O ano de 2017 terminara sob um saldo espetacular para Os Kurandeiros, conforme já comentei amplamente no capítulo anterior. Muitos shows; disco novo na praça; aparições na TV e no rádio (emissoras de Internet, bem entendido), e o merchandising da banda a todo vapor,
a faturar com vendas significativas e com isso a gerar a criação de
muitos produtos novos a disponibilizar-se para os fãs. Portanto,
iniciamos o ano de 2018, inebriados por tal perspectiva alvissareira em
irmos além da manutenção desse status quo, mas na verdade, a ambicionar intensificar tais resultados.
E de fato, a perspectiva para o início de 2018, seria por lançar um
novo álbum ao vivo, mas na verdade a tratar-se de uma compilação com
apresentações em estúdios de emissoras de rádio. E somente em nossa formação,
havia algumas gravações com qualidade sonora e sob performance muito boa a
justificar tal lançamento, fora o material de formações pregressas, nas
mesmas condições.
Mas apesar dessa euforia toda que trouxemos como
energia adquirida pelo excelente ano de 2017 que tivemos, o início de
janeiro marcou-se pela pausa nas atividades e esta só foi quebrada ao final do
mês, quando enfim realizamos a primeira apresentação do ano, de volta ao
Santa Sede Rock Bar, o nosso reduto mais querido nessa fase e onde
estabelecemos uma cadeira cativa pelos bons resultados obtidos nos últimos tempos e sobretudo pela sinergia boa estabelecida com o seu público cativo.
Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado ao fundo, na bateria e eu (Luiz Domingues) a ostentar uma camiseta bem condizente com o espírito da comemoração do aniversário da cidade de São Paulo. Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 25 de janeiro de 2018. Click, acervo e cortesia: Rogério Utrila
Tratou-se de uma ótima apresentação, realizada em 25 de janeiro de 2018, com um bom e animado público e que deu-nos o sabor da ótima temporada que realizáramos ali mesmo em novembro e com extensão por dezembro, próximo passado.
Na mesma configuração da foto anterior. Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 25 de janeiro de 2018. Click. acervo e cortesia: Ana Amb
E já tínhamos marcado uma apresentação para fevereiro, a ser realizada em uma casa por onde nunca tocáramos anteriormente, ao menos nessa formação da qual faço parte, e localizada no tradicional bairro da Bela Vista, o popular "Bexiga", no centro/sul de São Paulo.
Na
mesma configuração da foto anterior. Os Kurandeiros no Santa Sede Rock
Bar de São Paulo, em 25 de janeiro de 2018. Click, acervo e cortesia: Cleber Lessa
A meta seria realizar um micro festival com três bandas, semelhante à experiência que tivéramos em agosto de 2017, na casa de espetáculos, "Gillan's Inn".
Portanto, esse mini festival a ser realizado em fevereiro de 2018, haveria de ser um sucesso sob o ponto de vista artístico, e esperávamos que o fosse igualmente pelo aspecto da presença de público, embora a data fosse duvidosa pela sua característica sui generis, pois tratar-se-ia da sexta-feira pré-Carnaval, portanto, a colocar-nos no velho dilema em enfrentar o período que é naturalmente avesso ao universo Rocker, em detrimento de ser também uma esperança para atrair os Rockers entediados pela ditadura da festa carnavalesca e como último dado dessa equação, o fato de que muitos viajam para recantos isolados e paradisíacos, também, em ocasiões assim.
Em síntese: ao leitor atento da minha autobiografia na música, não há nenhuma novidade nesse tipo de situação em que eu já não houvesse passado inúmeras vezes, conforme já relatei ao longo da narrativa geral.
Antes de
falar, no entanto, sobre o próximo show que realizamos, e que tratou-se
de um mini festival, conforme já havia comentado anteriormente, preciso
mencionar o fato de que uma oportunidade maravilhosa em outro âmbito,
surgiu nesse ínterim.
Um rapaz
chamado, Danilo Gomes Santos, que até então era apenas um amigo virtual
adquirido via rede social, mas com o qual eu nunca houvera tido uma
aproximação concreta e nem mesmo na rede social havíamos conversado mais
detidamente, enviou-me convite para que eu apoiasse a página de seu estúdio de
gravação.
Eu, por minha vez, independente de conhecer o estabelecimento
e atestar a sua qualidade técnica, sempre gostei de apoiar e não apenas
estúdio de gravação, mas também salas de ensaio; escolas de música;
lojas de instrumentos & acessórios, lojas de discos e tudo o que
relaciona-se à música, pois sei que todos esses empreendimentos são
vitais para manter a corrente em funcionamento, portanto são muitos
importantes para manter a música viva, apesar dos pesares, em torno da
mentalidade destruidora adotada pela ação de marketing nos patamares
mais altos da difusão cultural mainstream e sobretudo, pela sua opção nefasta em prol da
anticultura.
Mas o que eu não esperaria, ao marcar um simples sinal em torno do "curti"/"like" na página do estúdio dirigido por Danilo, foi que ele empolgou-se com a minha singela demonstração pública em apoio e tanto foi assim que procurou-me no "inbox" da rede social, "Facebook", não só para agradecer-me, mas para formular-me uma proposta irrecusável: uma sessão de gravação gratuita em seu estúdio.
Ora, que oportunidade maravilhosa, não tive dúvida em
aceitar prontamente a sua oferta gentil e já coloquei-me à sua
disposição. Em princípio, ao dizer-se fã de trabalhos meus mais antigos,
como por exemplo com A Chave do Sol e Patrulha do Espaço, ele não conhecia a
minha história com Os Kurandeiros e dessa forma, ao concretizar-me o seu
convite, deduziu que eu não possuía nenhum trabalho autoral naquele momento,
e assim sugeriu-me algo sobre arregimentar músicos para gravar uma
música sob regime solo, no entanto, eu logo esclareci que mantinha-me componente de uma
banda bem estruturada e certamente que usaria o convite em seu favor.
Falei com
os companheiros da banda e todos ficaram contentes com a oportunidade e
claro que aceitaram, de pronto. Cogitamos usar o feriado do carnaval
para empreender tal gravação, mas o Danilo não poderia atender-nos
nesses dias, devido a estar comprometido com seus clientes, já
previamente agendados. Portanto, ficou marcado para mais tarde, mas
ainda em fevereiro de 2018, a nossa gravação no estúdio, Prismathias.
Falo sobre essa gravação, mais adiante.
Todavia, tínhamos um show para realizar e esta prometia ser o motivo para uma noitada muito boa, pelo teor de um mini festival no qual revestir-se-ia.
A pensar-se na velha prerrogativa que dava conta de que Rockers adoram shows de Rock em pleno Carnaval, lá fomos nós participar, mas com a experiência adquirida, claro que a levar em consideração que muita gente que odeia carnaval aproveita para viajar nesse referido feriado e assim, o melhor ali seria não criar expectativas, negativas ou positivas e foi o que fizemos.
Dividiríamos a noite com duas bandas boas do circuito do Blues/Blues-Rock e até a esbarrar no mundo do Rockabilly, aquela variante bem
típica dos anos cinquenta a misturar o Rock'n' Roll bem tradicional
daquela década com o som da Country Music e assim a gerar um Rock
rápido, mais vigoroso e caipira, daí a expressão cunhada a denotar a
caipirice norte-americana, explícita.
Sobre a
vertente do Blues-Rock, responderia o "Power Blues", uma banda
relativamente nova no mercado paulistano, porém formada por músicos
veteranos no circuito e o Rockabilly ficaria por conta de um trio também
tradicional no circuito, o Caio Durazzo Trio.
Montagem do palco, com Carlinhos Machado de Costas e Nelson Ferraresso ao fundo. Click e acervo: Luiz Domingues
Cheguei
cedo ao Alkatraz, uma casa tradicional no coração da Rua 13 de maio, no
popular bairro da Bela Vista, mais conhecido como Bexiga, no centro sul
da cidade de São Paulo. Casa com história naquela rua, outrora bem
musical, mostrava uma boa estrutura ainda, com palco e um bom
equipamento de PA e luz, fruto de noitadas mais concorridas do passado,
quando a rua em questão atraia multidões e pulsava toda a noite com
diversas bandas a atuar simultaneamente ali e nas casas concorrentes.
Apesar da decadência da rua, além do Alkatraz em questão, mais três
casas mantinham-se em pé e mesmo que não lotassem integralmente, ainda
ostentavam o seu movimento mínimo para sobreviver, digamos assim.
Nelson
Ferraresso tocaria conosco, o que seria um prazer enorme, como sempre.
Logo que adentrei ao estabelecimento, foi ele mesmo que avistou-me e veio
cumprimentar-me, efusivamente. Carlinhos Machado surgiu a seguir, pois
também já estava presente a montar a sua bateria no palco.
Quando o Kim Kehl chegou, deu para montar o palco facilmente e conseguimos fazer um rápido soundcheck, com a oportunidade para verificarmos que o som ali seria bom, acima da média das casas onde habitualmente apresentávamo-nos, pela presença de um PA de médio porte, com pressão para show de Rock sob um pequeno/médio Teatro, talvez.
Logo a seguir, chegaram os músicos das outras bandas e eu pude colaborar com o Power Blues, pois o seu baixista, Daniel Kid (ex-roadie meu na Patrulha do Espaço e Pedra), estava atrasado e eu supri a sua ausência no soundcheck da banda.
O bom, Daniel Gerber, era o guitarrista, com meu amigo, o baterista, Fernando Rapolli, também nessa formação. Irmão de José Luiz Rapolli, baterista com o qual toquei nos anos de 1988 e 1989, na banda, "A Chave/The Key", além de ser um bom baterista, igualmente como seu irmão, é meu amigo desde então e um ótimo contador de histórias.
E para completar, a
vocalista da banda, Paula Mota, também é velha conhecida minha,
portanto, meus laços de amizade com essa banda eram fortes, fora da
parte musical. Chegou a seguir o pessoal do trio de Caio Durazzo, com os
quais não tinha muita liberdade, mas o Kim também os conhecia há muito
tempo, sendo o baterista, Rick Vecchione, filho do baixista do Made in
Brazil, Osvaldo Vecchione e também membro do Made, há muitos anos.
Terminado o
soundcheck, o que aborreceu-nos ali foi a longa espera sob uma
torturante sessão de vídeoclips exibidos no telão gigante da casa. A
apresentar uma maratona com clips de bandas "modernosas" dos anos 2000
em diante, todas versadas pelo som pesado e com tendências Pop desse
início de milênio, foi inevitável não ficarmos profundamente incomodados
pela insipidez musical de tais artistas.
Se mostrou até ridículo, quando em meio a tal overdose, um promo do "Queen" (o mais óbvio, de "Bohemian Rhapsody", ali direto do meio dos anos setenta), foi exibido e o contraste entre essa sonoridade e aquele massacre das bandas modernas sob absoluta ruindade musical/estética/artística foi tão abissal que o Nelson tomou a palavra e exprimiu a sua opinião nesse sentido a quebrar o nosso silêncio respeitoso.
Foi o tal negócio, estávamos a
esforçar-nos para não adotar postura ranzinza como velhos que sempre acham
que o "seu tempo" foi melhor, mas nesse caso, tal posição tem o poder
da verdade inquestionável sob qualquer análise musical imaginável,
lastimo dizer ante qualquer argumentação em contrário. A anti música ali
expressa pela maioria dos artistas exibidos, torna desnecessário
explanar, aliás, pois é expressa e explícita a sua ruindade atroz.
Bem
desavisados, os donos da casa deviam exibir aquele horror para a
garotada que frequenta a casa nos dias atuais e nem deu-se ao trabalho
de analisar o espectro artístico das bandas que tocariam e do público
que seria atraído por elas.
Faltou muita sensibilidade da parte deles, certamente. E o Daniel Kid, mais jovem e ciente daquele mundo mais modernoso, informou-nos que na verdade aqueles artistas eram do início do século e já seriam considerados "velhos" e que uma safra mais atual conseguia a proeza em ser pior e mais baixo astral ainda.
Isso sem
contar o teor da maioria dos clips, visualmente a falar, pois quase
todos pareciam videogames violentos, com cenas a exibir matanças;
massacres; tortura; destruição e afins. Pareceu-me que não fora só a
música que mostrava-se horrorosa, mas a mensagem, bem... cada dia que
passava, o sonho "Woodstockeano" de um mundo pleno de paz; amor &
fraternidade ficava mais remoto, eu já devia ter aceitado que essa é a
realidade do mundo regido pelo ódio e pela ode às guerras e escombros...
Bem, enfim
terminou a tortura com os clips de bandas estrangeiras modernas e
horrendas no telão da casa, e as bandas ao vivo começariam a tocar.
Teríamos música bem tocada, composta e arranjada, finalmente e com o
sentido da raiz primordial do Blues, algo raro para o mundo de 2018.
Osvaldo e Celso Vecchione, os "Glimmer Twins" da Vila Pompeia, chegaram e assistiram os shows em uma mesa próxima da nossa. O Power Blues fez um ótimo show. Surpreendi-me com suas canções autorais a transitar pelo Blues-Rock, mas a imprimir balanço soul e R'n'B, portanto, pareceu-me uma banda a soar como o som do Edgar Winter nos anos setenta, e certamente que agradou-me sobremaneira.
Osvaldo foi chamado ao palco e cantou duas ou três canções do Made com eles, além de tocar gaita. Daniel Gerber e Paula Mota foram componentes do Made em épocas passadas, foi portanto, justa a homenagem. Veio a seguir o Caio Durazzo Trio.
Nunca havia assistido ao vivo, mas conhecia a fama da banda e do
guitarrista em questão. Bem versado no Rock tradicional e Blues e com
especialização no Rockabilly, o seu show foi muito bom, onde percebi que a
energia que gerava contaminou a plateia rapidamente. Foi prazeroso
saborear esse espetáculo com teor forte a pender para o sabor dos anos cinquenta, bem primordial do
Rock.
Os Kurandeiros ao vivo no evento Carna-Rock, realizado no Alcatraz Rock Bar de São Paulo, em 9 de fevereiro de 2018. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Chegara a
nossa vez e eu temi que um cansaço generalizado do público, que já estava
ali há horas, pudesse prejudicar a nossa performance, mas enganei-me.
O público não debandou e pelo contrário, ainda esbanjou animação, quando tocamos. Fizemos um set eminentemente autoral e foi muito prazeroso, do começo ao final.
Rogério Utrila, um dos dirigentes da emissora,
webradio, Stay Rock Brazil, foi o apresentador do evento e com as suas
brincadeiras, garantiu a animação da plateia. Ao final, ainda tivemos
uma divertida jam com os músicos de todas as bandas, a interagir
conosco.
Bem, no cômputo geral, acho que a experiência de um show de Rock em pleno Carnaval, destra vez logrou êxito, a observar-se somente a longa espera pela abertura da casa em meio a clips tenebrosos, como ponto negativo a ser registrado.
https://www.youtube.com/watch?v=pkwY4C8bsXA
Dali a poucos dias, entramos em estúdio para gravar um novo single. É sobre essa experiência prazerosa que tivemos ainda em fevereiro de 2018, que falarei a seguir.
Eu (Luiz Domingues), na 1ª sessão de gravação no estúdio Prismathias. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado, feito através da sala técnica de gravação da bateria
A ideia seria gravar ao vivo as bases, e no mesmo dia, inserir-se o solo de guitarra e a voz, para posterior acompanhamento virtual em um grupo especialmente criado na Rede Social "Whatsapp", onde todos emitiriam opiniões e sugestões para a elaboração da mixagem e masterização, quando ao término do processo técnico em questão, e dessa forma, possibilitar-se-ia assim, o lançamento de um novo single d'Os Kurandeiros.
Kim Kehl e Carlinhos Machado, respectivamente, na 1ª sessão de gravação do single, "Andando na Praia", no estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Clicks e acervo: Luiz Domingues
Kim
Kehl & Carlinhos Machado a ouvir os primeiros resultados da
gravação do single: "Andando na Praia", no estúdio Prismathias, de São
Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Click e acervo: Luiz Domingues
Sobre a
canção escolhida para essa gravação, foi automática a aceitação da
sugestão proferida pelo Kim, pois tratou-se de uma música que estávamos a
trabalhar há tempos, mas em específico no início de 2018, ganhara
algumas modificações que não descaracterizaram a sua concepção original,
mas ao mesmo tempo, conferiu-lhe uma roupagem inteiramente diferenciada
e cabe explicação.
Ocorre que eu tinha um tema bruto em mente, composto em um violão, há muitos anos atrás e que havia tentado introduzir no cancioneiro do "Pedra", banda na qual atuava na ocasião. Isso fora por volta de 2008 ou 2009, não recordo-me com exatidão.
Mas como naquela
banda havia uma dificuldade muito grande em haver criação coletiva, o meu
tema foi rejeitado sem chance nem de ser analisado com uma atenção
mínima, ou seja, em poucos segundos de uma audição, bastou para que ele
fosse descartado, como se fosse algo desprezível.
Na
primeira foto, o jovem, Malcolm X Bezerra Goés (à esquerda, a usar
camiseta com cor amarela) e Carlinhos Machado (à direita), a ouvir os
resultados iniciais da captura das bases da canção. Na segunda foto,
Danilo Gomes Santos, o técnico e proprietário do Estúdio Prismathias (à
esquerda, com camiseta listrada) e Malcolm X Bezerra Góes, seu
assistente (à direita, com camiseta amarela), ambos de costas, atentos
aos monitores do estúdio Prismathias. Clicks e acervo: Luiz Domingues
Uma pena
para aquele trabalho, todavia, muitos anos depois, eu o apresentei aos
Kurandeiros, por volta de 2015, e ele começou a ser executado mais ou
menos como eu o houvera concebido, ou seja, sob fórmula de compasso em
6/8 e com uma cadência harmônica com certo ar jazzístico.
Eu tinha apenas duas partes definidas, as chamadas "A" e "B" e não demorou muito para o Kim sugerir a inserção de uma parte "C", que já trouxe um elemento diferente, sob influência do "Prog-Rock" setentista.
E assim, de maneira instrumental, ela ganhou forma para que a tocássemos ao vivo, muitas vezes. Interessante demais, foi notar que a aceitação do público mostrava-se excepcional quando a tocávamos.
De fato, a batida que o Carlinhos criou, aliada a uma série de fraseados muito melódicos da guitarra do Kim, deu-lhe um acabamento muito enriquecedor, a lembrar de certa forma o som do famoso combo de Jazz cinquentista, "Dave Brubeck Quartet".
Acostumamo-nos a tocá-la dessa forma, como tema jazzístico,
com esse mapa a conter três partes, mas livre para esticá-la em
jam-session, cheia de improvisos.
Eu (Luiz
Domingues) no aguardo da gravação, na 1ª foto e Kim Kehl flagrado em uma
pausa para o café, na foto seguinte. Gravação do single: "Andando na
Praia", d'Os Kurandeiros, no estúdio Prismathias, de São Paulo, em 18 de
fevereiro de 2018. Click, acervo e cortesia da foto 1: Carlinhos Machado. Foto 2, click e acervo: Luiz
Domingues
Contudo,
já ao final de 2017, o Kim comunicou-nos que estava a ter algumas ideias
diferentes, e por isso, queria mostrar-nos algumas sugestões para
modificações, onde de antemão, já disse-nos que estava com a ideia para
introduzir uma melodia a ser cantada e uma letra já em vias de
construção, além de ter mudado o seu arranjo pessoal, ao amenizar a
carga jazzística anterior.
Agora com tais modificações, a música haveria de ficar muito influenciada pelo Rock Psicodélico sessentista, portanto. Ora, quem leu a minha autobiografia com atenção, desde o começo, sabe o quanto eu aprecio tal vertente e a persigo, há anos, inclusive sempre a tentar recriar tal escola estilística em outros trabalhos que realizei, desde o Pitbulls On Crack, no início dos anos 1990 e com maior fluidez no Sidharta e na Patrulha do Espaço.
Pasmem, até no Pedra, uma banda onde havia resistência ideológica forte aos valores da contracultura sessentista, houve momentos assim e sem dúvida, que também vivi isso com o Nudes de Ciro Pessoa, embora ali em específico, a minha contribuição no processo criativo da banda tivesse sido muito pequena.
Portanto, a proposta do Kim foi maravilhosa pelo aspecto das minhas convicções pessoais, mas por incrível que pareça, a minha reação inicial não foi reluzente na mesma proporção em que o leitor possa deduzir.
Isso por
que, não obstante o fato de eu adorar a psicodelia sessentista, eu
gostava do formato instrumental e sob cunho jazzístico que o tema tinha
anteriormente, portanto, lembro-me bem que afirmei ao Kim, logo que ele
apresentou a ideia da modificação, que eu estava aberto a ouvir, mas não
descartaria o velho tema jazzístico e sugeri em contrapartida que não o
abandonássemos, mas no futuro, o gravássemos nesse formato, como uma
peça instrumental a parte e sob a argumentação óbvia de que havíamos
colhido tantas opiniões favoráveis sobre ele, e assim, só por isso já
valeria a pena.
Foi quando o Kim mostrou-nos as suas ideias para a modificação e nós dois, eu e Carlinhos, gostamos da nova roupagem psicodélica. Com fraseados tocados sob um pedal "Fuzz", bem exagerado, aquilo soou tão Garage Rock sesssentista, que de imediato já elucubramos a introdução de um órgão Farfisa ao arranjo, para sentirmo-nos a tocar no palco do "Whiskey-a-go-go" em 1966, com garotas a dançar a bordo de mini vestidos e botas de cano longo, em jaulas suspensas ao nosso redor e sob a vista de uma plateia absolutamente "Looney Tune"...
Kim
Kehl no momento da gravação do vocal solo, da canção : "Andando na Praia".
Estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Clicks e acervo:
Luiz Domingues
Sobre a
letra, o Kim, que é sabidamente avesso a divagações intelectualizadas,
mostrou-nos algo que primou pela simplicidade, bem ao estilo de suas
criações n'Os Kurandeiros.
A exprimir na primeira pessoa, sobre o prazer por estar em uma praia em um determinado dia de calor, talvez destoasse um pouco da nova proposta da canção, onde pressupõem-se que o surrealismo seja o melhor caminho para trilhar tal tipo de expressão artística baseada na loucura; no onírico e no irreal transdimensional, mas no entanto, não considerei a sua proposta, destoante.
Assim nasceu:
"Andando na Praia". E dessa forma, lá estávamos eu; Kim & Carlinhos
para imortalizá-la, graças aos esforços de Danilo Gomes Santos em nome
do seu estúdio, Prismathias.
Kim
Kehl a preparar o seu som para o momento de gravação do solo da canção,
"Andando na Praia", no estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de
fevereiro de 2018. Click, acervo e cortesia: Danilo Gomes Santos
Começamos
os trabalhos preliminares de captura de timbres dos instrumentos básicos
da banda. Eu e Kim gravamos na mesma sala e à nossa frente, víamos por
um vidro grande, a sala onde Carlinhos tocara e na outra, ao lado, também
separado por vidro, a sala da técnica, com Danilo Gomes Santos a
operar, sob os olhares atentos do seu jovem assistente, Malcolm-X
Bezerra Góes.
Aliás, em conversa informal, o próprio Malcolm contou-nos
que o seu nome fora escolhido pelo seu pai, por este ter sido um grande
fã do ativista norte-americano, Malcolm X.
Kim
Kehl a usar seu smartphone enquanto Danilo Gomes Santos trabalhava na
mesa de gravação. Os Kurandeiros a gravar o single: "Andando na Praia",
no estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Click e acervo:
Luiz Domingues
O plano de
gravação foi o clássico, com a base a ser gravada ao vivo, como um
ensaio gravado. No entanto, já nos testes preliminares, notei que o
técnico, Danilo, além de demonstrar conhecimento técnico, conhecia o seu
estúdio na palma da mão, pois apesar de ser composto por salas
minimalistas no tocante ao espaço físico disponível, ele sabia extrair o
máximo de suas possibilidades acústicas naturais.
Ora, que bom ouvir o som de uma bateria com um corpo sonoro in natura, mediante a robustez nos graves dos tambores e sobretudo o bumbo, além do chimbau e pratos a soar sem aquele excessivo agudo que abusa do sinal dos twitters e agride os tímpanos mais sensíveis.
Logo nas primeiras amostras de equalização que
fez com o Carlinhos, eu já gostei de ouvir aquele som encorpado, com
jeito de gravação de Rock; Soul e MPB dos anos setenta.
Foi
com esse baixo, um Tajima, cópia de Fender Precision clássico, que
gravei a canção "Andando na Praia", dos Kurandeiros. Estúdio Prismathias
de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Click e acervo: Luiz Domingues
Eu e Kim
tocamos na mesma sala e sem separação acústica alguma entre os nossos
respectivos amplificadores, mas o Danilo mostrou-nos que a sua
metodologia era muito boa nesse sentido e simplesmente não houve
vazamento de um instrumento na gravação do outro.
Mediante algumas poucas tomadas, gravamos a base com relativa calma e ficamos muito entusiasmados com a "rough mix" que o Danilo executou ali, só para ouvirmos cada performance solada e posterior audição com a base inteiramente pronta. Animados com o resultado sonoro da captura inicial e com o Danilo bem-disposto a prosseguir, o Kim gravou o seu solo e alguns contrasolos a seguir.
Após a adição do pedal Fuzz, sem nenhuma
parcimônia e a soar "super sixties", estava claro para nós que a feição
psicodélica da canção estava assegurada e mesmo com a bateria do
Carlinhos e o meu arranjo pessoal de baixo a manter a pegada jazzística
anterior da composição, quando de seu arranjo inicial, praticamente,
mesmo por que a fórmula de compasso em 6/8 induziu-nos a isso, e certamente que a
carga psicodélica proposta pelo Kim nas modificações feitas em seu
arranjo, assegurou-lhe tal prerrogativa.
Danilo
Gomes Santos, o competente técnico e proprietário do Estúdio
Prismathias de São Paulo. Click (selfie), acervo e cortesia de Danilo
Gomes Santos.
O Kim
gravou com muita rapidez. Em menos de uma hora, solo e contrasolo
estavam anexados à canção e houve até margem para inserir ideias de
última hora que ocorreu-lhe ali no calor da gravação. Feito isso,
imediatamente ele foi enfrentar o microfone e a voz principal e uma
segunda via em dobro, foi também gravada.
Agrupamo-nos na sala da
técnica, cerca de quarenta minutos depois para ouvir a rough mix com
tudo gravado e apreciamos muito a captura inicial. Danilo ao mostrar-se
não só muito competente, mas criativo, enquanto ouvíamos, já foi a
experimentar vários "plug-ins" interessantes com compressão e efeitos
que só enriqueceriam esse áudio.
Eu (Luiz
Domingues) a posar orgulhosamente ante o painel instalado na sala de
espera do Estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018.
Acervo de Luiz Domingues. Click: Kim Kehl
E a canção
estava a soar tão agradável, que foi unânime a opinião de que tal
resultado, artístico e técnico pelo áudio, superara as nossas mais
otimistas expectativas. Diante dessa pequena euforia ali instaurada, o
Danilo reforçou a ideia de que deveríamos comunicarmo-nos nos dias
subsequentes pelo grupo criado dentro da rede social, Whatsapp e que
opinaríamos sobre o processo da mixagem e posterior, masterização.
Saímos do estúdio Prismathias, muito felizes por tudo. A gentil oferta do Danilo, por si só já fora maravilhosa, mas naquele domingo, dia 18 de fevereiro, o desenrolar dos acontecimentos em gradual crescente, fizera com que subisse ainda mais alto o nosso conceito sobre a sua pessoa e competência técnica, a gerar assim um sentimento que veio à baila: a constatação de que muitas vezes gravar em um estúdio luxuoso não significa que o resultado será automaticamente no mesmo padrão.
Muito pelo contrário, muitas vezes é decepcionante e por uma série de fatores. Na contrapartida, o Prismathias em sua simplicidade pelas instalações diminutas, mostrou-se muito eficaz na sua atribuição, portanto, Danilo angariou mais que a nossa gratidão pela empreitada ali realizada, mas certamente a certeza de que o nosso esforço para indicar o seu trabalho e estúdio para amigos músicos de várias vertentes, seria uma constante, doravante.
Despedimo-nos dos simpáticos Danilo e Malcolm-X e já no carro, a caminho de casa, eu estava a oferecer carona para Kim Kehl e ele sugeriu a imediata gravação de teclados, a chamar o Kurandeiro nem sempre presente, mas considerado por todos como membro oficial, Nelson Ferraresso e quiçá a inclusão de alguma percussão.
Confesso que na hora, achei que sugerir isso ao Danilo seria excessivo pelas circunstâncias de seu oferecimento para uma gravação rápida, sob fácil resolução técnica, mas recondidamente, eu sabia também que a ideia em inserir teclados, seria uma quase necessidade artística para enriquecer a obra.
Argumentei sobre tais aspectos com o
Kim, mas ele garantiu-me que isso não causaria nenhum desconforto com o
nosso simpático anfitrião.
Danilo
Gomes Santos, técnico e Nelson Ferraresso aos teclados. 2ª sessão de
gravação do single "Andando na Praia", dos Kurandeiros, no estúdio
Prismathias de São Paulo. 4 de março de 2018. Click : Kim Kehl
Então, no
dia 4 de março de 2018, eu e Carlinhos não pudemos comparecer, mas Kim
conduziu Nelson Ferraresso e também o nosso amigo, o grande percussionista, Marco
"Pepito" Soledade, que já houvera participado com brilhantismo, na
gravação de nosso EP, lançado em 2016, denominado: "Seja Feliz".
Sugerimos ao Nelson que buscasse a sonoridade do órgão Farfisa, ou mesmo do "Vox", dois teclados muito usados por bandas de Rock nos anos sessenta, portanto, a conter aquela sonoridade psicodélica típica daquela década.
No entanto, antes de ouvir o nosso apelo por tal timbre, ele já havia elaborado arranjos e pensado em termos de órgão Hammond, a fugir um pouco da nossa ideia original, mas certamente que haveria de ser muito bom, igualmente. Bingo... quando ele gravou, a sonoridade do Hammond, mais a ver com o final dos anos sessenta e sobretudo a marcar intensamente a primeira metade dos anos setenta, tratou por mudar um pouco a meta inicial.
Ainda assim a soar psicodélica, pelo arranjo
geral e principalmente pelo uso & abuso do pedal Fuzz na guitarra,
com a inclusão do Hammond, o elemento Prog Rock também inseriu-se. Tudo
bem... além de também adorar essa escola e essa sonoridade, quando ouvi o
arranjo executado pelo Nelson, achei que ficou excelente e se perdeu um
pouco aquela ideia original de soar como uma banda sessentista como o
The Doors e dúzias de outras similares daquela década, ganhou ares
setentistas maravilhosos e ainda proporcionou mais um fator.
Danilo
Gomes Santos (na mesa de gravação) e Nelson Ferraresso (aos teclados.
2ª sessão de gravação do single "Andando na Praia" dos Kurandeiros.
Estúdio Prismathias de São Paulo, 4 de março de 2018. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl
Nelson
acrescentou muitos detalhes com o sintetizador, Mini Moog, e dessa forma,
quando ouvi o resultado, pensei na hora que tais detalhes nos levaram a
soar como a espetacular banda italiana de Rock Progressivo, o Le Orme,
que particularmente eu admiro muito. E a percussão do Pepito, foi
simples, ao fazer uso de um "Egg" e do Carrilhão, tão somente.
Ele optou
pela economia no seu arranjo e foi feliz na sua escolha, visto que o
som estava muito encorpado de uma maneira geral e de fato, eu concordei
com a sua decisão, pois realmente instrumentos mais pesados como Congas e
Timbales, não caberiam ali.
O
excelente percussionista, Marco "Pepito" Soledade, a gravar a sua
participação super especial na canção "Andando na Praia", dos
Kurandeiros. Estúdio Prismathias de São Paulo em 4 de março de 2018.
Click, acervo e cortesia: Kim Kehl
E assim,
ocorreram as duas sessões de gravação da música "Andando na Praia", com
otimização total do tempo, graças a competência do técnico e
proprietário do estúdio Prismathias, Danilo Gomes Santos e empenho d'Os
Kurandeiros nessa produção.
Dali em diante, viriam as audições para chegar-se a um consenso geral sobre a mixagem e masterização, em conversas virtuais, a culminar em sua finalização, ao início de maio de 2018.
No entanto, março foi um mês intenso para Os Kurandeiros, pela
agenda de shows, a lembrar-nos o nosso pico excelente, ocorrido no ano
interior, 2017.
Avancei um pouco para narrar a gravação da canção, "Andando na Praia", com duas sessões ocorridas em 18 de fevereiro e 4 de março, respectivamente, no estúdio Prismathias, na zona leste de São Paulo, mas na verdade, antes da segunda sessão, ocorrida em 4 de março, Os Kurandeiros cumpriram dois compromissos ao vivo, portanto, vou retroagir nesta narrativa em alguns poucos dias, para arrolá-los.
Com
a presença sempre bem vinda e enriquecedora do tecladista, Nelson
Ferarresso, eis que voltamos ao Santa Sede Rock Bar, de São Paulo, em 1º
de março de 2018. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Conforme
houvera acontecido em novembro de 2017, com cinco quintas e a gerar uma
pequena extensão em dezembro, sob formato de mini temporada, o Santa
Sede Rock Bar convidou-nos para mais uma ação nesses termos, agora com
cinco quintas de março.
Portanto, no dia 1º de março de 2018, iniciamos essa nova etapa na simpática casa noturna da zona norte de São Paulo, um reduto Hippie & Rocker, aconchegante e resistente aos modismos trôpegos etc e tal. Uma boa nova, Nelson Ferraresso tocou conosco a enriquecer o nosso som, certamente.
Mesclamos muitas músicas antigas,
que não tocávamos há tempos, para aproveitar a boa performance do Nelson
e foi um bom começo para a nova temporada.
De volta à simpática casa, Rockers Self Garage, de São Paulo, em 3 de março de 2018. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Dois
dias depois, voltamos ao Rockers Self Garage, um agradabilíssimo espaço
de shows, híbrido de oficina mecânica de luxo para motos e casa de
shows de Rock. Nesse show, tocamos para uma plateia animada, com muitos
Rockers veteranos presentes e assim a vibrar sob a nossa inteira
sintonia e coadunação com o espírito da casa e da cultura Rocker/ Motorcycler.
Ocorreu no dia 3 de março de 2018, contudo, sem a presença do tecladista, Nelson Ferraresso. Tudo bem, com ele era sempre muito rico para o nosso som, todavia em formato Power-Trio, dávamos o recado igualmente e assim ocorreu a apresentação, sempre prazerosa naquela casa, pela hospitalidade de seus proprietários e também por ser ali um assumido reduto Rocker, conforme já descrevi em capítulos anteriores, com detalhes, inclusive.
"Desprevenida", ao vivo no Rockers Self Garage de São Paulo, em 3 de março de 2018
https://www.youtube.com/watch?v=DfHPqon01SU
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=2j9WH2unroE
No dia seguinte, Kim e Nelson, além do amigo Marco "Pepito" Soledade, compareceram ao estúdio Prismathias, para a segunda sessão de gravação do novo single, "Andando na Praia", conforme já narrei, igualmente. E o próximo compromisso, foi cumprido pela continuidade da temporada no Santa Sede Rock Bar.
A contar com Nelson Ferraresso, novamente no Santa Sede Rock Bar, em 8 de março de 2018. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
Dia
8 de março de 2018 e lá estávamos nós a tocar com prazer e com a boa
companhia de Nelson Ferraresso e seus teclados sempre bem executados.
Nesse ínterim, a artesã, Pat Freire, em associação com o amigo, Jones
Senoj, criou uma coleção de pulseiras e pingentes super Hippies, com a
inclusão do Logotipo d'Os Kurandeiros.
Mais um reforço para o merchandising da banda, sempre em expansão, sob a visão gerencial de Lara Pap e do próprio Kim. Outra boa nova, em contato estabelecido com o histórico produtor musical, Luiz Carlos Calanca, proprietário da loja / gravadora, Baratos Afins, o Kim selou parceria para a venda digital do novo single que estávamos a produzir, "Andando na Praia".
Positivo ter a sensação de que o tempo
passou e mais uma vez eu teria uma ligação direta com o Calanca, uma
figura tão importante na minha trajetória musical, sendo crucial para A
Chave do Sol nos anos oitenta, e com mais um pouco de influência sobre a
Patrulha do Espaço e o Pedra, nos anos dois mil. Fiquei feliz por saber
dessa parceria estabelecida para Os Kurandeiros, agora, quase ao
chegarmos aos anos vinte do novo século.
Em meio à comunicação interna d'Os Kurandeiros, em conjunto com o Estúdio Prismathias, ocorrida na rede social, Whatsapp, a discussão em torno da mixagem da nova canção em preparação, "Andando na Praia", ocupou-nos bem no mês de março, com extensão até abril de 2018.
Cartazes e fotos dos show ocorridos no Santa Sede Rock Bar (15 de março de 2018) e Espaço Cultural Rock na Padoka (17 de março de 2018). Click da foto no Santa Sede Rock Bar: Lara Pap. Click da foto no Espaço Cultural Rock na Padoka: Luiz Domingues.
Nesse ínterim, tivemos mais atividades além desse trabalho de estúdio, pois estávamos dentro de uma mini temporada no Santa Sede Rock Bar e assim, a próxima data que cumprimos, ocorreu no dia 15, com grande sucesso, a solidificar mais uma etapa dessa temporada.
Cartazes e fotos das apresentações no Santa Sede Rock Bar (22 de março de 2018) e Cactus Grill de Santo André-SP (24 de março de 2018). Foto 1 (Santa Sede Rock Bar), com click de Lara Pap. Foto 2 (Santa Sede Rock Bar): Luiz Domingues e o amigo, Cesar Gavin, que mais uma vez prestigiou-nos. Acervo e cortesia de Cesar Gavin. Click: Carlinhos Machado. Fotos 3 e 4, Os Kurandeiros no Cactus Grill de Santo André-SP. Foto 3 :Click, acervo e cortesia de Ivani Albuquerque. Foto 4: Click, acervo e cortesia: Billy Albuquerque
Na semana seguinte, voltamos para o Santa Sede Rock Bar, a dar continuidade em nossa nova temporada, na simpática casa da zona norte de São Paulo. Ocorreu no dia 22 de março. E dois dias depois, em 24 de março de 2018, voltamos ao aconchegante mini Café Teatro do Cactus Grill, na cidade de Santo André-SP.
Cartaz e fotos do show d'Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 29 de março de 2018. Foto 1, acervo e cortesia: Kim Kehl. Click de Lara Pap. Foto 2, acervo e cortesia de Nição Altino. Click de Tili Roxy Andreotti
Eis que a temporada de março, no Santa Sede Rock Bar, encerrou-se com galhardia. No dia 29 de março de 2018, tivemos um público muito grande e presenças ilustres. E até uma abordagem exótica e que posteriormente revelou-se muito agradável. Cabe uma explicação sobre esse caso sui generis.
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