No início de 2005, o Xando Zupo tomou providências para colocar a banda no rumo da gravação do primeiro CD. E o primeiro passo foi no sentido de nos apresentar ao Renato Carneiro, um excepcional técnico de som e que gravara o álbum do "Big Balls", a sua ex-banda, nos anos noventa, a usar o estúdio Mosh.
O Renato já trabalhava há muitos anos
a operar o som de duplas sertanejas famosas, ao vivo. Havia trabalhado anteriormente com
Christian & Ralf e naquele momento, estava há quase cinco anos, a operar o som ao vivo da dupla:
Zezé Di Camargo e Luciano.
Outra possibilidade muito boa, seria a de se poder contar com o Renato Carneiro eventualmente também como técnico de som de nossos shows ao vivo.
Começamos a sonhar com essa possibilidade e houve
outra chance mais animadora que seria contar também
com um outro técnico de alto nível, também chamado, Renato, ou seja, Renato Sprada
para ser preciso.
Os dois Renatos, ambos magos dos botões... grandes técnicos de áudio! No uso de uma camiseta esverdeada, Renato Carneiro e a usar camiseta preta, Renato Sprada. Início de 2005, com ambos a acompanharem os ensaios do Pedra, sob foto de Grace Lagôa
Com a volta dos ensaios e o surgimento de mais músicas, estávamos a fechar os arranjos e a nos prepararmos para a gravação.
Com o Rodrigo a estabelecer ótimas intervenções aos teclados e Xando Zupo e Tadeu Dias, a se entenderem nas guitarras.
Notávamos, no entanto, que o baterista, Alex Soares parecia economizar um pouco nos seus arranjos pessoais. Falávamos para ele ousar um pouco mais, mas ele alegava estar a tentar padronizar a sua linha de condução à bateria sob um patamar mais Pop, propositalmente.
Alex Soares, em foto de Grace Lagôa, durante a sessão de gravação do primeiro álbum do Pedra, início de 2005
Claro que o
Pedra nasceu com a mentalidade de estar aberto ao Pop, mas o Alex
demonstrara ter outros parâmetros sobre o que deveria ser considerado
como uma linha de trabalho comercial.
E outro ponto que hoje é fácil para ser visualizado, mas que se mostrou obscuro na época: o sutil distanciamento que o guitarrista, Tadeu
Dias esteve a demonstrar.
Eis que ele faltara a muitos ensaios, ao estabelecer uma frequência nesse período (falo sobre o início de 2005), ao alegar
estar compromissado com a agenda do cantor, Simoninha.
De fato, ele houvera viajado para a
França com tal artista nessa época, mas logo voltara para o Brasil.
Na sala de estar da residência do Xando Zupo em 2005, ao olharmos fotos históricas da carreira de Grace Lagôa como fotógrafa e ainda com Tadeu Dias sorridente, a fazer parte de nossa banda...
Ele se portava com muito companheirismo, sempre foi bastante brincalhão no convívio e nos fazia rir com as suas piadas e imitações etc. Portanto, não houve indícios de que estivesse insatisfeito com ninguém, pessoalmente, tampouco distante do empenho com o trabalho.
Mas logo no início de 2005, eis que mudou o seu comportamento, bruscamente. No início, claro que não percebemos isso. Uma primeira ausência se deu por conta de sua viagem para Paris, outra vez, por conta da gravação de um especial do Simoninha para a MTV, seguido de constantes problemas alegados com o seu automóvel.
Enfim, começou uma sucessão de faltas, mas atribuíamos isso aos compromissos dele com Simoninha e a fatalidade em ter problemas com seu carro, fator que pode ocorrer a qualquer pessoa.
Por não percebermos tais sinais, seguimos a ensaiar e relevarmos as suas faltas. Nesta
altura, o som estava bem encorpado com a entrada do Rodrigo Hid, como
tecladista & vocalista e dessa forma, pensávamos em alguns ajustes nos quais as duas
guitarras e teclados poderiam soar em excesso.
E a se levar em conta que eu era (sou)
um baixista que gostava (gosto) de criar e frasear, esse cuidado deveria ser
ainda melhor observado.
Pausa
para a água, durante a sessão de gravação do meu baixo, em fevereiro de 2005. Da
esquerda para a direita: eu (Luiz Domingues), Renato Carneiro, e Xando
Zupo. Foto de Grace Lagôa
Ao perceber tal possibilidade, eu me animei ainda mais, pois antevi uma gravação tranquila, com o diálogo
franco entre músico e técnico, com abertura total para opinar.
Mais ou menos na época do carnaval
de 2005, o Xando reservou o seu estúdio para o Pedra dar início à tão
esperada gravação de seu primeiro trabalho.
Para tal empreitada, se usou o método tradicional do "um-por-um", ao começar pela bateria. Marcamos o início para gravar com o Alex Soares e para tanto, a equalização de seu instrumento e guia da banda para poder gravá-lo.
Em tese, para que o baterista possa
gravar na sua plenitude, com técnica e criativamente, é imprescindível que
ele tenha ao seu dispor uma guia bem-feita pela banda.
Foto de Grace Lagôa, na sessão de gravação da bateria, com Alex Soares. Fevereiro de 2005
Como costumamos dizer, se a banda
toca sem muito empenho, o baterista acaba por se prejudicar, pois grava
com uma interpretação frouxa, sem vida, e aí, sob um efeito dominó, todos os
outros instrumentos vão se basear nessa pegada sem alma e a gravação
se coloca como irremediavelmente arruinada.
Gravada
a bateria, chegou a minha vez.
Senti um imenso prazer de gravar aquelas
músicas, pois estava encaixado no espírito da sonoridade do Pedra.
O contato com várias vertentes do Rock era costumeiro na minha rotina pessoal, construída ao longo de tantos trabalhos anteriores que eu realizara, mas foi através do Pedra, onde eu mais pude me aproximar da Black Music, que é uma escola que adoro em via de regra, entretanto, nunca houvera tido a oportunidade para tocar, propriamente a falar, a não ser por lampejos.
Músicas como: "Vai
Escutando, "Me Chama na Hora", "Sou Mais Feliz" e "O Dito Popular",
transitavam entre o Soul, R'n'B e Funk, portanto, meu lado Motown/Stax, se regozijou.
Usei bastante os meus baixos Fender, tanto o Jazz Bass, quanto o Precision, e em ambos, creio ter atingido os melhores timbres da minha carreira (até aquele ponto, devo realçar), graças ao trabalho do Renato Carneiro como técnico e produtor de estúdio, fora o apoio valoroso do Xando Zupo. De fato, esses trabalhos no quesito do baixo, foram muito elogiados posteriormente, e muito me orgulham.
E dá-lhe Fender Precision! Foto de Grace Lagôa ao registrar a minha sessão de gravação, do primeiro álbum do Pedra. Fevereiro de 2005
Todavia, há uma diferença básica entre nós dois: O Xando gosta do Funk setentista e da Disco Music, e eu prefiro o R'n'B e Soul cinquenta-sessentistas. O ponto aonde concordamos em comum, é no quesito do Funk setentista.
Mas como ele logo assumiu o posto, com a saída de Tadeu Dias, preparou todas as músicas já a imprimir o seu estilo. Ficou o sentimento de que teria sido ideal ele ter gravado tudo desde o começo, mas o destino não quis assim. E quanto ao entrosamento dele com a banda, certamente que veio muito rápido.
É normal em uma banda que dá os seus primeiros passos, que haja um entusiasmo por parte de todos. O Rodrigo Hid foi o último a chegar (nessa etapa) e se apresentou desgastado psicologicamente, provavelmente pela longa labuta anterior em outros trabalhos e a vivenciar os seus dissabores inerentes. Portanto, foi natural que demorasse a se animar e assim a se nivelar conosco nesse aspecto, mas esse processo de revitalização veio a acontecer rapidamente, para o bem dele e da banda.
Alex Soares flagrado pela lente de Grace Lagôa, no início de 2005
O Alex Soares estava um pouco abaixo desse entusiasmo, por conta de se mostrar extremamente cético em relação ao mundo mainstream. Ele queria que o nosso trabalho lograsse êxito, é claro, mas duvidava do direcionamento que havíamos planejado.
Foto de ensaio, com Tadeu Dias no centro da imagem, a pilotar a sua Fender Stratocaster. Foto de Grace Lagôa. Janeiro de 2005
E o Tadeu Dias simplesmente desistiu, após ter gravado a sua parte sem muito entusiasmo e a seguir, a nos deixar sem maiores explicações. Todavia, demoramos para perceber a sua real intenção naquele momento, pois não fora uma situação cristalina.
Alex Soares, em um ensaio de 2005. Foto de Grace Lagôa
Ele queria muito que desse certo, mas a sua expectativa foi diferente, apenas isso. Ele queria trilhar um caminho Pop, acentuadamente popularesco. Nós tínhamos uma estratégia e ele pensava em outra, foi essa a diferença de pensamento entre nós. Quanto aos demais, claro, estávamos todos empolgados.
O meu diagnóstico sobre o caso do Tadeu Dias, também se dá pela via da incompatibilidade de metas artísticas, no entanto, sob um outro aspecto, totalmente diferente em relação ao Alex. No caso do Tadeu, apesar dele possuir uma tremenda bagagem no campo da MPB e também da Black Music, com sólida formação teórica, inclusive, ele gostava mesmo era de Heavy-Metal.
Mas logo que o ano de 2005, virou, o Tadeu nos surpreendeu, pois alegara estar muito atarefado com compromissos do cantor Simoninha, e assim faltara em alguns ensaios, no entanto, nós soubemos que ele arrumara tempo para fazer shows com bandas oitentistas de Heavy-Metal, como "Centúrias", "Harppia" e "Salário Mínimo", em meio a festivais saudosistas dos anos oitenta, realizados no Bar Blackmore.
Uma das últimas fotos do Tadeu Dias, conosco, em 2005. Click de Grace Lagôa
Logo depois que deixou o Pedra, ele culminou em fazer parte de uma banda orientada pelo Heavy-Metal, chamada: "Cavalar". Vimos matérias em sites como o Wiplash, por exemplo a respeito dessa banda e aí entendemos finalmente o por que dele ter se entediado com o rumo que o Pedra adotara.
Com o Rodrigo Hid a assumir a guitarra, o Pedra encontrou o seu formato ideal. Mas esse não fora o plano inicial, pois o Tadeu era (é) um excelente guitarrista e não cogitávamos perdê-lo naquele instante tão prematuro da história de uma banda que mal nascera.
Foi surpreendente, mas ao final, deu tudo certo com o Rodrigo Hid a assumir o seu lugar de direito na banda. O Rodrigo é um talento como multi-instrumentista, portanto, deixá-lo a tocar apenas um instrumento, ou só a cantar, seria desperdiçá-lo. Sorte do Pedra em ter podido contar com esse talento doravante, portanto.
Rodrigo Hid e eu (Luiz Domingues), no estúdio Overdrive, em 2005, durante as sessões de gravação do primeiro disco da banda. Foto de Grace Lagôa
Ainda a repercutir sobre o talento de Rodrigo Hid, eu confesso que sinto uma certa revolta em verificar a existência de tantos artistas duvidosos a se mostrarem consagrados no mainstream, só por conta de lobby e/ou por comprometimento com estéticas mancomunadas com uma parte da mídia mal-intencionada em conluio com empresários inescrupulosos e com o apoio dos marqueteiros, para deixar à margem um talento como o de Rodrigo Hid.
Sessão de gravação das guitarras de Xando Zupo. Click de Grace Lagôa. 2005
Por incrível que pareça o panorama piorara nesse sentido, ao se pensar ali naquele momento de meio de década zero do ano 2000, pois mais antigamente os produtores de gravadoras contratavam bandas com qualidade e as moldavam dentro do padrão Pop, sem preocupação com a substância artística mais acentuada, digamos assim e isso por si só já se caracterizara como uma prática odiosa, certamente.
Entretanto, foram ações secundárias naquele instante, pois o foco esteve no trabalho de estúdio e em nossa relação com o produtor do nosso áudio, Renato Carneiro.
Renato Carneiro e Xando Zupo, em foto de 2005, no estúdio Overdrive e momento esse clicado por Grace Lagôa
Como o Renato estava sempre em turnê com Zezé Di Camargo e Luciano, demorou para que ele pudesse encontrar uma brecha na sua agenda e dessa forma poder vir nos visitar, enfim. No entanto, em princípio, esteve tudo certo para ele ser o nosso George Martin/Geoff Emerick...
Quando o Renato apareceu no estúdio, já tínhamos pelo menos cerca de oito músicas prontas, das doze que gravamos e a descontar uma que foi descartada, na hora da edição final. Tal canção descartada chamava-se: "Pra Sempre", e fora uma autoria do baterista, Alex Soares. O motivo do seu descarte será explicado no momento oportuno. Estou a narrar sobre o começo de 2005, e isso só viria a ocorrer em 2006.
Eu, Luiz Domingues a gravar o primeiro disco do Pedra, no início de 2005...Click: Grace Lagôa
Digo sem medo de errar, que foram os melhores timbres de toda a minha carreira até aquele ponto, em termos de um áudio de disco. O Renato Carneiro soube extrair o melhor de meus instrumentos, amplificador e caixas. A sua experiência para operar PA gigantescos ao vivo, lhe outorgara um talento ímpar para detectar frequências, como um professor de química que conhece a tabela periódica de cor e salteado.
Os timbres dos baixos Fender, tanto o modelo Jazz Bass, quanto Precision, ficaram magníficos. Tenho muito orgulho desse disco, por vários motivos, entre os quais, o resultado no tocante aos timbres dos baixos, nele gravados. O Rickenbacker também ficou bom, mas um pouco aquém de sua potencialidade natural. Nesse caso, eu sei que o Renato teve de conter na mixagem e na masterização, certas frequências excessivas e naturais desse instrumento que se chocavam sobretudo com o piano de faixas como: "Madalena do Rock'n' Roll" e "Reflexo Inverso".
Mas em músicas como: "Me Chama na Hora", "Vai Escutando" e "O Dito Popular", o timbre do Fender Precision ficou simplesmente, espetacular.
O estalo típico do instrumento se realçou de uma forma a evocar o som de baixo de mestres tais como: Roger Waters, Glenn Hughes na época do Trapeze, John Wetton no Family, King Crimson e Uriah Heep e Phil Linnot do Thin Lizzy.
E o Jazz Bass ficou com um som de veludo, de tão macio, e absurdamente encorpado em músicas como: "Sou Mais Feliz" e "Amanhã de Sonho", a evocar as melhores tradições da Black Music, em gravações das gravadoras Motown & Stax, pilotadas por músicos do mais alto calibre como James Jamerson, e Donald "Duck" Dunn.
Cabe um interlúdio em minha narrativa para explicar ao leitor, que a minha decisão pessoal de escolher o baixo para cada música, se baseia desde que a música nasce nos seus primeiros ensaios de composição.
Feito isso, identificada a influência, o meu "HD do cérebro" começa a formular lembranças de como esse ou aquele baixista da banda, ou das bandas em questão, tocaria. Quais formulações de frases usaria, que instrumento escolheria e finalmente como se finalizaria o timbre empregado. Nesse ponto, eu imprimo esse estilo, claro, com a minha personalidade e o meu jeito bem particular em tocar.
Se a música pede um estilo, tenho tantas influências, que culmino em acessar um manancial repleto por ideias na imaginação e raramente erro, pois toda essa resolução foi decorrente de uma observação da música em si, que praticamente delineou por si só esse caminho. Esse é o meu método de criação. Deixo que cada música me solicite a influência que for necessária para que eu imprima a minha linha e também a definir a escolha do respectivo baixo, adequado pelo timbre.
Por exemplo: se eu notar que a canção detém um aspecto do Rock Progressivo setentista, eu aciono as minhas influências dessa escola. Se através de uma segunda prospecção, noto que parece mais cerebral do que silvestre com raízes folk, descarto o Rickenbacker, tanto pelo timbre do "Yes", quanto "Renaissance", duas de tantas possibilidades estilísticas em termos de timbres, proporcionadas por esse instrumento.
Neste caso, opto pelo Fender Precision e vou especificar mais. Se houver densidade, penso mais no som do John Wetton na época do LP "Lark's Tongues in Aspic" (King Crimson). Se for mais com brilho em torno do médio-agudo, vou buscar o som do Greg Lake nos discos do ELP, ou do Bert Ruiter, do Focus. E neste caso, estou a citar apenas alguns entre centenas de nomes!
Se houver semelhança com a época do LP "Revolver" é uma percepção, no caso do LP "Sgt° Peppers" é outra etc. Se me lembrar então do trabalho do "Wings", se trata de um outro Paul McCartney que vou buscar como referência, neste caso mediante o uso do Rickenbacker e este a ser usado com a chave de captador na posição do meio, a obter um lindo médio-grave, anasalado.
Com o desinteresse da parte do Tadeu Dias para prosseguir conosco, o Xando preferiu apagar a sua participação na gravação. O ponto onde ele se sentiu desestimulado com o Pedra, ficou obscuro. Não house nenhuma explicação plausível, pois ele mudou seu comportamento de uma forma abrupta e passou a se comportar dessa maneira, desmotivada, sem maiores esclarecimentos de sua parte.
Mas como eu já salientei anteriormente, hoje em dia (2016) está bem claro que ele estava a se envolver com músicos orientados pelo Heavy-Metal e este seria de fato o trabalho que sonhara realizar, visto que o Pedra tocava, aos olhos dele, praticamente no mesmo espectro de som que costumava tocar quando acompanhava o cantor, Simoninha, e outros artistas do elenco da gravadora "Trama".
Assim, ele saiu da banda, mas tudo bem, seguiu o destino que realmente planejara para a sua carreira. Dali em diante, se abriu o caminho para o Rodrigo Hid assumir a segunda guitarra e o Pedra se formatou, enfim.
Portanto, penso que esse arranjo foi o melhor para a história do Pedra, mas essa visão só faz sentido agora, com o devido distanciamento histórico.
Fechado como quarteto doravante, o Pedra em foto promocional clicada por Grace Lagôa, em março de 2005
E tirante o clima sob estupefação, não houve prejuízo musical, pois o Xando Zupo regravou todas as partes do Tadeu Dias, novamente e o Rodrigo Hid assumiu com naturalidade a sua função como guitarrista, doravante, ao trazer seu talento natural e criatividade nesse instrumento, também para brilhar no Pedra.
Superada a questão da perda do Tadeu Dias e com o Rodrigo Hid integrado em cem por cento com a banda, prosseguimos a gravar e então, começaram a aparecer as primeiras oportunidades para a banda.
Uma história dessas, no entanto, se revelou como um grande furo n'água, quando o Renato Carneiro nos ligou em algum dia de abril de 2005, e disse ao Xando Zupo, que o filho de um cantor popular, muito famoso no mundo mainstream, lhe perguntara se seria possível que este poderia lhe recomendar um estúdio de gravação, para que a sua banda "emocore", gravasse uma demo-tape.
De pronto, o Renato ligou para o Xando e coincidiu de ser um dia de ensaio do Pedra, portanto, a nossa banda estava toda lá. Paramos o nosso ensaio e deixamos a técnica livre para o rapaz e seus amigos, poderem conhecer o estúdio e o Renato que viria também, logicamente, para ciceroneá-los, a fazer demonstrações a respeito do áudio.
A intenção do Renato Carneiro foi boa, ao tentar aproximar alguém que habitava o mainstream, de nós, mas o nosso amigo não contou com a soberba juvenil, perpetrada por parte do pimpolho desse cantor popularesco.
No currículo dele, haviam inúmeros vídeoclips realizados com artistas do Rock oitentista e noventista, MPB e música popularesca (leia-se: duplas sertanejas famosas). Os seus trabalhos eram famosos em favor de artistas que foram do Capital Inicial aos Raimundos, Cássia Eller a Titãs, Zezé Di Camargo & Luciano a Marisa Monte etc.
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