Geraldo “Gereba”
Pela talento nato que possuía, o Gereba merecia muito mais, mas infelizmente, a sua curta carreira como guitarrista foi vivida a tocar com uma guitarra de má qualidade técnica, caso da "Rei", uma marca nacional simplória e que copiava o design de algumas guitarras da Fender norte-americana, caso dos modelos "Jazz Master", "Mustang" e "Jaguar", mas de uma forma grotesca, infelizmente...
Nunca mais vi o Geraldo "Gereba", depois da frustrada
tentativa em reativar o Terra no Asfalto, na metade de 1982. Sei apenas que ele
faleceu anos depois, por conta de uma cirrose.
Não tenho essa confirmação
oficial sobre a época do ocorrido, nem onde foi a sua passagem. O que posso dizer para
ilustrar sobre ele, acredito já ter expresso amplamente no capítulo inteiro,
sempre que referi-me à sua figura.
Para reforçar, Gereba foi um talento bruto,
sem nenhuma instrução musical. Era puro ouvido e “feeling”. O seu estilo era
brasileiro, e o seu ídolo máximo era o Pepeu Gomes, de quem copiou todos os
solos à perfeição.
E tal como Pepeu na época dos Novos Baianos, o Gereba tocava sem nenhuma estrutura digna de seu
talento. Usava uma guitarra da obscura marca, "Rei", péssima, e nunca
teve uma guitarra importada com qualidade.
Um outro ídolo que ele teve, foi o guitarrista
do grupo, “Ten Years After”, o britânico, Alvin Lee. Mesmo sem entender uma só
palavra de inglês, ele adorava o Ten Years After e sabia tocar muitas músicas,
a reproduzir o som do Alvin Lee, de uma forma muito emocionante.
Como Ser
Humano, o Gereba era um bom rapaz. Sujeito simples e alegre o tempo todo. Era,
guardadas as devidas proporções, uma espécie de "Garrincha" do Terra no Asfalto.
Prosaico e ingênuo em certos aspectos, porém um monstro pela criatividade e
desenvoltura à guitarra, tal como o jogador das pernas tortas o foi para o
futebol.
Wilson
Canalonga Jr. ("Wilsinho")
Na primeira foto, Wilson em foto bem mais atual a atuar ao vivo pelo nordeste. O Wilson usou no Terra no Asfalto, um modelo de guitarra exatamente como esse da foto, acima. Tratava-se de uma guitarra da marca, Giannini, modelo "Pingo de Ouro", preta como a da foto. Era uma guitarra que a Giannini lançara no mercado ao final dos anos setenta, como réplica da guitarra britânica, "Vox", modelo "Tear Drop", imortalizada pelo saudoso guitarrista dos Rolling Stones, Brian Jones, nos anos sessenta, que a usou bastante. Mas aqui no Brasil, esse modelo da Giannini também era conhecido como "Guitarra Craviola" ou "Pingo de Ouro"
Quando deixou o Terra no Asfalto, início de 1982, o
Wilson já estava imbuído de um objetivo pessoal: estudar música. E de fato,
ele se matriculou no "Clam", a famosa escola dirigida pelos componentes do Zimbo Trio.
Naquela escola, que
era excelente pela sólida pedagogia baseada em cursos norte-americanos, a mentalidade
era excessivamente jazzística. Nada contra, mas quem entrava naquela egrégora,
tendia a afastar-se do Rock, ao criar paradigmas e preconceitos.
Encontrei com ele em 1983, mais ou menos e
verifiquei que a sua mentalidade já estava diferente, só a citar as feras do Jazz, etc.
e tal. Depois disso, fiquei muitos anos sem
notícias, até que o Edmundo, nosso amigo em comum, contou-me em 2000, quando
esteve presente em um show da Patrulha do Espaço, que o Wilson havia mudado-se para o nordeste, há muitos anos, e
havia desenvolvido uma técnica enorme na guitarra, a tocar Jazz, e nem queria
saber mais do Rock.
Em conversa que tive com o Aru, ele
passou-me mais informações, para enriquecer esta narrativa. Foi quando eu soube por exemplo, que ele, Wilson,
estava a morar no Recife e teve outra filha. E indo além, soube também que no início dos anos
noventa, ele chegou a formar uma banda orientada pelo Rock Progressivo setentista, com o próprio Aru Junior,
denominada: "Nave". Após alguns desentendimentos, o "Nave" foi conduzido adiante pelo vocalista, Roger Troyan, ex-“Yessongs” (banda cover do
Yes, cujo guitarrista fora o Aru Junior).
Essa circunstância não foi muito agradável, segundo o Aru contou-me, com discórdia sobre o nome da banda, sendo que o
fundador e criador do nome, fora o próprio, Aru. Mas o Wilson mudou-se para
Recife e a sua predileção era mesmo, atualmente, e desde muito tempo, o Jazz. Ele continua casado com a Consuelo, que no
tempo do Terra no Asfalto, era uma adolescente bem novinha, apenas.
Paulo Eugênio tinha razão, Wilsinho tinha traços faciais bem parecidos com o Paul McCartney
A falar do Wilsinho que eu conheci ao final de
1979, ele era um guitarrista iniciante, mas com muita vontade de desenvolver-se ao
máximo, na guitarra. Se nos solos e harmonizações, ainda não era o grande músico
que viria a ser depois, a sua participação como guitarrista base, violonista e
backing vocals do Terra no Asfalto, sempre foi muito importante.
No quesito humano, era um
rapaz tranquilo, gentil e sempre disposto a ajudar as pessoas. Fanático pelos Beatles, tinha bastante
semelhança fisionômica com o Paul McCartney e nas apresentações, o Paulo
Eugênio brincou muitas vezes com ele, ao chamar a atenção do público para esse
detalhe.
Em 2012, acrescento que através do Aru Junior, o guitarrista, Wilson
Canalonga Junior, descobriu o meu endereço no Facebook e adicionou-me. Fiquei
muito feliz com essa solicitação de amizade, e claro que o aceitei imediatamente e dessa maneira fui direto ao seu “inbox”, e escrevi-lhe uma longa saudação, onde
expliquei-lhe a minha determinação de estar a escrever as minhas memórias, e
que havia um capítulo exclusivo para contar a trajetória do Terra no Asfalto.
Na foto recortada acima, a persona de Wilson Canalonga Junior a tocar com o Terra no Asfalto em março de 1981. Acervo e cortesia: Cido Trindade. Click: desconhecido
Para encerrar,
eu reforço o meu agradecimento ao Wilson, pelo companheirismo que tivemos entre
1979 e 1982, quando atuamos juntos no Terra no Asfalto.
Aru
Júnior
O grande guitarrista, Aru Junior, em foto bem mais atual
Em maio de 2012, fui visitar o Aru Junior em sua
residência, onde passamos horas a falar sobre as nossas lembranças do Terra no Asfalto. Muitas
informações novas foram-me passadas desde essa visita e ajudaram-me a encerrar
esse capítulo do Terra no Asfalto, com maior riqueza de detalhes.
O Aru Junior foi o membro dessa banda, em que tive mais contato depois do final da banda. Lembro-me em 1988, quando convidou-me a
conhecer a sua casa na ocasião, onde ele mantinha um estúdio de ensaios. Nessa época,
ele estava casado com uma cantora chamada: Dadá Cyrino, que também fora
apresentadora da TV Cultura de São Paulo, onde chegou a apresentar A Chave, na
fase "sem Sol" (conto essa história no capítulo adequado).
Ele cogitava nessa ocasião, montar uma banda autoral e chegou a convidar-me para conhecer o trabalho, mas eu estava com A
Chave e não pude comprometer-me na ocasião. A sua esposa na época, estava para
lançar-se no mercado fonográfico hispânico, com um repertório Pop latino e
talvez sobrasse oportunidade para ser side-man em sua banda de apoio.
Mas não frutificou tal proposta, apesar
do casal ter ido assistir um show d'A Chave, no Black Jack Bar nesse ano, 1988. Anos
depois, o Aru Junior apareceu em um show da Patrulha do Espaço, no Centro Cultural São
Paulo (em 2000, para ser preciso).
Ele conhecia o Rolando Castello Júnior desde
os anos setenta, pelo fato do Júnior ter namorado a sua irmã, Ruth. Em
retribuição, eu fui assistir a apresentação da banda: “Yessongs”, cover do "Yes", no
Café Piu-Piu do bairro do Bexiga, dias depois. Fiquei contente por vê-lo
a tocar e cantar em grande estilo, o repertório complexo do Yes e com
perfeição, ainda mais ao contar com o excelente baixista, Gerson Tatini (Ex-Moto
Perpétuo), na formação e sem dúvida, este músico é o maior especialista em executar as linhas
do Chris Squire, no Brasil.
Em 2011, quando eu comecei a tocar com o Kim
Kehl e Os Kurandeiros, o baterista, Carlinhos Machado contou-me sobre a entrada do Aru na banda de
apoio do ex-Secos & Molhados, Gerson Conrad, onde ele foi baterista por
muitos anos.
Fiquei muito contente por saber dele, quando decorrente desse contato,
rapidamente adicionamo-nos no Facebook, e agora o contato está sacramentado,
pois além do mais, moramos no mesmo bairro.
Bem parecida com essa, assim era a Gibson SG do Aru Junior, que tantos solos sob alto padrão produziu para o Terra no Asfalto
E outras duas curiosidades que ele contou-me
na tarde de 2 de maio de 2012: a primeira, foi relatada quando eu falei sobre
o Fernando Mu, nestas considerações finais.
A segunda, diz respeito à própria
família dele, Aru Junior, e surpreendeu-me, pelo caráter inusitado da coincidência, ao melhor
estilo "mundo pequeno".
Pois no capítulo: "Trabalhos Avulsos" da minha autobiografia,
eu relatei a formação de um trio instrumental onde atuariam eu, Cido Trindade e o
cunhado dele, Aru, um rapaz chamado: Luis, um guitarrista com estilo bastante jazzístico.
Pois bem,
quando perguntei dele (o cunhado, Luis), fui informado que a sua segunda filha, sobrinha do Aru, era estrela no mundo do Indie Rock internacional... como
assim? Pois tal sobrinha do Aru chama-se: Luiza e foi guitarrista da banda
indie: "Cansei de Ser Sexy". Inacreditável mundo pequeno! Quando o Terra no Asfalto estava na ativa, lembro-me
do nascimento da primeira filha do casal, Luis & Ruth, chamada: Diana. A
Luiza nasceu depois, cresceu, tornou-se guitarrista, e fez turnês de cunho mundial
com a sua banda, veja que curioso.
Na
foto recortada acima, a persona de Aru Junior a tocar com o
Terra no Asfalto em março de 1981. Acervo e cortesia: Cido Trindade.
Click: desconhecido
Bem, para falar sobre o Aru, especificamente, tenho
a dizer que trata-se de um músico com sólida formação teórica. É multi-instrumentista,
pois toca bem piano e estudou violoncelo em uma universidade norte-americana.
Como
guitarrista, ele é excepcional e o seu estilo transita entre Steve Howe e Jimmy Page
em doses maciças e com pitadas generosas de George Harrison nessa receita. Bom
vocalista e com talento como arranjador, quando entrou na banda, tornou-a segura,
toda arrumadinha tal como uma orquestra.
Se por um lado perdemos o ímpeto dos
primeiros tempos com a espontaneidade do Gereba e a rebeldia Rocker do Mu, com
o Aru, transformamo-nos em uma orquestra bem ensaiada e muito segura.
Aprendi muita coisa com ele, que era bem
mais experiente. Mas uma lição que eu aprendi com ele e reputo ter mudado a minha
vida, nem tem a ver com teoria musical e diz respeito à mise-en-scène: ele
insistia para que todos os músicos da banda fizéssemos movimentos com o instrumento, pois segundo
dizia: -"o público leigo não entende de música em sua maioria. O sujeito do
público olha e não sabe discernir se você toca bem ou mal. Mas se você agitar-se
freneticamente, o convencerá que você é ótimo".
Nunca mais esqueci-me
dessa dica, e a partir do nascimento d'A Chave do Sol, adotei uma performance de
palco a mais frenética possível, impressionado com essa orientação. Com isso, eu despertei a atenção de fãs e
jornalistas, o que gerou uma aura sobre a minha carreira, ao superestimarem-me como músico. Muito
do que construí na minha carreira, foi graças a essa postura cênica adotada e
decorrência da valiosa dica do Aru Junior.
E sou-lhe eternamente grato por ter tido o
cuidado em escolher a dedo um baixo com extrema qualidade, na América do Norte, que
acompanha-me até hoje, gravou todos os discos da minha carreira e aparece em
dúzias de vídeos e fotos das bandas onde atuei. Realmente foi uma escolha preciosa, pois
esse baixo é mesmo demais como instrumento e foi o meu primeiro baixo com alto
nível que tive, após anos a tocar em instrumentos de segunda e terceira linha.
Esse é Aru Junior, um verdadeiro maestro, com uma vivência enorme na música,
além do talento e alta capacidade técnica. Vá assisti-lo nos shows do Gerson
Conrad, onde é seu guitarrista, e comprove!
Paulo Eugênio Lima
Na primeira foto, eis a persona de Paulo Eugênio Lima a atuar com o Terra no Asfalto em março de 1981. Acervo e cortesia: Cido Trindade. Click: desconhecido. Na segunda foto, eis uma Brasília preta bem parecida com a do Paulo Eugênio. Considero tal carro emblemático na história dessa banda, ao ponto de sempre que venho a pensar nesse carro, despertar-me lembranças desse trabalho e dos companheiros que nele militaram comigo
Depois que fizemos a reunião final de
acerto das contas sobre o espólio do equipamento, em 1983, nunca mais eu tive contato algum com o
Paulo Eugênio Lima. Em visita que fiz à casa do guitarrista Aru, tive enfim uma
péssima notícia ao seu respeito.
Fui informado que ele faleceu há cerca de cinco ou seis anos atrás (sob a perspectiva de 2016, deve ter sido em 2009 ou 2010, o Aru também não sabia essa informação com precisão).
Segundo ele disse-me, o Paulo Eugênio faleceu em uma mesa de cirurgia de
hospital. Não sabemos se foi em decorrência de uma doença, ou se sofreu um
acidente, ou mesmo se ainda fora vítima de alguma violência urbana, enfim.
Paulo Eugênio Lima era um bom cantor, sem dúvida. Mesmo sem instrução teórica,
ele tinha noções boas de afinação, pulso, ritmo, andamento, emissão, respiração,
enfim, o be-a-bá do vocalista profissional.
Era também um bom percussionista, muitas vezes
a ajudar-nos com as suas intervenções rítmicas, e assim trazer balanço à banda. Tinha boa
dicção e cantava bem em inglês, com pronúncia bastante aceitável.
A sua performance de
palco era boa, com desinibição e comunicava-se bem com o público, muito
respaldado por ter sido guia de excursões à Disney World. Ele sabia conduzir o
público e tinha um carisma inegável.
Lamento muito que já tenha partido,
por considerar que era pouca coisa mais velho do que eu, e hoje talvez estivesse
na casa dos cinquenta e poucos anos, de onde concluo que faleceu muito jovem.
O
Paulo foi uma personalidade aglutinadora para a banda. Sempre foi o dínamo
nesse sentido, ao tomar a dianteira para promover as reformulações necessárias na parte
interna da banda, além de ser o “business man”, pois todos os contatos de
nossas apresentações, foram fruto de seus esforços, não como empresário, eu diria, mas
como relações públicas, sem dúvida, pois ele tinha esse dom natural em sua
personalidade, por envolver-se com as pessoas, mediante o seu forte poder de persuasão.
A
"Brasília preta" que ele possuía, foi emblemática, pois representou o
"Pauloeugêniomovel" oficial e assim, é praticamente um símbolo do Terra no
Asfalto, naqueles três anos em que convivemos e trabalhamos pelos bares de São
Paulo. Que esteja bem lá no céu, a cantar com o Mu
e o Gereba, talvez em uma nova fase da banda, agora chamada: “Céu no Asfalto”
Último capítulo desta parte importante de
minha trajetória musical. Como eu já deixei claro ao longo de toda a narrativa, o
Terra no Asfalto foi mais que um "ganha-pão", em um momento em que foram
cruciais dois aspectos para a minha vida e trajetória de carreira:
1) Ganhar dinheiro.
2) Autoafirmação como músico profissional.
Ao ir além, foi um verdadeiro curso
intensivo que eu fiz, por oferecer-me experiência musical, destreza ao instrumento,
segurança, postura de palco e convívio com músicos de alto nível.
Infelizmente,
além da narrativa desta autobiografia, praticamente não existe material da banda. Por
tratar-se de uma banda cover, nunca cogitamos fotografar apresentações,
tampouco fazer uma sessão de fotos promocionais (lastimável!). Não existe um
release oficial, histórico ou qualquer material, a não ser as minhas anotações de
apoio com datas, locais e quantidade de público presente nas apresentações,
fora pouquíssimos itens de portfólio, como tenho usado e abusado como
ilustração nos capítulos (ao referir-me às postagens nos meus Blog dois e três,
naturalmente). Melhor que nada, diria o otimista, mas muito pouco para o
pessimista de plantão...
Agradeço a todos os companheiros que
passaram pela banda, por todos os shows que fizemos. Mas sobretudo pela enorme
ajuda que prestaram-me, ao ajudarem-me a cumprir a transição de que tanto necessitava, ao suplantar
a barreira inicial dos primeiros e difíceis anos de minha carreira, para uma
condição melhor como músico profissional, em condições de lutar por uma carreira autoral,
no mundo musical.
"Pinguim", a tradicional marca de uma bateria nacional bem feita, inspirada na clássica "Ludwig", norte-americana e que Cido Trindade possuía e com a qual tantas vezes tocou com o Terra no Asfalto
Obrigado ao Cido Trindade, por acreditar em
minha pessoa e em um momento onde percebeu que eu melhorara como instrumentista,
vislumbrou levar-me para um trabalho como side-man ao acompanhar o cantor, Tato
Fischer, e sem o qual, não acarretaria na oportunidade em ter conhecido o
tecladista, Sérgio Henriques.
Um piano elétrico da marca alemã, "Würlitzer", idêntico ao que o excelente tecladista, Sérgio Henriques possuía e cujo sonoridade ao executar peças como "Long Distance Runaround" do Yes ou "Lady Madonna", dos Beatles, entre tantas outras canções, ainda ressoam em minhas lembranças das noitadas em que tocamos juntos com o Terra no Asfalto
Agradeço ao Sérgio Henriques por ter retirado
da manga, a oportunidade desse trio que acompanhava Tato Fischer, fundir-se a
um outro trio de músicos e ter nascido aí o primeiro sexteto raiz do Terra no
Asfalto. Sem Sérgio Henriques, eu não teria conhecido Paulo Eugênio, que foi o
homem aglutinador do Terra no Asfalto. Através de Paulo Eugênio, conheci Wilson, Gereba, Mu
e Aru Junior, quatro guitarristas da pesada.
Paulo Eugênio era bom na percussão e as suas intervenções sempre ajudaram a banda a ter mais "molho" em suas interpretações, principalmente nos temas da MPB
Obrigado, Paulo Eugênio Lima, onde estiver, por
ter proporcionado-me a chance para tocar com essas feras todas, por oitenta e três
vezes, onde sem dúvida, teve o peso de um curso intensivo em minha formação
musical.
A famosa guitarra "Craviola" da Giannini, marca registrada de Wilson Canalonga Junior, no Terra no Asfalto
Obrigado ao Wilson pelo convívio, amizade, conversas
sobre os Beatles que adoramos e pela possibilidade de ouvir as suas vocalizações
nos bonitos backing vocals que fazia.
A guitarrinha "Rei" era horrenda, mas nas mãos do Gereba, soava com a sonoridade de gente grande! "Um Bilhete para Didi" e para o Gereba, também!
Obrigado, Gereba, pela sua guitarra
"arretada". Os Seus solos inacreditáveis ainda ressoam na minha memória,
cheios daquela brasilidade que só você e o Pepeu Gomes possuem... que esteja
a tocá-los aí, do "outro lado!"
Uma Gibson Les Paul, modelo Junior. A que pertenceu ao Mu era do ano de 1958, uma verdadeira joia rara e que um dia um malfeitor da vida levou embora, fortuita e lastimavelmente. Tenho quase certeza de que tratou-se de um gatuno incauto, que sequer nem mensurou o valor estratosférico que ela tinha. E o que o Mu fazia com ela, então... era um verdadeiro azougue
Muito grato, Mu. Você foi o primeiro grande
guitarrista Rocker com o qual pude ter a honra de tocar. Tocar contigo, foi
como estar no palco do festival de Woodstock, e tocar junto com um Deus do Rock, de
verdade. Jamais esquecerei a sua interpretação para: "Star-Spangled Banner",
ao fazer toda a ruideira de alavancas do Jimi Hendrix, em uma Gibson Les Paul, Junior,
a puxar o headstock na mão! Fazer aquilo sem alavanca, foi inacreditável e
deixaria o Hendrix de queixo caído!
Foto promocional de Gerson Conrad & Trupi, por volta de 2012. Aru Junior é o primeiro à esquerda, seguido de Gerson Conrad, Carlinhos Machado e o rapaz à direita, deduzo ser o baixista da banda, mas infelizmente, foge-me o seu nome.
Obrigado, Aru Junior! Você foi um professor e um
maestro na minha iniciante trajetória naquela época. A sua dica sobre mise-en-scène
mudou mesmo a minha vida e se sou respeitado na minha carreira, devo muito a
essa orientação valiosa. E que bom que esteja do "lado de cá", espero
que por muitos anos, ainda.
Impossível lembrar-me do Luiz "Bola", sem associá-lo ao grande mestre, Frank Zappa, do qual era fã incondicional. "Don't Eat the Yellow Snow, Uncle Meat!
Obrigado, Luis “Bola!” Você foi muito
cordial comigo e os sons do Frank Zappa que ouvimos na sua casa, foram sempre
muito incríveis.
Torço para que Edson "Kiko" tenha realizado-se com a World Music que apreciava e onde desejava militar em sua carreira
Edson "Kiko": já expressei na
narrativa, as minhas desculpas reiteradas vezes. Espero que esteja bem neste
momento!
Um agradecimento especial ao Edmundo, pelo
apoio recebido logo no início das atividades da banda e amizade expressa por
muitos anos, ainda que nos vejamos sazonalmente.
Aos agregados, amigos e músicos com
passagens rápidas, um muito obrigado, igualmente.
O Terra no Asfalto teve méritos, apesar de
ter sido somente uma banda cover. Nos agradecimentos expressos acima, fica uma
constatação: essa banda teve o efeito de um dominó... uma peça ligou-se à outra, e sem as
quais, eu não teria tido tantas oportunidades.
Muito obrigado por ler esta história,
amigo leitor!
O fim do Terra no Asfalto é o
começo da história d'A Chave do Sol na minha trajetória. Basta continuar a ler
dali em diante...
Salve, Luiz, tudo bem?
ResponderExcluirMuito legal o seu blog, estou curtindo demais a leitura, até porque temos muitos conhecidos em comum ����
Abraços!
Sérgio Zurawski
Olá, Sérgio !
ExcluirQue prazer saber que está a apreciar este Blog em específico, que trata das minhas memórias dentro da música. Fico feliz por saber você identifica entre tantas pessoas que eu citei em minha autobiografia, amigos seus, igualmente. Tem muita gente valorosa ao extremo neste relato e certamente que eu agradeço a oportunidade em ter convivido e muito aprendido com tais artistas.
Bem, convido-o a visitar com constância o meu Blog ! Grato pela visita, leitura e apoio !
Forte abraço !