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domingo, 25 de janeiro de 2015

Boca do Céu - Capítulo 7 - O Último Estertor em 1979, mas com a Convicção na Carreira Consolidada - Por Luiz Domingues

O Bourréebach viveu os seus últimos suspiros de vida, nos quatro primeiros meses de 1979. E com a saída do Osvaldo Vicino, muito da inocência inicial do Boca do Céu foi-se embora, naturalmente, pois estávamos mais amadurecidos. 

O Laert conheceu um colega na faculdade em que recém havia ingressado (Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero), logo nos seus primeiros dias, chamado, Paulo Estevam Andrade, vulgo "Tevão" ou também: "Paulo Sustenido". 
Ele era guitarrista, mas vivia aquela típica crise de identidade que acometera a quase todos, ao final daquela década, por negar o Rock, e a bandear-se para a MPB ou outras vertentes. Ele interessou-se em conhecer o trabalho da nossa banda, e chegou a ensaiar conosco algumas vezes. Lembro-me que possuía uma guitarra nacional da marca, “Ookpik”, imitação de Gibson SG, de cor branca. 

Ele tocava bem, e parecia que encaixar-se-ia nessa nova formação da banda. Por incrível que pareça, o baterista, Zé Claudio, também estava a permanecer, e a banda sinalizou esperança de continuidade, com essa nova formação. 
Contudo, o Laert mostrava-se cada vez mais empolgado com os colegas que havia conhecido recentemente, por conta de sua entrada na faculdade. Ali nos corredores da Faculdade Cásper Líbero de jornalismo, conheceu Guca Domenico, Carlos Mello (Castelo), Pituco Freitas, Paulo Elias Zaidan, Dico, Paulo Estevam, Nilma Martins e Saulo, entre outros, e a conversa a girar em torno de música, poesia, quadrinhos, cinema e tudo a amalgamar-se pela política, estava a impressioná-lo, fortemente. 

Com a perspectiva a andar devagar para o Bourréebach, foi natural que estivesse a cada dia mais focado nesse novo ambiente, e assim que surgiu a ideia de realizar-se um sarau literário/musical a ser realizado dentro da própria faculdade, ele empolgou-se e praticamente aí nesse instante, tirou o seu pé do acelerador do Bourréebach. Então, após alguns ensaios, a banda desintegrou-se...
Apesar de ter sido um final melancólico, com a banda sendo vencida por inanição, praticamente, eu não fiquei triste com tal constatação, tampouco fui acometido pelo sentimento de perda ou lamento. Simplesmente aceitei a absoluta falta de forças para prosseguir, mas convicto de que aquela situação em nada mudaria a minha trajetória na música. Eu estava, naquela altura, muito mais seguro, por ter vencido a etapa inicial, e terrível de aprendizado musical. Estava em franco progresso, a tocar cada vez melhor, e senti-me pronto, portanto, para abraçar outras oportunidades.
Continua...

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