A nossa querida banda, "Kim Kehl & Os Kurandeiros" havia feito o seu show regular no Festival: "Hoje Tem Blues", mas havia uma missão a mais nessa noite a ser cumprida, no palco do teatro Ceu Jaguaré, localizado no bairro homônimo da zona oeste de São Paulo.
Estávamos convocados a acompanhar o cantor, gaitista e guitarrista, Big Chico, um dos maiores expoentes da cena do Blues brasileiro naquela atualidade dos anos 10, do século XXI. Acostumados a acompanhar artistas desse espectro, graças ao desdobramento em Magnólia Blues Band, no qual estávamos a atuar desde janeiro de 2014, não houve nenhum empecilho para a banda nesse sentido e ao subir o palco, bastou o artista em questão nos dizer o tom e o andamento de cada canção a ser tocada, e a banda saiu a tocar e acompanhar a performance de Big Chico, sem problemas.
Nessa específica noite, estivemos reforçados pelo tecladista, Nelson Ferraresso, membro original d'Os Kurandeiros, mas nos últimos tempos, presença apenas sazonal, devido aos seus impedimentos pessoais.
Mas com ele na banda, claro que o som encorpava e muito. Um mestre na escolha dos timbres setentistas interessantes, Nelson preenchia o som com o órgão Hammond em suas diversas matizes, ao ir do "draw bar" adocicado ao estilo de Jimmy Smith, à distorção clássica proposta por de Jon Lord em seus melhores dias com o Deep Purple, e assim ao escolher com precisão os momentos certos para timbres díspares entre si.
O mesmo raciocínio deu-se na escolha de timbres de pianos acústicos os mais diversos, também para os elétricos e sintetizadores em geral, ao fazer dele, um músico completo, que qualquer banda sonha ter em seu time.
O ótimo guitarrista, Marcião Pignatari, ao ser entrevistado pelo comunicador, Jesse Navarro
Um reforço de última hora, o guitarrista, Marcião Pignatari, também subiu ao palco. Muito versado na arte do Blues e do Rock'n' Roll, claro que a sua guitarra estilosa ajudou a encorpar mais o som, ainda mais ao se considerar que ele atuou com uma guitarra Fender Stratocaster, assim a proporcionar um contraste colorido à Gibson SG que o Kim Kehl usou nesse dia.
No meio da apresentação, os gaitistas, Edu Dias, e Michael Navarro, entraram no palco e fizeram as suas intervenções, a agregarem, naturalmente. Ao tocarem, ambos, perto de minha presença no lado esquerdo do palco, eu pude interagir com os dois em improvisações muito felizes que fizemos juntos, duas gaitas e o baixo. Em alguns momentos, apesar de tudo ter saído no improviso, pareceu que naipes estavam ensaiados por nós três, pois nós conseguimos estabelecer uma sincronia de frases, muito impactantes.
Big Chico + Os Kurandeiros+ Marcios Pignatari+Michael Navarro+ Edu Dias. Festival "Hoje Tem Blues". Teatro do Céu Jaguaré, em São Paulo, no dia 18 de outubro de 2014. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
O show do Big Chico foi muito bom, mesmo porque ele era (é) um artista versátil e carismático, e o público apreciou muito as suas interpretações para clássicos dos blues, a cantar, tocar gaita, agitar a plateia como um entertainer e tocar a sua guitarra, também.
Missão cumprida, com público a aplaudir de pé e com direito a pedido de bis, aconteceu no dia 18 de outubro de 2014, no teatro do Ceu Jaguaré, no bairro do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo.
A lamentar-se, somente a baixa presença de público! Show gratuito com um micro festival e cinco atrações boas da cena blues, teatro todo arrumado com som e iluminação super dignas, enfim, qual a desculpa para o teatro não ter lotado em um sábado a tarde, longe do horário das novelas televisivas, futebol ou das baladas de rua?
O link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=XxXWkG89Ty4
Reclamamos que o poder público pouco faz pela educação & cultura e aí cria-se uma escola nos padrões de uma High-School norte-americana, com estrutura maravilhosa a conter teatro, biblioteca, piscinas e quadras esportivas, tudo grátis para a criançada carente de um bairro simples, produzem atrações culturais gratuitas, e não comparece ninguém?
O link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qNCtp6T3Wbw
Confesso que fiquei chateado e convencido de que a contrapartida do desinteresse é enorme nesse processo de baixo estímulo à Educação & Cultura, mas enfim...
Ainda em 2014, um novo trabalho avulso surgir-me-ia, e novamente dentro do espectro d'Os Kurandeiros de Kim Kehl!
Continua...
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