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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Patrulha do Espaço - Capítulo 11 - Véu do Amanhã - Por Luiz Domingues

Após o show realizado no Centro Cultural São Paulo, nós contabilizamos mais matérias em jornais e revistas, a conterem resenhas sobre o novo disco, ".ComPacto", além de entrevistas com a banda, e também individualizadas com os componentes, principalmente transcritas através de fanzines e revistas especializadas para músicos. 

Uma longa brecha na agenda nos deixou fora de combate entre agosto e novembro, portanto, a se tratar como um hiato raro e incômodo, mas além das matérias a surgirem na imprensa escrita tradicional, outros fatos ocorreram em termos de exposição midiática. O primeiro e que achamos até estranho pela deferência pouco usual, veio da MTV...

Falo isso pela constatação óbvia, ou seja, a MTV Brasil, que nascera em 1990, e nunca fora simpática ao Rock vintage, a não ser em manifestações isoladas perpetradas por fatos não usuais e graças ao empenho de poucos abnegados Rockers genuínos ali infiltrados, (casos de Gastão Moreira e Fabio Massari e de certa forma, Kid Vinil, Luiz "Thunderbird"). 

Os demais "DJ's" eram absolutamente desconectados com a música, principalmente as garotas, que eram selecionadas por serem bonitas, e/ou por conterem vida profissional pregressa como modelos e atrizes, ou aspirantes a. 

Portanto, nunca esperávamos obter alguma exposição ali naquela emissora, que se dizia "especializada" em música, mas que na prática, mantinha uma linha de atuação bem equivocada, sob muitos aspectos.

Principalmente se levarmos em conta que se nos seus primeiros anos poder-se-ia dizer que a MTV priorizou a música, ainda que com mentalidade decepcionante, a realidade apontou que a partir da metade dos anos noventa, a situação piorou ainda mais, pois a emissora começou a adotar a postura popularesca, ao abrir caminho para o mundo super comercial da música e paralelamente a trazer elementos alienantes em termos de entretenimento, mediante programas baseados em "games", gincanas infantojuvenis e programas eróticos, ao reduzir a pouca inteligência que ali existia, e era pouca, ao se colocar praticamente no patamar zero e muitas vezes, abaixo desse parâmetro. 

Dessa forma, não esperávamos nada daquela emissora e nunca nos preocupávamos em lhes enviar releases sobre a nossa agenda de shows, tampouco a anunciarmos lançamentos de discos.

Contudo, tínhamos um aliado na redação da Revista da MTV, ao tratar-se de um abnegado jornalista chamado, Daniel Vaughan, que era aficionado de Classic Rock, e reconhecia em nós, o valor pelo resgate estético que estávamos a promover a partir do lançamento do CD "Chronophagia". 

Portanto, mesmo que esse jornalista não fosse uma voz forte naquela redação, que continha a mentalidade parecida com redações de órgãos mainstream com Folha de São Paulo e Revista Bizz, ou seja, com um comprometimento, ainda que velado, com o manifesto Punk de 1977, como modelo editorial a ser seguido, é fato que o Daniel Vaughan se esforçar muito para nos inserir naquele universo.

E graças aos seus esforços, o nosso material promocional do CD ".ComPacto", foi parar na redação do "Jornal da MTV", um dos últimos programas da emissora nessa época que ainda falava sobre de música, o que chegava a ser irônico se considerarmos que a MTV nascera para ser a "Music Television". 

E quem apresentava o jornal diário, que tratava de notícias do mundo da música, era o "DJ", Edgard Piccoli, um radialista que eu já conhecia desde os anos noventa, quando este fora locutor da emissora 89 FM, e estação essa na qual a minha banda nessa década, o Pitbulls on Crack, tanto interagiu. Aliás, lembro-me do Edgard até a apresentar um show do Pitbulls on Crack ao vivo, como mestre de cerimônia de um festival em que participamos no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no ano de 1994.

VJ da MTV nos anos noventa e início dos 2000, Edgard Piccoli

Bem, claro que ficamos muito contentes ao notarmos a capa do nosso disco exposta no "Jornal da MTV", com o Edgard a falar bem do lançamento e com direito até a colocar no ar e ouvir com atenção certos trechos do disco, ali ao vivo e a tecer breves comentários sobre cada faixa. 

Em setembro, fomos surpreendidos novamente, quando recebemos um telefonema da MTV, ao nos solicitar desta feita, uma entrevista. Ora, será que a mentalidade instaurada dentro da mídia mainstream estaria a mudar, finalmente? Isso foi um indício? A MTV pertencia a esse mundo maior da mídia, realmente, ou fora apenas uma emissora apenas intermediária entre esse patamar e o limbo do underground?

Então, eis que uma equipe de reportagem dessa emissora, encostou a sua viatura na porta da residência do Rolando Castello Junior, na tarde de um dia útil de setembro de 2003 e filmou uma entrevista bastante digna conosco e que na sua edição final, foi mesclada com algumas imagens da Patrulha do Espaço através de fotos, a se mostrarem as diversas fases e formações passadas da nossa banda, além de capas de discos lançados na carreira toda. Bem, claro que apreciamos e agradecemos a oportunidade. 

Eis abaixo a reportagem/entrevista com a Patrulha do Espaço, no Jornal da MTV:
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=ZLufcw1lzD8 
Entre julho e setembro de 2003, matérias, entrevistas e resenhas do novo álbum e sobre shows, foram publicadas em várias publicações.
Eis algumas delas com os meus comentários em adendo:
  
1) Dynamite  - Nº 66  -  Julho 2003

"São Paulo City, é a velha história, primeira frase do novo álbum desse veteraníssimo grupo paulistano, aplica-se também ao próprio Patrulha, só que no melhor sentido. Sempre foi fiel ao Hard Rock desde seu surgimento nos idos de 1976, o Patrulha nem sempre conseguiu traduzir em gravações seu grande potencial, prejudicado às vezes por uma produção abaixo da merecida, outras por uso excessivo de clichês do estilo. Mas o melhor disco do grupo talvez seja esse novo. Sonoridade, execução, melodias e arranjos, tudo foi bem cuidado e merece atenção. A embalagem, imitando um velho e bom compacto de vinil (e motivando o trocadilho do título que une o passado ao presente), é apenas um detalhe a mais".
 
AMJ

Bem, não sei exatamente quem foi o resenhista, pois não decifrei o significado das suas iniciais. Mas digo que apreciei a sinceridade e não tenho nenhum problema para absorver uma crítica não muito favorável, desde que seja plausível, com argumentação fidedigna e cunhada pelo espírito construtivo. 
 
E foi exatamente o que esse rapaz fez ao elaborar a sua crítica. De fato, a carreira da Patrulha do Espaço foi permeada pelas dificuldades em todos os sentidos e no quesito da gravação de seus álbuns, isso foi gritante e a estigmatizou com certeza. 
 
Nesse caso, o jornalista teve razão e não cabe relevar sobre as dificuldades da banda em deter recursos para gravar em condições melhores etc. Sobre abusar de clichês, e este ".Com Pacto" ter sido o melhor álbum, foi uma opinião pessoal dele, e não existe contra-argumentação. Porém cabe uma correção, no entanto: a data por ele mencionada como a da fundação da banda, embora tenha se tratado de um mero lapso, portanto, sem problema algum sobre o seu lapso. Foi em 1977 e não 1976.
 

2) MTV - Nº 28 - Agosto 2003

"Nos anos 70, a banda acompanhou o mestre Arnaldo Baptista e depois alçou um brilhante voo solo. Aqui, eles continuam com uma nova formação comandada pelo batera Junior".

Neste caso, não está assinado, mas eu tenho a quase certeza de que foi obra do jornalista, Daniel Vaughan, o único profissional dentro daquela redação que dignar-se-ia a escrever sobre uma banda não comprometida com a estética do Pós-Punk e seus bisnetos dos anos 2000, os indefectíveis "indies". 

Bem, sem espaço para uma análise mais profunda, como ele certamente gostaria de escrever, nesta manifestação ele fez uma breve nota, ao estilo "twitter", com poucos caracteres. Todavia, eu louvo a sua extrema boa vontade de sempre cavar espaços para nós, tanto na revista, quanto na MTV, propriamente dita, enquanto emissora de TV.

 

3) Comando Rock - N° 1 - Agosto 2003

Nessa entrevista com o Rolando Castello Junior, nenhuma pergunta fora do esperado foi feita pela jornalista, Luiza de Carvalho em favor da revista Comando Rock, mas eu não posso deixar de achar curioso que seja uma rara entrevista a falar sobre a nossa banda nessa ocasião, na qual a minha pessoa em específico, tenha sido ignorada.  

Não se trata de uma reclamação, tal fato nem me aborreceu na época e muito menos hoje em dia, 2016, porém, eu considerei inusitado esse fato, pois a moça simplesmente não me citou, ao conversar diretamente com o Rolando Castello Junior e mencionar os outros componentes, Rodrigo Hid e Marcello Schevano, apenas.

4) Roadie Crew  -  Nº 5 - Julho 2003

 "Se você quer saber um pouco sobre o desenvolvimento do Rock no Brasil, pode começar escutando as bandas Patrulha do Espaço e Made in Brazil. Como aqui se trata de um novo lançamento do Patrulha, vamos ao que interessa. A banda foi fundada em meados de 1977 por Arnaldo Dias Baptista (Mutantes) e além de outros fatos marcantes, fez abertura para o Van Halen no Brasil, em 1983.


Após a saída de Arnaldo Baptista, o Patrulha do Espaço teve como figura central o mestre e baterista Rolando Castello Junior (Made in Brazil; Aeroblues; Inox, e El Tri), e atualmente com Junior, Luiz Domingues no baixo e vocal (Ex-A Chave do Sol; Pitbulls on Crack e Língua de Trapo); e os jovens Rodrigo Hid (guitarra; vocal, piano; Hammond e Moog) e Marcello Schevano (guitarra; vocal, Hammond;piano e flauta). 

.ComPacto mostra um Rock and Roll bem forte (a la Jimi Hendrix, Cream, The Who, James Gang, Grand Funk), com guitarras distorcidas, toques do Rock Progressivo e uma série de improvisos de Jazz, notadamente pelas partes criativas de mini solos de bateria do mestre Junior. Mas não é só.

O som ainda traz guitarras suingadas, solos com muito feeling, um baixo pra lá de preciso e versátil, e vocais bem encaixados, cheios de dobras e coros. Outra coisa bem interessante na produção do material, é que a capa e o encarte apresentam um trabalho gráfico que reproduz com fidelidade um compacto de vinil como era costumeiro nos anos 70. 

Faixas em destaque: Sendas Astrais, São Paulo City, Terra de Minerais e Tooginger (solo de bateria do Junior, em homenagem ao inglês, Edward Baker, "Ginger Baker"). Se quer ter a chance de ter em mãos mais um mais um registro da histórica Patrulha do Espaço, confira!"

Nota 8.0

Ricardo Batalha


Bem, Ricardo Batalha escreveu uma boa resenha, a observar vários detalhes interessantes e pertinentes, eu não tenho dúvida e isso foi louvável, pois a sua predileção pessoal, e da revista que representava (representa) é o Heavy-Metal, portanto, ele foi bem cordial ao manter essa deferência para conosco. 

Discordo da sua percepção, no entanto, no sentido de supostamente haver o elemento "jazz" em nosso som, pois realmente ele não existia, mas foi o tal negócio: a se tratar de uma questão de referência pessoal do resenhista e aonde ele define como "jazz", talvez na minha percepção, ou de outra pessoa, soe como uma outra intenção sonora. 

Achei que ele linhas na lauda ao acrescentar dados sobre a história da banda nos primeiros parágrafos e poderia ter usado tal espaço disponível na diagramação para falar mais sobre o disco, no entanto, por esse aspecto também o entendo, pois ele deve ter julgado importante situar o leitor padrão daquela publicação, visto ser um público em 99% formado por adolescentes e apreciadores de Heavy-Metal, portanto, sem muita noção sobre a história do Rock.

 

5) Revista Poeira Zine  -  Nº 2 - Agosto/Setembro 2003

"Qual será o segredo do bom gosto? Por que será que tantos buscam, mas só alguns conseguem colocá-lo em prática?

Bom, a Patrulha do Espaço com certeza possui essa genial receita de se executar o bom gosto, e exemplos não faltam nesse novo CD da banda. A surpresa já começa pela embalagem, uma autêntica réplica daqueles maravilhosos dos anos 60 e 70. 

Os timbres são um oásis sonoro em pleno ano de 2003, mostrando que a galera estudou muito a sonoridade setentista. Outro ponto favorável é a curta duração do CD (27 minutos), o que com certeza acaba fazendo com que o ouvinte ouça o disco repetidamente, assimilando de forma muito mais prazerosa todas as faixas. 

Para sentir o drama, o disco abre com "São Paulo City", uma espécie de "Mississipi Queen", moderna, com riffs mastodônticos e bateria avassaladora, cortesia do mestra Rolando Castello Junior. Em "Sendas Astrais", a bateria parece que dita a melodia da música, e de quebra, a faixa ainda traz um órgão Hammond e um Moog, criando um  clima todo especial.

"Nem Tudo é Razão" tem como destaque a grande atuação de Rodrigo Hid. "Terra de Minerais" (a minha preferida), mescla distintas influências, que vão de "Yes" até "Allman Brothers", com o mérito de soar Patrulha pra caramba!

Também são muito dignas de notas as atuações de Luiz Domingues no baixo, e de Marcello Schevano na guitarra, teclados e também vocal. Mesclando essas maravilhosas influências e ainda por cima demonstrando muita personalidade, a Patrulha lança mais um de seus melhores trabalhos".

Bento Araújo   


Bom, neste caso é difícil até comentar uma resenha feita por um dos jornalistas mais preparados e especialista em Rock vintage. Bento Araújo é conhecedor da matéria e não tenho nada para acrescentar, a não ser duas observações preciosistas de minha parte, mas que em nada desabona a qualidade da resenha excelente que ele publicou na sua revista. 

Primeiro, acho que ele falou em tom de brincadeira e com a mais bela intenção de nos enaltecer, é claro, mas os timbres em questão, não foram objeto de estudo, mas foram obtidos apenas como um fruto da nossa sonoridade natural. E que se recorde o leitor, que pelo que eu já descrevi dessa produção em si, foi um milagre intercedido pelos "Deuses do Rock" e do Kôlla Galdez, que tenhamos chegado nesse resultado, diante das adversidades que tivemos e foram múltiplas, nessa gravação em específico. 

Segundo ponto: em "Terra de Minerais", ele enxergou influência do "Yes" e "Allman Brothers". Duas bandas maravilhosas que exercem enorme influência sobre todos nós da banda, mas nesse caso em específico, creio que o "Focus" e o "The Who" tiveram mais a ver como fonte de inspiração.

Mais matérias e entrevistas continuavam a surgirem nas bancas de revistas e assim, eis mais alguns exemplos:
Na revista Modern Drummer, nº 9, de setembro de 2003, o jornalista, Felipe Cirelli, entrevistou o Rolando Castello Junior e a conversa girou mais em torno dos timbres e concepção de gravação da bateria no novo álbum, e sobre alguns aspectos gerais sobre a sonoridade e estética adotada pela banda.
 

Um outro caso se deu a seguir. Foi muito boa a reportagem (e sem assinatura do autor), mas pelo teor e estilo, parece ser obra de Marcos Cruz, colaborador do Portal "Wiplash" e editor das revistas: "Rock Made in Brazil" e dessa em específico: "Metal Massacre". 

Neste caso, ele observou tudo, da capa inusitada ao conteúdo do álbum, sobre a dubiedade existente no título do disco, estética & ideais e até a qualidade do áudio, que realmente deixava a desejar. 

Enfim, franco e honesto para tecer críticas construtivas, mas ao mesmo tempo ao tecer elogios retumbantes à parte artística, a envolver composições, arranjos e performances, ele certamente elaborou uma ótima reportagem.

Na revista Guitar Player de nº 88, de setembro de 2003, o jornalista, Luciano Marsiglia fez uma entrevista muito boa com os nossos guitarristas, Rodrigo Hid & Marcello Schevano e foi fundo nos aspectos focados sobre a atuação de ambos, com bastante informação sobre as guitarras usadas na gravação do disco, assim como a respectiva obtenção dos timbres, uso dos pedais, amplificadores etc. E eles também falaram sobre influências, ao citar guitarristas que admiravam etc. Em suma, se tratou de uma entrevista muito bem conduzida e a edição da conversa, bem feita.
Em setembro, tivemos uma notícia muito ruim. Marcello Schevano me ligou em uma terça feira, com a voz embargada e assim me deu a notícia de que o ex-guitarrista da Patrulha do Espaço, Dudu Chermont, havia falecido. Há tempos a se mostrar muito doente, não foi novidade para nós que ele não estivesse nada bem. Em março e julho desse mesmo ano, ele fizera duas participações como convidado especial em dois shows nossos, conforme eu já relatei anteriormente. Portanto, em julho de 2003, foi de fato o último show que ele fez na sua vida, lamentavelmente.

Um dos portões de acesso do cemitério da Consolação, situado no bairro homônimo, próximo ao centro da cidade de São Paulo

Eu conduzi a banda inteira no meu carro ao velório e sepultamento no cemitério da Consolação, no bairro do mesmo nome, zona central de São Paulo. Ali, a quantidade de pessoas presentes que eram ligadas ao Rock, foi enorme, desde veteranos oriundos dos anos 1960 & 1970, até Rockers mais novos. 
 
Achei justa a movimentação e comoção gerada, todavia, foi triste ver um artista com tantos méritos e história construída na cena brasileira, a partir tão prematuramente para uma outra dimensão. 
 
Um funcionário do cemitério, ao perceber aquela quantidade de cabeludos ali presente, me abordou e perguntou se o falecido fora um artista conhecido. Esse rapaz se apresentou como um guia turístico do cemitério, pois além das múltiplas esculturas e mausoléus que despertam normalmente a atenção de artistas plásticos, estudantes de arte & arquitetura, havia um fluxo de turistas a procurarem por tumbas de pessoas famosas.
De fato, o cemitério da Consolação é pródigo nesse aspecto e recebe turmas organizadas para visitarem tais sepulturas de artistas, políticos e personalidades brasileiras em geral, que ali estão enterradas. Neste caso, eu lhe contei sobre a notoriedade do Dudu Chermont como músico e espero que ele tenha buscado pesquisar mais e incluído assim a tumba onde ele foi sepultado, nessas visitas guiadas.
O Rolando Castello Junior levou consigo uma cópia do primeiro álbum da Patrulha do Espaço e o colocou entre as mãos do Dudu, no caixão, que assim foi sepultado, com essa justa homenagem. 
 
Sem perspectivas para novos shows em outubro, em tese, somente em novembro nós voltaríamos à estrada. Nesses termos, o Rolando Castello Junior agendara uma apresentação fora das atividades da Patrulha do Espaço, no Centro Cultural São Paulo. 
 
Seria mais um show tributo ao Keith Moon, o mítico baterista do "The Who" e desta feita, o Junior que costumava promover tal tributo de forma sazonal, com a parceria do baterista, Paulo Zinner, tratou por ampliá-lo, ao convidar também os bateristas superb, Marinho Thomaz ("Casa das Máquinas") e Franklin Paolillo ("Rita Lee & Tutti-Frutti").
Portanto, seria um show para arrepiar, com quatro bateristas a tocarem, sempre em duplas no palco e um eventual número em conjunto, com os quatro, simultaneamente. 
 
Sobre o evento, por se considerar que foi uma atividade extra, fora das atividades regulares da Patrulha do Espaço e pelo fato de eu ter participado também, preferi relatá-lo em separado, arrolado devidamente como um "Trabalho Avulso" de minha carreira, portanto, está descrito com detalhes naquele capítulo, em específico.
Leia tal história no meu Blog 2, ao procurar por Trabalhos Avulsos - Capítulo 78  -  Tributo à Keith Moon, publicado em agosto de 2013:

http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com.br/search?q=Trabalhos+Avulsos+Tributo+%C3%A0+Keith+Moon

E também publicado no meu Blog 3, e basta ao ao leitor procurar por "Trabalhos Avulsos - Capítulo 30 - Tributo à Keith Moon, quatro bateristas alucinados, publicado em março de 2015

http://luizdomingues3.blogspot.com.br/2015/03/trabalhos-avulsos-capitulo-30-tributo.html


De volta à cronologia deste relato para a Patrulha do Espaço, uma nova viagem para Santa Catarina nos ocorreu em novembro.
Resenha sobre o show Tributo ao Keith Moon, publicada na revista Rock Brigade, nº 208, de novembro de 2003
Uma nova viagem ao sul se confirmara. Estávamos em novembro de 2003 e mais uma vez teríamos como destino o belo estado de Santa Catarina.

Na viagem de ida, tudo correra bem, até quase na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná. Chegamos próximo ao município de Registro-SP, ainda em território paulista (local onde é obrigatório passar pela ponte sobre o rio Ribeira e de fato, aquela região do estado de São Paulo é denominada como: "Vale do Ribeira", ao caracterizar as cidades que se beneficiam desse rio). 

Ninguém notou, a não ser eu (Luiz Domingues) e Luiz Cichetto "Barata", que viajávamos próximos ao nosso motorista, quando um barulho estranho irrompeu na parte da frente do ônibus e o "seu" Walter soltou um grito fortuito, decorrente dessa avaria.

Como os demais componentes da nossa comitiva riam em conversas animadas que estavam a travar na parte traseira do carro, não notaram que algo ruim estava a acontecer, mas nós, eu (Luiz) e Barata, notamos e nos levantamos dos bancos, imediatamente para verificarmos o que ocorrera. Com uma expressão assustada em seu semblante, o "seu" Walter mal conseguiu balbuciar uma palavra inteligível, mas segurou a direção do ônibus com enorme força.

O ônibus diminuiu a sua velocidade e quando a ponte, que era relativamente longa, foi ultrapassada, o carro saiu lentamente pela direita, e pasmem, se pôs a deslizar até tocar em uma árvore, às margens de um posto de gasolina. 

Atônitos, não entendemos por que ele não houvera manobrado o carro para adentrar o posto e ao contrário, a deixá-lo bater levemente em uma árvore frondosa, quando finalmente, este parou. 

Foi quando os demais colegas se espantaram com o ocorrido e também sem entender a manobra nada usual e aparentemente sem sentido, quiseram saber o que ocorrera.

Ora, a barra de direção havia quebrado e a solução encontrada para que não sofrêssemos um acidente grave, fora deixar o carro perder velocidade e manter a direção reta, até que chegasse um acostamento posterior à ponte e mediante o esforço braçal, ele tentasse levá-lo para a direita para pararmos em segurança. Se houvesse a presença de algum buraco ou desvio de qualquer natureza à nossa frente, o acidente teria sido inevitável, pois sob aquela velocidade e sem possibilidade para manobrar, teríamos colidido, fatalmente. 

Isso sem contar que poderíamos ter caído no rio e neste caso, "guardrail" algum seguraria aquele bólido enorme. O "seu" Walter era normalmente prático ao extremo em seu modo de se comportar e sem tempo para se recompor do susto, foi buscar uma solução e por sorte, naquele posto havia uma oficina mecânica, com peças disponíveis etc. 

Claro, ficou dispendioso pelas circunstâncias da estrada e a sempre clássica exploração desses sujeitos que agem como uma aranha a esperar pela mosca que se adere em sua teia, e foi o que ocorreu conosco. Contudo, o intrépido, "seu" Walter, a estar por perto, tudo sempre se amenizava, pois na base da conversação, mediante o mesmo uso de linguagem que estabelecia com esses tipos, o preço extorsivo caia absurdamente e ele mesmo se punha a ajudar a instalar a peça em questão, e assim, tudo se ajeitava. 

Seguimos viagem e quando passamos um pouco da altura de Balneário Camboriú-SC, havia um posto da polícia rodoviária federal e o guarda de plantão nos mandou parar.

Com a documentação em ordem e itens básicos de segurança, também sob controle, não tememos por nada. Todavia, se tratou de um sujeito muito mal-humorado e ele estava particularmente bastante contrariado naquele dia.

Por querer examinar minúcias, a denotar que procurava por uma irregularidade com avidez, ele ameaçou prender o carro, ao considerar os nossos pneus irregulares. De fato, eles estavam velhos, mas todos ainda se mantinham com as suas devidas riscas e a estarem a se mostrarem na chamada "meia vida", segundo o "seu" Walter nos dizia e dessa maneira, não seria esse o motivo para provocar uma multa e muito menos a ameaça de apreensão. 

Todavia, o sujeito estava imbuído da vontade de nos prejudicar pela sua atitude intempestiva e custou para o "seu" Walter convencê-lo a nos liberar. 

Entretanto, em tom ameaçador, o guarda foi enfático ao afirmar que se nos visse a passar de novo por ali, ele prenderia o ônibus, pouco a se importar se éramos uma banda que apresentava compromissos a cumprir e que transportávamos instrumentos e equipamentos caros. E falou em tom de escárnio, pois nessa altura, ele já sabia que íamos para Florianópolis naquele instante e no dia seguinte teríamos compromisso em Balneário Camboriú-SC, portanto, passaríamos no outro lado da pista, e curiosamente, ainda mais perto da sua cabine policial...

Com pelo menos três horas de atraso devido ao acontecido em Registro-SP,  e mais a parada policial em Balneário Camboriú-SC, quando chegamos na porta do estabelecimento aonde tocaríamos em Florianópolis, nos encontramos com Helena T., vocalista do Tutti-Frutti, nessa época, e que nos aguardava no local. 

Preocupada com o nosso atraso a demarcar quase quatro horas, nós lhe contamos o que havia nos ocorrido na estrada e ela teve uma crise de choro.

Acredito que só nesse instante nos demos conta realmente da dimensão do que havíamos passado, a se revelar como um grande perigo, de fato. Ao corroborar a tese, Daniel "Kid", o nosso roadie, veio apressadamente nos comunicar que o "seu" Walter estava a sofrer uma crise de choro, dentro do ônibus.

Fomos ver o que estava a acontecer e aos prantos, o motorista nos disse que aquilo que havíamos passado fora grave e que ele temeu que o ônibus se desgovernasse sobre a ponte em Registro-SP ao provocar que caíssemos no rio, com risco de morte certa para todos. Incrível, mas ele não falou nada na hora do problema, nem enquanto consertava a peça, tampouco no restante da viagem inteira, mas só quando estacionou o carro, em nosso destino final, se deu ao luxo de extravasar a sua emoção retida.

Ficamos consternados com essa cena e ao mesmo tempo agradecidos pela sua ação heroica, em que preservou a nossa integridade física e a de nosso patrimônio, por segurar firmemente as suas emoções e apenas extravasou o seu sofrimento quando sentiu ter cumprido o seu dever, ao nos entregar são e salvos em nosso destino final. Foi uma lição de vida impressionante, sem dúvida alguma. 

O primeiro show dessa micro turnê foi marcado para o Drakkar, um bar bem ao estilo "Rock'n' Roll", aonde já havíamos nos apresentado anteriormente.

Tratou-se novamente dessa simpática casa encravada no boulevard comercial da Lagoa da Conceição, um ponto turístico forte na cidade, recheado por restaurantes e lojas para atrair turistas, principalmente os argentinos, que ali são em número tão grande que se ouve o "castellaño italianado" deles em grande profusão pelas ruas, e se fica com a sensação de estarmos na província de Buenos Aires.
O show foi sensacional e sinceramente, já esperávamos por isso, baseado na experiência ali vivida meses antes. A estrutura não era das melhores, mas o público respondia com entusiasmo e isso compensava tudo.
A viajar pelo sul do país, a bordo do intrépido "azulão"... da esquerda para a direita: eu (Luiz Domingues), Rolando Castello Junior, Samuel Wagner e o nosso grande amigo, Junior Muelas, que viajou conosco nessa turnê. Atrás, encoberto, Rodrigo Hid. Acervo e cortesia de Junior Muelas 

Aconteceu no dia 13 de novembro de 2003, com cerca de setenta pessoas nas dependências da casa e mais uma vez, tivemos a participação especial de Luiz Carlini e Helena T, para abrilhantar a noite, como convidados muito especiais.

Seria para termos dormido na cidade, mas ao pensarmos no guarda rodoviário mal-humorado que fora ameaçador na viagem ida à Florianópolis, nós mudamos a nossa estratégia, ao visar não dar margem ao azar, e assim resolvemos dar baixa no hotel no qual nos hospedáramos e a viajarmos ainda com a escuridão da madrugada proeminente, no afã de o evitarmos. 

Um último episódio a ser relatado em Florianópolis nesse dia, se deu quando fomos dar baixa no hotel e o funcionário de plantão nos abriu a porta, mas depois sumiu da recepção do mesmo, misteriosamente.

Tiramos as nossas bagagens dos quartos, levamos tudo para o ônibus e quando voltamos para fazer o check out e lhe entregar as chaves, ele ainda não estava no balcão. Paciência, deixamos as chaves dos quartos ali e um bilhete a avisar sobre a nossa partida. Acho que eu nunca houvera visto algo parecido e claro, com a conta a ser paga pelo contratante e na ausência de frigobar nos quartos, não houve nenhuma pendência financeira a ser saldada, portanto, nada nos desabonou nesse sentido, no entanto, que foi esquisita a nossa saída e pior ainda o sumiço do funcionário...

Chegamos na estrada ainda sob a escuridão e a corrida foi em favor da escuridão a nos proteger dos olhos de lince do nosso algoz neurastênico do dia anterior. Se sobrepujássemos esse perigo iminente, chegaríamos tranquilamente ao nosso próximo destino, que foi a cidade do Balneário Camboriú-SC.

Quase todos os membros da nossa comitiva dormiam no ônibus, quando avistamos o temível posto da polícia rodoviária federal à nossa frente. Somente estiveram acordados e preocupados com as ameaças do rancoroso guarda: eu (Luiz), Rolando Castello Junior, Luiz Cichetto "Barata" e Samuel Wagner, além do "seu" Walter, logicamente, na condução do "azulão".

Quando nos aproximamos mais do posto, vimos nitidamente o mesmo guarda, que estava sentado na mesa, a ler um livro, com a luz da guarita acesa e mediante o auxílio de um abatjour para reforçar o seu foco na leitura. 

Incrível, o sujeito estava acordado naquela hora da madrugada e supostamente devia estar a dobrar o seu plantão. À medida que o ônibus se aproximava, mais nós ficávamos apreensivos, pois estávamos sozinhos na pista, naquele instante e claro que quando ouvisse o barulho do nosso carro, ele levantaria a cabeça para olhar e lembrar-se-ia de nós.

Mas quando emparelhamos com o posto, ele não esboçou nem levantar a cabeça e permaneceu a ler o seu livro. Assim que passamos, gritamos como crianças a comemorar a nossa "proeza", e o "seu" Walter passou a gritar, igualmente e no pleno uso de seus jargões característicos: 

-"sai da frente do Azulão, seu FDP!" 

-"ninguém pode com o azulão!"

O que será que o guarda rodoviário estava a ler que o entretinha tanto, ao ponto de nem se dignar a olhar o único ônibus que passara naquele instante, na pista da estrada? Teria sido: " O Mágico de Oz?" "Ulysses?" "Morte e Vida Severina?" ou o "Mein Kampf?"

       Vista aérea da bela cidade de Balneário Camboriú-SC 

Chegamos muito cedo em Balneário Camboriú-SC e fomos direto para o hotel. Fizemos o check-in e fomos dormir, fatigados. Não passou nem meia hora e o telefone tocou diretamente da portaria, com o gerente a chamar alguém da banda para explicar a nossa presença ali. 

O combinado pela produção do show com o hotel seria darmos entrada na virada da diária, após o almoço, é bem verdade, mas devido os acontecimentos de Florianópolis, mais detidamente o receio de enfrentarmos a ameaça do guarda rodoviário que ansiava em nos prejudicar, havia motivado a nossa mudança de planos, portanto, o sujeito estranhou a nossa chegada antecipada e quis saber quem pagaria pela diária extra...

Ora, havíamos deixado claro ao funcionário da recepção, que a diária extra seria por nossa conta, e além do mais, mesmo que não tivéssemos deixado isso claro no momento do check in, nos acordar para buscar tal esclarecimento foi de uma grosseria ímpar da parte do gerente, que certamente deve ter faltado na aula de ética do curso de hotelaria que deduzimos que ele tenha feito para se capacitar para a função. 

Ficamos bastante irritados, pois na hora do check in, havíamos deixado bem clara com o atendente, sobre toda a situação e lógico que havíamos nos prontificado a pagarmos a diária extra do nosso bolso, sem onerar o contratante do show e acima de tudo, queríamos dormir. 

Esclarecido, voltamos para os quartos e finalmente iríamos dormir. Passava das seis da manhã e estava a amanhecer, quando achamos que teríamos descanso, no entanto...

Uma excursão com estudantes acabara de chegar e neste caso, a balbúrdia que fizeram na sua entrada no hotel, foi gigantesca. Foram quatro ou cinco ônibus repletos de adolescentes e absolutamente excitados pela aventura de estarem em grupo e sem a presença dos seus respectivos pais, o que transformou o seu check in, em um inferno. 

Cada um de nós, da comitiva da Patrulha do Espaço, teve uma reação diferente nesse instante e no meu caso, eu desisti de abafar o barulho infernal que faziam mediante o meu travesseiro devidamente prensado nas orelhas e então, me levantei, me vesti e fui para o refeitório tomar o café da manhã e a seguir, fui dar um passeio nos arredores do hotel, que ficava a um quarteirão apenas da Avenida da praia.

Então, a partir disso, a perspectiva foi esperar as longas horas que nos separaram da abertura vespertina da casa, e a consequente realização do soundcheck.

Cidade muito bonita e com forte apelo turístico por conta da praia, Balneário Camboriú-SC mantinha uma filial da casa, Drakkar, onde nos apresentáramos na noite anterior, em Florianópolis. 

A nossa esperança foi de que a filial do Drakkar contivesse o mesmo astral da sua matriz, na capital catarinense. Entretanto, verificamos que a casa se mostrara bem diferente, estruturalmente a falar. Todavia, ela era bem arrumada, aliás, continha uma aparência até mais sofisticada, o que nos despertou a impressão de que deveria ser mais "burguesa" em termos de clientela padrão e não Rocker.

Tudo bem, estávamos acostumados a lidar com casas não exatamente ideais para a realização de um show de Rock. O soundcheck foi tranquilo, com um equipamento compatível para o tamanho da casa e razoável para as nossas necessidades. 

O gerente da casa estava animado, a nos dizer que recebera muitos telefonemas e lhe perguntar sobre o show e que, portanto, teríamos a perspectiva de casa lotada. Ótimo, melhor que isso, só se fosse um público inteiramente Rocker e a fim de nos assistir, sem reservas. 

Jantamos no hotel e fomos para o show. A casa estava vazia quando chegamos e poucas pessoas chegavam ao ambiente, de uma forma paulatina, quando resolvemos não atrasar mais o início do show e soltamos assim os primeiros acordes da noite. 

Chega-se em um ponto da vida de qualquer artista, que é perceptível facilmente quando um show não vai atrair o público esperado e aquela situação ali foi um típico caso desses. O ponto bom, foi que os vinte e poucos presentes estiveram ali para nos ver & ouvir. 

Haviam fãs com os velhos discos de vinil da banda debaixo do braço e claro que mesmo em pouco número, tal visão despertava em nós a animação vital que precisávamos para tocarmos com o entusiasmo, além do sentido meramente profissional. 

Portanto, a despeito da baixa frequência, reputo essa apresentação em Balneário Camboriú-SC, ter sido boa. Foi no dia 14 de novembro de 2003. Finalmente pudemos dormir, pois os adolescentes da tal excursão escolar deviam estarem entretidos em alguma balada noturna pela cidade e assim nós acordamos no dia seguinte com a energia refeita e prontos para uma curta viagem para a cidade seguinte, Joinville-SC.

Fizemos uma viagem muito tranquila por conta do curto percurso (oitenta Km, aproximadamente), e chegamos rapidamente a Joinville-SC. Apresentar-nos-íamos mais uma vez no "Cais 90", uma casa que sempre abria as portas não só para a Patrulha do Espaço, mas para diversas bandas autorais do circuito underground. O estabelecimento passara por um período de reformas e estava a reabrir com o nosso show.

Gostávamos de nos apresentarmos ali pois o contratante era muito gentil, ao nos receber sempre com muita hospitalidade, havia sempre um bom público e com o contingente de Rockers, significativo e também porque já tínhamos amigos na cidade, que sempre nos proporcionavam momentos prazerosos mediante conversas sobre assuntos de interesse mútuo. 

Desta feita, a banda escalada para fazer a abertura do show, foi uma chamada: "Ferro Velho". Foi o dia 15 de novembro de 2003, feriado, e por ter caído em uma sexta-feira, não foi estratégico para o show em si, mas mesmo assim, atraiu um bom público para a casa.

 Cerca de trezentas e cinquenta pessoas estiveram nas dependências do "Cais 90". Foi um show bastante animado, com o público a responder bem à nossa performance. Mas o PA da casa continuava a ser operado sob o padrão mono.

 

Não dormimos na cidade desta feita, pois resolvemos voltar a São Paulo, imediatamente após o show. Tínhamos descansado bastante em Camboriú e julgamos que enfrentar os seiscentos e cinquenta Km até São Paulo, seria tranquilo e com o frescor da madrugada, muito mais ameno do que o calor que sentiríamos ao viajarmos no período da tarde, do dia seguinte. 

Além do mais, a perspectiva de estarmos em casa no sábado, nos animou. E assim foi, encerramos essa etapa da turnê por Santa Catarina. Só teríamos novos shows em dezembro, desta feita no interior de São Paulo, mas o restante do mês de novembro exigir-nos-ia um outro tipo de esforço.

Continua...

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