Por que eu quis sair? Eu não gostaria de ter
saído, essa foi a verdade. Eu gostava muito de fazer parte da banda, e
tinha o sentimento de que apesar de não ter essa mesma criatividade e verve
humorística, (longe disso, aliás), eu fora, ao lado do Laert Sarrumor a mais remota semente da banda, plantada
em 1976, através do "Céu da Boca/Boca do Céu/Bourréebach", é claro, ao se pensar como trajetória nossa em particular no caso, por tratar este texto da minha autobiografia, é evidente que a perspectiva é oportuna.
E a acrescentar, eu também estava a passar por sérios problemas pessoais, devido às pressões familiares que impeliam-me a ter que autoafirmar-me como músico, e nesse sentido, desde 1979, simultâneo ao Língua de Trapo, estava a cumprir vários trabalhos paralelos, na música.
E a acrescentar, eu também estava a passar por sérios problemas pessoais, devido às pressões familiares que impeliam-me a ter que autoafirmar-me como músico, e nesse sentido, desde 1979, simultâneo ao Língua de Trapo, estava a cumprir vários trabalhos paralelos, na música.
Laert Sarrumor, um grande dínamo na história do Língua de Trapo
Desde o final de 1979, eu desenvolvera trabalhos paralelos ao Língua de Trapo, pois precisava ganhar dinheiro com urgência. E
entre tantas coisas, o mais duradouro foi uma banda de covers chamada:
"Terra no Asfalto". Essa banda surgiu em dezembro de 1979, e durou até
junho de 1980 (em sua primeira fase), mais ou menos. Mas ao final de novembro,
surgiu a ideia de reformulá-la, e diante dessa perspectiva de trabalho fixo, realizado em casas noturnas, eu tive que optar por sair do Língua de Trapo, pois haveria um choque de agendas, inevitável.
Fui então para o "Terra no Asfalto", que durou até junho de 1982. Há muitas histórias sobre a trajetória do "Terra no Asfalto", nos capítulos específicos sobre esse trabalho, nesta mesma autobiografia.
Eu havia tido uma briga feia com o meu pai, por firmar posição em querer ser músico profissional. Precisava ganhar dinheiro, e assim, não foi possível continuar no Língua de Trapo, infelizmente, que estava a crescer, certamente mas ainda não proporcionava renda.
Fiquei muito chateado, é lógico. Dividido, também pois sempre odiei tocar covers. Não haveria sentido no meu entendimento, deixar uma banda com som autoral para ir tocar em uma banda de covers, pelos bares pela noite. Se o fiz, foi por extrema necessidade financeira e imediata.
Ao analisar hoje em dia, o meu conceito não muda, pois a realidade daquele momento exigiu tal postura. Não tenho como arrepender-me, pois eu não era vidente para supor que já na metade do ano de 1981, o Língua de Trapo sairia desse estado inicial de um quase amadorismo, para tornar-se uma banda com infraestrutura a ostentar a presença de empresário, mídia, e agenda lotada.
Observei o sucesso meteórico da banda, com dor no coração, a sentir-me uma espécie de “Pete Best” (para quem não conhece a menção, a tratar-se do primeiro baterista do grupo de Rock, The Beatles, que deixou a banda muito pouco tempo antes da consagração dessa banda em larga escala), mas a torcer pelos meus amigos, sem nutrir nada negativo, primeiro por que sou espiritualista por natureza, e diante dessa forma de pensar, inveja não tem cabimento, é fora de cogitação em minha linha de conduta, e segundo, por que os companheiros não quiseram que eu saísse, portanto, foi decisão minha.
Fui então para o "Terra no Asfalto", que durou até junho de 1982. Há muitas histórias sobre a trajetória do "Terra no Asfalto", nos capítulos específicos sobre esse trabalho, nesta mesma autobiografia.
Eu havia tido uma briga feia com o meu pai, por firmar posição em querer ser músico profissional. Precisava ganhar dinheiro, e assim, não foi possível continuar no Língua de Trapo, infelizmente, que estava a crescer, certamente mas ainda não proporcionava renda.
Fiquei muito chateado, é lógico. Dividido, também pois sempre odiei tocar covers. Não haveria sentido no meu entendimento, deixar uma banda com som autoral para ir tocar em uma banda de covers, pelos bares pela noite. Se o fiz, foi por extrema necessidade financeira e imediata.
Ao analisar hoje em dia, o meu conceito não muda, pois a realidade daquele momento exigiu tal postura. Não tenho como arrepender-me, pois eu não era vidente para supor que já na metade do ano de 1981, o Língua de Trapo sairia desse estado inicial de um quase amadorismo, para tornar-se uma banda com infraestrutura a ostentar a presença de empresário, mídia, e agenda lotada.
Observei o sucesso meteórico da banda, com dor no coração, a sentir-me uma espécie de “Pete Best” (para quem não conhece a menção, a tratar-se do primeiro baterista do grupo de Rock, The Beatles, que deixou a banda muito pouco tempo antes da consagração dessa banda em larga escala), mas a torcer pelos meus amigos, sem nutrir nada negativo, primeiro por que sou espiritualista por natureza, e diante dessa forma de pensar, inveja não tem cabimento, é fora de cogitação em minha linha de conduta, e segundo, por que os companheiros não quiseram que eu saísse, portanto, foi decisão minha.
Guca Domenico, outro compositor muito inspirado e artista fundamental na estrutura de criação do Língua de Trapo
Portanto, dadas as circunstâncias todas descritas anteriormente, foi duro comunicar a eles, tal decisão de minha parte. Fiquei a adiar
por dias, e assim criar coragem. Mesmo por que foi uma autoimolação, quase um
Haraquiri, com o perdão pela analogia e dose de exagero.
O Laert ficou muito chateado, é claro. De todos os membros, fora com ele que eu tivera a mais velha ligação artística. Estávamos a lutar juntos desde 1976, e assim, foi como se estivesse a abandoná-lo naquela luta. Por quantas adversidades tínhamos passado juntos desde 1976?
Pois então foi duro sair e isso só aumentou o meu pesar. Claro que ele (Laert), tentou demover-me de minha decisão. O fato pitoresco, foi que todos os seus argumentos por ele expostos bateram exatamente com o que eu pensava, também. Chegou-se em um ponto onde não adiantava mais falar, absolutamente nada, mas só lamentar. Como eu já disse anteriormente, eu saí por necessidade financeira, contudo, embora gostasse e acreditasse que o trabalho vingaria, estava sob pressão familiar, e urgia ganhar dinheiro.
O Laert ficou muito chateado, é claro. De todos os membros, fora com ele que eu tivera a mais velha ligação artística. Estávamos a lutar juntos desde 1976, e assim, foi como se estivesse a abandoná-lo naquela luta. Por quantas adversidades tínhamos passado juntos desde 1976?
Pois então foi duro sair e isso só aumentou o meu pesar. Claro que ele (Laert), tentou demover-me de minha decisão. O fato pitoresco, foi que todos os seus argumentos por ele expostos bateram exatamente com o que eu pensava, também. Chegou-se em um ponto onde não adiantava mais falar, absolutamente nada, mas só lamentar. Como eu já disse anteriormente, eu saí por necessidade financeira, contudo, embora gostasse e acreditasse que o trabalho vingaria, estava sob pressão familiar, e urgia ganhar dinheiro.
Se foi amistoso? Sim, mas claro que nenhuma separação, por
mais amigável que seja, é agradável. E ficou acertado que eu faria mais uma
apresentação com a banda.
Não foi um show, por isso eu considero aquele show anterior, realizado no bar 790, em novembro de 1980, como o último, nesse formato. Porém, a última subida ao palco, foi a defender duas músicas em um festival Universitário, em janeiro de 1981. O palco em questão foi nobre, o Palácio das Convenções do Anhembi, onde grandes artistas apresentavam-se, regularmente.
Foi o fim dessa minha primeira etapa com o Língua de Trapo, pois a história continuou depois, com a minha volta, em outubro de 1983 e aí, tenho inúmeras histórias, com a banda e sob uma situação completamente diferente, a se revelar, frenética, posso afirmar.
Não foi um show, por isso eu considero aquele show anterior, realizado no bar 790, em novembro de 1980, como o último, nesse formato. Porém, a última subida ao palco, foi a defender duas músicas em um festival Universitário, em janeiro de 1981. O palco em questão foi nobre, o Palácio das Convenções do Anhembi, onde grandes artistas apresentavam-se, regularmente.
Foi o fim dessa minha primeira etapa com o Língua de Trapo, pois a história continuou depois, com a minha volta, em outubro de 1983 e aí, tenho inúmeras histórias, com a banda e sob uma situação completamente diferente, a se revelar, frenética, posso afirmar.
O meu clima foi tristonho, é claro, para essa última participação com a banda. Nesse momento eu
estava já a atuar novamente com a banda cover, "Terra no Asfalto". Participar
do festival, foi um melancólico final que deixou-me desalentado, mas fazer o que, não é?
E assim, no dia 19 de janeiro de 1981, eu subi no palco do Palácio das Convenções do Anhembi, uma ribalta histórica e elegante da cidade de São Paulo, por sinal (ali se apresentou: Alice Cooper, Elis Regina, Festival Phono 73, Doces Bárbaros, Festival de Jazz de 1978 e 1980 e muitos outros eventos históricos).
Defendemos as músicas: "Tragédia Gramatical" e "Circular 46", com o Língua de Trapo e alguns músicos convidados. A formação do nosso grupo nessa noite, foi a seguinte:
E assim, no dia 19 de janeiro de 1981, eu subi no palco do Palácio das Convenções do Anhembi, uma ribalta histórica e elegante da cidade de São Paulo, por sinal (ali se apresentou: Alice Cooper, Elis Regina, Festival Phono 73, Doces Bárbaros, Festival de Jazz de 1978 e 1980 e muitos outros eventos históricos).
Defendemos as músicas: "Tragédia Gramatical" e "Circular 46", com o Língua de Trapo e alguns músicos convidados. A formação do nosso grupo nessa noite, foi a seguinte:
Laert Sarrumor - Vocal
Pituco Freitas -Vocal
Lizoel Costa - Violão
Guca Domenico - Cavaquinho
Carlos Melo - Vocal e imitações
Fernando Marconi - Pandeiro
Celso Mojola - Teclados
Como músicos convidados, estiveram conosco:
Armando Tibério - Bateria
Gilles - Clarinete
André - Flauta Transversal
Lembro-me que não havia muito público no auditório,
apesar de ter sido um festival badalado, e realizado em um teatro nobre. Os shows de entretenimento do
Festival foram realizados pelo “Made in Brazil”, e a cantora, “Silvinha”,
ex-Jovem Guarda. Assisti a ambos da coxia do teatro. O da Silvinha foi
incrível, pois a sua voz era mesmo de arrepiar. Ela cantou uma versão soul music de “Lady Madonna”
dos Beatles, onde deu um show de malabarismo vocal.
Continua...
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