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domingo, 1 de março de 2015

Trabalhos Avulsos - Capítulo 22 - Diamond Dogs (David Bowie Cover): Quando eu Pensei que Brincaria de Ser uma "Aranha de Marte" - Por Luiz Domingues

Este caso ocorreu no início de 1991...
Como eu havia tocado com o Chris Skepis a bordo do grupo "Electric Funeral", esta a se revelar como uma banda tributo ao "Black Sabbath", e nem era tão fã assim do Black Sabbath, o Chris convidou-me para um outro evento cover, e cujo artista enfocado, eu tinha muito maior identificação: David Bowie.
Batizamos a banda como: "Diamond Dogs", nome de um álbum do Bowie, logicamente. Bem, não é a minha predileção tocar cover, mas em 1991, após uma série de tentativas frustradas para integrar-me a uma banda autoral, conforme eu já relatei anteriormente, precisava reforçar o meu orçamento, e quando surgiu o convite, aceitei-o de pronto.
     Franklin Paolillo & Johnny Boy, nas respectivas fotos, acima

O time era excelente, com a presença de Franklin Paolillo (ex-Rita Lee & Tutti-Frutti, Joelho de Porco, O Terço e Made in Brazil), na bateria e Johnny Boy (ex-Camisa de Vênus, e Ex-Nasi & Os Irmãos do Blues), aos teclados. 
 
Aliás, foi por essa oportunidade que eu conheci o Johnny Boy, e impressionei-me com sua versatilidade como multi-instrumentista, pois ele tocava baixo, guitarra e teclados, com grande desenvoltura. 
 
Não havia um guitarrista definido para esse projeto, contudo, e o Chris Skepis, mesmo sendo guitarrista, não queria tocar, pois pretendia dedicar-se exclusivamente ao vocal, e fazer todo o mise-en-scène semelhante ao David Bowie, nas apresentações.
Então, eu tive a ideia de apresentar um amigo, que era guitarrista, mas que segundo eu soube, nunca tocara anteriormente em uma banda mais expressiva, além de ter realizado poucos ensaios com bandas de garagem. 
 
Esse rapaz era extremamente gentil, solícito e bom camarada, mas o fato é que eu só o ouvira dizer que tocava, mas nunca havia de fato, constatado isso. Esse foi o meu grande erro, certamente! 

Não revelarei o seu nome, embora talvez não faça diferença, pois ele jamais tocou em alguma banda significativa, sendo um músico absolutamente diletante, mas o preservarei assim mesmo pela amizade. 

Em duas semanas, cada dos músicos preparou reservadamente em suas respectivas residências, uma série de músicas. Eu decorei toda a minha parte, e mesmo por assumidamente não gostar de tocar covers, confesso que tive prazer e facilidade para tirar o material, pois conhecia tudo e adorava (adoro) aquelas músicas. 
 
Então chegou o dia do primeiro ensaio, que realizou-se no estúdio "864", na Vila Pompeia, zona oeste de São Paulo, que pertencia ao Chris.
Na primeira música que fomos tocar, "Suffragete City", o meu amigo guitarrista, "travou". Ele estava tão inibido em tocar com músicos muito mais experientes, que mal conseguia executar as partes mais simples da base. 
 
Estabeleceu-se um "clima" constrangedor na sala, e após várias tentativas, resolvemos partir para uma outra canção. Tentamos: "Five Years", e o meu amigo simplesmente não logrou êxito em executar a base simples, do riff inicial.
Lembro-me que todos os demais foram compreensíveis. O Johnny Boy chegou a pegar a guitarra, e mostrar-lhe a sequência da harmonia, mas ele não conseguia passar do segundo acorde. 
 
Enfim, marcou-se um segundo ensaio, mas ao alegar outros compromissos, Johnny Boy e Franklin cancelaram as suas participações na banda, e assim eu e o Chris abortamos a ideia. 
 
Nunca houve uma conversa franca sobre isso, com esse amigo, guitarrista. Ele ficou constrangido, mas não tocamos mais no assunto, e a amizade prosseguiu por bastante tempo. Cheguei a comparecer na cerimônia de casamento dele, mas depois a vida nos dispersou. 
 
Só fui falar com ele muitos anos depois, 2008, mais ou menos, quando soube que já tinha dois filhos e trabalhava como professor. Infelizmente, a nossa "Aranha de Marte", não saiu de sua teia, na Vila Pompeia...
Como se não bastasse tal frustração em não tocar músicas de um ídolo da seara do Glitter-Rock britânico e setentista, logo a seguir chegou a vez de fazer o mesmo com outro ícone desse gênero, mas que também redundou em frustração...

Continua...

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