Sobre o último Concerto da banda, o Rolando Castello Junior queria realizá-lo no Ginásio do Ibirapuera de São Paulo, o que seria belo, pois foi ali que ocorrera o primeiro da história da nossa banda, em setembro de 1977, mas quarenta e um anos depois, o panorama artístico brasileiro foi outro, completamente adverso ao Rock e nesses termos, ele nem perdeu tempo em cogitar um contato, que certamente seria infrutífero. Então, conformamo-nos com a data já acertada na unidade do Sesc Belenzinho, a ser cumprida em novembro de 2018.
Tudo, bem, tratava-se de uma das melhores, bem estruturadas e mais abertas unidades dessa instituição, para a cena do Rock, em São Paulo, e dessa forma, tocar ali para encerrar a carreira da banda, haveria de ser prazeroso, satisfatório e honroso.
Mas ao longo de setembro, eu recebi uma
comunicação a cogitar um possível show extra que estava a ser
confirmado, e assim, dei o meu aval para participar, reservei a data com
Os Kurandeiros e eis que logo surgiu a notícia de que haveria uma
apresentação em um festival no interior de Santa Catarina.
Muito bem, ficara marcada para o dia 13 de outubro de 2018, a nossa participação no Festival "Hunterstock 2018", na cidade de Caçador- SC.
No dia 9 de outubro, encontramo-nos no estúdio Orra Meu, de propriedade dos irmãos Schevano, em São Paulo e fizemos um produtivo ensaio.
Foi um
apronto tranquilo, visto que apesar do hiato, ninguém havia esquecido o
set list básico do show e assim, com o mesmo quarteto básico que tocara
em Ponta Grossa-PR em abril, e nos três shows ocorridos na cidade de
São Paulo, em maio, colocamo-nos em condições para tocar em Santa
Catarina.
Eu (Luiz
Domingues) e o amigo, Marcos Kishi, um fotógrafo da pesada e que
revelava-se uma testemunha ocular da história da música em São Paulo,
desde a década de setenta a cobrir inúmeros shows. Estúdio Orra Meu em
São Paulo, 9 de outubro de 2018. Acervo e cortesia: Marcos Kishi. Click: Marta Benévolo
Nesse
dia, o fotógrafo/amigo, Marcos Kishi, compareceu ao estúdio para
promover uma sessão de fotos, quero crer a derradeira da carreira da
banda.
Com o quarteto e o quinteto básico retratados, tais fotos ilustrariam as matérias na mídia, nos estertores da turnê e certamente haveriam de ser aproveitadas para ilustrar o encarte de um possível álbum ao vivo, e muito provavelmente, uma ou mais coletâneas a ser lançadas no futuro, a retratar esse epitáfio da nossa banda.
Aguardemos
pois, que a banda deve apresentar tais novidades póstumas. Mas nesses
dias, uma outra novidade estourou pelas redes sociais e não tratou-se de
uma comunicação interna da banda, mas como um vazamento de informação:
estávamos escalados para participar do festival Psicodália, em Santa
Catarina, que seria realizado no Carnaval de 2019, portanto, aí sim, deveria
ser o último voo da nave.
Acima,
na primeira ilustração, o cartaz antecipado que a organização do
festival Psicodália, publicou pelas redes sociais da Internet, a
divulgar a participação da Patrulha do Espaço na edição de 2019. Abaixo,
a visita que eu fiz à sala "A" do estúdio Orra Meu em São Paulo, para ver
um pouco da gravação da banda: Power Blues. Eu (Luiz Domingues) e Daniel
Gerber na foto. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi
Muito
bem, que assim fosse, então. Nesse dia do ensaio, no estúdio Orra Meu,
tive o prazer de assistir um pouco a gravação do órgão Hammond do disco
do grupo "Power Blues", e com o próprio, Marcello Schevano, a pilotar os
teclados, enquanto o guitarrista dessa banda, o amigo, Daniel Gerber,
também faria intervenções com overdubs de guitarra a aproveitar o uso de
uma caixa Leslie, genuína.
Pelo pouco que ouvi, um tremendo som estava a ser construído ali, o que não caracterizou nenhuma surpresa, visto que conheço o som da banda e todos os envolvidos nessa operação, muito bem, e dessa maneira, é claro que eu fiquei feliz por observar tal produção. Em uma outra sala de ensaio do complexo, eis que encontro o saxofonista superb, André Knobl e seu colega, o trompetista, Paulo Pizzulin.
Toquei com Knobl, bem no começo da minha entrada n'Os Kurandeiros de Kim Kehl, em agosto de 2011 e ele participou bastante das nossas apresentações, até o início de 2012. Em 2014, ambos fizeram participação especial no álbum "Fuzuê" do Pedra, com extremo brilhantismo.
Ganhei um álbum da
banda de ambos, o "Neurozen" e certamente que ouviria com prazer a
perpetrar uma resenha do disco, em meu Blog 1.
Eis que chegamos em Curitiba, com tranquilidade, apesar do mau tempo na cidade, naquele instante. Por ser véspera de feriado, não tivemos outra alternativa a não ser irmos para a capital paranaense nesse dia, e viajarmos para Caçador-SC, mediante o uso de uma Van, no dia seguinte.
Mas a Van contratada teve um problema e dessa maneira, outra teve que ser contratada a culminar que a viagem teve que ser remarcada para o dia do festival, no sábado. Resultado: quinta e sexta ociosas na capital paranaense. E como se não bastassem os problemas estruturais para seguirmos viagem, eis que somos comunicados que o hotel só poderia hospedar-nos na quinta-feira, portanto, passamos a noite em um hotel no bairro do Batel, na primeira noite em Curitiba, mas tivemos que mudarmo-nos para outro, mais próximo do centro da cidade, na sexta.
Nesse segundo hotel, em pleno feriado, pude estabelecer um bom passeio a pé pelo bairro, completamente deserto por tal ocorrência e devo acrescentar que foi bem agradável o meu caminhar solitário, literalmente, pela ausência quase completa de pessoas pelas ruas.
A comitiva do sambista mainstream, Péricles, estava hospedada no mesmo hotel. Cumprimentei o artista em pessoa no saguão, mas apesar da simpatia nos cumprimentos, não pude estabelecer um diálogo, visto estarmos nós de saída e ele e sua banda preparavam-se para ir cumprir o ritual do soundcheck vespertino, onde apresentar-se-iam naquela noite em Curitiba.
Doravante, eis que passamos o dia e a noite a conversar nas dependências do hotel, quando entre tantas conversas, pude ouvir com atenção as reminiscências de Marta Benévolo sobre ser também uma artista plástica super criativa, e de fato, ao ver o processo de criação do álbum, "Veloz", um trabalho mais recente da banda e do qual além de ser componente, responsabilizou-se pela criação e lay-out da capa e encarte do disco, e assim, fiquei bastante impressionado, e com o incremento de contar com a sua explanação ilustrada, visto que mostrou-me o passo a passo dessa criação, mediante uma cobertura fotográfica do processo, através de seu lap top.
Além do mais, ela contou-nos várias histórias a respeito de sua atuação como curadora de espetáculos musicais; mostras de cinema e exposições de arte em Brasília, verdadeiramente fascinantes pelos projetos que encabeçou e pelos artistas com os quais lidou, alguns dentro do patamar mainstream, inclusive.
Nessa hora, pelo teor da conversação, o fato de não
termos tido atividades em Curitiba, por dois dias, fez valer a pena a
longa espera para viajarmos a Caçador-SC.
Capa
de dois álbuns mais recentes da discografia da Patrulha do Espaço, em
que Marta Benévolo participa como cantora e foi responsável pelo
lay-out, o CD "Veloz" é sua criação, a usar material reciclável
E no dia
seguinte, ao final da manhã, fizemos o check-out e entramos na Van que
chegou pontualmente na porta do hotel. Gostei de imediato do seu
motorista, um rapaz educado e com muito bom humor, todavia na dose
certa, sem exageros inconvenientes, chamado: Mauro.
Acompanhar-nos-ia três amigos, nessa viagem. O casal ultra simpático; solícito e alto astral, formado por Cristiano e Lorena Affonso da Costa, que havia acompanhado-nos em Ponta Grossa- PR, em abril próximo passado. Cristiano também é músico, além de ser um militar com alta patente e especialista em segurança e mediação de conflitos.
Ele treinou profissionais para grandes eventos, tais com a Copa do Mundo e Olimpíadas do Rio de Janeiro, além de encontros governamentais; cúpulas e afins. De fato, logo após o nosso encontro realizado em abril de 2018, na cidade de Ponta Grossa-PR, ele enviou-me um livro técnico de sua autoria, sobre o assunto em questão.
Portanto, é também um escritor com talento e além de escrever livros técnicos, pretende lançar livros com biografias de bandas de Rock setentistas que conhece de cor e salteado, a mostrar que é mesmo multifacetado como um escritor.
Não obstante tudo isso, Cristiano revela-se um produtor musical, pois assim como ocorrera em Ponta Grossa-PR, muito auxiliar-nos-ia em Caçador-SC e como se não bastasse tudo isso, graças aos seus esforços, uma cobertura fotográfica desse show e algumas filmagens, foram supridas por ele e pela sua não menos simpática e solícita esposa, Lorena.
E uma terceira pessoa viajou conosco,
chamada, Manuela "Manu" Santana, experiente produtora musical com larga
experiência em gerir festivais com grande porte, tendo sido da cúpula do
famoso festival "Psicodália", por muitos anos. Pois Manuela também
auxiliou-nos muito nessa viagem, além de sua simpatia que ajudou a
tornar tal convívio, muito agradável.
Na
Van, a partir de Curitiba, em direção à Caçador-SC. No primeiro
banco, o casal, Lorena e Cristiano Affonso da Costa, no segundo,
Rolando Castello Junior e Marta Benévolo. No terceiro, Rodrigo Hid e
eu (Luiz Domingues) e no quarto banco, deitada momentaneamente, Manuela
"Manu" Santana. Comitiva da Patrulha do Espaço a locomover-se para
Caçador-SC, em 13 de outubro de 2018. Clicks (selfies), acervo e
cortesia de Cristiano Rocha Affonso da Costa
Apesar da
chuva intensa, frio e mediante uma estrada não muito segura, chegamos
bem na cidade de Caçador-SC, no meio da tarde e nesta altura, já
sabíamos de antemão que devido ao mau tempo, o festival havia
transferido o seu local para um ambiente fechado, urbano e saído assim,
do espaço rural onde estava anteriormente programado para acontecer.
Seria para conter camping e barracas ao ar livre, mas com essa brusca
mudança, certamente que as mais de cinco mil pessoas aguardadas, na
realidade, reduzir-se-iam drasticamente em um ambiente fechado e ainda
mais sob a ação do frio e chuva. Paciência...
Bem, soubemos que um soundcheck seria inviável, pois o festival estava em pleno curso e programaram-nos para tocar no horário de uma hora da manhã. Portanto, por ser cerca de dezesseis horas apenas, quando chegamos à cidade, o jeito foi repousar no hotel e nem daria para pensar em conhecer a cidade, visto que chovia e fazia um frio considerável. Pois muito bem, foi o que fizemos.
E no horário combinado, cerca de meia noite, lá estava a comitiva reunida dentro da Van e mediante GPS, fomos ao local do show, que mostrou-se um clube a portar uma pequena proporção, encravado em um mini bosque charmoso, apesar da condição atmosférica não mostrar-se nada favorável naquele instante, para uma melhor avaliação in loco.
A experiente produtora, Manu Santana, que estava conosco na condição de convidada, no entanto, tomou a dianteira para facilitar a nossa logística ali e foi providencial contar com a sua força de trabalho eficaz.
Chegamos perto do local e de fato haviam muitos jovens a circular pelo ambiente e assim que descemos e fomos em direção ao camarim, eis que cercaram-nos e eu culminei em desgarrar-me da comitiva, momentaneamente, quando fui bastante assediado para tirar fotos e ouvir elogios rasgados ao trabalho e o quanto estavam contentes por estarmos ali.
Ora, como não ficar gratificado em exercer na prática, aquela
máxima preconizada pelo grande, Milton Nascimento? Pois é, o artista
tem que estar aonde o povo está...
A
aguardar o início do show, enquanto os preparativos da troca de set up
da banda anterior para a nossa fosse concluída, Algum fã sinaliza-me.
Patrulha do Espaço no Festival Hunterstock, na Arena Mix de Caçador-SC
em 13 de outubro de 2018. Click, acervo e cortesia: Cristiano Rocha
Affonso da Costa
Fui o mais
simpático possível, tirei fotos, conversei, mas se não tomasse uma
atitude, ficaria retido ali e então, tive que pedir licença e procurar o
camarim.
Não era um clube com grandes dependências, mas essa dispersão deixou-me sem orientação momentânea. Errei o caminho em princípio e senti-me como um componente da banda fictícia/humorística, "Spinal Tap" a procurar o camarim em meio ao público, mas eis que logo o descobri.
Bem, o improviso gerado pela mudança de endereço, ficara visível, pois era para ter sido um festival com grande proporção, mas ali naquele pequeno clube, o bastidor bem mais modesto, fez-me recordar dos anos noventa, quando eu toquei no Pitbulls on Crack e enfrentei diversas maratonas assim, com muitas bandas a se apresentarem em clubes sob média proporção.
Tudo bem, foi pela força das circunstâncias, não fiquei incomodado. As pessoas responsáveis pela produção do festival, mostraram-se solícitas e esforçaram-se para proporcionar-nos o máximo de conforto e suporte, que foi possível.
Como uma constatação desagradável apenas: assim que chegamos ao ambiente, uma banda tocava covers. Enquanto aguardamos a nossa vez, outra apresentou-se a tocar covers e assim que encerramos, outra entrou no palco e ... mais covers internacionais.
Ora, tudo bem, eram bons músicos a executar covers oriundos do cancioneiro do Rock setentista em predominância, ou seja, foi / é sempre agradável ouvir Led Zeppelin e contemporâneos dessa estirpe, mas alto lá: em casa, a ouvir os discos dos artistas originais, não é mesmo?
Um festival com tantas bandas, a conter uma banda da tradição da Patrulha do Espaço e outras com razoável fama (Carlos Daffé, Os Replicantes, Brasil Papaya...) e um monte de bandas sem uma única música autoral sequer, no seu set list?
Fiquei desapontado com tal predisposição do festival, ainda mais ao saber que este contava com o apoio público estadual e federal, ou seja, o fomento à cultura não sendo melhor aproveitado.
E falta de bons artistas locais, não foi. Espalhados por Santa Catarina, eram/são muitos, e só para citar alguns poucos dessa ocasião: Epopeia, Os Depira, Dasanha, O Trigo, o guitarrista, Pevê, Davi Matz etc.
Nada contra os garotos que tocaram ali, mas um festival deveria
existir para dar espaço para artistas mostrarem o seu trabalho autoral e
não se transformar em um ambiente para baladas, ainda que o set list proposto, fosse
agradável aos meus ouvidos Rockers e vintage.
Flagrantes do nosso show. Patrulha
do Espaço no Festival Hunterstock, na Arena Mix de Caçador-SC em 13
de outubro de 2018. Click, acervo e cortesia: Cristiano Rocha Affonso
da Costa
Bem, sem
soundcheck, mas a contar com a boa vontade da equipe responsável pelo
som, e o providencial apoio do amigo, Cristiano, tudo foi montado com
relativa rapidez e eficácia.
Em poucos minutos, iniciamos o nosso show e este transcorreu com muita energia. Não havia uma super multidão como fora projetada pelos idealizadores do festival, mas quem estava ali, vibrou muito e houve uma comovente interação de um grande contingente que aglomerou-se em frente ao palco e cantou todas as músicas com todo o vigor de seus respectivos pulmões.
Chegamos a ficar impressionados e
mais ainda por constatarmos que eram bem jovens, com a aparência em ter
nascido bem depois da fundação da nossa banda, quiçá fossem crianças
quando vivemos a formação chronophágica da nossa formação.
Mais flagrantes do show. Patrulha
do Espaço no Festival Hunterstock, na Arena Mix de Caçador-SC em 13
de outubro de 2018. Clicks, acervo e cortesia: Cristiano Rocha Affonso
da Costa
Fomos a
tocar com essa resposta sensacional, teve boa margem para improvisos,
interação com a plateia, com distribuição de alguns brindes da parte da
banda e todo mundo ficou feliz no geral. No palco, o som estava compactado.
Não foi uma monitoração dos sonhos, mas o técnico deu o seu melhor ali, ao mostrar-se solícito às nossas reivindicações. Teve uma pressão sonora boa e no meu caso, toquei em um amplificador exótico cujo nome nem recordo-me.
Não era "handmade", tampouco alguma marca e modelo clássico que fosse facilmente identificado, entretanto, apesar desse exotismo todo, eu consegui extrair peso e timbre, portanto, fiquei satisfeito.
E o Rodrigo, apesar de ter à sua disposição um amplificador de segunda linha, tirou um som espetacular, o que despertou até comentários de outros músicos ali presentes.
De fato, ele foi feliz no ajuste, pois que
em via de regra é difícil tirar som de um combo Marshall Valvestate.
Missão cumprida em Caçador-SC, encerramos com comoção e pedido de bis.
Foi uma ovação e ficamos contentes, certamente.
Missão cumprida, uma das últimas dessa nave ave... Patrulha
do Espaço no Festival Hunterstock, na Arena Mix de Caçador-SC em 13
de outubro de 2018. Click, acervo e cortesia: Cristiano Rocha Affonso
da Costa
Voltamos
para o hotel, extenuados. Apesar do conforto da Van e da direção ultra
segura da parte do motorista, Mauro, a verdade foi que a viagem
cansara-nos.
Descansamos bem e no domingo por volta de onze horas da manhã, pusemo-nos a circular rumo a Curitiba. Nesta altura, eu (Luiz) e Rodrigo já sabíamos que não voltaríamos através de avião para São Paulo e já estávamos conformados com a ideia de viajarmos no uso de um ônibus de linha.
Mas quando vimos a opção mais próxima para ônibus leito, só disponível para a alta madrugada de segunda-feira, decidimos enfrentar o ônibus tradicional.
Despedimo-nos dos amigos e dito e feito: com chuva e bastante frio na rodoviária de Curitiba, eis que entramos no bólido das dezenove horas e assim, cansados, mas com vontade acentuada para voltar logo para a casa, foi por volta de 1:30 da manhã que entrei em minha residência em São Paulo, enfim, e senti-me feliz por ter cumprido mais uma etapa nesse esforço final para que essa banda repousasse no hangar, definitivamente.
Próxima parada: Sesc Belenzinho, em São Paulo City, o
último show na terra natal dessa banda...
Ainda em Curitiba, quando estivemos pouco dias antes, a visar prolongar a nossa viagem para apresentarmo-nos posteriormente em Caçador-SC, havíamos conversado sobre o repertório que faríamos no último show da história da banda, na cidade de São Paulo, em 3 de novembro.
Desde o começo dessa turnê, sabíamos, e sem nenhum demérito aos outros espetáculos feitos em outras cidades, incluso dois na própria capital paulista, em maio último (na verdade, três, visto que o show que fizemos para gravar a nossa participação no programa radiofônico, "Live on The Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil, houvera sido perante um significativo público, no melhor estilo dos programas de rádio de outrora, perante um auditório lotado), esse derradeiro, em novembro, precisava ter algumas modificações essenciais a promover uma carga emocional condizente com a despedida da banda em sua cidade natal.
Especulamos mais músicas da nossa formação Chronophágica, não para impormos a nossa estética em detrimento a outras fases que essa banda passou, mas por sermos a banda base da turnê, portanto nada mais natural para nós três, eu (Luiz), Marcello e Rodrigo, que assim se procedesse.
O Junior não haveria por reclamar disso, protagonista igualmente como nós e a Marta, na qualidade de membro mais nova e a representar as últimas formações da banda, também mostrara-se admiradora confessa de nossa formação e por conseguinte, da obra. E claro, um apanhado bom dos discos clássicos da formação Power Trio com Rolando, Serginho e Dudu.
E por fim, planejamos tocar algum material dos primórdios, com Arnaldo Baptista na formação, é claro. Seria imprescindível tocar o material inicial, através do seu "Elo Perdido", o mítico primeiro LP. Bem, em maio, no show que realizamos na dita "Virada Cultural" de São Paulo, fizemos uma versão emocionante da canção: "Sunshine". Essa peça composta pelo Arnaldo, faz parte do primeiro álbum, o "Elo Perdido", de 1977, e tem duplo significado, visto que a regraváramos com um arranjo ligeiramente diferente, no CD Chronophagia, que foi o primeiro trabalho da nossa formação, lançado em 2000.
E claro que tal canção credenciou-se naturalmente a fazer parte do último show em São Paulo, mas também cogitamos fortemente incluir: "Sexy Sua", igualmente do primeiro álbum com Arnaldo Baptista e muito executada pela nossa formação, em nossos shows entre 1999 e 2004.
E além disso tudo, combinamos em executar
alguns temas progressivos da nossa formação e nesse caso, "Sendo o Tudo e
o Nada", tornou-se quase uma certeza, mas também cogitamos a inclusão
de "Terra de Minerais" (CD ".ComPacto", de 2003), e 'Véu do Amanhã", do
CD "Missão na Área 13" (de 2004).
Todavia em tal conversa travada em um quarto de hotel de Curitiba, em 11 de outubro de 2018, eis que o Junior comentou conosco que já havia convidado alguns músicos para participar do show final em São Paulo e que por conta de tais participações, o repertório teria que privilegiar a presença desses convidados. Por exemplo, no caso dos guitarristas, Rubens Gióia e Xando Zupo, a carga emocional pela presença de ambos dar-se-ia pelo fato deles ter feito parte da formação do álbum, "Primus Inter Pares", lançado em 1992.
Bem, como já expressei amplamente em minha autobiografia, em capítulos anteriores sobre a Patrulha do Espaço, eu tenho inúmeras restrições a esse trabalho da banda e creio ser enfadonho repetir tudo aqui.
Dessa maneira, ao leitor que não acompanhou desde o início desta narrativa, fica o convite para buscar tal argumentação de minha parte, em tais capítulos anteriores, alojados no arquivo do Blog (ou no índice do livro impresso e/ou E-Book).
Portanto, a rigor, tal convite obrigar-nos-ia a incluir músicas mais pesadas, versadas pela estética do Hard-Rock oitentista, e no limiar do Heavy-Metal.
Pelo lado pessoal e emocional, eu não tive nenhuma restrição, no entanto, pois achei que por esse lado humano, ter Zupo e Gióia a participar, seria bonito para a banda e para eles próprios, como ex-membros da nossa tripulação, por esse aspecto, e além de muito justa a homenagem sob mão dupla, eu comemorei também pelo fato de eu ter uma história particular e longa com ambos, como companheiros que foram em dois trabalhos muito significativos da minha carreira, no caso, respectivamente: "Pedra" e "A Chave do Sol".
Perfeito, tive ambos como colegas em trabalhos tão marcantes; acumulei muitas histórias e sobretudo, gravei três discos com o Rubens e três com o Xando, dos quais, muito orgulho-me como peças artísticas que representam um legado cultural eterno e parte do tesouro acumulado da minha carreira. Então, de antemão, o Junior pediu-nos para providenciar três músicas para dar vazão a estes dois convidados.
Uma delas seria: "Gata", um Hard-Rock, gravado pelo Rubens Gióia. A outra, seria: "Serial Killer", gravada por Rubens Gióia e Xando Zupo, uma música que nunca teve execução ao vivo, pelo que o próprio Junior recordava-se e a terceira música, uma ideia enfim que achei boa, aliás, ótima.
A canção: "Livre Como Você" que foi uma composição do Xando Zupo, com a participação da Patrulha do Espaço para o seu disco solo, Z-Sides, lançado em 2003.
Toda a história dessa produção da gravação dessa faixa, está amplamente relatada no capítulo dos "Trabalhos Avulsos", correspondente a tal história e basta o leitor procurar no arquivo do Blog.
E por nunca ter tido uma execução ao vivo com a Patrulha do Espaço, em meio a formação que a gravou (o Xando salientou, no entanto, que a tocou certa vez com uma banda cover em uma apresentação ocorrida em uma casa noturna e com a participação do Marcello Schevano, nessa performance), eis que a ideia do Rolando foi ótima. E o fato é que tal canção é muito boa, bem mais amena em termos de sonoridade e mais próxima da nossa realidade chronophágica.
E não apenas por tal demanda de ordem estética, mas eu comemorei a sua inclusão, também pelo exotismo em tocarmos e possivelmente gravar para um disco ao vivo, uma canção que fez parte da nossa banda e da nossa formação, mas praticamente manteve-se obscurecida ao grande público, portanto, seria um achado.
Dessa forma, absorvemos a ideia de que o repertório não seria o
que projetáramos inicialmente e que haveria uma certa aura mais pesada
para esse concerto final e justamente no berço natal da nossa banda...
Na semana do show, três ensaios foram convocados. Nessa altura, a lista de convidados estava a apresentar acréscimos. Além de Rubens Gióia e Xando Zupo, eis que eu já sabia sobre o convite formulado para o guitarrista, Kim Kehl.
Ora, que prazer ter mais um guitarrista com o qual eu tinha um trabalho e no caso, atual, desde 2011, desde que entrei para a sua banda, Kim Kehl & Os Kurandeiros.
E a ligação do Kim com a Patrulha do Espaço era forte, igualmente. Ele nunca foi membro da banda, mas acompanhara bem o início da fase dessa banda, após a saída de Arnaldo Baptista e quando o Junior levou adiante a marca ao lado dos saudosos, Oswaldo "Cokinho" Gennari & Dudu Chermont e gravou o primeiro disco da banda após a saída de Arnaldo Baptista (considerado por alguns fãs, como o primeiro da saga da Patrulha do Espaço, de fato, ao ignorar o LP "Elo Perdido", de 1977 e o Bootleg gravado ao vivo, em 1978: "Faremos Uma Noitada Excelente").
Pois Kim Kehl não só presenciou ensaios e shows dessa fase, como emprestara uma residência de propriedade de sua avó, para que a Patrulha do Espaço realizasse os seus ensaios nessa fase e a sua banda na ocasião, o "Lírio de Vidro", abriu alguns shows da Patrulha, inclusive aquele concerto mítico realizado no Teatro Pixinguinha (no Sesc Vila Nova, em São Paulo, no ano de 1981), onde o guitarrista, Dudu Chermont, ao empolgar-se, assumiu ares "Woodstockeanos" e quebrou a sua guitarra Gibson SG, ao melhor estilo, Pete Townshend.
E teve mais, Kim Kehl é o
autor da canção: "Mar Metálico", que foi gravada pelo Lírio de Vidro e
que a Patrulha do Espaço regravou em seu famoso álbum branco de 1982, e
aliás, música essa que tornou-se uma das mais queridas pelos fãs, desse
disco citado.
E por falar em voz portentosa, eis que sou informado que Xande Saraiva, vocalista e guitarrista do "Baranga", atuaria em "Arrepiado". Também dono de uma voz arrasa-quarteirão e muito bom guitarrista, ele haveria de cantar e tocar muito bem conosco.
E da mesma banda, o grande, Paulão
Thomaz, tocaria na bateria do Junior, a canção: "Festa do Rock", outro
clássico do repertório do álbum branco de 1982. Paulão também tinha uma
história bonita com a Patrulha do Espaço, por ter sido um fã assíduo dos
shows da banda, desde o final dos anos setenta e amigo & colaborador,
desde então.
E três feras do baixo estariam a dividir o palco conosco, a revezar-se comigo. Gabriel Costa é amigo fiel e signatário dos ideais aquarianos que professo, igualmente.
Sua história com a Patrulha do Espaço remonta aos idos de 2001, quando a nossa nave azulada aterrissou em São Carlos, no interior de São Paulo e sua então ótima banda, o "Homem com Asas", abriu o nosso show e assim ocorreu por muitas vezes nos anos vindouros. Ricardo Schevano, outro membro do Baranga, irmão de Marcello Schevano e meu ex-aluno nos anos noventa, tocaria a faixa: "Quatro Cordas e um Vocal", uma canção mais moderna da Patrulha do Espaço, composta pelo saudoso, Renê Seabra, em homenagem ao baixista original da nossa banda, o Cokinho e também à ex-vocalista do Made in Brazil, Débora Carvalho, ambos falecidos quase na mesma época, ao final de 2008/início de 2009.
E finalmente, Daniel Delello, o mais
caçula dos convidados, baixista excelente e membro regular da banda nos
últimos anos e formação.
Ensaio
realizado no dia 31 de outubro de 2018, registrado devidamente pelo selfie
perpetrado por Marta Benévolo. No sentido relógio, Marta Benévolo,
Gabriel Costa, Rodrigo Hid, Marcello Schevano, eu (Luiz Domingues) e Rolando
Castello Junior. Estúdio Orra Meu, em São Paulo. Click (selfie), acervo e
cortesia de Marta Benévolo
No
primeiro ensaio, marcado para o dia 31 de outubro de 2018, passamos
várias músicas com a formação final, que consistiu da formação
Chronophágica completa, com o acréscimo de Marta Benévolo. Executamos
com tranquilidade o repertório base e o amigo, Gabriel Costa, participou
igualmente, quando ensaiou com a banda, a música: "Ovnis", do disco
"Patrulha 4", lançado em 1984.
No dia seguinte, 1º de novembro, eis que ensaiamos com Xando Zupo e Rogério Fernandes para prepararmos "Serial Killer", com o Marcello Schevano a pilotar guitarra, também. E com o Rodrigo a tocar o órgão Hammond, a formação chronophágica e Xando Zupo, reviveu, "Livre Como Você" e devo comentar que ficou um balanço e tanto ao animar-me em relação à sua gravação.
E com o Kim Kehl, fizemos um "Mar Metálico" muito encorpado, pois Rodrigo Hid também tocou guitarra e o Marcello comandou o Hammond. Ficou muito parecida com o estilo de bandas Hard-Rock setentistas clássicas do melhor padrão britânico e também animou-me muito, nesse sentido.
E finalmente na sexta-feira, dia 2 de novembro, Ricardo Schevano e Daniel Delello passaram as suas canções com a banda. E também, Xande Saraiva que cantou com emoção a música: "Arrepiado" e fez um solo com Slide Guitar, para arrepiar, de fato. Lastimavelmente, o meu amigo, Rubens Gióia, não compareceu ao ensaio.
Um boato não confirmado deu ciência de que ele havia sofrido um pequeno acidente doméstico na sua residência, um ou dois dias, anteriormente e com uma das mãos a sofrer um corte substancial, inviabilizara a sua participação no show. Mas não obtivemos tal confirmação, mesmo com o Junior a tentar o contato telefônico e mediante recados em redes sociais, via inbox.
Paciência, a providência
adotada foi cortar a canção, "Gata" e ali no improviso, cogitamos
substituí-la por : "Homem Carbono" ou "Tudo Vai Mudar". Mas não passamos
tais canções como seria prudente por precaução, pois o horário do
ensaio esgotara-se e entre outros empecilhos, o Rodrigo Hid tinha uma
apresentação sua, acústica, a ser realizada em uma casa noturna, e já
encontrava-se atrasado para o seu compromisso. Portanto, só combinamos
o horário de chegada no Sesc Belenzinho e assim foi a véspera do último
concerto de Rock da Patrulha do Espaço, em sua terra natal.
Em uma
animada roda de conversa e ali havia tantos amigos presentes, alguém
perguntou a esmo: -"e se amanhã alguém emocionar-se ao defrontar a
realidade de que tratar-se-á da despedida da banda, de sua cidade natal?
Eu tomei a palavra e exortei todos a pensar com alegria para com
esse espetáculo, ao ter em mente o fato da banda apresentar uma carreira
longeva, com muitos frutos gerados e que serão eternos, no caso, os
álbuns. De fato, não falei para coibir uma comoção que poderia
desestabilizar a todos, mas porque realmente pensei nessa premissa sobre
aquela circunstância
Foi então que cheguei às dependências do Sesc Belenzinho, por volta de quinze horas e mais uma vez constatei que a instituição não esforçara-se para facilitar a vida dos artistas, visto que só pude garantir uma vaga para o meu automóvel, mediante o uso da pura sorte em achar uma oportunidade a esmo e não por possuir uma reserva garantida.
Em um sábado quente na cidade de São Paulo, a unidade estava completamente lotada e há de registrar-se que a procura pelas suas enormes piscinas, com cachoeiras artificiais, era normalmente muito grande, geralmente a lotar completamente os estacionamentos daquela unidade.
Bem, desta feita eu só precisaria levar um baixo, pois todo o backline seria alugado e de primeira linha, conforme constava no pedido para a elaboração do Rider técnico/imput list.
Em suma, menos mal, pois se eu tivesse que ter transportado o meu equipamento pessoal e mais instrumentos, eu teria ficado bastante contrariado com a falta de sensibilidade da parte da instituição, em questões tão básicas a envolver a logística, porém, tudo bem, mesmo ao ter que andar bastante e subir duas escadas com um Hard-Case de baixo em mãos, dos males o menor, o meu carro ficou ao menos seguro, ali dentro.
Ao chegar a porta da "comedoria", avisto Rolando & Marta, acompanhados do ótimo baixista, Daniel Delello e da minha amiga, a produtora musical, Christine Funke, que o Rolando contratara para ser road manager por essa noite.
Estavam todos ligeiramente contrariados pelo semblante que exibiam e a contar com instrumentos e bagagem em mãos, pois haviam sido informados pelos funcionários da instituição, que não poderiam adentrar o ambiente, pois pelo motivo daquele salão gigantesco ser um restaurante/lanchonete, na prática, a prioridade seria a demanda do almoço que estava a ser servido naquele instante, e assim, o acesso aos camarins que era feito através da cozinha, só poderia ser liberado a posteriori, quando o movimento do almoço diminuísse.
Pura balela, mais uma regra engessada e ultra superestimada pelos seus idealizadores, certamente e que devem considerar-se geniais por inventar tais regulamentos despropositados.
Senão vejamos: se havia dezenas de pessoas a caminhar para comprar e consumir comida, que diferença faria para a ordem local, que nós caminhássemos em direção ao camarim?
Foi quando o Rolando teve uma ideia para burlar a regra
esdrúxula e sem cabimento, da maneira mais prosaica possível, pois eis
que cada um de nós apanhou uma "comanda" de consumo como qualquer
pleiteante ao almoço ali servido, e assim entramos e fomos ao camarim,
sem nenhum problema. Elementar meu caro, Watson...
Revista
do Sesc a divulgar com uma tímida nota o show e a cometer erros com os
nomes dos convidados. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo
/ SP. 3 de novembro de 2018.
Bem, logo
os demais companheiros da banda chegaram, mais alguns convidados e a
equipe técnica que faria a operação do PA e a outra, da gravação do
Concerto.
Rapidamente o palco foi montado e eu fiquei aliviado por saber que a equipe terceirizada seria da empresa, Loudnesss, uma das mais tradicionais de São Paulo, e seguramente presente no mercado (que eu lembre-me, não tenho essa informação precisa), desde os anos setenta.
Fiz inúmeros shows do Língua de Trapo e d'A Chave do Sol nos anos oitenta, com o suporte de PA e monitor dessa empresa, que sempre foi muito boa.
E melhor ainda, o técnico de PA seria um profissional de confiança dos irmãos Schevano, que costumava trabalhar com regularidade no estúdio deles, o Orra Meu.
Mais um pouco e vejo entrar no enorme salão da dita, "comedoria", a figura do meu amigo, Marinho Rocker, um dos incentivadores para que eu iniciasse a redação da minha autobiografia na música, no hoje já longínquo ano de 2011.
Sua esposa, Kimberly, estava
junto. Conversamos detidamente enquanto os técnicos montavam o palco e
vários companheiros puderam autografar diversos álbuns que ele trouxe
consigo e não apenas da Patrulha do Espaço, mas de várias bandas,
sabedor que muitos convidados especiais participariam desse show. Mais
que um prazer em poder recebê-lo, veio a reboque o emocionante sentido
da reverência da parte dele e de sua esposa, ao viajar a madrugada
inteira desde a cidade de Lavras, no sul de Minas Gerais, apenas para
ver o show e prestigiar-nos. O que dizer diante de uma manifestação
desse porte?
Matéria
no Jornal: Empresas & Negócios" a repercutir o show de despedida
da banda na cidade de São Paulo. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho
de São Paulo. 3 de novembro de 2018.
Eis que os
ajustes para estabilizar o estéreo do PA começaram e foi até bem rápido
chegar-se nesse estágio, geralmente demorado. Bem, a banda base
posicionou-se e os primeiros ajustes individuais foram feitos com muita
eficácia.
Equipamento bom, técnico bom e tecnologia digital cada vez
mais rápida e precisa, foi um dos melhores soundchecks em que participei
e acredite, leitor, se tem um fator nessa profissão que eu abomino é
passagem de som morosa, mediante horas e horas para acertar-se um som
que na hora do show propriamente dito, nunca corresponde ao esforço
empreendido no período vespertino e pior, gera-se um tipo de desgaste
emocional, completamente inconveniente.
Então chegou a vez para passar duas ou três músicas e de fato, no palco, o som equalizou-se muito rapidamente, ainda bem, mas com a ressalva que estava bem alto e tanto foi assim, que enquanto ouvíamos a equalização dos bumbos da bateria de Rolando Castello Junior, o técnico de gravação, André Miskalo, estava ao meu lado e brincou ao dizer-me: -"6.8 na escala Richter", pois realmente a trepidação do palco assemelhou-se a um terremoto.
A
banda a realizar o soundcheck, no período vespertino. Patrulha do
Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018.
Click, acervo e cortesia de Marinho Rocker
Passadas
algumas músicas com a banda base inteira, pedi ao Daniel Delello para
equalizar o seu baixo, pois ele iniciaria o show, a tocar três temas,
inclusive canções mais atuais da formação que ele fez parte nos últimos
estertores da banda.
Eu levei um baixo Fender Precision e ele estava com um Fender Jazz Bass. E apesar da sutil diferença entre os dois modelos distintos, eis que quase não mudamos a equalização do amplificador, um em relação ao outro e eu apreciei o timbre dos dois, com peso e alta definição.
O meu, um pouquinho mais metálico (e claro, leve-se em conta o
fato de eu ser um "palheteiro" convicto), e o dele, mais aveludado.
Magnífico e ainda haveria o Gabriel Costa (com um Fender Precision) e
Ricardo Schevano (a usar Rickenbacker), portanto, por isso só levei um
instrumento, pois entre quatro amigos fraternos, todos contariam com os
quatro instrumentos em uma eventual pane para qualquer um e só
a apresentar instrumentos vintage, mediante alto padrão.
Fotos
do palco montado, a bateria como detalhe e a lateral do equipamento de
monitor, unidade móvel de gravação e preparação de afinação para
guitarras e baixos, com a figura do roadie responsável pelos
instrumentos, Fábio (Diogo Barreto e Samuel Wagner também trabalharam).
Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro
de 2018. Clicks, acervo e cortesia: Wan Moraez
No
camarim, a confraternização foi total. Membros da banda, ex-membros,
convidados com forte ligação histórica pelos mais variados motivos com a
nossa banda, a equipe técnica e muitos amigos que passaram por lá, para
um abraço. Palhinha (Sydney Valle), um guitarrista seminal do Rock paulista, desde os
anos sessenta, contou-nos diversas histórias maravilhosas, até sobre a
Jovem Guarda, onde atuou pelos idos de 1967/1968.
O famoso jornalista, Régis Tadeu, Lúcio Zaparolli (ex-vocalista do Santa Gang e há muitos anos, dono e técnico de PA), José Roberto Agatão (amigo da banda desde a formação chronophágica), Marinho Rocker & Kimberly, enfim, foi muito agradável.
Eis que a produtora, Christine Funke, sinalizou-nos e chegara a hora. As três primeiras músicas seriam com Daniel Delello no baixo e Marcello Schevano na guitarra. Eu e Rodrigo Hid entraríamos a partir da quarta música e tocaríamos uma boa sequência da nossa formação, com Marcello Schevano, posteriormente.
Hora para chegar próximo ao palco no
bastidor e assistir o início do espetáculo.
Quando aproximei-me da coxia, que naquele espaço, na verdade, era/é algo improvisado, visto não ser um teatro, mas um enorme salão, a banda já estava pronta para iniciar o set.
Foi a homenagem à mais recente formação da Patrulha do Espaço, que atuou por quatro ou cinco anos unida, com a falta apenas do guitarrista, Danilo Zanite, que mudara-se há quase um ano para a Holanda e neste caso, substituído pelo guitarrista chronophágico, Marcello Schevano.
Tal time tocou três temas
mais pesados, "Deus Devorador" (do álbum : Patrulha'85), "Rolando Rock"
e "Riff Matador", temas mais modernos, do disco: "Dormindo em Cama de
Pregos", de 2012.
O
início do espetáculo, com a formação mais próxima da banda nos anos dez
do século XXI. Foto 1: O ótimo baixista, Daniel Delello, em destaque.
Click, acervo e cortesia de Marcelo Crelece. Foto 2: Marcello Schevano e
Rolando Castello Junior em ação. Foto 3: Daniel Delello e Marta
Benévolo em ação. Foto 4: Rolando Castello Junior em destaque, com a
mão de Marta Benévolo, a frente. Clicks (2, 3 & 4), acervo e
cortesia: Wan Moraez. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São
Paulo, em 3 de novembro de 2018
Time
excelente e que dignificou essa fase mais atual da Patrulha do Espaço,
deu o recado com grande resposta do público. Eis que chegou a hora para
executar a quarta música e a culminar com a minha entrada (Luiz
Domingues) e Rodrigo Hid. Formação chronophágica reunida e reforçada pela
presença de Marta Benévolo, tocamos quatro músicas, com apenas uma
(Robot), não sendo composição da nossa formação. Eis que iniciamos com
"São Paulo City" (CD ".ComPacto"), "Nave Ave" e "Ser", do CD
"Chronophagia" e a já citada "Robot", do álbum, "Patrulha'85".
Tocamos
com muita energia e deu para sentir a comoção do público que respondeu
com euforia e muito sentimento. E apesar de não termos tido muitos
ensaios, pois apesar de ter ocorrido três dias de preparação, pelo fato
de ter havido a presença de muitos convidados, os ensaios não foram
minuciosos, na verdade a dar tempo em passar cada música em uma, no
máximo, duas vezes, com pouco polimento, portanto, pelo pouco tempo de
preparação que tivemos, a qualidade da execução ao vivo, até
surpreendeu-me.
O
show em curso com a formação Chronophágica em ação! Foto 1: eu (Luiz
Domingues) em destaque. Click, acervo e cortesia: João Pirovic. Foto 2:
Rodrigo Hid e eu (Luiz Domingues) em ação. Click, acervo e cortesia: Grace
Lagôa. Foto 3: eu (Luiz Domingues), Rodrigo Hid e Marta Benévolo em ação!
Foto 4: Rolando Castello Junior em destaque! Foto 5: Rodrigo Hid e
Marcello Schevano em destaque! Clicks (3, 4 & 5), acervo e cortesia: Marcelo Crelece. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo, em 3 de novembro de 2018
Foi
quando mais um convidado especial foi chamado ao palco. Eis que o
grande, Gabriel Costa veio tocar o seu super competente baixo na música: "OVNIS" (LP "Patrulha 4", de 1984). Participação brilhante, sou fã dele
como um super músico, Ser humano excepcional e nada mais apropriado ele
ter tocado a canção, "OVNIS", sendo um físico por formação acadêmica e grande
entusiasta de astronomia e ufologia.
Voltei a seguir e com a formação Chronophágica, como base, recebemos mais convidados especiais. O vocalista da voz impressionante, Rogério Fernandes, entrou para cantar "Berro", conosco.
Gosto muito dessa canção, pois ela é de uma fase da banda onde eu não atuei, mas fui admirador do trabalho e tornei-me amigo de seus componentes, ali bem no início dos anos oitenta.
Mais que isso, essa canção que é uma composição do igualmente grande, Ivo Rodrigues (A Chave e Blindagem), tem o elo forte com o Rock setentista.
Trata-se de
uma bela balada, com letra muito poética e tem um final que é deveras
emocionante a evocar as mais belas tradições perdidas no Rock, daí o meu
apreço pessoal e sempre que a toco, irremediavelmente deixo-me levar
pela emoção que ela gera, naturalmente, e desta feita, não foi diferente.
Momentos
do show. Foto 1: o convidado especial, Rogério Fernades, em ação.
Click, acervo e cortesia: Marcelo Crelece. Foto 2: Rodrigo Hid e
Rogério Fernandes em ação! Click, acervo e cortesia: Ana Amb. Foto 3:
Marta Benévolo e Rogério Fernandes em ação! Click, acervo e cortesia:
Dean Claudio. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo,
em 3 de novembro de 2018
Ainda
com Rogério no palco, outro convidado especial foi chamado a
apresentar-se conosco: Xando Zupo, excepcional guitarrista, compositor e
meu companheiro por quase dez anos no "Pedra".
Com ele e Rogério a cantar, executamos o tema: "Serial Killer", que é um tema gravado por Xando, quando este foi membro da banda, no início dos anos noventa.
Mais próximo do Funk-Rock setentista do que do Hard-Rock oitentista, foi agradável tocar tal tema.
E a seguir, sem o Fernandes, mas com o Zupo ainda no palco, Rodrigo Hid foi para os teclados e comandou o vocal, e com essa esta formação chronophágica + Xando Zupo, executamos de uma forma inédita a canção: "Livre Como Você", peça que gravamos para fazer parte do CD "Z-Sides", trabalho solo dele, Xando, lançado em 2003.
Canção
com forte característica Hard-Rock setentista, mas com nuances em
adendo, tais como a Power Ballad com teor Pop e doses de Southern-Rock e
Funk-Rock, trata-se de uma bela peça e eu fiquei muito feliz por
tocá-la ao vivo, por ser uma canção rara dentro da discografia da
Patrulha do Espaço e do próprio, Xando Zupo. E a execução foi muito boa,
com bastante balanço e uma desenvoltura bastante convincente.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=NBRevMD33BY
Show comovente até a sua metade, mas não esfriaria de forma alguma e mais emoções fortes provocaria para o público e entre nós; membros; ex-membros e amigos queridos da banda.
Eis que Xande Saraiva, vocalista e guitarrista da banda "Baranga", entra no palco e conduz, "Arrepiado", um dos maiores sucessos da nossa banda, canção oriunda do disco "Patrulha do Espaço", lançado em 1980, e também conhecido como "álbum preto".
Saraiva cantou com muita emoção, admirador confesso dessa música
e da fase da banda que a representou. E também fez um bonito solo a
usar com maestria o Slide-Guitar.
Eis acima a versão de "Arrepiado". Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018. Filmagem de Bolívia & Cátia
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=XXk_CyG8fyc
Eis
então que mais uma participação emocionante ocorreu. Kim Kehl,
guitarrista seminal do Rock e do Blues, foi chamado ao palco para tocar
conosco a sua composição: "Mar Metálico", um clássico da sua banda nos
anos setenta, o "Lírio de Vidro" e que a Patrulha do Espaço gravou no
seu disco de 1982, o LP "Patrulha", também conhecido como: Álbum Branco
da Patrulha", carinhosamente pelos fãs.
Fiquei contente em ter mais um companheiro de outro trabalho ali comigo e no caso, um representante da atualidade, visto que toco com o Kim na banda : Kim Kehl & Os Kurandeiros, desde 2011, e igualmente pelo fato dele ter essa bonita história com a Patrulha do Espaço.
Também fiquei satisfeito por ouvir vários gritos da plateia a chamar pelo "Lírio de Vidro", ou seja, não foi apenas uma audiência formada por fãs mais modernos, mas havia muitos conhecedores da história do Rock brasileiro setentista, ali presentes.
Após o show, muitas pessoas relataram-me que a versão que fizemos para "Mar Metálico" ficara muito parecida com o estilo de bandas Hard-Rock setentista clássicas, como o Uriah Heep e Lucifer's Friend, por exemplo e nos dias posteriores, pelas redes sociais da Internet, muitas pessoas fizeram a mesma observação.
Realmente, com duas guitarras (Kim Kehl e
Rodrigo Hid), e o Marcello Schevano no simulador de órgão Hammond,
realmente ficou com essa feição, eu gostei muito e claro, enquanto
tocava, pensei nos amigos, Serginho Santana e Dudu Chermont que não
estão mais entre nós e que com tanto brilho gravaram e tocaram tal
canção, por muitos anos.
Eis acima, a performance de "Mar Metálico. Patrulha do Espaço no Sesc
Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018. Filmagem de Bolívia
& Cátia
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=NKd7IrTwXSA
Após
a participação de Kim Kehl, foi a vez para outro componente do
"Baranga" ser chamado para atuar. Paulão Thomaz, baterista e uma das
figuras mais queridas do meio Rocker paulistano, desde os anos oitenta.
Rolando Castello Junior fez um discurso emocionado sobre como o Paulão
foi um colaborador direto da Patrulha do Espaço, desde os idos de 1978, e
o quanto essa amizade sincera fora prolífica, desde então.
E tamanha foi a reverência, que Paulão tocou no posto do Rolando, logo ele, o único membro original e presente em todas as formações da nossa banda.
Com o amigo, Paulão Thomaz a comandar as baquetas, tocamos, "Festa do
Rock", música do guitarrista argentino, Eduardo Deposé, e gravada pela
Patrulha do Espaço em seu álbum: "Patrulha", lançado em 1982.
Na
primeira foto, Rolando Castello Junior e o convidado especial, Paulão
Thomaz, no palco. Na foto 2, Paulão Thomaz em ação. Foto 3, com a minha presença (Luiz
Domingues) em destaque. Foto 4, a mostrar Rodrigo Hid em momento de solo e
eu novamente (Luiz Domingues), ao lado, de costas. Foto 5, com Marta Benévolo em
destaque e Foto 6, com Rolando Castello Junior em ação. Patrulha do
Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018. Foto
1: Click; acervo e cortesia de João Pirovic. Fotos 2, 5 e 7: Clicks,
acervo e cortesia de Dean Claudio. Foto 3: Click; acervo e cortesia de
Marcelo Crelece. Fotos 4 e 6: Clicks; acervo e cortesia de Bolívia
& Cátia
Mais
um convidado foi chamado ao palco, e assim, Ricardo Schevano irrompe a
ostentar um belíssimo baixo, Rickenbacker 4001, em mãos. Mediante o uso
de uma pedaleira, absolutamente necessária para o seu número, tocou com a
banda, o tema instrumental: "Quatro Cordas e Um Vocal", peça do álbum:
"Dormindo em Cama de Pregos", de 2012.
Peça pesada, mas com
complexidades e um solo de baixo intrincado e pleno de efeitos, foi
reproduzido com maestria e assim homenageou a cantora do Made in Brazil,
Débora Carvalho e também o baixista original da Patrulha do Espaço,
Oswaldo "Cokinho" Gennari, que haviam partido deste mundo quase na mesma
época, entre o final de 2008 e o início de 2009. Infelizmente, tal tema composto pelo saudoso,
René Seabra, ganhou conotação saudosa e tripla, pois ele, René, também
partiu, precocemente, algum tempo depois.
Após a ótima participação do Ricardo e por estar com Rolando e o seu irmão, Marcello no palco, essa formação caracterizou a presença do Power Trio, "CaSch", novo projeto desenvolvido pelos três e já com disco lançado em 2018, e de certa forma a apontar o futuro de Rolando após o final da Patrulha do Espaço.
Foto
1 : Rolando Castello Junior. Foto 2: eu (Luiz Domingues). Foto 3: Marta
Benévolo. Foto 4: Rodrigo Hid. Foto 5: Marcello Schevano. Patrulha do
Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018.
Click, acervo e cortesia: João Pirovic
Então,
eu (Luiz Domingues) e Rodrigo Hid voltamos ao palco e com a formação
Chronophágica reunida, tocamos as três últimas canções. Em "Olho Animal"
(do LP "Patrulha'85), tivemos a presença de Rogério Fernandes. Foi sob
improviso, não havíamos ensaiado com ele essa canção, mas não houve
dificuldade alguma em atuar junto conosco e cantar solo, junto a Marta
Benévolo.
E a seguir, encerramos com um grande clássico da banda, a
emblemática, "Columbia", música das mais queridas do repertório da banda
e oriunda do LP "Patrulha", de 1982. Emoção a flor da pele, última
música do último show da banda, em sua terra natal. Gritos e aplausos a
se misturar com pedidos de bis.
Flagrantes
da banda em sua formação Chronophágica + Marta Benévolo em panorâmica
no palco pela lente de diversos fotógrafos. Patrulha do Espaço no Sesc
Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018. Click; acervo e
cortesia: Ana Amb (foto 1), Antonio Carlos Cervantes (foto 2). Fernando
Silveira (foto 3), Leandro Almeida (foto 4) e Milton Medusa (foto 5).
Apesar
das regras espartanas impostas pelo Sesc e já havia uma pressão para
encerrarmos, eis que o pedido de bis foi forte e voltamos para executar o
clássico do Joelho do Porco, regravado pela nossa banda, em seu álbum
"Patrulha" de 1982, e igualmente considerado um clássico em nossa
versão. "Meus 26 Anos", a significativa canção que todo Rocker que
mergulhou de cabeça na música, nos anos setenta, tratou por cultivar uma reflexão em torno do
receio pela escolha de vida em torno dessa luta em se viver de arte,
música e sobretudo, Rock, em um país terceiro-mundista e conduzido por
incultos, quase que permanentemente. Mas seguimos em frente, tocamos por
muitos anos e a missão está sacramentada.
Hora da nave repousar no
hangar. Um final consciente, quase um anúncio solene e ameno da parte de
um Lama tibetano que revela o seu desencarne aos seus discípulos, e
com o sorriso tranquilo, a denunciar a paz absoluta. A banda cumpriu o
seu papel, mediante uma carreira longeva e com um legado sem igual,
através de seus discos. Não há por que chorar, é o fim de uma missão que
logrou êxito.
A
banda a agradecer o carinho do público. Patrulha do Espaço no Sesc
Belenzinho de São Paulo. 3 de novembro de 2018. Foto 1 : Click,
acervo e cortesia de Marcelo Crelece. Foto 2: Click, acervo e cortesia
de Ivan Harris
No
camarim o Sesc não permite normalmente a visita de amigos e fãs no
pós-show (mais um ato fora da praxe do mundo artístico, certamente).
Descemos ao saguão e cumprimentamos muitos fãs e amigos queridos que
compareceram.
Mesmo com muita pressa, pude conversar com várias pessoas e agradecer-lhes pelo carinho despendido nesse Concerto de Rock, realizado a moda antiga. Alguns dias depois, um amigo mencionou o filme de Martin Scorsese, "The Last Waltz", que retratou o último show da maravilhosa, "The Band", em 1976, ao compará-lo ao nosso show no Sesc Belenzinho.
Poxa, e eu que esforçara-me tanto para não emocionar-me pelo
aspecto da perda... quase verti uma lágrima depois que li tal
manifestação em termos comparativos.
Mas haveria um último voo, ainda. Este acima comentado, fora realizado no berço da nossa banda, mas o derradeiro já estava anunciado para o carnaval de 2019, em Santa Catarina, no famoso festival "Psicodália".
E além desse último concerto para 2019, a minha história com a Patrulha do Espaço, há por prolongar-se, talvez até além de 2019, pois fruto desses últimos shows realizados nessa turnê de despedida, muitas dessas apresentações foram gravadas e a possibilidade de um ou mais discos com material ao vivo, póstumos, ser lançados, ficou aberta, aliás, como forte possibilidade, além de possíveis coletâneas.
"Olho Animal" e "Columbia", no Sesc Belenzinho de São Paulo, em 3 de novembro de 2018. Filmagem: Bolívia & Cátia
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=bJ7chZHDbog
Eis abaixo o Link para assistir no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=xO0tROzJfQc
Como adendo final em relação ao ano de 2018, em meio a esta turnê final de despedida, devo acrescentar que cumprimos com bastante dignidade esses shows e geramos boas histórias adicionais e das quais, muito enriquecem a minha história pessoal com a Patrulha do Espaço. Fiquei muito feliz por acumular essas novas experiências às que eu já tinha arrolado, anteriormente, quando fui membro da formação entre 1999 e 2004, e agora, a experiência de 2018, não apenas somara-se, como honrara-me pelo seu caráter excepcional. Ainda haveria uma etapa em 2019, para ser cumprida e como já salientei, vários desdobramentos em termos de lançamentos discográficos, certamente, no decorrer disso.
Continua...
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