os artistas que admiram, com o Metal em predominância.
Em suma, fiquei muito contente com a publicação, teor das impressões do Tony Monteiro ao longo de sua resenha, a nota muito boa ante as questões que já expliquei anteriormente e por mais um motivo para orgulhar-me: não é nada fácil para quem tem uma carreira tão longeva, e a ostentar passagem por tantas bandas ao longo dos anos e mesmo assim, ter a oportunidade de ler resenhas publicadas de discos lançados, por praticamente todas as bandas em que atuei e mais raro ainda, assinadas por um mesmo jornalista.
Portanto, que beleza ter mais uma resenha assinada pelo
amigo, Tony Monteiro, que acompanha-me desde os anos 1980, tendo
publicado resenhas de discos lançados pelas bandas, A Chave do Sol,
Pitbulls on Crack, Patrulha do Espaço e Pedra, anteriormente e agora a culminar com essa resenha sobre o EP "Seja Feliz", d'Os Kurandeiros a
reforçar a lista. Seja feliz, sou feliz, estou feliz por tudo isso...
Em junho
de 2017, tivemos uma boa agenda, e com direito a uma nova casa, inédita
para nós e inusitada pela sua configuração estrutural. Falo disso a
seguir.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=eHVSdDkRIis
"Silver Train" (trecho..."Oh Yeah"...) (The Rolling Stones), no Rockers Self Garage, de São Paulo em 1º de junho de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=VMZh511prxs
"Cold Turkey" (trecho - soundcheck) (John Lennon), no Rockers Self Garage, de São Paulo em 1º de junho de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=XrbiOOsToTk
"Convocação para o show + "Cold Turkey" (trecho - soundcheck) (John Lennon), no Rockers Self Garage, de São Paulo, em 1º de junho de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=f4mEOdaEpso
Mais clicks a retratar a passagem d'Os Kurandeiros pela Rockers Self Garage de São Paulo, em 1º de junho de 2017. Clicks, acervo e cortesia: Regina de Fátima Galassi
Desta feita, mais enturmados com os proprietários, foi ainda mais prazeroso, pelas conversas que ali foram travadas e por ter ocorrido em um dia útil, por isso mesmo não atraiu um grande contingente de espectadores. Apesar disso, foi bem positiva a apresentação ao ponto de que dali já saímos com uma nova data marcada, ainda para o mesmo mês.
Uma semana depois e tocaríamos em uma casa nova, onde jamais havíamos ido anteriormente, e no longínquo bairro da Granja Viana, quase na divisa entre os municípios de São Paulo e Cotia, portanto sendo necessário fazer uso de uma autoestrada como caminho mais direto.
Para quem não conhece São Paulo e as cidades que cercam a capital bandeirante, e que juntas formam a região metropolitana (e monstruosa pelo tamanho), da Grande São Paulo, digo que a Granja Viana, por ser limítrofe na divisa com Cotia, é bastante longe, e por ter essa distância toda, tem também a característica de ser quase como uma pequena cidade interiorana, com a sua vida própria e quem ali mora, se não precisar sair de lá obrigatoriamente, dificilmente arrisca-se a procurar outros bairros de São Paulo, para nada, dada a distância e o cansaço em ter que usar uma auto estrada muito congestionada, normalmente.
Tanta foi a nossa confusão inicial em
situar o local, que no cartaz promocional saiu grafado, como cidade de
Cotia, no endereço, mas ali ainda era território do município de São
Paulo. Outra característica desse bairro, por ter muitos condomínios
fechados, há uma forte predominância de moradores pertencentes a classes
sociais mais avantajadas, portanto, abundavam as mansões situadas (ou
sitiadas, a falar concretamente), nessas condições fortificadas,
verdadeiros burgos medievais, amplamente cercados e vigiados.
Na
primeira foto do pré-show, dá para ver um pedacinho da vitrine da loja
de calçados, e na segunda, o meu baixo em meio ao bucólico jardim do
mini Boulevard externo onde apresentamo-nos através da "Cervejaria da
Granja", no bairro Granja Viana de São Paulo, em 8 de junho de 2017.
Fotos de Lara Pap (a primeira), e Regina de Fátima Galassi (segunda)
Lá fomos
nós então, e o objetivo seria apresentarmo-nos em uma casa denominada:
"Cervejaria da Granja". Assim que adentrei a avenida onde tal
estabelecimento encontrava-se, logo notei a existência de diversos
restaurantes e casas noturnas estabelecidos em sua longa extensão, ao comprovar-se a impressão que eu deduzira, assim que recebi a comunicação
sobre o show estar marcado, ou seja, de que haveria de ser um ambiente a
atender a jovem burguesia do bairro, naturalmente.
E assim que avistei o estabelecimento, vi a presença do Carlinhos Machado já ali instalado e a conversar com os garçons e o gerente da casa.
Todavia, logo que arrumei uma vaga para estacionar e fui descarregar o meu equipamento, fui surpreendido pela resposta que o gerente forneceu-me sobre onde localizava-se o palco, quando este apontou-me para a vitrine de uma loja de sapatos, ao lado da cervejaria.
Sob um primeiro instante fiquei atônito, mas logo
percebi que a casa, na verdade, não tinha um grande espaço interno, e toda
a movimentação acontecia em um pequeno Boulevard externo, onde também
havia a presença de um restaurante; a tal loja de sapatos femininos, e
uma pequena loja de alimentos orgânicos. Tudo muito bonito e bem
cuidado pelo aspecto do paisagismo, é bem verdade, mas a ideia seria essa,
isto é, tocar naquele cantinho ao ar livre, de costas para a loja de calçados.
Bem, banda sem frescuras que éramos / somos, isso em nada abalou a nossa motivação, embora a falta de estrutura (principalmente no tocante à questão do suporte de energia disponível ali ser totalmente inadequado e passível de cancelamento sumário da apresentação, até, por falta de condições), só prosseguimos porque o Kim levou o seu mini PA e uma pequena usina energética que tratou por fornecer suporte à todas as demandas elétricas da banda, portanto, uma outra banda que não tivesse meios para providenciar tal estrutura móvel, simplesmente não teria condições de ali apresentar-se e cancelaria o show, simplesmente.
Entre plantas e sapatos, Os Kurandeiros a darem o seu recado na noite de outono na "Cervejaria da Granja", em 8 de junho de 2017. Clicks, acervo & cortesia de Regina de Fátima Galassi
Porém, a despeito dessa dificuldade estrutural, a apresentação foi gratificante por alguns aspectos e frustrante em outros termos, mas a parte mais infeliz não deveu-se a nenhuma postura errada da parte da casa, tampouco nossa, mas da reação blasé de uma turma ali presente como plateia e de alguns ébrios mais proeminentes que chegaram a portar-se inconvenientes para conosco, por insistir em querer pleitear "cantar", como se fôssemos músicos de "Karaokê" a dar suporte para bêbados sem noção a massacrar os ouvidos alheios com a sua desafinação atroz. Uma senhora, bastante alterada por sinal, chegou a exaltar-se quando sentiu o seu pedido rejeitado e hostilizou-nos com bastante empáfia, ao proferir acusações duras, ao dar conta de que achara-nos "arrogantes" por estarmos a agir com "soberba", por não termos cedido-lhe o microfone. Bem, acho que nem é necessário gastar o tempo do leitor para explicar a nossa posição nesse caso, não é mesmo?
"Caroline" (Status Quo), na Cervejaria da Granja, em 8 de junho de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=80tRad6Apo0
Pelo lado
agradável (e com os playboys embriagados a parte), os que respeitaram-nos,
demonstraram ter gostado de nossa performance e mais que isso, o dono do
estabelecimento, senhor Prado, um anfitrião mega simpático e sua bela
filha, Verena Prado, coproprietária, também gostaram muito. O "seu"
Prado chegou a deixar de lado o caixa do estabelecimento para apreciar a
nossa apresentação, principalmente quando executamos uma série de
canções Pop dos anos sessenta e setenta, que empolgaram-no de forma
contumaz.
Maravilha, tocamos fundo o coração de alguém sensível ali, diferentemente de alguns playboys alcoolizados, norteados pela empáfia. Um deles (bastante impetuoso, por sinal), para o nosso azar, abordou-nos ao final e a vangloriar-se em ser advogado e ter acabado de voltar de uma delegacia onde empreendera esforços para relaxar a prisão de um amigo, também presente ali, e igualmente um "mauricinho" bêbado como ele, ao término de sua inconveniente abordagem, formulou a frase que certamente estará em seu epitáfio: -"eu sou folgado, mesmo".
Creio que a observação do Carlinhos
ao responder-lhe: -"deu para percebermos", foi a melhor frase da
noite. Não por acaso, já na alta madrugada, enquanto carregávamos os nossos
carros para ir embora, cerca de vinte desses playboys cantavam em plenos
pulmões o hino do clube de coração da maioria ali, e não surpreendi-me
nem um pouco com aquela predominância ali manifesta.
Apesar das dificuldades e certo dissabor nosso com parte do público, a simpatia dos que trataram-nos bem, caso do baixista e amigo de longa data, Orlando Neto, popular, "Landoneto" (que foi o responsável pela indicação de nossa contratação aos donos do estabelecimento), estes igualmente super simpáticos, e dos garçons e gerente da casa, fez com que a apresentação tenha valido a pena. Foi o tal negócio, os mais humildes são sempre os mais solidários e simpáticos. Já os que colocam-se no mundo ao achar-se soberanos e a tratar todos os demais, como seus subalternos...
Carlinhos Machado: "perdido na selva", como diria o finado, Julio Barroso... click, acervo & cortesia de Regina de Fátima Galassi
Aconteceu
na Cervejaria da Granja, na Granja Viana, de São Paulo, no dia 8 de
junho de 2017. A próxima missão dar-se-ia ainda em junho e através de um lugar
tradicional na vida d'Os Kurandeiros. E lá fomos nós ao Tucuruvi, na zona
norte de São Paulo, para mais uma prazerosa jornada no Santa Sede Rock
Bar, dos amigos Fernando Camacho e Cleber Lessa.
Fotos do show d'Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 16 de junho de 2017. Clicks, acervo & cortesia de João Pirovic
Desta feita tivemos mais um motivo bom a ser anotado: nossa apresentação também foi marcada pelo natalício de uma querida amiga, a produtora musical, Sandra Marques, pessoa com a qual além da amizade, já tínhamos tido interação, através de espetáculos em que participamos sob sua produção. Bem, foi agradabilíssimo dedicarmos nosso show à ela e com direito à clássica versão da canção: "Parabéns para Você", versão Blues-Rock. Aconteceu no dia 16 de junho de 2017
Mais imagens do show d'Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 16 de junho de 2017. Clicks, acervo e cortesia: João Pirovic
Um mural composto por fotos onde a produtora musical, Sandra Marques, aniversariante da noite, foi parabenizada por amigos, e por nós, Os Kurandeiros. Santa Rock Bar de São Paulo, 16 de junho de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Os Kurandeiros no Rockers Self Garage, no dia 24 de junho de 2017. Clicks, acervo & cortesia de Jani Santana Morales
Mas na prática isso não ocorreu, pois fomos consultados ali mesmo no local, se aceitaríamos prorrogar a nossa entrada, visto que um telefonema recebido da parte de um cliente, dava conta de que uma turma enorme de pessoas que reservara mesas, anunciava uma chegada mais tarde, devido ao fato de que o aniversariante também não poderia estar ali no período da tarde. Enfim, uma mudança repentina na nossa logística, sim, mas que foi bem amenizada na medida em que ocupamos os charmosos sofás estilo retrô do mezanino superior, e gastamos o tempo de espera muito confortavelmente instalados e sob uma trilha sonora espetacular, proveniente do serviço de rádio interno da casa, com Rock vintage da melhor qualidade e oriundo da vasta coleção de discos dos mandatários da garagem.
Equipamento montado no pré show, em meio a ambientação da oficina e suas motos. Rockers Self Garage, 24 de junho de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks de Lara Pap
A tal turma chegou, mas sinal dos tempos, instalou-se na parte externa da casa, apesar do frio de inverno já bem saliente, portanto, poucos dignaram-se a entrar para assistir a nossa performance, ao preferir a garoa externa e a conversa fiada das rodinhas ali formadas.
Surpresa boa, eis que vejo adentrar o espaço, o meu velho amigo, Osvaldo Vicino, guitarrista de minha primeira banda na carreira, o heroico "Boca do Céu". Conversamos bastante mais uma vez, e sendo um aficionado do universo das motocicletas, foi conduzido por um dos proprietários a realizar uma "tour" pela garagem, para conhecer as suas dependências, como oficina bem equipada e moderna que era / é.
Os Kurandeiros em ação no Rockers Self Garage de São Paulo, em 24 de junho de 2017. Click: Lara Pap
Aconteceu no dia 24 de junho de 2017, em clima de festa junina, embora não houvesse tal mote na decoração da casa, propriamente dita.
Com o palco alojado em outra parte da garagem, no momento em que Carlinhos Machado apresentava Kim Kehl ao público. Os Kurandeiros no Rockers Self Garage de São Paulo, dia 8 de julho de 2017. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Mais alguns dias e voltamos ao mesmo espaço, para fazermos mais uma boa apresentação ali, no dia 8 de julho de 2017. Desta feita, os proprietários optaram por uma nova dinâmica na colocação do palco, ao colocar-nos bem no meio da garagem, e assim aproximou-nos mais do balcão central do bar e consequentemente do público habitue que insistia em permanecer ao léu, sob frio e garoa, mas isso não fora culpa nossa, tampouco da casa, mas uma questão de interesse natural pela música, que naqueles dias então atuais mostrava-se objeto de motivação emocional rara, digamos assim.
Eis o Link para assistir no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=e4onAY1piIc
O segundo semestre de 2017, traria alegrias para a banda, tanto nas apresentações ao vivo, quanto no campo da discografia, conforme relatarei na cronologia, doravante. No início de agosto, voltaríamos a um lugar recentemente visitado, e tudo levou-nos a crer que sabedores de seus aspectos pró e contra, no âmbito estrutural, para tal tomamos providências básicas a fim de minimizar as tais pendências...
Continua...
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