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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Língua de Trapo - Capítulo 2 - O Redentor Recital de Música e Poesia, em 1979 - Por Luiz Domingues



O recital ocorreu no dia 26 de junho de 1979, e foi um sucesso. Desse grupo original, saiu o embrião do Língua de Trapo. 

Nesse dia, seria lançada também a revista, "Esquina do Grito", uma produção dos alunos, e considerada outra célula mater do que viria a tornar-se o Língua de Trapo, doravante. 

A formação desse grupo embrionário do Língua de Trapo, foi essa: Laert Júlio (vocal e percussão), Paulão Estevam, sim, aquele guitarrista que eu citei anteriormente (guitarra, violão e vocal), Saulo (violão, vocal e percussão), Guca Domenico (violão e vocal), Pituco Freitas (vocal e percussão), Nilma Martins (vocal e percussão), e eu no baixo. 

Nesse click de Rivaldo Novaes, eis uma panorâmica do Grupo de Poesia e Música da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, de São Paulo, o embrião do Língua de Trapo, por ocasião de sua primeira apresentação, no dia 26 de junho de 1979 

Isso ainda não foi o Língua de Trapo, propriamente dito como ele ficaria famoso no futuro, mas já apontou em sua estética, ainda que subliminarmente em princípio, tal rumo. Houve uma pequena dose de humor contida nas músicas do Laert e do Guca, mas isso foi aleatório, não sendo a intenção primordial do grupo. Em meio a canções e poemas declamados, assim decorreu esse show da raiz remota do Língua.


Nesse click de Rivaldo Novaes, a partir da perspectiva do fundo do enquadramento, eu (Luiz Domingues), com o meu valente "RK Giannini" em mãos e Paulo "Sustenido" Estevam, em maior destaque, ao violão. A olhar de lado, Saulo e pelo cabelo, ao seu lado, Nilma Martins. O braço do violão em primeiro pano, provavelmente é de Guca Domênico.

Nessa segunda foto, da esquerda para a direita: Fernando Marconi na percussão, Pituco Freitas, Nilma Martins, Luiz Domingues e Guca Domênico. Grupo de Poesia e Música da Faculdade Cásper Líbero, o embrião do Língua de Trapo, em apresentação realizada no dia 6 de agosto de 1979, nas dependências da citada instituição. Foto de Rivaldo Novaes 

O sucesso foi tamanho, que o diretório Acadêmico marcou mais um show desse grupo, desta feita para o dia 6 de agosto de 1979, ao visar recepcionar os alunos novos do segundo semestre. Aliás, o centro acadêmico da Cásper Líbero, promovia esse trote cultural aos "bichos", desde essa época. Nada de violência, humilhação e violência a raspar a cabeça dos calouros, mas sim, na clara intenção para recepcionar os novos alunos com shows musicais, exibição de filmes do cine-clube, teatro e poesia. E assim, com a mesma formação, esse grupo fez o segundo show e dissolveu-se a seguir, pois não houve a intenção em seguir carreira com tal formação e se forjar um objetivo artístico bem delineado. 


Laert Sarrumor em plena expressão, no Recital de Música e Poesia

Mas o embrião esteve formado e daí em diante, tal grupo, sob outras variações na formação, protagonizou shows e aparições em festivais estudantis de MPB. Por exemplo, ainda em 1979, Laert e Guca concorreram individualmente através do festival da Universidade Mackenzie, e um único grupo foi formado para executar as duas músicas em disputa. Eu (Luiz), no baixo, Paulão Andrade no violão, Guca Domênico ao violão e voz, Pituco Freitas nos vocais e Sebastian, na bateria. 
Essa apresentação ocorrida no Festival do Mackenzie, ocorreu no dia 13 de outubro de 1979, com um público aproximado de quatrocentas pessoas presentes no teatro do campus dessa universidade tradicional de São Paulo. 
Em 1980, essa dinâmica com shows e festivais dominou o ano todo, como por exemplo em 29 de março de 1980, quando "Laert Sarrumor e seus Cúmplices" apresentaram-se em uma sala de aula da Faculdade Cásper Líbero, novamente, mas diferentemente das apresentações do grupo de música e poesia em 1979, nesse instante teve um formato de banda sedimentada, mesmo, e o mote do humor dominou a performance.
E assim, o ano de 1980 entrou, com essa perspectiva de pequenos shows improvisados através do circuito universitário e festivais de MPB. Os shows foram amadorísticos nessa fase por ter sido feitos de forma precária e improvisada. 
Geralmente os microfones de voz eram plugados diretamente em amplificadores de terceira linha, adequados para o uso de guitarra ou baixo. Dessa forma, a voz mantinha aquela total falta de qualidade, a parecer uma locução interna de supermercado...

Mesmo assim, angariamos público em todos os lugares onde tocamos, nessa fase, a caracterizar expansão. 

Continua...


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