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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Terra no Asfalto - Capítulo 7 - Fim da Linha, A Tocar Led Zeppelin às 8:00 Horas da Manhã, para Crianças... - Por Luiz Domingues

Após essa frustrada tentativa para tornar o Terra no Asfalto, uma banda autoral, nós dispersamos de vez. Contudo, em meados de fevereiro de 1982, o Paulo Eugênio recrutou a banda novamente, um a um, ao considerar que todos os ex-membros estavam sem dinheiro, e sem melhores perspectivas naquele início de ano.

Dessa maneira, mediante poucos ensaios, colocamo-nos em forma novamente, com a perspectiva para tocarmos em um circuito de bares novamente, mas sobretudo, imbuídos de esperança pela promessa do Paulo Eugênio de abrir uma nova frente de trabalho, ao investir no setor de espetáculos fechados, em escolas. 

Essa era uma ideia que ele mantinha desde a época em que fizemos com grande êxito uma apresentação na Escola de Idiomas da Cultura Inglesa, em 1980, com um desdobramento posterior, concretizado em uma unidade dessa mesma escola, em Campinas, no interior do Estado de São Paulo. 

E segundo ele, desta feita havia um projeto semelhante já preparado para vender em colégios particulares, oriundos da clientela de seu tio, que possuía uma agência de turismo, especializada em excursões escolares para a Disney World em Orlando-Florida. 

Cido Trindade estava agora dividido entre estudar alucinadamente para obter o mesmo nível técnico de seus ídolos virtuoses da bateria do mundo do Jazz-Fusion, e também a ensaiar com a cantora de MPB, Lily Alcalay (onde ele culminara por encaixar-me também, e esse assunto já foi relatado no capítulo: "Trabalhos Avulsos").

Wilson estudava guitarra no "Clam", e dividia-se entre o seu emprego público, e as atividades como pai recente, com o nascimento da sua filhinha. O Aru Junior também aceitou, e o Sérgio Henriques estava com a perspectiva de trabalhar com a grande estrela da MPB, a cantora, Gal Costa, mas estava parado naquele instante, e bastante chateado com a recente morte da Elis Regina, com quem estivera muito envolvido, desde 1980. 

Sendo assim, o Terra no Asfalto voltou à ativa na noite de 20 de março de 1982, quando subiu ao palco do Café Teatro Deixa Falar, com um surpreendente público formado por cem pessoas.
A formação dessa volta contou com o quinteto mais estável da história do Terra no Asfalto (Paulo Eugênio, Aru Junior, Cido Trindade, Wilson Canalonga Junior, e eu, Luiz Domingues), com o acréscimo do membro nem sempre presente, mas antigo na história dessa banda, Sérgio Henriques, portanto a formar um sexteto.

O clima não foi o mesmo de outrora, lamentavelmente. Mesmo por ser uma banda cover, e como já salientei diversas vezes nesta história, banda com tais características tem relação interna frágil, pois não contém a "argamassa do sonho" como componente fundamental para gerar a energia necessária a prover a força de vontade entre os membros e mesmo como banda cover tão somente, o astral na banda fora bem melhor em 1980 & 1981.

Nesse ponto, foi nítido que todos estavam ali meramente por absoluta falta de perspectivas melhores para cada um, individualmente. 

Uma nova apresentação ocorreu no mesmo Café Teatro Deixa Falar, em 3 de abril de 1982, com quarenta pessoas presentes. Paulo Eugênio estava a centrar os seus esforços nesse plano de fazer apresentações em colégios, com cachê fixo, e estava difícil retomar o embalo de 1981, da melhor fase da banda. 

Mais uma vez tivemos a sorte por embalar uma festa fechada, no entanto. No dia 15 de abril de 1982, voltamos ao Café Teatro Deixa Falar, desta feita para uma festa fechada e promovida pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Direito, da Universidade Mackenzie. Acredito que o Deixa Falar não recebia um público assim desde o seu tempo de glórias, quando chamava-se: "Be Bop a Lula", nos anos setenta. 

Foram trezentas e cinquenta pessoas presentes naquela noite. Contudo, nos dias posteriores, 16 e 17 de abril de 1982, a rotina decadente da casa restabeleceu-se, e tocamos respectivamente para vinte e trinta pessoas. 

Então o clima melhorou um pouco novamente, como em uma autêntica gangorra emocional, por tocarmos novamente em uma festa fechada, desta feita realizada em um espaço onde nunca havíamos tocado anteriormente, e que era um sonho de consumo para todas as bandas cover da cidade nessa época: o bar "Sem Fim", que ficava localizado na Rua Bela Cintra, próximo à Avenida Paulista. E foi um dos mais curiosos casos em que a banda envolveu-se. 

Foi uma festa fechada por militantes esquerdistas, simpatizantes do Partido Solidariedade, da Polônia, que comemorava os feitos do líder sindical, Lech Walessa, que lutava por mais democracia em seu país, ante a ditadura de esquerda ferrenha, imposta pelos soviéticos. Mas por aqui a ditadura era de direita, e a despeito do Partido Solidariedade representar uma luta contra o esquerdismo extremo, ainda assim era uma atividade proscrita prestar essa solidariedade ao "Solidariedade", com o perdão pela redundância.

Portanto, tocamos sob uma atmosfera tensa, com pessoas a entrar no bar somente mediante senhas e um clima de medo, pois havia rumores de que poderia haver uma batida policial da repressão etc. e tal. 

Fomos instruídos a tocar com um volume aquém do nosso padrão habitual, e embora fosse uma festa e as pessoas dançassem e bebessem, a parecer divertirem-se, foi possível sentir uma tensão no ar. E a decoração denunciaria qualquer tentativa para ludibriar a polícia, caso ela aparecesse, pois haviam bandeiras do Partido Solidariedade e várias pessoas usavam bottons com o logotipo do partido, grafado no idioma polonês. Não aconteceu nada de mal, e pudemos sair do local dentro de nossa rotina habitual da noite. Mas foi bem sui generis essa festa.

Nos dias 1°, 8 e 15 de maio de 1982, fizemos mais três apresentações no Café Teatro Deixa Falar, com público fraco nos três dias (vinte e cinco, vinte e vinte e cinco pessoas, respectivamente). 

Foram estas de fato as três últimas apresentações do Terra no Asfalto em uma casa noturna, na prática, o seu objetivo principal por ofício. Dali em diante, aconteceriam apenas mais quatro apresentações em ambiente escolar, conforme o Paulo Eugênio queria direcionar-nos, doravante. 

E com essa perspectiva um tanto quanto nebulosa, e a possuir como base realista a decadência no circuito de bares, novamente, aconteceu uma última reformulação na formação do grupo. 

Wilson Canalonga Junior, um dos membros mais assíduos, e oriundo da primeiríssima formação de 1979, debandou definitivamente, e o mesmo ocorreu com o Cido Trindade, outro egresso de 1979, mas este a se mostrar bem menos regular, com várias idas e vindas em seu currículo dentro da banda. 

Dessa forma, para cumprir essas datas agendadas em colégios, foram recrutados dois novos músicos. O primeiro foi um velho conhecido, Geraldo "Gereba", outro egresso de 1979, e com várias idas e vindas, também. O segundo, tratou-se de um baterista chamado, Maurício "Pardal", conhecido do Aru Junior, e do Sérgio Henriques. 

A residência & estúdio do baterista Maurício "Pardal", ficava localizada na Rua Cardoso de Almeida, famosa via do bairro das Perdizes, na zona oeste de São Paulo

Fizemos alguns ensaios na casa & estúdio do Maurício, um rapaz brincalhão e com bom astral. Era um casarão no bairro das Perdizes, zona oeste de São Paulo, e ele tinha uma estrutura muito boa, com bastante equipamento e vedação praticamente profissional, ao considerar-se ser um estúdio caseiro. O repertório seria o grosso que tocávamos normalmente como a rotina pela noite, acrescido de uma ou outra novidade decidida de última hora.

O primeiro compromisso ocorreu em um colégio chamado: "Magno", que ficava localizado na Chácara Flora, bairro da zona sul de São Paulo. Tratou-se de um bom cachê fixo que nos oferecido e o formato da apresentação, seguiria o padrão que fizéramos na Cultura Inglesa, em 1980. 

O pretexto seria o dos alunos acompanharem as músicas com as letras em mãos, para aprimorar o seu domínio do idioma inglês. Dessa maneira, fizemos duas apresentações no mesmo dia, nesse colégio.

Na primeira sessão, foi bizarro tocarmos canções do Led Zeppelin, às 8:00 horas da manhã! 

Chegamos ao colégio por volta das 6:00 horas da manhã para os primeiros preparativos. Foi estranho montar o equipamento no pátio da escola, nesse horário insalubre, e sob o frio já acentuado de maio.

E pior ainda quando as classes foram liberadas, e os professores e monitores organizaram as crianças para nos ver. Sentadas no chão, elas gritavam excitadas com a situação, é claro e já esperávamos por tal reação, mas tratou-se de uma turma com faixa etária entre dez e doze anos de idade, no máximo! Foi chocante, pois estávamos a tocar para crianças, e apesar dos constrangimentos, foi até divertido por um certo aspecto. 

Na segunda sessão, após uma longa e entediante espera, tocamos por volta do meio-dia para uma outra turma, sob uma faixa etária maior. Foram meninos e meninas com doze a quatorze, pelo que lembro-me. 

Na primeira sessão, foram quatrocentas crianças, e na segunda, trezentos e cinquenta, segundo a contagem dos professores. Cumprimos essa etapa, e na semana seguinte, fomos tocar em outro colégio, nos mesmos moldes.

Nos dias 28 e 29 de maio de 1982, o Terra no Asfalto apresentou-se pela última vez em sua história. Foram duas sessões no Colégio João XXIII, localizado no bairro da Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, e desta feita, não foi perante uma multidão de pequeninos como no Colégio Magno.

As duas sessões foram vistas por setenta e cento e vinte crianças, somente. 

Apesar do cachê fixo, foi nítido o desânimo dos membros em se cumprir apresentações às 8:00 horas da manhã para crianças, e o Paulo Eugênio apesar de estar ainda a negociar com outros colégios, percebeu que não havia mais ânimo, e parou de agendar. Estávamos todos cansados daquele esquema, ainda que também a precisar de dinheiro. 

O Aru se mostrou farto, e queria algo mais sólido. Gereba tinha aquele jeito bonachão, e em princípio pareceu alheio, mas também não apreciara. O Paulo Eugênio não escondia de ninguém que sonhava com o Terra no Asfalto forte, a atuar pelo circuito de casas noturnas da cidade de São Paulo, novamente, e o Sérgio Henriques, só estava a aguardar para ir tocar com a Gal Costa (posteriormente não confirmou-se tal previsão e ele foi tocar mesmo com o Jorge Benjor e Premeditando o Breque). 

E o baterista, Maurício "Pardal", que só fizera quatro apresentações para um público infantil, resumiu os seus sentimentos na volta desse último show, no uso de seu deboche habitual, na forma de se expressar. Na Kombi, que trazia-nos com o equipamento, ele veio a contar histórias de sua vida, quando tocara em conjuntos de baile pelo interior, e o quanto odiava aquilo. Mas falava em tom de deboche, embora fosse um lamento.

E o auge dessa manifestação deu-se quando ele pegou um violão e com a Kombi em movimento, pôs-se a cantar a plenos pulmões, a canção: "Amada Amante", do Roberto Carlos, em puro tom de pilhéria, e entre os versos, improvisara uma letra em clima de paródia, ao afirmar que não permaneceria em uma banda que tocava às 8:00 horas da manhã, para entreter crianças etc. 

Bem, não deixou de ser engraçada essa manifestação, ainda que esse escárnio retratara bem o fim da banda, sob profunda melancolia. Após uma reunião final, as portas do Terra no Asfalto fecharam-se para sempre. Nesse período do fim de maio até meados de julho, houve uma última tentativa para reerguer a banda, mas não deu em nada, ou melhor, nada para o Terra no Asfalto, mas precipitou a concepção da minha banda autoral, que finalmente eu consegui montar, após anos e anos a perseguir esse sonho.

Foi assim a derradeira tentativa: nesse período, o Paulo Eugênio relatou-me que desejava reformular a banda. Sem Wilson Canalonga Junior, Sérgio Henriques, Cido Trindade e Aru Junior, ele checou comigo, se eu ficaria. 

Por falta de perspectivas melhores, naquele momento, aceitei, é claro. O mesmo deu-se com o Gereba. Contudo, precisávamos de mais um guitarrista e um baterista. O Luis Bola, opção sempre lembrada nas emergências, não quis desta feita ter mais envolvimento com um projeto desses. 

Então, sem perspectivas para termos um baterista a curto prazo, resolvemos fazer ensaios acústicos para renovar o repertório. Nesse ínterim, o Paulo Eugênio relatou-me que a Dona Sabine, uma senhora que era dona do "Café Teatro Deixa Falar", indicara-lhe um jovem guitarrista, que estava com vontade de formar uma banda. Ele era namorado de sua filha, possuía uma guitarra, Fender Stratocaster, e segundo ela, apresentava um nível técnico muito bom, e que já houvera inclusive, gravado um compacto com uma banda autoral, razoavelmente conhecida no métier do Rock Paulista, o "Santa Gang". 

Esta foto do Rubens Gióia, é de outubro de 1986, em meio a um show d'A Chave do Sol

Então, nós marcamos um encontro no Café Teatro Deixa Falar, em uma noite em que não haveria nenhuma apresentação ali, e fomos assim apresentados. O seu nome era: Rubens Gióia. De fato, eu lembrava dele, visualmente, por vê-lo a assistir-nos no Deixa Falar, em ocasiões próximas passadas. 

Fizemos uma jam-session, informalmente, e verificamos que era mesmo um guitarrista quentíssimo de Rock. Dessa maneira, marcamos ensaios acústicos para preparar repertório, enquanto o Paulo Eugênio fazia contatos para arrumar um baterista. Seria a derradeira tentativa de uma "reencarnação" do Terra no Asfalto, com a formação a demarcar: Paulo Eugênio, Gereba, Rubens Gióia, e eu, Luiz Domingues, em princípio, até que arrumássemos um baterista para fechar o quinteto. 

Fizemos alguns encontros desses na casa do Rubens, um ou dois na casa em que o Gereba estava hospedado, mas o fato foi que rapidamente eu estabeleci amizade com o Rubens, e quando percebemos que tínhamos os mesmos ideais no Rock, percebemos que não queríamos montar uma banda cover de forma alguma e assim, fundamos, "A Chave do Sol", quando firmado tal resolução entre nós, restou-nos comunicar ao Gereba e Paulo Eugênio que estávamos a abandonar essa tentativa efêmera para ressuscitar o Terra no Asfalto, com o propósito firme de batalharmos pela nossa carreira autoral.

O Paulo Eugênio ficou chateado, e chegou a falar-me algumas coisas desagradáveis, mas eu respondi-lhe que a tentativa para fazer o Terra no Asfalto tornar-se uma banda autoral, houvera fracassado, e que eu não tinha mais paciência para tocar em banda cover, apesar de precisar do dinheiro. 

Enfim, daí em diante, só fui ter contato com os remanescentes do Terra no Asfalto, para negociar a partilha do equipamento da banda, que fora comprado em sociedade, no início de 1981.

E para dar um impulso ao começo das atividades d'A Chave do Sol, ao invés de ficar com o amplificador de baixo, simplesmente, eu abri mão desse conforto pessoal e lógico, ao optar por deixar o amplificador aos demais para ser vendido e fazer-se dinheiro, preferi ficar com o mini PA, e a mesa com doze canais. Com isso, o equipamento básico de ensaios d'A Chave do Sol, esteve garantido para os primeiros quatro anos de vida dessa banda.

Portanto, o último suspiro de vida do Terra no Asfalto, deu início à gestação d'A Chave do Sol, e a história prossegue nos capítulos dessa banda, para efeito de narrativa deste livro autobiográfico de minha parte. 

Antes de encerrar a história do Terra no Asfalto, porém, vou recuar um pouco na cronologia para contar algumas histórias que não ficaram registradas, anteriormente, por não haver uma cronologia fixa sobre elas.

Uma delas, foi sobre a mania compulsiva que o Paulo Eugênio, Gereba e Wilson traziam de anos de convívio juntos, e era muito engraçada. Isso nada tem a ver com música, devo esclarecer previamente. 

Eles praticavam uma pequena transgressão quando estavam juntos em alguma festa particular, ou mesmo a visitar a residência de alguém. Ao fornecer desculpas tolas como por exemplo, para ir ao banheiro, ou mesmo à cozinha para beber água, invadiam a geladeira e a despensa das pessoas, mais pela transgressão em si. 

Era hilário, pois em questão de segundos, como se fossem gafanhotos famintos, comiam tudo o que podiam. A rapidez e a voracidade com as quais faziam essas traquinagens detinha requintes até, pois chegaram a fritar ovo, e esquentar arroz na panela, sem que o anfitrião percebesse, pelo menos ao dar flagrante, pois panelas e pratos sujos os denunciavam a posteriori.

Eu cheguei a ver isso acontecer, e ficava impressionado como eles enchiam as suas respectivas bocas, e até questionava-os sobre isso poder causar-lhes um sério dano, a engasgar. 

E eu fui vítima também, pois uma vez em minha casa, através de uma reunião da banda, o Paulo Eugênio descobriu na minha cozinha, uma torta de banana, recém-saída do forno, que a minha mãe preparara. O objetivo dela enquanto anfitriã, fora servir a eles mesmos, membros do grupo, porém, após diversas saídas suspeitas do Paulo Eugênio para "beber água", eu descobri que ele a devorara sozinho! Eu achei até engraçada essa compulsão, mas a minha mãe ficou horrorizada pela inusitada fala de educação da parte dele, quando contei-lhe o ocorrido!

Uma outra história ocorreu ao final de 1980, um pouco antes da reformulação da banda, com a entrada do Aru Junior. Foi em um sarau improvisado que o Paulo Eugênio inseriu, não o Terra no Asfalto, propriamente dito, que estava parado oficialmente naquela fase, mas um combo montado de maneira informal. 

Fomos a um sítio nas proximidades da cidade de Cotia, na Grande São Paulo, com o objetivo que seria apenas para um final de semana a desfrutar de uma recreação. O local era de propriedade de amigos dele e assim, passamos um final de semana a jogar futebol mediante o usufruto de um bem cuidado campo, com tamanho oficial, e na noite do sábado, tocamos para entreter os convidados. 

Isso não fora uma novidade, pois nessa entressafra que a banda enfrentou, na segunda metade de 1980, o Paulo já havia levado-nos para tocar informalmente, sob formato acústico em festas particulares, organizadas por amigos dele.

Nessa ocasião do sítio, estávamos eu, Gereba, Wilson e o Paulo Eugênio fez percussão e voz. A nota triste desse passeio foi que eu tive a infeliz ideia de jogar como goleiro, durante o futebol vespertino, e ao fazer uma defesa, quando espalmei a bola e imprudentemente sem usar luvas adequadas, machuquei os meus dedos anular e mindinho, da mão esquerda.

Na hora do impacto da bola, cheguei a pensar em tê-los fraturado, mas foi só o susto mesmo. Inchados e a doer bastante, prejudicaram muito a minha performance na jam-session do sábado à noite. 

Não anotei isso como atividade oficial do Terra no Asfalto, pois foi muito informal mesmo. Apesar de estarem presentes cerca de trinta pessoas pelo menos, a assistirem e cantarem etc. e tal, aquilo foi só uma "jam" informal, portanto, não computei como apresentação oficial da nossa banda.

Isso deve ter acontecido por volta de outubro, pois o comentário da semana fora o show do guitarrista britânico, Peter Frampton, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, que estava para acontecer, ou já havia ocorrido, não recordo-me direito. 

E um fato curioso, o Wilson estava obcecado para executar o solo da música: "My Love", do Paul McCartney. Ele ficou a madrugada inteira a repetir incansavelmente aquele solo, ao ponto de sua namorada, Consuelo, brigar com ele, irritada com a repetição enjoativa. 

Histórias como essa, já estou a lançar como crônicas da carreira (sob uma série denominada: "Crônicas da Autobiografia"), publicadas inicialmente no meu Blog 2, e com republicação aqui no Blog 3, oportunamente, assim como a abrir perspectiva para um terceiro livro impresso, com tal caráter. 

Agora sim, eu cheguei enfim ao final da história do Terra no Asfalto. No próximo capítulo faço um resumo final dessa trajetória e presto os meus agradecimentos aos que acompanharam-me nesta jornada.

Continua...  

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